segunda-feira, 30 de agosto de 2010

2 sm 13 Três poderosos poderes

Richard Foster escreveu um clássico chamado “dinheiro, sexo e poder”. Creio que todo cristão maduro deveria ler este livro.
Este texto, nos fala de 3 paixões que cercam a raça humana: O Poder da paixão, da amizade, e do ressentimento.

1. O Poder da paixão
A Bíblia mostra que Amnon, o filho primogênito de Davi, apaixonou-se por sua meia-irmã, já que Tamar era filha de outra mulher. Aconselhado por Jonadabe, seu primo, que lhe era o confidente, ele estuprou sua irmã. Logo após este insano ato, a bíblia nos relata que ele sentiu profunda aversão por ela. Dois anos depois, Absalão, irmão de Tamar, contrata homens que matam a Amnon, numa emboscada (2 Sm 13.15).
A palavra “paixão” tem a mesma raiz de “pathos”, de onde provém a palavra “patologia”. Paixão é uma febre, uma doença, com graves efeitos.
A bíblia afirma que “a loucura é mulher apaixonada, ela é insensata e não sabe coisa alguma” (Pv 9.13). homens e mulheres perdem sua vida, reputação, sacrificam a consciência, a família, comprometem sua espiritualidade por causa de uma paixão. A história está cheia de relatos trágicos provenientes deste poder que tem um efeito tão devastador sobre o ser humano.
Existe um ditado que diz: “Quando a paixão entra pela porta, a razão sai pela janela”. O Talmude ensina que "A paixão é, primeiro, uma estranha; depois, torna-se hóspede; e, finalmente, é a dona da casa". Milton colocou uma máxima que revela a seriedade deste poder: “O que reina dentro de si mesmo e controla suas paixões, desejos e temores, é maior do que um rei”.

2. O Poder da amizade
Outro poder que é percebido neste texto é o da amizade. Amnom estava adoecido por sua paixão, mas teria se esquivado deste monstro que consumia sua alma se, quem estava ao lado dele, tivesse um pouco mais de bom senso e o dissuadisse daquele sentimento tão adoecido. No entanto, quem estava ao lado dele era seu primo Jonadabe, que exercia profunda influencia sobre sua vida (2 Sm 13.3). O conselho que ele lhe dá de satisfazer sua paixão, será a causa de sua morte dois anos depois.
Ouvi cerca vez uma ditado que faz todo sentido: “Daqui cinco anos você será a mesma pessoa que é hoje, exceto pelos livros que lê e pelos amigos que cultiva”. Por isto os provérbios populares nos avisam sobre amizades: “Dize-me com quem andas e lhe direi que és” ou “Vivei com os lobos e aprendereis a uivar” (Provérbio espanhol). “Um estrangeiro benévolo é amigo; um amigo malvado é estrangeirom” (J.B.Stela). amizades de hoje determinarão quem você será amanhã, por isto esteja sempre alerta aos amigos que andam te aconselhando hoje. Jonadabe que havia aconselhado Amnom a cometer aquela tolice, quando soube que o mesmo havia sido convidado por Absalao para uma festa, sabia que seria um grande risco para sua vida, mas não o advertiu (2 Sm 13.32). O resultado foi sua morte.

3. O Poder do Ressentimento
Outro grande poder que se mostra neste texto foi o do ressentimento. Absalao, quando soube o que havia acontecido com sua irma, não disse “nem bem nem mal”, mas determinou no seu coração, o que haveria de fazer (2 Sm 13.20-22). Dois anos depois, prepara um churrasco na sua casa com todos os filhos do rei, e Amonm é assassinado (2 Sm 13.23). O ressentimento o leva a matar seu irmão, e traz ruína sobre sua vida, infeccionando sua existência. Por causa de sua atitude deixa o convívio de seu país, tem que fugir para uma terra estranha, perde privilégios de príncipe, agora é um foragido.
Alemães mataram os judeus porque tinham raiva daquele povo. Isto, no entanto, resolveu o problema deles? Absolutamente não! Continuaram odiando aquele povo.
O missionário e escritor E. Stanley Jones disse o seguinte: “Quando se vê acuada, a cascavel às vezes fica tão enraivecida que chega a morder-se. É exatamente o que acontece quando alimentamos ódio e ressentimento contra os outros: Mordemo-nos. Quando remoemos rancores e ódios, julgamos estar prejudicando os outros, mas o mal mais profundo é contra nós mesmos”.

