segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Mc 4.35-41 Quando Deus parece dormir

 


sábado, 4 de outubro de 2025

Rm 8.12-17 Nossa identidade em Cristo

 


segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Mc 5.18-20 Vai para tua casa!

 


sábado, 27 de setembro de 2025

Rm 7.14-25 A Entropia espiritual

 




 

"Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas segundo a carne, da lei do pecado" (Rm 7.24-25).

 

Einstein defendeu uma famosa lei chamada da 2a Lei da termodinâmica, que afirmava que todas as coisas entregues a si mesmas, tendem à decadência. É a famosa lei da entropia, que seria um "Progresso" para a destruição! Como afirma o Dr. Mario Bruno Sproviero, segundo ele, "a lei da entropia mina a idéia da história como progresso. A lei da entropia destrói a idéia de que a ciência e a tecnologia criam um mundo mais ordenado". [1]Uma matéria entregue a si mesma, tende à desorganização e não à ordem!

 

Esta lei da física é importante. Ela se opõe diretamente à ideia do evolucionismo, fundamentado na geração espontânea desenvolvida por Darwin, que entendia que a matéria e a complexidade dos seres vivos como temos hoje, se deu por uma orientação cega, que organizou o caos. Percebem que a lei da entropia se contrapõe à teoria da evolução? Somos bombardeados por uma teoria, uma hipótese e nossos professores querem sempre nos fazer aceitar a ideia de que tal suposição é verdadeira, quando ela é ainda hipotética, isto é, não provada. Você tem que fazer tanto esforço para crer na teoria da evolução quanto no design inteligente, que afirma que a matéria e a criação foram criadas por uma inteligência e um ser superior.

 

A decadência não está apenas na lei física, mas nos atinge também no campo moral.

 

Compre um carro novo e logo ele é um velho carro. Tudo tende à decadência. Compre um novo computador e em três anos ele está out of date. Recentemente estava mostrando o meu Iphone 8, que só tinha 8 anos de existência, e as pessoas do meu lado começaram a dizer: “é melhor você trocar logo seu celular, pastor, porque ele já não permite que você baixe alguns aplicativos.” Tudo tende a obsolescência. A tecnologia rapidamente começa a dar problemas e a travar.

 

Compre uma casa e eventualmente você precisará de pinta-lá e fazer reparos. Sempre precisará de reformas e cuidados. Consertar um cano, corrigir um vazamento no telhado, reparar alguma coisa quebrada. O mesmo se dá em nossa vida espiritual. As coisas tendem a decadência. A nossa natureza pecaminosa está sempre acenando e exercendo força em nós. Precisamos estar sempre voltando à mensagem do Evangelho para receber as boas novas em nossas vidas, do contrário, a decadência se manifesta.

 

Paulo termina o capítulo 7, que lemos, clamando em voz alta: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?". Se esta força do pecado (singular) age em mim quase como uma entidade, como quebrar o seu efeito, como desfazer a ação desta força intrínseca em minha alma? Como gostava de afirmar D. Jalma Wilding: “Quando eu sou boa, eu sou mais ou menos, quando eu sou ruim, eu sou ótima!”

 

Francis Schaeffer inicia um de seus livros “O que aconteceu com a raça humana?”, fazendo um sinistro panorama da realidade humana. "Eventos inimagináveis tem acontecido em nosso mundo de hoje. O que era impensável, hoje é uma realidade, e de fato tem acontecido"[2].  E passa à descrição dos fatos, narrando eventos assustadores.

 

Basta olhar o jornal de hoje para vermos como a questão da entropia de Einstein tem correlação com a entropia espiritual

 

  • Em 1982, cerca de 1.6 milhões de crianças foram assassinadas ainda no ventre de suas mães, somente na América;

 

  • Um padrasto estuprou a enteada de 9 anos que se engravidou de gêmeos e isto gerou todo um debate sobre o assunto (01/03/09). O padrasto da menina foi preso no dia 26 de fevereiro em Alagoinhas (PE), onde a família vivia, quando se preparava para fugir para a Bahia. Ele seria o pai dos gêmeos que ela está esperando. Segundo a polícia, a menina sofria violência sexual desde os 6 anos. O padrasto também é suspeito de abusar da enteada mais velha, uma adolescente de 14 anos. 

