Rebeca aniversariou esta semana. Ela tem apenas cinco anos. Domingo passado eu a elogiei por causa da roupa que estava usando... tudo combinado, charmosa. Quando sua mãe ouviu ela me disse: “foi ela quem escolheu. Todos os dias, quando ela acorda, ela vai no guarda-roupa e escolhe o que quer usar. ela mesma decide que roupa usar.”
Como foi o seu processo de escolher a roupa para sair de casa hoje? Crise? Olhou várias roupas e não sabia qual seria a melhor? Se sentiu gorda, mal-humorada? Todos os dias precisamos decidir que roupa será mais adequada para usar. Algumas vezes temos encontros importantes, outras vezes queremos ficar em casa com sandália nos pés. Determinados ambientes exigem de nós um tipo de roupa e é muito ruim sentir-se inadequado com a roupa que vestimos. Às vezes o ambiente é sofisticado e estamos vestidos de roupas simples, isto pode gerar certo embaraço.
Este texto nos fala da necessidade de nos vestirmos com a roupagem digna de alguém que anda como discípulo de Cristo. Qual roupa você vai usar hoje? Muitas vezes vestimos uma roupa de irritabilidade, mau humor, amargura. Como você se levanta de manhã?
Alguns têm grande dificuldade para levantar da cama. Alguns conseguem pular da cama com os olhos brilhantes, prontos para enfrentar o dia, mas outros se arrastam por algum tempo precisando de uma xícara de café. Eu nunca fui uma pessoa animada para acordar. Depois que eu acordo, eu levo 30 minutos para acordar. Minha esposa, ao contrário, acorda animada, pronta... Ela costumava conversar comigo quando eu pulava da cama, mas já aprendeu que não adianta me dizer nada antes que eu realmente acorde. Albert Einstein disse uma vez: "O problema com a velocidade da luz é que ela chega muito cedo de manhã!" Certo pregador batista do sul em Atlanta afirmou jocosamente diante de um grupo de pastores: "Eu nem acredito em Deus antes das 10:30 da manhã!"
Não importa a que horas você se levanta, a Palavra de Deus afirma: "vistam-se!". Quando você se levantar, vista deliberadamente essas qualidades de vida. A razão é clara: Você é um novo homem, uma nova mulher em Cristo, portanto, precisa começar a viver dessa maneira, usar esta roupagem que os discípulos de Cristo precisam usar. Então faça isso!
O capítulo 3 de Colossenses mostra nos primeiros versículos as evidências da conversão. Ao chegar no vs 12, faz uma transição da conversão para a santificação. A palavra de Deus fala de pelo menos três características daqueles que estão caminhando com Cristo:
1. Uma agenda voltada para o reino de Deus - “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra.” (Col 3.2)
Pergunte no seu coração: Na minha dinâmica de vida, eu deixo espaço para Deus? Onde está o seu prazer? O que que empolga você? O que que traz brilho aos seus olhos? Onde está o seu tesouro? Como o seu tempo e dinheiro são administrados? Eles envolvem o reino de Deus? Para onde você direciona os seus pensamentos? Você considera coisas eternas ou apenas aquilo que é efêmero e passageiro?
2. Faça morrer a sua natureza terrena: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena, prostituição e pureza, paixão massiva, desejo maligno e avareza que é idolatria por estas coisas que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência, ora nessas mesmas coisas andastes, vós também no outro tempo vivieis nelas.” (Col 3.5)
É fundamental "despir-se do velho homem". Aprenda a reconhecer as características da vida velha: a carne egocêntrica, amante do louvor e orgulhosa que existe em cada um de nós precisa morrer. Velhos hábitos são resistentes e duros de morrer. É necessário lutar contra eles, para que percam o poder sobre nossas vidas.
Veja o que a Palavra diz: "Portanto, façam morrer tudo o que pertence à sua natureza terrena." Trate sua velha natureza como se tivesse morrido para ela. Esse é o argumento de Paulo em Romanos 6: "Considerem-se mortos, de fato, para o pecado." E isto só é possível porque Deus nos deu o seu Espírito Santo para obter vitória sobre as inclinações da carne e dos pensamentos, que contrários ao desejo de Deus para nossa vida.