Conclusão:Nenhuma força é tão corruptível por sua própria natureza que o Poder. Até mesmo o religioso (e talvez este seja o pior de todos). Só existem dois tipos de poderes que são benéficos e não são corrompidos: O Amor – Que desfaz as diferenças, rompe as suspeitas, perdoa; e o Espírito Santo – Este vento de Deus na história humana, que é capaz de nos capacitar quando os demais poderes se levantam e tentam nos dominar. Este mesmo poder levou Jesus à cruz, por amor, para transformar a história da humanidade.

Anápolis
Julho 2010

Lc 19.5Jesus precisa entrar em sua casa!

Introdução:Nossa casa precisa estar aberta para Deus.
Facilmente a abrimos para a competição, para Mamom, para ódios históricos, para heranças familiares como vaidade, lascívia, orgulho familiar, mas a chave de nossa vida é a vida de Deus interpenetrando nossas casas.
Por que a presença de Jesus é importante em nossa casa?

1. Porque convém a Deus
Gosto muito da afirmação que Jesus faz neste texto: “Desce depressa, pois me convém estar em tua casa”. Recebê-lo em nosso lar faz parte da estratégia dele para nos resgatar.
Em Mt 15 temos o registro do encontro de Jesus com a mulher siro fenícia. Ela afirma que sua filha estava horrivelmente endominhada. Ela percebia o quanto satanás Havaí construído ninho no seu lar. Estes nichos diabólicos são construídos por causa de estruturas familiares doentias e farsas históricas que se perpetuam em nossas vidas. Precisamos receber a luz de Jesus, para lançar fora as trevas.
Precisamos receber Jesus em nosso coração. Esta é a dimensão individual de nossa fé. Precisamos ainda acolhê-lo em nossa casa: Esta é a dimensão pública da experiência de viver com Cristo.
Muitos querem a Jesus na sua vida, mas demoram para convidá-lo a serem donos de sua casa. Talvez porque sabem quantas coisas erradas precisam ser desfeitas, e os mau tratos, abusos e indiferenças precisam ser confrontados. Quanta indiferença, resistência e rebeldia encontram-se ali presentes. Vida cristã, porém, não é uma experiência apenas individual, mas possui dimensões coletivas.
Esta é a base da circuncisão no AT, na qual os filhos de Deus traziam seus filhos para serem marcados com o sinal do pacto da família. Esta também é a abase do pensamento da reforma para o batismo infantil.
Jesus afirma: “Desce depressa, pois me convém estar em tua casa”.

2. Deus precisa entrar em nossa casa porque alguns altares materialistas precisam ser destruídos
São verdadeiros nichos de adoração.
O problema de Zaqueu era o mau uso de sua função. Tinha a ver com a forma como trabalhava e tratava o dinheiro. Ele usava o cargo (coletor d eimpostos), para extorquir, ameaçar e defraudar. E ele sabia disto.
A presença de Jesus desmascara atitudes travestidas de profissionalismos.
É interessante notar que o texto sequer menciona este assunto. O que acontece é que tendo sido interiormente iluminado pela verdade cristã, determinadas atitudes caíram por si só.
Quando o evangelho invade nosso coração, e o Espírito de Deus começa a agir em nossas vidas, nossas reservas são atingidas.
A atitude de Zaqueu surpreende porque envolve despreendimento para quem era avarento. “Resolvo dar metade de meus bens aos pobres e se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”.
Não há na lei humana, nem no AT, qualquer forma de legislação que trata das coisas desta forma. A lei dizia que se alguém tinha roubado, tinha que devolver e restituir. Zaqueu sabe de sua situação e resolve mudar a forma de usar seus recursos, radicalizando em relação aos deuses que dominavam seu coração e atingiam sua família.
3. Deus precisa entrar para que haja salvação! (Lc 19.9).
Sem a entrada de Jesus em nossa casa, ainda continuamos perdidos.
O vs. 10 afirma que “O filho do homem veio buscar e salvar o perdido”. E eu, particularmente, gosto muito desta idéia.
Tenho um senso de direção muito ruim. Se estou no trânsito, um pequeno giro numa cidade desconhecido pode me desnortear. Uma das características do perdido é que ele não tem condições de se localizar. Ele perde as referencias.
Gente sem Jesus perdeu suas referencias. Até que Jesus entre em sua casa, sua família está perdida.
Encontra-se perdida quando dominada pelo dinheiro, como no caso de Zaqueu, e se deixa ser governado por Mamom. Existem muitas famílias que poderiam estar vivendo uma vida muito mais tranqüila, se não estivessem tão preocupados em ter mais dinheiro, fazer reservas, impressionar pessoas.

