domingo, 26 de agosto de 2012

Mc 13.1-24 Quando sucederão estas coisas?




Introdução:


Poucas doutrinas bíblicas tem sido tão mau interpretadas e negligenciadas quanto a Volta de Cristo. Estava tentando lembrar quando foi a última vez que preguei sobre este assunto e honestamente não me lembrei.
Desde os dias apostólicos, alguns deturparam e negaram a volta visível de Cristo. O apóstolo Pedro, na sua segunda carta afirma: “tendo em conta, antes de tudo, que nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permancecem como desde o principio da ciracao. Porque, deliberadamente esquecem...” (2 Pe 3.3-5a).
Recentemente, alguns intérpretes liberais como C.H.Dodd, falaram da escatologia realizada, afirmando que a volta de Cristo se daria por meio da ação da igreja, que vai combater sistemas iníquos, e que a volta de Cristo nada mais é que a expansão do reino visível da igreja na historia. Outro teólogo, Molttmann, na sua “teologia da esperança”,diz que devemos interpretar a vinda de Cristo, como uma “esperança utópica”. Utopia é uma expectativa que sempre nos mantém repletos de esperança, mas que não vai se cumprir na sua literalidade, e alguns pastores brasileiros conhecidos chegaram a veicular na internet esta visão.
Neste texto, os discípulos estavam apreciando a construção do templo de Jerusalém, que havia sido reedificado por Herodes. A construção era de fato magnífica. Herodes, o Grande, começou a reconstruir o templo no ano 19 a.C, usando mármore e ouro como materiais de decoração. O átrio exterior era magnífico, tinha 457 mts de comprimento, por 274 mts de largura, cercado por muros de pedras brancas maciças, algumas das quais eram de 5 mts de comprimento por 1 de largura. Os discípulos estão impressionados com a arquitetura do templo, e seu comentário sobre a sua beleza leva Jesus a falar de sua volta.
A pergunta dos discípulos no vs 3, parece apontar para a destruição do templo, mas a resposta de Jesus inclui não apenas este evento que se daria no ano 70, quando Jerusalém foi saqueada e o templo queimado e destruído pelo general romano, Tito Vespasiano, que posteriormente se tornaria o imperador. O arco de Tito, comemorando sua vitória sobre Jerusalém, ainda existe em Roma até os dias de hoje.
A destruição de Jerusalém é apontada por Jesus como o prenúncio do Juízo Final, e sinal da ira vindoura. No ano 70, os romanos entraram no templo de forma militar, com seus estandartes, insígnias cerimoniais e soldados e carregaram todos os utensílios sagrados do templo, levando-os para Roma.
O que devemos aprender destes ensinamentos de Jesus:
1.       Não devemos impressionar com a grandeza e pompa deste século, pois até mesmo as majestosas construções serão derribadas – Mc 13.1
Os discípulos estavam profundamente impressionados com a arquitetura, pompa e riqueza do templo. Herodes havia investido profundamente na construção do templo para agradar os juDeus. Setores mais conservadores afirmavam que ele era edomita, e que por isto não podia governar sobre Israel, pois ele não era um judeu puro, então ele resolveu politicamente dar uma resposta, se tornando forte defensor da religiosidade nacional, ainda que seu coração fosse completamente distante de Deus. Ele queria dividendos políticos e os obteve.
Jesus, porém, demonstra a fragilidade dos grandes impérios, grandes conquistas e construções. “não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada”(Mc 13.2). Os impérios e poderes humanos possuem pés de barro, como no sonho interpretado pelo profeta Daniel.
Muitas vezes nos impressionamos com a beleza dos templos e das grandes obras, mas o maior legado que podemos deixar para a próxima geração não está nos prédios que construímos, mas nas vidas que são edificadas aos pés de Cristo.

2.       Jesus fala de sinais. Precisamos estar atentos porque eles não deixam que nossa atenção se distraia. Quais são estes sinais?

a.      O surgimento de falsos Cristos – “Muitos virão em meu nome, dizendo: sou eu; e enganarão a muitos”(Mc 13.6). O termo “Cristo”, é a tradução grega para “Messias”, no hebraico. Jesus está se referindo ao messianismo, tão comum em tantas culturas. No ano 130 d.C, surgiu um famoso postulante messiânico, Bar Kochba – líder de uma rebelião contra os romanos. De lá para cá, sempre surgem substitutos de Cristo, e não me refiro a figuras bizarras como Inri Christi, que é ridículo, mas a todas as expressões que se revestem desta idéia de ser um redentor, revelada em famosos gurus com receitas e propostas que atraem centenas de atores, políticos e poderosos de nossos dias. São pessoas em quem levam outros a tomar decisões e firmar suas vidas nos seus ensinamentos.

