segunda-feira, 6 de setembro de 2010

2 sm 13 Três poderosos poderes

Três poderosos poderes
2 sm 13
Richard Foster escreveu um clássico chamado “dinheiro, sexo e poder”. Creio que todo cristão maduro deveria ler este livro.
Este texto, nos fala de 3 paixões que cercam a raça humana: O Poder da paixão, da amizade, e do ressentimento.

1. O Poder da paixão
A Bíblia mostra que Amnon, o filho primogênito de Davi, apaixonou-se por sua meia-irmã, já que Tamar era filha de outra mulher. Aconselhado por Jonadabe, seu primo, que lhe era o confidente, ele estuprou sua irmã. Logo após este insano ato, a bíblia nos relata que ele sentiu profunda aversão por ela. Dois anos depois, Absalão, irmão de Tamar, contrata homens que matam a Amnon, numa emboscada (2 Sm 13.15).
A palavra “paixão” tem a mesma raiz de “pathos”, de onde provém a palavra “patologia”. Paixão é uma febre, uma doença, com graves efeitos.
A bíblia afirma que “a loucura é mulher apaixonada, ela é insensata e não sabe coisa alguma” (Pv 9.13). homens e mulheres perdem sua vida, reputação, sacrificam a consciência, a família, comprometem sua espiritualidade por causa de uma paixão. A história está cheia de relatos trágicos provenientes deste poder que tem um efeito tão devastador sobre o ser humano.
Existe um ditado que diz: “Quando a paixão entra pela porta, a razão sai pela janela”. O Talmude ensina que "A paixão é, primeiro, uma estranha; depois, torna-se hóspede; e, finalmente, é a dona da casa". Milton colocou uma máxima que revela a seriedade deste poder: “O que reina dentro de si mesmo e controla suas paixões, desejos e temores, é maior do que um rei”.

2. O Poder da amizade
Outro poder que é percebido neste texto é o da amizade. Amnom estava adoecido por sua paixão, mas teria se esquivado deste monstro que consumia sua alma se, quem estava ao lado dele, tivesse um pouco mais de bom senso e o dissuadisse daquele sentimento tão adoecido. No entanto, quem estava ao lado dele era seu primo Jonadabe, que exercia profunda influencia sobre sua vida (2 Sm 13.3). O conselho que ele lhe dá de satisfazer sua paixão, será a causa de sua morte dois anos depois.
Ouvi cerca vez uma ditado que faz todo sentido: “Daqui cinco anos você será a mesma pessoa que é hoje, exceto pelos livros que lê e pelos amigos que cultiva”. Por isto os provérbios populares nos avisam sobre amizades: “Dize-me com quem andas e lhe direi que és” ou “Vivei com os lobos e aprendereis a uivar” (Provérbio espanhol). “Um estrangeiro benévolo é amigo; um amigo malvado é estrangeirom” (J.B.Stela). amizades de hoje determinarão quem você será amanhã, por isto esteja sempre alerta aos amigos que andam te aconselhando hoje. Jonadabe que havia aconselhado Amnom a cometer aquela tolice, quando soube que o mesmo havia sido convidado por Absalao para uma festa, sabia que seria um grande risco para sua vida, mas não o advertiu (2 Sm 13.32). O resultado foi sua morte.

3. O Poder do Ressentimento
Outro grande poder que se mostra neste texto foi o do ressentimento. Absalao, quando soube o que havia acontecido com sua irma, não disse “nem bem nem mal”, mas determinou no seu coração, o que haveria de fazer (2 Sm 13.20-22). Dois anos depois, prepara um churrasco na sua casa com todos os filhos do rei, e Amonm é assassinado (2 Sm 13.23). O ressentimento o leva a matar seu irmão, e traz ruína sobre sua vida, infeccionando sua existência. Por causa de sua atitude deixa o convívio de seu país, tem que fugir para uma terra estranha, perde privilégios de príncipe, agora é um foragido.
Alemães mataram os judeus porque tinham raiva daquele povo. Isto, no entanto, resolveu o problema deles? Absolutamente não! Continuaram odiando aquele povo.
O missionário e escritor E. Stanley Jones disse o seguinte: “Quando se vê acuada, a cascavel às vezes fica tão enraivecida que chega a morder-se. É exatamente o que acontece quando alimentamos ódio e ressentimento contra os outros: Mordemo-nos. Quando remoemos rancores e ódios, julgamos estar prejudicando os outros, mas o mal mais profundo é contra nós mesmos”.