Existem famílias que estão perdidas porque os valores de Deus deixaram de ser referências em suas vidas. Por estar perdido, acha que está certo. Tem uma vaga impressão de direção, mas não percebe o que é certo e o que é errado. O profeta Isaias fala: “Ai dos que chamam bem, mal; e mal, bem; põem o amargo por doce, e o doce por amargo; a luz por escuridão e as trevas por luz” (Is 5)
Jesus vem para dar direção. Mostrar o certo e o errado. Corrigir distorções na nossa educação familiar, vem para orientar o confuso, gente sem norte. A bíblia fala que há daqueles que são sábios aos seus próprios olhos. Afirma ainda que “Há caminhos que aos homens parece ser bom, mas seu fim não é o melhor”. Gente perdida que acha que sabe mas não sabe, e cujas decisões sempre se mostram uma catástrofe, precisa de Jesus.
Jesus afirma: “O Filho do homem veio buscar e salvar o perdido”. Nossa confusão, distração e perda de sentido na história, encontra significado em Jesus. Ele precisa entrar em nossa casa.
Conheci pessoas que se perderam no mato. Um casal amigo de nossa família, no interior de Tocantins, se perdeu na noite num pequeno mato que ficava perto de sua casa, e depois de horas, andando em circulo, exaustos, decidiram assentar e dormir na floresta porque não mais conseguiam encontrar a trilha para sua casa. Outro dia perceberam que estavam literalmente andando em círculos, a poucos metros de sua casa.

Que parábola de nossa vida!
Gente que não encontra a solução em coisas diárias, na administração de recursos, na educação dos filhos, nas lutas pessoais que travam marido e mulher.
Você tem conseguido localizar-se? Ou se sente perdido?
Se você quer se encontrar, o texto tem uma grande promessa para sua vida: “O Filho do homem veio buscar e salvar o perdido”.
Para quem acha que já encontrou o caminho e não precisa de Jesus, a notícia é bem diferente. “Para os ímpios, a sensação de bem estar o destrói!”. É gente desencontrada que se acha auto-suficiente, não precisa de Deus, como meu cunhado, que quando criança estava na praia nadando, e as pessoas alertando-o que o mar estava puxando, mas ele continua a teimar e a fazer do seu jeito, até que alguém gritou: “O menino está afogando”, e o tiraram ali, meio tonto, mas ele não perdeu a pose: “Estou afogando, mas tô nadando!”.
No Evangelho, o perdido tem saída, porque reconhecendo-se perdido, vai ao encontro de Jesus, anda em direção à sua luz, mas aquele que se acha resolvido e dispensa a Cristo, tropeça na sua falsa sensação de bem estar e morre!

Conclusão:Jesus precisa entrar em sua casa!
Os discípulos no caminho de Emaús estão desorientados, cansados, tristes e confusos. Alguém se aproxima deles, e traz conforto aos seus corações desanimados, quando vão se despedir eles dizem àquele estranho: “Fica conosco, pois já é tarde!”, e mal sabiam que estavam falando com Jesus, e que por causa de sua tristeza não puderam reconhecer o mestre.
Esta é a oração que precisamos fazer: Fica conosco Senhor!
Entra na minha casa.
Precisamos de ti!