 

  • Em Setembro de 2025 identificaram um serial killer na cidade de Rio Verde, que se vestia de gari, e matava mulheres indefessas na madrugada. Pelo menos três destas vítimas já foram identificadas, mas estima-se que exista um número bem maior de pessoas. Ele veio fugido da Bahia quando começaram a suspeitar de algumas de suas práticas criminosas por lá.  

 

  • Cada dia que passa, temos visto a desvalorização do ser humano numa escala massiva. Mais e mais absurdos grotescos acontecem diariamente. A maldade tem se assumido formas sofisticadas: câmaras de tortura, arsenal de guerra nuclear, armas químicas, sistema econômico perverso, sistema judicial iniquo. Recentemente um vídeo sobre a adultização das crianças viralizou. O que este vídeo fez foi mostrar aquilo que já percebíamos. A erotização de nossos filhos por meio das mídias sociais que leva nossas crianças a comportamentos bizarros cada vez mais precoce, muitas vezes com a anuência e incentivo dos pais e da família.

 

Isto não deveria nos surpreender, afinal, O Evangelho não nos ensina a bondade inerente na raça humana, pelo contrário, afirma a decadência do coração humano, que é tentativa a autogratificação e a autossatisfação. Stott[3] analisa a visão de Jesus sobre a depravação humana, da seguinte forma:

 

  1. Extensão universal do mal – Jesus não enxergava apenas um determinado segmento degradado da sociedade, pelo contrário, muitas vezes estava lidando com respeitáveis membros da sociedade como os fariseus e escribas. Não adianta mudar o nível social. Tanto a classe baixa quanto a alta é perversa, marcada por violência, abuso e exploração: Corrupção, pedofilia, máfia no Congresso, luta pelo domínio e controle entre os três poderes, a manipulação das notícias pelos canais oficiais e não oficiais. Povos antigos e novos: Os incas e maias, nações violentas, nações modernas, holocausto, etc.

 

  1. A natureza autocentrada do mal no homem – Jesus descreve em Marcos 7.14-15,21-23, que por ter a natureza egoísta, o homem fere a Deus e aos homens. O coração do homem é propenso ao mal: De dentro do homem procede toda sorte de maldade.

 

  1. A natureza do mal encontra-se no seu interior – Jesus afirma que o mal estava dentro do homem, não era resultante primariamente de um ambiente degradante ou de uma educação falha, antes tinha a ver com o coração. "Do coração é que procedem os maus pensamentos." Mc 7.21 Não é problema de sistema, ainda que o pecado possua uma dimensão social, estrutural e corporativo, mas o problema são os homens que geram os sistemas. A diferença entre o capitalismo é uma só: “No capitalismo o homem explora o homem, no capitalismo é o contrário.” (Schaeffer)

 

  1. A maldade humana degrada o homem – Jesus afirma que por esta razão os homens se tornam imundos na sua ética. A decadência humana é interna e moral. “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21,23)

 

No texto lido acima, Paulo focaliza na sua própria experiência. Corremos o risco de falarmos do mal como algo fora de nós mesmos, mas Paulo é bem realista em relação à sua própria condição. O evangelho leva-nos a considerar que nós não apenas fazemos coisas pecaminosas, mas temos uma natureza pecaminosa. Não é apenas uma questão de fazer coisas erradas, não é um acidente de percurso, mas reflete a natureza humana. “Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos por que somos pecadores.” O coração do problema é o problema do coração.” Nossa natureza moral é falha. Paulo reconhece isto em si mesmo: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Existe algo intrinsecamente errado no meu coração. É natureza falida. Infectada por um vírus letal. “Eu nasci em pecado e em pecado me concebeu minha mãe.”

