sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

At 2 A Singularidade de Jesus


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Introdução

No capítulo dois de Atos, vamos encontrar o que os comentaristas chamam de o primeiro "kerigma" (pregação) legitimamente cristão. Com toda sua mensagem centrada na figura de cristo.




Esta mensagem possui duas características essenciais:

(a) Centrada na Soberania de Deus – Deus está no centro dos acontecimentos. “O que ocorre é o que foi dito”(At 2.16). 

As profecias antecedem o evento – As coisas não se dão num vácuo histórico, mas possuem uma intencionalidade divina. O texto mostra que Jesus foi entregue pelo desígnio e presciência de Deus (At 2.22). O Evento Jesus e sua humanidade não era uma peça solta na ordem mundial, mas fazia parte de um projeto de Deus para a humanidade. Deus se antecipa ao evento.

Há uma tendência atual de se desconsiderar, negar ou menosprezar a soberania de Deus. No entanto, Apocalipse 4 afirma “... Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e no trono, alguém sentado." (Ap 4.2). Na sua visão, Deus está assentado no seu trono, Deus governa, o  trono não está vago!

(b) Absolutamente Cristocêntrica - Como deve ser a mensagem cristã. Jesus ocupa todo corpo da mensagem e é o tema central da mensagem. Jesus é anunciado.

O que este texto ensina sobre Jesus?

Ed René aponta para 4 aspectos que são mencionados nesta mensagem.

1. Jesus de Nazaré nasceu de um jeito que nenhum outro ser humano nasceu – O texto revela que Jesus nasceu como cumprimento profético (At 2.22). 

Cerca de 600 profecias sobre Jesus foram feitas no AT e se cumpriram no NT. Qual ser humano nasceu cercado com tão claras profecias quanto Jesus?

A Bíblia nos mostra seu nascimento foi marcado ainda por muitos sinais especiais: O nascimento de João Batista, a percepção de Simeão e Ana; os pastores sendo visitados no deserto; os magos recebendo uma compreensão nova sobre um evento especial, fazendo uma viagem de 1500 kms. Deus invade a terra. 

Que outro humano nasceu debaixo de tão grandes eventos?

2. Jesus viveu como nenhum outro ser humano viveu – O texto afirma duas coisas:

          i. Ele era aprovado por Deus (At 2.22). Isto é, livre de rebelião contra o Pai.

Não é muito difícil ser aprovado pelos homens. Numa cultura que ama tanto a imagem, podemos nos transformar em herói mesmo quando somos fracassados espiritualmente. Jesus fala de homens que expeliam demônios em nome de Jesus, e curavam enfermos, mas que não eram reconhecidos pelo Pai.

Pecado é mais que qualquer falta de conformidade com a lei de Deus. É um estado de rebeldia, uma recusa da submissão, uma pretensão de autonomia. Henry Nouwen chama de “teonomia”, ou mania de querer ser Deus. O homem torna-se a sua própria lei.

Pecado é uma indisposição interior, uma tendência para o mal. Jesus foi aprovado por Deus. Ele andou entre nós “fazendo o bem”. Sua agenda se identificava com a de Deus, cumpria o que Deus esperava dele, por esta razão foi “Aprovado por Deus!”.

          ii. Realizou atos extraordinários Milagres, prodígios e sinais” (At 2.22)...

Suas palavras o diferenciavam dos religiosos e lideres religiosos de seu tempo. As pessoas se maravilhavam de sua doutrina (Mt 7.28-29) e de suas obras maravilhosas: os mudos falavam, os coxos andavam, os cegos viam (Mt 15.31). Após a cura de um leproso teve que ficar fora dos limites da cidade, tamanho alvoroço que sua presença gerava (Mc 1.45); depois da cura de um paralítico em Cafarnaum, as pessoas diziam: “Jamais vimos coisa assim”(Mc 2.12).

Jesus viveu de uma forma que nenhum outro ser humano viveu.

“Se houve alguém que transitou naturalmente pela dimensão espiritual e que dedicou sua vida a fazer com que as pessoas encontrassem o caminho, este foi Jesus – o homem completo. Na verdade, Deus encarnado: 100% Deus, 100% homem: mistério divino” (Ed René, vivendo com propósitos, pg 105).

John Wimber afirmou que Jesus foi um homem naturalmente sobrenatural: conseguiu andar no meio da massa sem perder o individuo, “Jesus não apenas montava e desmontava legos mentais, padrões de pensamento, paradigmas e raciocínios (...) mas também conduzi pessoas neste processo extraordinário de transformação pessoal”(idem, Pg 106).

3. Jesus de Nazaré morreu de um jeito que nenhum outro ser humano morreu – Morreu por atos políticos e religiosos mas Lucas, que escreve o livro de Atos, afirma que na verdade, sua morte se deu por causa de um grandioso plano de Deus. Aos olhos humanos, sua morte tinha como causa a intriga e controvérsias: “vós o matastes, crucificado-o por mãos de iníquos” (At 2.23), mas na narrativa bíblica lemos: "Sendo entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus" (At 2.23).