É necessário fazer morrer os desejos da terra. Este é o segundo sinal de uma pessoa convertida. Você sabe como uma pessoa é convertida quando a vê lutando contra suas velhas inclinações. Quando a pessoa se converte, sua velha natureza terrena não deixa de existir. Mas quando o Espírito Santo está trabalhando na sua vida, Ele começa a inclinar sua vida em direção as coisas que agradam a Deus. A velha natureza ainda fica. É necessário tirar sua força. Existe uma guerra civil entre a carne e o espírito.
O que é fazer morrer a natureza terrena? Você tem esse poder?
Ao longo da história do cristianismo, diversos grupos e indivíduos defenderam a ideia de que seria possível viver sem pecar após a conversão ou alcançar um estado de perfeição nesta vida. No entanto, essa visão é minoritária e diverge da compreensão teológica predominante em muitas tradições cristãs.
Um dos grupos historicamente associados a essa crença foram os perfeccionistas dentro do movimento metodista, especialmente influenciados pelos ensinamentos de John Wesley. Wesley acreditava na possibilidade de alcançar a "perfeição cristã", um estado de amor puro a Deus e ao próximo, que implicava a ausência de pecado consciente e intencional. Outros grupos e movimentos que, em diferentes graus e interpretações, defenderam a possibilidade de viver sem pecar incluem o Montanismo (Séc. II) que com rigor moral extremo acreditava que os "espirituais" poderiam alcançar um nível de santidade que os tornaria livres do pecado. O Donatismo (Séc. IV) que defendiam um padrão de santidade muito elevado, implicando uma vida sem pecado grave após o batismo e alguns grupos anabatistas radicais durante a Reforma que acreditavam na ausência de pecado na vida dos verdadeiros crentes.
O apóstolo João afirma que “aquele que diz que não tem pecado”, enfrenta problemas pois é mentiroso e está enganando a si mesmo: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1 Jo 1.8) Quanto mais você se aproxima de Deus, mais consciência de pecado você tem. Contudo, na medida em que você caminha em direção a Deus, você vai dizendo não a certos aspectos pecaminosos como “imoralidade, impureza e lascívia”. É uma guerra diária, continua, constante, e todos nós sabemos dessa luta,
3. Terceira marca de uma pessoa convertida - “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados.” (Col 3.10). Negativo e positivo. Primeiro você faz morrer a sua natureza terrena, segundo, se reveste do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento segundo a imagem daquele que o criou.
Não apenas morrer para a natureza terrena, mas é preciso se revestir do novo homem. Dizer não ao pecado, e sim ao Espírito Santo. Negativo e positivo. É exatamente esse equilíbrio que se trata de santificação que é a evidência da verdadeira conversão.
Há uma qualidade negativa de vida, que precede a positiva. Devemos rejeitar o apelo que vem tão facilmente de nossa experiência passada. Estes impulsos ainda nos assombram porque assumiram condicionamentos psicológicos, padrões cerebrais e programação passada. Ainda, com facilidade, reproduzimos em nossas mentes os velhos filmes do passado. Como um software rodando em nossa mente. Por isto, ao começar seu dia, inicie deixando de lado as velhas reações e vista-se, deliberadamente, em seu pensamento, dessas sete qualidades que refletem a vida e o temperamento de Jesus e que serão descritas adiante neste texto.
A partir do vs. 12, o apóstolo Paulo fala da roupagem que precisamos. Pense num guarda-roupa com cabides pendurados. Cada virtude que este texto descreve é uma indumentária que você precisa vestir. Curiosamente, toda esta virtude tem a ver com as relações pessoais. Não se mencionam virtudes como a eficiência, inteligência, nem sequer a diligência. As grandes virtudes cristãs são as que dominam as relações humanas. O cristianismo se expressa comunitariamente.