Anápolis
Julho 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mc 8.11-13 A OBSESSÃO POR SINAIS

Introdução: Jesus é colocado sob pressão: "Pediram-lhe um sinal do céu".
 A humanidade sempre foi atraída por fenômenos, pelo mágico.
 Jesus muita vezes foi pressionado a dar sinais confirmatórios de sua messianidade e divindade.
 Jesus nunca atendeu aos curiosos que andavam perto dele: Gregos, Herodes, neste texto, os fariseus, etc.

Por que? Ele podia fazer tais sinais, já havia feito vários outros. Será que isto não provocaria fé e autenticaria de forma mais rápida, seu ministério?

1. Porque a obsessão por sinais implicitamente revela uma falta de fé, por isto busca sinal comprobatório externo. Sinal é requerido porque não se crê. Em Mc 8.11 nos é dito que isto é tentação. O que satanás pede a Jesus? Sinais. No entanto Jesus disse: Não tentarás ao Senhor teu Deus. Jesus afirma neste texto lido. “Por que esta geração pede um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum” (Mc 8.12).

2. Porque a presença visível de Deus e a manifestação de seus sinais não geram uma fé duradoura em nossa vida. Os israelitas nos dão amplas provas de que sinais tendem a gerar dependência, nos vicia. Existem muitos que não querem Deus, mas a benção de Deus. Estes fariseus (Mc 8.11), não querem a Deus, mas o mágico. Herodes também (Lc 23.8-9).

3. Porque, essencialmente. A fé não pode depender de sinais.
 A própria definição de fé aponta para isto (Hb 11.1). O encontro de Jesus com Didimo, este é censurado porque quer ver (Jo 20.26-29).
 Em Jo 4.48 nos é dito: "se porventura não vires sinais e prodígios, de modo nenhum crereis".
 Este desejo por sinais revela incredulidade. "Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte, algum sinal. Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adultera pede um sinaçl; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas” (Mt 12.38-39).

4. Porque o justo não vive pelo que vê, mas pelo que crê
 Hab 2.4 "O justo viverá pela fé".
 Rm 1.16-17 "O justo viverá pela fé".
 Lc 18.8 "porventura haverá fé na terra?"

5. Porque a história de Israel nos revela que, a despeito dos sinais claros de Deus diante do povo no deserto, os israelitas não responderam com adoração e amor, mas com mais exigências, medo e rebelião declarada.

6. Deus nos deu apenas um sinal conclusivo de sua divindade. O sinal de Jonas. Ele fala da sua ressurreição. Se este sinal não for bastante para você, nenhum outro sinal lhe será suficiente. Quando você crê neste sinal, que foi a vitoria de Cristo sobre a morte, todos os demais sinais são dispensáveis. “Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e tres noites no coração da terra”(Mt 12.40). Este é o sinal dado por Deus a nós. Se cremos na capacidade que ele teve de vencer a morte, todos os demais sinais sinais são relativos e frágeis.