 

Você já esteve numa situação na qual você gostaria de fazer a coisa certa, mas acabou fazendo tudo errado? Quantas vezes você já tomou nossas resoluções na vida, de fazer (ou não fazer) determinada coisa, e depois perceber que você fez exatamente o oposto que desejava?

 

Vivemos a mesma tensão de Pilatos. Racionalmente concordamos com o que é correto, mas falhamos em fazer as coisas que são corretas. Pilatos sabia o que era correto fazer, ele fez o diagnóstico certo, sua esposa o advertiu sobre o risco de fazer as coisas para agradar homens, mas apesar de tudo ele fez o que era errado e condenou uma pessoa que ele mesmo havia absolvido, ao declarar: “Não vejo nele crime algum.”

 

Neste texto Paulo fala de “pecado”. Observe que ele está falando no singular. Não são “pecados”, manifestações externas e ética. Neste texto inspirado por Deus, somos levados a considerar que existe um fator predisponente no nosso coração, que precisa constantemente de reavaliação, confissão e arrependimento. Precisamos entrar em contato com nosso mal, e isto não é algo que gostamos de fazer, mas algo que precisamos fazer. Seu problema é bem mais sério. Não se trata apenas do que você faz: “pecados” ou atitude pecaminosa, mas daquilo que você é: “pecado”, ou natureza caída.

 

Calvino usa o termo "depravação total", para descrever a corrupção inerente a natureza humana. Pecado afeta todo aspecto do nosso ser: corpo, alma, mente, vontade. Não há vestígio de uma "ilha de justiça" (Sproul) que escape da queda. Sproul prefere o termo "corrupção radical", uma vez que o termo "radical" vem de radix, palavra latina que significa raiz. Pecado atinge a essência da raça humana, não é algo tangencial nem periférico, mas está no centro de meu ser. Vem do coração.

 

Paulo percebe a terrível tensão em sua própria vida. Ele sabe o que é bom, mas a despeito disto, não consegue fazer o que é bom. Paulo quer viver de outra forma, mas não consegue. O pecado está sempre trazendo-o para baixo.

 

Que antídoto pode ser aplicado para quebrar o efeito tão violento e degenerativo que corre no meu sangue? A resposta é: A obra da cruz. Quando pastores pregam autoajuda, além de estarem negando o evangelho, dão esperanças falsas. Colocam a esperança na capacidade dos homens em fazer as coisas certas por escolhas morais, entretanto, como bem advertiu Lutero, e foi o tema de seu primeiro livro no qual ele fala da “escravidão da vontade.” Nossa vontade é cativa da força do pecado que habita em nós. “O bem que eu quero fazer eu não faço, mas o mal que eu detesto, este se apega a mim.”

 

Em meio ao desespero, Paulo conclui sua mensagem com as boas novas:

"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas segundo a carne, da lei do pecado" (Rm 7.24-25).

 

Paulo deixa de olhar para si, e compreende a graça e o poder do Evangelho. Apenas a obra de Cristo pode neutralizar a violenta força do pecado. Quando o sangue de Cristo é aplicado em nós, o pecado continua sendo um agente poderoso, mas não tem o poder e domínio de outrora. Em Rm 8.3 ele diz que "o que fora impossível pela lei", isto fez Jesus por meio de seu sangue. O Evangelho, portanto, não fala de um novo código moral, nem de uma ética nova, mas de um novo poder. O Evangelho é o poder de Deus (Rm 1.16).

 

Um antigo hino diz:

Do teu pecado te queres livrar?
Seu sangue tem poder, sim tem poder
Almejas tu do maligno escapar?
Seu sangue tem este poder

Há poder, sim, força sem igual!
Só no sangue de Jesus
Há poder, sim, prova-o pecador
Oh! Aceita o dom de Jesus

Os códigos morais estão enfermos por causa de nossa natureza carnal. A nossa carne, inoculada por este veneno que é o pecado na raiz de nosso ser, precisa do poderoso antídoto que foi providenciado por Jesus. Por isto ele diz: "Graças a Deus por Jesus!"