b.       A profileração de conflitos – “Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerra” (Mc 13.7). É impressionante a capacidade do ser humano para viver em guerras. Existem muitas que se tornam conhecidas como os conflitos na Europa, e principalmente duas guerras mundiais num período de apenas 30 anos no século passado. Recentemente a Europa estava celebrando o fato de que nestes últimos 50 anos não houve sequer uma guerra entre nações daquele continente, mas existem ainda dezenas de sangrentos conflitos étnicos que não são sequer conhecidos ou anunciados pela mídia.

c.       Calamidades – “Haverá terremotos em vários lugares e também fomes”(Mc 13.8). Segundo a ONU, diariamente 800 milhões de pessoas passam por algum tipo de privação de alimento.  Entre 1964-94, período de grandes atividades sísmicas, houve mais terremotos que todos os séculos passados. A terra está em convulsão. Espera-se um terremoto chamado Big One, na Califórnia, que deverá mudar a geografia dos Estados Unidos. Tal incidente já tem sido anunciado por peritos e técnicos há muito tempo.

d.      Perseguição aos discípulos de Cristo – “Vos entregarão aos tribunais e às sinagogas” (Mc 13.9). Recentemente li o livro “O homem do céu”, de um pregador chinês chamado irmão Yun, descrevendo os horrores da perseguição religiosa na China. Milhares de cristãos tem sido dizimados, perseguidos em muitos países por causa de sua fé. Estatísticas apontam que apenas no Século XX tivemos mais mártires que a soma de todos os demais 19 séculos da cristandade. Estas estatísticas foram impulsionadas especialmente pela Cortina de Ferro (extinta Rússia), e a cortina de Bambú (China), ambas com vertentes marxistas.

e.       Evangelho pregado a todas as nações – “Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações” (Mc 13.10). O termo “nações” aqui não se refere a uma nação política, mas a etnias. Por exemplo, o Brasil é apenas uma nação, mas temos no nosso território nacional cerca de 200 etnias, grupos linguísticos e culturais distintos, entre os povos indígenas. Um dos sinais da vinda de Jesus é a pregação do evangelho a estes povos. Faz parte dos sinais da vinda de Cristo a pregação do evangelho a estas sub-culturas, não só do Brasil, mas de muitas outras regiões ao redor do mundo.

f.        Perda do afeto natural – “Filhos se levantarão contra os progenitores e os matarão” (Mc 13.12). O conflito entre membros da família revela a dificuldade de uma geração de organizar seus afetos. São pessoas que perderam o senso das coisas básicas da vida, e suas referências éticas e afetivas.

g.      Oposição frontal ao evangelho – “Sereis odiados de todos por causa do meu nome” (Mc 13.13). Fala-se muito em discriminação de grupos, mas você pode fazer opções das mais radicais hoje, na sua sexualidade, na sua crença, nas suas opções alternativas e terão menos rejeição que como evangélico. Assente-se num grupo que não lhe conhece, e verá que ali existem pessoas crêem  na reencarnação de Ramssés VIII, que foram lagartixas na outra vida, e outros estarão interessados em saber como é isto, mas se você falar que ama a Jesus, e que resolveu ser radical no discípulo, verá as pessoas torcendo o nariz para sua opção de fé. Ser cristão significa distanciamento e oposição.

h.      Manifestações do anti Cristo – “Quando, pois, virdes o abominável da desolação”(Mc 13.14). Em Dn 11.31 há uma profecia sobre a profanação do templo, que se cumpriu em 168 a.C., quando Antioco IV, se auto denominou Epifânio (manifestação divina) e invadiu o templo judeu, edificando ali um altar pagão, e sacrificando um porco no local mais sagrado do templo que era o Santo dos santos. Jesus faz uma aplicação deste incidente histórico com sua vinda, afirmando que este ser, surgirá “operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mc 13.22).

A Bíblia dá vários nomes ao Anti-Cristo, o abominável da desolação é um destes. Além deste podemos encontrar
(a) - O assolador (Dn 9.27);
(b)- O homem do pecado, o filho da perdição (2 Ts 2.3);
(c)- A besta (Ap 13.11)
(d)- O Anti-Cristo, nome usado apenas por João (1 Jo 2.18-22 e 4.3).
(e)- O Falso Profeta – Ap 13
Todos eles, personificação do mal.
i.        Grande tribulação“tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo” (Mc 13.14-20). Jesus se refere especificamente às grávidas, porque em tempos de escassez, catástrofes, ou tragédias políticas estas pessoas sofrem de forma muito intensa. Jesus pede para que oremos a fim de que tal sofrimento não se dê no inverno. Não é fácil fugir quando o clima é muito frio e não há abrigo.