Conclusão: A grande obra (Jo 6.28-29)
A. A benção suprema que Deus quer fazer é a doação de si mesmo. Nenhuma benção é garantida até o céu. Larry Crabb afirma que irmos em direção a Deus por causa das bençãos redunda em 4 enganos que trazem quatro conseqüências:
i. Gera confusão e pressão – “Por que não consegui o sucesso e o milagre que esperava?”. O pensamento linear diz:”O que você quer que eu faca para obter o que quero? É só dizer: eu faço!”
ii. Enfraquece nossa perspectiva de Deus – Se a vida cristã é benção, quando chegam as frustrações concluímos que não estamos vivendo como Deus quer. Por exemplo: “câncer é coisa do diabo”.
iii. A Humildade se torna uma técnica – Uma manobra para conseguir o que queremos. O Livro de Os. 6.3. “Vinde voltemos ao Senhor... Ele nos feriu e nos sarará...”Mas Deus responde: “É vosso amor é como o orvalho da manhã que cedo passa”.
iv. Desenvolvemos uma visão errada dos nossos problemas psicológicos. Satanizamos processos, culpamos a Deus, etc...
B. "Quem crer e for batizado, será salvo".C. O grande sinal é a vida de Jesus: "Nenhum sinal será dado, senão o do Jonas" (Lc 11.29). O Filho do homem é o sinal de Deus.
D. Jesus não quer ser milagreiro, atendendo a curiosos, mas deseja ser senhor de nossas vidas. Governa o nosso coração.
E. Dídimo: "por que viste, crestes? Bem aventurados os que não viram e creram".
F. Temos duas possibilidades na vida: Abandonar a Deus ou nos abandonarmos a Deus. Quando nos humilhamos o suficiente para deixá-lo dizer o que ele deveria estar fazendo em nossa vida.
Crab afirma:
“Não existe um relacionamento linear seguro entre a escolha de viver como cristão e a distribuição de bençãos dadas por Deus por nós nesta vida. Um padrão geral sim, mas não uma relação linear invariável de causa e efeito. Nada que fazemos garante as bençãos que desejamos. (pg. 175) ... “Existe, no entanto, relação linear entre a escolha de viver no antigo e no novo caminho. A vida no antigo nunca nos leva a comprazer com Deus, mas nos torna semelhantes a ele. Ele se preocupa em usar Deus e não conhece-lo. O caminho do antigo não inclui verdadeira adoração” (Pg 176).
Em que crer quando a vida se desmorona?
C. S. Lewis, conta a seguinte estória no seu livro “A cadeira de Prata”, 4º volume de Nárnia, narra o encontro de uma criança com um leão, que no livro, simboliza Jesus.
Suzana estava perdida numa floresta perigosa, caminhando com muita sede encontra um rio. Só que ali na margem do mesmo, encontra-se um grande leão que a convida a vir e beber da água do riacho.
-Você me promete que não fará nada comigo?
-Eu não prometo nada – disse o leão.
-Você come meninas?
-Já engoli meninos e meninas, homens e mulheres, reis e imperadores, cidades e reinos.
-Não tenho coragem de ir ai e beber, acho que tenho procurar outro rio.
E o leão calmamente responde:
-Não há outro rio.

A Fé essencial At 16.27-21

Introdução:Somos uma geração de pessoas místicas e esotéricas. Crer em Deus em nossa cultura não é nenhuma virtude. Com o advento da globalização então, os temas místicos penetram de forma avassaladora nas nossas casas. Não existe uma novela da TV Globo, atualmente, que não faça propaganda direta do espiritismo como coisa positiva. Somos uma geração crédula.
Milhares de pessoas lotam os estádios em busca de soluções rápidas a longos e graves problemas. A fé tem sido exposta como um produto de grandes vitrines e supermercados, e pessoas das mais diversas matizes filosóficas e ideologias, desenvolvem modelos doentios de procedimentos religiosos.
A Bíblia fala de uma fé que é essencial. E este texto vai nos descrever esta fé. Paulo e Silas encontram-se presos por falar de Jesus. Depois de terem sido espancados, um fenômeno acontece naquela cadeia. Um terremoto acontece, e os presos são libertos de suas cadeias. Quando o carcereiro percebe a gravidade da situação, pensa em suicidar, mas Paulo o exorta a não fazer isto, pois todos os presos estavam ainda ali. Diante desta situação, aquele homem faz uma pergunta essencial, que vai desembocar numa fé essencial. Ele faz a pergunta mais essencial da vida: “Que devo fazer para ser salvo?” (At. 16.31). Nada é mais importante e urgente que esta questão, porque ela tem implicações eternas. Faz a pergunta certa, à pessoa certa, na hora certa.

Por que esta fé é tão necessária?
1. Ela é essencial porque é eterna – Em Lc 18.18, o jovem rico pergunta: “Que farei para herdar a vida eterna?”. Jesus também indaga: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”. Todas as demais questões da vida são periféricas, quando comparadas a esta.
A resposta dos apóstolos é direta e simples: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”.
Que tipo de fé é esta? a)- Não é concordância intelectual –
 Tg 2.19.
 Lc 18.8 – “Quando o Filho do Homem voltar, porventura achará fé na terra?”.
b)- Não é convicção vaga sobre um ser supremo. Uma idéia de algo sobrenatural, místico ou esotérico.
c)- Não é fé temporal – Buscar milagres e curas em momentos de crise ou para resolver problemas familiares e existenciais, mesmo que sejam os mais legítimos. Esta fé significa confiar plenamente na obra de Cristo para sua salvação. Trata-se da fé salvadora. “Quem crê no Filho tem a vida, quem todavia se mantém rebelde contra o filho, sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Confiar que sua morte me traz salvação, que não preciso de outro intercessor e mediador.