 

Um exemplo disto pode ser encontrado na natureza. A lei da gravidade afirma que todo objeto mais pesado que o ar será atraído inexoravelmente para o centro da terra. A gravidade puxa para baixo todo elemento mais pesado que ele mesmo. Entretanto, o avião, muitas vezes mais pesado que o ar, consegue voar, decolar, planar. O que acontece com a lei da gravidade, ela por acaso teria deixado de existir?

 

Obviamente não. Existe uma outra lei que quebra ou neutraliza a gravidade. É a lei do impulso ou da propulsão. Quando o avião atinge uma determinada velocidade, associada à sua aerodinâmica, ele se torna mais leve que o ar. A gravidade puxa para baixo, mas a propulsão o mantém acima desta força.

 

O mesmo se dá na nossa vida espiritual. A força da carne continuará agindo, e nossos esforços são nulos para quebrar sua eficácia, a menos que outra força aja e interaja em nós. Esforços humanos, automotivação, decisões novas, são ineficientes. A lei está enferma (Rm 8.3), por causa da carne, isto é, pela incapacidade do homem de romper com este círculo gravitacional em torno do pecado. Nossa carne estraga tudo, não é a lei que tem problema, é a nossa natureza humana que tem problema.

 

O Evangelho nos convida a desistirmos de nós mesmos e colocarmos nossa confiança na obra plena, suficiente e completa de Cristo, que desfaz o poder e a eficácia da força do pecado. A menos que Deus mude a disposição de meu coração, o que opera é a carne. O pecador sempre resiste a Deus, ele é rebelde à sua lei. Paulo diz: "vejo na minha carne algo operando contra a lei de Deus", e por isto ele sabe que precisa tanto da obra de Deus em sua vida.

 

Precisamos render nossa vida a Jesus. Vida cristã é Deus agindo em nós pelo Espírito Santo. O evangelho não fala do homem realizando, mas de Deus fazendo em nós. Paulo afirma: “Porque é Deus quem realiza em vós tanto o querer como o realizar.” (Fp 2.13) Nossa vontade e ação, dependem da força do Espírito Santo agindo em nossa vida. O Evangelho não é sobre você, sua competência, sua moral, sua espiritualidade, mas sobre o que Deus faz.

 

Quando desisto de mim mesmo e transfiro minha condição plena para Jesus acontece o milagre: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. O evangelho é Deus fazendo em nós. O que fora impossível à carne (Rm 8.3), isto fez Deus, enviando-nos seu filho: Novo poder, nova força, nova compreensão e motivação, nova energia.

 

A Cruzada estudantil, que foi um movimento importante para estudantes universitários na década de 80 e 90, falava como a vida no Espírito Santo se torna efetiva. É necessário respirar e expirar. Menos de mim, mais de Jesus. Quanto mais me esvazio de mim mesmo, e abro espaço para o Espírito, maior será a vitória espiritual. “Não é por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6), como somos advertidos no livro de Zacarias.

 

O segredo é Deus em nós. Por isto nossa vida deve ser vivida pela ação do Espírito Santo. É vida no Espírito. Não olho a natureza como recurso e possibilidade, mas olho para cruz como meu recurso. Não olho para minha competência moral ou espiritual como possibilidade, Seu poder e sua vida sendo transferidos para minha vida.

 

Um famoso evangelista canadense ao ler Romanos 7 assim escreveu:

“O som de Romanos 7 poucas vezes é ouvido hoje em dia. É bom ouvi-lo de novo. O dia em que fui libertado da lei foi um dia de céu na terra. Depois de ser cristão vários anos, ainda dava o meu melhor para agradar a Deus, mas, quanto mais tentativas fazia, tanto mais fracassava. Considerava Deus o ser mais exigente do universo, e considerava-me incapaz de cumprir o menor de seus mandamentos. Certo dia, enquanto lia Romanos 7, de repente a luz se derramou sobre mim, e percebi que fora libertado, não só do pecado, mas também da lei. Pulei de alegria ao descobrir esta maravilhosa verdade.”