Antes de começar a estudar a lista em detalhe devemos advertir duas coisas significativas. Paulo começa dirigindo-se aos colossenses como os escolhidos de Deus, santos e amados. Cada uma destas três palavras correspondia originariamente aos judeus. Eles eram o povo escolhido, a nação santa e consagrada (hagios), eles eram os amados de Deus. Paulo toma estas três importantes palavras que eram referentes a Israel, para aplicá-las aos gentios. Desta maneira mostra que o amor e a graça de Deus chegaram aos limites da terra: Na economia de Deus já não existe a cláusula de "nação mais favorecida".
A partir do vs 12, ele vai descrever que tipo de roupagem o cristão deve vestir. São sete virtudes: "Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de ternos afetos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e longanimidade. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que vocês tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor os perdoou." (Col 3.12-13)
Todas virtudes horizontais. São as roupagens que os eleitos, santos e amados devem vestir. Não adianta falar aleluia e glória a Deus, nem tremer a voz se tratamos com grosseria o irmão ao lado e somos agressivos, rudes e grossos em casa. A santificação é demonstrada dentro de casa e nos relacionamentos com as outras pessoas.
O apóstolo escreveu em termos de despir e vestir roupas. Isso sugere que deve ser feito todas as manhãs. Como povo escolhido de Deus, devemos vestir diariamente essas qualidades que refletem o caráter de Jesus. Quando você se levantar, comece vestindo essas qualidades próprias dos filhos de Deus, vista-se desta nova roupagem. Você é um novo homem, uma nova mulher; portanto, viva dessa forma!
1. “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia.” Paulo começa a roupagem da misericórdia. A palavra “ternos”, originalmente tem a ver com as entranhas. Inclusive, algumas traduções traduzem esta frase como “entranhados afetos de Deus.”
Os antigos acreditavam que as emoções se originavam nas entranhas. A sociedade ocidental não pensa assim, embora chegue perto disso quando diz: "Eu tenho um pressentimento." Esta impressão não é deduzida pela lógica, mas pelas “vísceras”. Um movimento profundo da alma.
Se havia algo que o mundo antigo precisava era misericórdia. O sofrimento dos animais não significava nada para o mundo antigo. Os aleijados e doentes eram simplesmente eliminados. Não havia sistema previdenciário para os idosos. O trato com pessoas com deficiências mentais era sem piedade e desumano. O cristianismo trouxe para este mundo — e ainda continua trazendo — uma misericórdia crescente. Não é muito dizer que tudo o que se chegou a fazer pelos anciãos, pelos doentes, pelos física e mentalmente fracos, pelos animais, pelas crianças e pelas mulheres, foi sob a inspiração do cristianismo.
Precisamos entender o que significa “ternos afetos de misericórdia.” É um sentimento profundo de simpatia, de empatia.
2. Revistam-se de bondade: “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade...” Devemos nos vestir de misericórdia e bondade ao longo do dia.
Quando você for à mesa do café da manhã, aja com misericórdia por aquela criatura que acorda aos berros antes de você sequer pensar em acordar, ou ao ver seu esposo, arrastando-se pela cozinha com seus chinelos velhos. Veja com bondade o seu parceiro que acorda agarrado no celular como se algo terrível fosse acontecer caso ele não ouça as mensagens e veja todos os posts no Instagram. Vista uma roupagem marcada pela bondade. Gentileza gera gentileza.
Muitos séculos atrás, um certo jovem de um ambiente rural foi morar em uma cidade grande e se envolveu com uma turma pesada. Ele viveu uma vida selvagem e dissoluta, e as coisas pecaminosas quase o destruíram. Mas ele ouviu um pregador e embora não apreciasse particularmente sua pregação, ficou impressionado com ele. Ele foi ouvi-lo novamente, aquele pregador o levou a Cristo. Aquele jovem se tornou famoso como o Santo Agostinho. Posteriormente ele escreveu sobre este homem, Ambrósio, pároco da catedral de Milão: "Comecei a amá-lo, não a princípio como um mestre da verdade, que eu tinha medo de encontrar na igreja, mas como alguém que mostrou tanta gentileza comigo, apesar de sua importância e distinção social". Que porta aberta para a gentileza ele pode ser!