Conclusão:Nenhuma força é tão corruptível por sua própria natureza que o Poder. Até mesmo o religioso (e talvez este seja o pior de todos). Só existem dois tipos de poderes que são benéficos e não são corrompidos: O Amor – Que desfaz as diferenças, rompe as suspeitas, perdoa; e o Espírito Santo – Este vento de Deus na história humana, que é capaz de nos capacitar quando os demais poderes se levantam e tentam nos dominar. Este mesmo poder levou Jesus à cruz, por amor, para transformar a história da humanidade.

Anápolis
Julho 2010

“De Cristo vos desligastes” Gl 5.14

Introdução:Historicamente as igrejas facilmente se desviam da essência da mensagem da pregação que consiste em alguns elementos fundamentais, entre eles, a centralidade da obra que Cristo fez na cruz e a compreensão da Justificação pela graça.
A Igreja da Galácia, 30 anos após a ascensão de Cristo, já havia se desviado tão completamente do evangelho, que Paulo falou que eles estavam se desviando para “outro evangelho” (Gl 1.6). Isto nos mostra como é fácil perder o foco da vida cristã.
A Carta aos Gálatas trata da questão desafiadora da Lei x graça.
Estes dois sistemas operam em sintonias diferentes. Na Lei o princípio é “faça isto e viverás”, na graça, o sistema é: “Porque eu vivo eu Deus, eu faço”. Na Lei, a idéia é “faço, logo sou aceito”, na graça, “sou aceito, logo faço”.

O que aconteceu com a igreja de Gálatas?
1. Imperceptivelmente, criaram um “Novo evangelho”. (Gl 1.5-9). Paulo afirma que não é possível ter “outro evangelho”, porque não existe substituto para o mesmo. Quando diluímos o evangelho, ou acrescentamos alguma coisa a ele, seja experiência, tradição, dogmas, regras, estamos perdendo o evangelho.

2. Aquela igreja estava equivocada quanto ao “poder que há na lei”. A lei dá a impressao de pureza e santidade (Gl 2.11-13), mas ela é impotente para gerar vida. Paulo afirma que não há nada errado com a lei, já que ela é espiritual (Rm 7.14), mas ela nos leva a esquecer do princípio fundamental de que é Deus quem faz (Gl 2.16).

3. A Lei tem o poder de nos desviar dos fundamentos da vida cristã – 3.1 Parece santidade fazer através dos nossos esforços e para auto promoção, mas é “carnal”. Paulo afirma que isto é um “aperfeiçoamento na carne”. A Biblia ensina que Deus age não apenas na salvação (justificação), mas também na santificação. Paulo usa, para justificar seu ensino, o Exemplo de Abraão (Gl 3.6-7)

4. Outro aspecto que aprendemos em Gálatas é que a Lei amaldiçoa, ao invés de trazer vida (Gl 3.10-12). Um dos sintomas é que perdemos o encanto da cruz e deixamos de nos impressionar com aquilo que Cristo fez. Ficamos maravilhados demais com nossas conquistas, ao invés de nos impressionarmos com Jesus (Gl 3.13). No entanto, a Palavra nos ensina que a lei nos foi dada para que o homem compreenda a incapacidade que tem de se justificar aos olhos de Deus. “Para que todos se calem diante de Deus” (Rm 3.9)

5. A Lei rouba nossa alegria interior – “O que é feito de vossa exultação” (Gl 4.15). Se nossa alegria não está em Jesus, mas nos nossos feitos, é quase certo que nos sentiremos deprimidos com nossa incapacidade espiritual e moral. Perdemos a alegria e isto nos traz frustrações e desapontamento.

Conclusão:O Princípio da Palavra de Deus é claro. Mantenha-se firme na cruz. “Longe de mim esteja gloriar-me, senão na cruz de Cristo” (Gl 6.14).
Conta-se que quando Wesley passou a entender realmente a obra de Cristo na cruz a seu favor, satanás o acusou dizendo que ele não era bom o bastante para Deus, mas ele então afirmou: “Satanás, você nem sabe nem a metade do que sou, mas Jesus me purificou pelo seu sangue”. Esta é a grande mensagem do Evangelho. Cristo em nós, esperança da glória.