 

As exigências de Deus não foram alteradas, mas não somos nós quem vai enfrentá-las. Ele faz as leis e também as satisfaz. Deus deseja nos ensinar que não podemos fazer nada e, enquanto não reconhecermos plenamente esta verdade, não cessarão nossas decepções e desilusões.

 

Você ainda deseja ter o controle? Em outras palavras, você ainda não é fraco o suficiente. Quando você for reduzido à fraqueza completa e estiver persuadido que não consegue fazer absolutamente nada, então Deus fará tudo. “Senhor, sou incapaz de fazer alguma coisa para ti, mas confio que farás tudo em mim”.

 

Quando uma pessoa está se afogando, o resgate pode ser muito complicado, porque ela não para de se debater. Se você tentar se aproximar de uma pessoa nesta condição, existe a grande possibilidade de que ela te arraste para o fundo e ambos morram afogados. A pessoa não pode ser resgatada, senão quando ficar completamente exausta e deixe de fazer esforço para se salvar. Sua salvação deve vir de algum agente externo. O mesmo se dá na nossa caminhada espiritual. É Deus quem faz! Precisamos apenas deixar que ele faça, e nos rendermos ao seu Espírito.

 

A carne de nada aproveita, Deus já a condenou à morte! Neste texto lemos: “(miserável) desventurado homem que sou, quem me livrará o corpo desta morte?” Quando olha para si mesmo Paulo se desespera. A natureza pecaminosa está ativa. Se formos honestos e sinceros veremos como esta linha do desespero age poderosamente em nós.

 

Cada uma de nossas tentativas de fazer a vontade de Deus é uma negação da sua obra na cruz e falta de compreensão de que nossa suficiência vem dele. Não podemos pensar qualquer coisa como se partisse de nós.

 

Por isto conclui Paulo: “Graças, a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Rm 7.25) Agora Paulo coloca seu olhar no lugar certo. Até então estava procurando vitória dentro de si mesmo, mas o que encontrou foi o desespero, a compreensão de seu fracasso. Agora ele tira o olho de si mesmo e o coloca para fora de si, para o seu Salvador. As palavras do profeta Isaias se aplicam perfeitamente a nós: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Is 45.22).

 

Lutero descobriu que “A justiça de Deus não é algo que ele requer, mas é algo que Ele próprio nos concede.” Lutero certa vez afirmou: “Quando olho para mim, sei que é impossível me salvar; mas quando olho para Cristo, reconheço que é impossível que eu me perca”. Dois séculos depois, John Wesley (Londres, 1703-1791), também entendeu que “Esta doutrina significava o fim de qualquer ilusão a nosso próprio respeito (Bondade, boas obras, moralidade, esforços). Não preciso fazer nada para minha salvação, apenas descansar na sua justiça. Existe apenas uma espécie de justiça que agrada a Deus, e esta era a justiça perfeita criada por Jesus.” Esta compreensão mudou completamente a vida de John Wesley. O evangelho nos convida a não continuar operando com nosso próprio esforço, toda sua expectativa deve estar em Cristo e no poder da sua ressurreição.

 

Por isto Paulo fala em Fp 3.10: “Quero ser encontrado em Cristo, não tendo justiça própria, senão a justiça de Deus, que procede de Jesus”.

 

A entropia espiritual me diz que se eu for entregue a mim mesmo: Meus desejos, sonhos e vontade. O resultado será decadência e degradação, mas se eu fizer mortificar minha carne e for crucificado na cruz, o resultado é vida e poder.

 

Em Cristo, a nova natureza de Deus se estabelece.

"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas segundo a carne, da lei do pecado." (Rm 7.24-25)



[1] http://www.hottopos.com.br/regeq8/mario.htm

[2] Schaeffer, Francis – Whatever happened to the human race? Westchester, Illinois, Crosway books, 1986, pg IX e X.

[3] Sttot, John R. W. – The contemporary Christian, Intervarsity press, Illinois, IVP, 1992, pg 41