3. Revistam-se de humildade: “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade, e de humildade...”
A terceira roupa é a da humildade. A principal virtude cristã é a humildade porque é o exato oposto do pior dos pecados, que é o orgulho. John Stott a chama de "a mais rara e bela de todas as virtudes cristãs"
Devemos nos vestir humildade, pensar humildemente sobre nós mesmos, "considerar os outros como melhores do que nós mesmos". Não devemos nos considerar de forma alguma superior ao outro. Um provérbio moderno afirma: “todos nós somos feitos no mesmo molde, embora alguns sejam mais mofados que outros!"
4. Mansidão - “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade, e de humildade, mansidão...” (Col 3.12)
A quarta qualidade é "mansidão". Não fraqueza, mansidão! Gosto da definição que diz que mansidão é "força sob controle". É força real, mas não precisa se exibir ou mostrar o quão forte é. Foi isso que nosso Senhor demonstrou. Ele se descreveu como "manso e humilde de coração". Esta palavra era originalmente usada para animais bravios que eram domesticados e se tornavam úteis.
É esta roupa que devemos usar à medida que avançamos. mansidão é a disposição de renunciar aos próprios direitos por uma boa causa. Deixe de lado seus direitos! Pelo bem de uma boa causa, esteja disposto a sofrer perdas. Mansidão é exatamente o oposto de grosseria e agressividade.
5. Longanimidade - “Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Col 3.12)
A quinta qualidade é "longanimidade". Literalmente, tolerância à conduta exasperante de outra pessoa sem entrar em fúria. É conter-se, não ficar chateado ou falar de forma ríspida ou estridente com alguém. É um termo que eventualmente é traduzido por paciência. No grego, o termo “makrothumia”, literalmente significa, colocar a ira longe. É o contrário do “pavio curto”, que sempre está pronto a explodir.
6. “Suportai-vos uns aos outros" – “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente.” (Col 3.13)
O que é suportar um irmão? Muitas vezes pensamos: “Tenho que suportar esse irmão. É dose, mas eu tenho que suportar. Fazer o que, né?” Será que Paulo está querendo ensinar isto? Não! Suportar o irmão é servir de apoio, de suporte. Literalmente, é "apoiar" alguém. Não apenas se conter, (colocar a ira longe), mas apoiar outros, encorajar. É uma grande qualidade cristã.
7. Perdoai-vos – “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.” (Col 3.13)
A última qualidade, deliberadamente colocada é "perdoar uns aos outros como o Senhor vos perdoou."
Que coisa maravilhosa é o perdão! Perdão não significa deixar de expressar uma queixa que sentirmos. As Escrituras nos ensinam que se temos algo contra outro devemos ir até ele e confrontar em amor. Não temos que reprimir todo sentimento de injustiça ou deslealdade que sentimos. Devemos dizer como nos sentimos, mas, tendo feito isso e tendo colocado para fora, esqueça. Perdoe.
Nosso modelo é o tratamento de Cristo para conosco. Foi isso que ele fez. Ele perdoou os pensamentos e atitudes blasfemas, os pecados graves e dolorosos que cometemos. O Antigo Testamento nos diz que ele "lança nossas transgressões nas profundezas do mar". E Corrie Ten Boom costumava dizer, que ele colocou uma placa dizendo: "É proibido pescar".
É útil lembrar que perdão significa pelo menos três coisas.
A. Não devemos trazer à pessoa a quem perdoamos o que perdoamos. Devemos tratá-la como se não tivesse acontecido.
Não devemos importuná-la constantemente com lembretes das coisas erradas do passado. Alguns casamentos tropeçam muito neste ponto porque os parceiros não apenas ficam histéricos, eles ficam históricos! Eles voltam ao passado, prontos para trazê-lo à tona e refazê-lo mais uma vez. Isso mostra que nunca foi verdadeiramente perdoado. Deus não faz isso. Quão terrível seria se ele fizesse, se tivéssemos que enfrentar constantemente lembretes dele das coisas horríveis do nosso passado!