2. Essencial por causa de seus efeitos – Quando recebemos Jesus em nossas vidas, ele penetra na história da família – At 16.31. A pergunta é singular, mas a resposta é plural. Deus não está interessado apenas na sua vida, mas na sua descendência, nos seus filhos.
Muitas falam de maldição hereditária, e poucos sobre benção hereditária. É que os temas relacionados ao diabo tem dado mais ibope que Deus. A Bíblia diz que quando cremos em Deus e somos redimidos pelo sangue do Cordeiro, ele nos “livra do fútil procedimento que nossos pais nos legaram” (1 Pe 1.18), afirma ainda que “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1), e que “aquele que está em Cristo é nova criatura, as coisas antigas se passaram, tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Quando nos convertemos, trazemos Deus para dentro de nossa casa. Muitas vezes o período de conversão é período de grandes lutas, porque o diabo, que controlava nossas famílias, não mais tem domínio sobre ela. Então surgem as provocações e tentações.
A Bíblia diz que o Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo sobre o povo de Deus traria implicações sobre nossas famílias. “Vossos velhos sonharão, vossos filhos terão visões”. Deus tem um projeto para nossa família. “Doutra sorte os vossos filhos seriam impuros, mas agora são santos” (1 Co 7.14). A presença de Jesus expulsa as trevas. Por isto Deus exorta o seu povo, quando está saindo do Egito, a entrar na casa e celebrar a páscoa, prefigurando a morte do cordeiro pascal, Jesus, que seria imolado muitos anos depois numa cruz.

Quando recebo Jesus, trago o seu governo para minha casa Isto é fonte de proteção (At 16.31). Serás salvo tu e tua casa.
Quando recebo Jesus, trago a palavra de Deus para minha casa – Isto é fonte de orientação. “E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos de sua casa” (At 16.32).
Quando recebo Jesus trago solidariedade para minha família – O carcereiro tinha uma profissão que exigia que o cara fosse durão e impiedoso. Agora o vemos sendo solidário. A presença de Jesus muda os paradigmas da família. “Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites... então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa” (At 16.32,33)
 Quando recebo Jesus abro os possibilidades de incluir meus filhos na vocação divina – “A seguir, foi ele batizado, e todos os seus”. (At 16.33). é a benção de Deus chegando à família. Não mais rituais pagãos para consagrar os filhos para demônios, mas o ritual bíblico do batismo entendendo que os mesmos foram incluídos no pacto para o qual a família foi chamada. Esta mesma realidade acontece com Lídia, que logo após sua conversão, chamou seus filhos e os batizou. “Depois de ter sido batizada, ela e toda sua casa” (At 16.15). Nada de deixar os filhos fora do chamado que inclui nossa família. É a compreensão da promessa generacional que Deus fez ao povo do pacto, no Antigo Testamento. “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus... farei com eles aliança eterna... para o seu bem e bem de seus filhos” (Jr 32.38-40).
Quando recebo Jesus trago alegria para minha casa – Não mais opressão e violência, mas solidariedade, hospitalidade, cura, aceitação. (At 16.34). quando Lidia se converte a Jesus, esta dimensão da graça se manifesta também na sua família. “Entrai em minha casa, e aí ficai” (At 16.15). Depois de terem sido espancados, Paulo e Silas se dirigem à casa do torturador, para serem tratados. Isto é o que faz o Evangelho quando entra em nosso lar.

Conclusão:
Precisamos de uma fé que nos coloque no lugar certo, para fazer a coisa certa. Você não gostaria de hoje também colocar sua vida diante desta realidade maravilhosa?