Sua morte não é excepcional por ter sido colocado numa cruz. Muitos homens foram colocados numa cruz pelo Império Romano. Nem foi excepcional por ter razões políticos religiosas: Muitos outros homens morreram por atos políticos na história. 

Sua excepcionalidade encontra-se no fato de que cumpria um propósito divino. 

Isaias 53, um texto messiânico escrito 600 anos antes diz: “Ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is 53.10). Afirma ainda: “O Senhor fez cair sobre ele, a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Sua morte foi singular – não por ter morrido ao lado de outros malfeitores. Muitas execuções na historia foram feitas coletivamente; nem por ter sido condenado por um sistema injusto e opressor, muitos outros também o foram. 

A singularidade de sua morte está no fato de que “pelas suas pisaduras fomos sarados”. 
Estava na expiação dos nossos pecados que Ele fazia pelo sangue.

Jamais esteve contido nos limites da matéria em relação ao mundo natural: curou enfermidades, andou sobre as águas, multiplicou pães, exerceu domínio sobre espíritos malignos, conduziu pessoas ä transformação, ressuscitou mortos.

4. Venceu a morte como nenhum outro ser humano venceu– O texto sagrado diz:"Ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo com os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela" (At 2.24).

Sua excepcionalidade pode ser percebida na sua vitória sobre a morte. 

Grandes líderes religiosos: Maomé, Buda, Krishna e Confúcio, morreram e seus túmulos atraem milhões de turistas em romarias. O túmulo de Jesus também é visitado, mas todos os cristãos sabem que ele não se encontra mais ali, mas ressuscitou. A bíblia diz que Deus não deixou que seu Santo visse corrupção (At 2.22).

Jesus é singular na sua vitória contra a morte. Isto o distingue de todos os demais homens da história. Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, pois era impossível que fosse retida por ela.

5. Jesus detém uma autoridade que nenhum outro ser humano detém: "Exaltado, pois, `destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo" (At 2.33-36). Adiante Lucas descreve: "Dessarte, mataste o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que somos testemunhas" (At 3.15), e ainda: "E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). 

Jesus é singular porque é Senhor de todas as coisas, sua palavra é autoritativa. 

Ele tem poder sobre a obra criada, a natureza, o cosmos, poderes e potestades. 
Ele está assentado ä direita de Deus donde há de vir para julgar vivos e mortos.

A Bíblia afirma que todas as coisas foram colocadas debaixo de seus pés (1 Co 15.27). 
Na visão descrita por Estevão, o 1º mártir cristão, ele viu os céus abertos e o Filho do Homem em pé ä direita de Deus (At 7.56); Ap 19.16 afirma que ele é “Rei dos reis e Senhor dos Senhores”.

Conclusão

Estas evidências acerca de Jesus precisam de uma resposta. Podemos dizer sim ou não a estes fatos, mas não podemos continuar neutros acerca delas. Estas evidências precisam de veredito. Por isto, diante de tais fatos, as pessoas disseram: “Que faremos, irmãos?” (At 2.37).

Nós também precisamos responder a uma enorme questão que é colocada na Bíblia: “Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3)

Neste sermão, pregado pelo apóstolo Pedro, somos desafiados a dar três respostas a estas evidências sobre Jesus. O sermão de Pedro acaba no vs 36, mas agora precisamos responder ao que ouvimos:

              A. Arrependimento
            Ao ouvirem o sermão de Pedro, e vendo a manifestação do Espirito no dia do Pentecoste, as pessoas indagaram o que precisava ser feito e Pedro respondeu: "Arrependei-vos". (At 2.38). Arrependimento é dar meia volta, é deixar a vida de pecado, um retorno a Deus. Precisamos entender que temos vivido fora do propósito de Deus, que temos nos rebelado contra ele, e que precisamos mudar a forma de interpretar e viver a vida.

            B. Cada um seja batizado – "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado...". (At 2.38). Batismo é um selo. Sinal externo de uma graça interna. É uma resposta pública ao chamado que Deus faz à minha vida. O batismo não salva, mas naqueles dias, batizar significa assumir um compromisso público com Jesus. É uma forma de sair da invisibilidade, e publicar aquilo que cremos. 

            C. Receba o dom do Espírito Santo – "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado e recebereis o dom do Espírito Santo". (At 2.38). Esta é a conseqüência quando nos rendemos a Jesus e entregamos nossa vida a ele. 

O Espírito santo passa a morar em nós. Por causa de seu caráter, santo, sua santidade se aplica a nós. Assim como espíritos malignos produzem malignidade nos corações humanos e espírito imundos produzem imundície, o Espírito de Deus, Santo, nos impulsiona à uma vida de santidade, desejo de Deus e horror ao pecado.

Você não gostaria de hoje dar uma resposta de fé e compromisso a este Jesus singular? Não gostaria de assumir o compromisso de seguir a este maravilhoso Jesus e responder à sua singularidade? 

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