B. Não devemos contar a ninguém sobre o assunto que foi perdoado.
Não fofocamos sobre isso para os outros. Não é que realmente o apagamos da memória, podemos pensar nisso de vez em quando, mas não devemos nos deter nisso. Não devemos permitir que a ofensa e afronta nos fira novamente, ou desperte sentimentos de ressentimento e injustiça e repita tudo de novo. Podemos perdoar porque fomos perdoados. Vamos nos lembrar de quão graciosamente Deus deixou de lado nossas próprias falhas.
C. Não lembrar do que foi perdoado!
Mesmo em seus pensamentos privados, nunca permita que a ofensa venha à tona e influencie sua atitude em relação àquele que você perdoou. Se ela vier à tona, você deve colocá-la de lado e lembrar a si mesmo que você também precisa ser perdoado. Você não quer que as pessoas fiquem pensando em seus pecados e os desenterrem o tempo todo. Perdão significa colocar a ofensa de lado até mesmo para você mesmo, porque foi isso que Cristo fez por nós. Através do perdão zeramos a conta, não podemos ficar nos lembrando do perdão que foi concedido.
Como Deus nos perdoou?
O mais desafiador deste texto é entender como este perdão deve ser dado: “Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.” (Col 3.13). Podemos dizer três coisas sobre o perdão de Deus:
A. Deus perdoou completamente
B. Deus perdoou eternamente.
C. Deus perdoou imerecidamente.
Aqui surge uma pergunta que normalmente vem à tona: “Devo perdoar se a pessoa não se arrepende?” Sim ou não? Esta pergunta faz sentido porque o perdão de Deus está fundamentado no arrependimento. Mas é fundamental lembrar que Deus nos perdoou completamente, eternamente, sem merecimento.
Na perspectiva de Deus, o perdão inicia-se não pelo ofensor, mas pelo ofendido. O que isto quer dizer? Se uma pessoa o machucou o natural seria que ela o procurasse. O devedor procura o credor. O transgressor procura aquele que recebeu a transgressão. Entretanto, mesmo que o agressor não o procure, você pode perdoar. E mesmo que ele não se arrependa, você deve perdoá-lo, retirando do seu coração a mágoa causada.
O Rev. Hernandes Dias Lopes conta uma história acontecida na sua vida. No dia 2 de agosto de 1982, o primo primeiro da mulher de seu irmão, o assassinou, com 11 facadas. Ele nunca demonstrou arrependimento, nunca pediu perdão à sua família, mas Deus o levou a perdoá-lo, por uma razão simples: se ele não perdoasse sua vida seria um inferno, ele teria adoecido. Então há um momento em que o perdão deve se unilateral, quando a outra pessoa não quer, ou não pede, você o perdoa para que você fique livre.
Agora o centro deste versículo nos diz: “Assim como Deus em Cristo nos perdoou.” Como Deus fez? Imagine se Deus nos dissesse: “Até hoje eu aguentei, mas se você tropeçar de novo, está condenado.” Estaríamos perdidos. Entretanto, a vida cristã é um milagre baseado na graça. Pedro perguntou: “Até 7 vezes?” Jesus respondeu que não 7, mas 70 vezes 7. Aí pedro respondeu: “Senhor, isto não é para mim, O Senhor está pedindo um negócio que não dá. Aumenta a minha fé, porque não consigo.”
Então, tendo nos dado essas sete belas qualidades, o apóstolo nos diz para envolver tudo isso com o vínculo do amor: “Revista-se do amor, que é o vínculo da perfeição." Coloque o acima de tudo o amor. O amor une tudo como um cinto. Você não é mais a velha pessoa que era antes. Você já deixou isso de lado. Trate o passado como se estivesse morto para ele, e seja agora o que Deus fez você ser.
Não se esqueça que a base para tudo é dada no versículo 12: "Povo eleito de Deus, santo e amado." Aí está. Isso é algo que Deus fez por nós. Nós não nos tornamos santos. Nós não nos elegemos para o reino de Deus. Jesus disse uma vez aos seus discípulos: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi e os designei para que vades e deis muito fruto." Nunca teríamos vindo a Cristo se não tivéssemos sido atraídos e escolhidos por ele. Foi sua escolha que nos capacitou a escolhê-lo.
É importante notar também que quando o apóstolo chama os cristãos de "povo escolhido de Deus" ou, literalmente, "eleitos de Deus." As promessas dadas a Israel foram materiais, mas a igreja é escolhida para um propósito diferente. Nossas promessas são espirituais. somos escolhidos e somos "santos". (separados e distintos), seguimos outro sistema de valor. Compartilhamos um tipo diferente de vida.
Somos também "amados por Deus." Não há força motivadora mais poderosa em nossas vidas do que lembrar que somos amados por Deus. Ele nos ama profundamente. Nunca devemos esquecer isso. É a nossa base para ação.
Recomendações finais
A paz de Cristo
No vs 15 ainda lemos: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.” Os fãs de futebol sabem o que significa um árbitro. Ele precisa permanecer imperturbável, não importa o que aconteça. Os fãs xingam, protestam, os jogadores tentam forçar sua decisão, mas ele permanece imperturbável.
Essa é a ideia: Decidam as coisas com a paz de Cristo, deixe que ela governe. Temos tomado muitas decisões por pressão ou por causa do barulho, mas o povo de Deus deve tomar a decisão deixando que “a paz de Cristo”, seja o árbitro. Que a serenidade de Cristo possa agir como um árbitro em nossos corações. “O caminho para operar retamente é designar a Jesus Cristo como o árbitro das emoções que estão em conflito em nossos corações. Se aceitarmos suas decisões não podemos agir mal.” (Barclay). Se não houver paz fica difícil decidir. Fica difícil ouvir a Deus no meio do barulho e do caos.
A palavra de Deus tem função central
Paulo ainda afirma: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.” (Col 3.16) A Palavra de Deus deve ser bem conhecida entre nós. Deve ser definidora de nossa fé e prática. Todo a comunidade deve estar envolvida nisso. Devemos "ensinar e aconselhar uns aos outros", em casas, na igreja, aulas, grupos de estudo bíblico, em grupos de café da manhã, sempre se reunindo em torno da Palavra. Devemos conhecer e entender completamente este livro. A Bíblia não é uma verdade morta, sem vida! É viva, vital, refrescante e iluminadora! Ela dissipa dúvidas, medos e dificuldades. Devemos centralizar nossas vidas em torno da Palavra de Deus.
Tudo em nome do Senhor Jesus
E finalmente: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3.17). Este versículo se move para a arena da sociedade e do mundo. "Tudo...em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio dele."
Isso significa que todos os aspectos da vida devem estar relacionados ao Senhorio de Jesus. Tudo na vida, toda atividade deve se tornar um ato de adoração. Seu trabalho, estudos, namoro, casamento, o uso do dinheiro e do tempo, até mesmo coisas rotineiras podem ser oferecidas a Cristo; feitas "em nome do Senhor", motivadas por nosso relacionamento com ele. Ruth Graham teve por anos uma placa sobre a pia da cozinha que dizia: "Serviços divinos realizados aqui três vezes ao dia". Lavar a louça pode ser um ato de adoração se você fizer isso em nome do Senhor, como para ele.
Que diferença de motivação isso traz! Fazer as coisas oferecendo-as de bom grado ao Senhor como um sacrifício suave. Se amamos o Senhor, ofereçamos a ele as atividades do nosso dia; façamos tudo para sua glória. Faça sua lição de casa em nome do Senhor Jesus. Assim, você está trabalhando, não para o mundo ou seus benefícios, mas para Cristo. Que imagem gloriosa isso dá de toda a vida sob o senhorio de Cristo!
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