Conclusão: Que resposta dar a estas palavras de Jesus?

1.       Jesus nos exorta a perseverarmos – Mc 13.13 Em momentos de perseguição e oposição, é fácil perder a capacidade de luta e desistir. A vitória, porém, não é daquele que corre até no meio da jornada, mas daquele que fica firme até o fim.
O autor de hebreus afirma que “não somos dos que retrocedem para a perdição”. Devemos continuar firmes na fé, inabaláveis, continuando a lutar por aquilo que cremos. Quanto maior for a oposição, mais necessidade teremos de perseverar, até o fim.

2.       Jesus nos alerta para não ficarmos impressionados com sinais e prodígios impactantes, porque muitos sinais são formas malignas que o anti-Cristo vai usar para enganar, se possível, os próprios eleitos (Mc 13.22). Este aspecto chama a atenção porque somos uma geração facilmente impressionável. Gostamos de ver coisas, não é sem razão que “João de Deus” de Abadiânia atrai tantos seguidores, simples e famosos; não é sem razão que propagadores de curas e fenômenos sempre enchem estádios. Queremos ver, acreditamos que nossas convicções, mesmo as espirituais, são autenticadas por percepções do sobrenatural. Jesus nos adverte: “Estai vós de sobreaviso, tudo vos tenho predito”(Mc 13.23).

3.       Jesus nos ensina a ficarmos alertas – Não ficarmos desatentos nem indolentes “vede que ninguém vos engane” (Mc 13.5) e “estai vós de sobreaviso”( Mc 13.9). Temos que ficar em estado de alerta, como o vigia de uma torre. A parábola das 10 virgens, contada por Jesus, mostra que o descuido e a sonolência na vida espiritual podem ser fatais. Não podemos viver de forma displicente. “Viva cada dia como se fosse o último, um dia, certamente será”.

Gn 2.18-25 O Casamento no projeto da criação

Introdução:



Casamento tem sido uma das instituições mais questionadas em nossos dias. Existe um bombardeio direto contra a família, parece que todos projetos de lei possuem o único objetivo de desmoralizar, desqualificar, depreciar e enfraquecer a família enquanto instituição.
Este é um dos mais claros textos para que entendamos o que é o casamento na perspectiva cristã. Como cristãos, ao invés de ficarmos pressupondo, filosofando ou psicologizando a família, precisamos abrir a Palavra de Deus e ouvi-la, ao invés de questionarmos e nos opormos a ela. O Rev. Wilson de Souza costumava dizer: “Se Deus não disse o que teria dito, por que ele não disse o que teria de dizer?”
Deus designou o casamento como fundação segura da sociedade humana. Antes que igrejas, escolas e outras instituições de negócios fossem estabelecidas, o casamento foi instituído. Se fosse um projeto meramente humano, poderíamos descartá-lo, mas ele foi projetado pelo próprio Deus, e Jesus afirmou: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem” (Mt 19.6). O divórcio não fazia parte do propósito original de Deus, mas se tornou uma cláusula de exceção por causa da dureza do coração dos homens (Mt 19.8). Separação é um remendo mal feito na obra de Deus para resolver a incapacidade que temos de perdoar, cuidar, fazer concessões e abençoar os outros.
Este texto bíblico nos ensina profundas verdades sobre o casamento:

1.     Casamento: Projeto de Deus – “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora”(Gn 2.18).
a.       Faz parte do projeto inicial de Deus, de sua criação. Antes de ser uma instituição humana, é iniciativa de Deus - Deus é seu arquiteto.

b.      Não é projeto resultante da queda da raça humana e nem foi dado como consequência do pecado.

c.       Jesus afirma: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher? Portanto...  O que Deus ajuntou  não o separe o  homem” (Mt 19.4,6b).

Perigos:
a.       Esvaziá-lo, transformando-o num evento meramente humano.  Um contrato oportunista no qual se busca vantagens. Sendo instituído por Deus, torna-se uma instituição sagrada, e por isto não deve ser dissolvido, até a morte.  Divórcio é uma ruptura no projeto de Deus.

b.      Casamento não é regulado pelo governo, ou pelas conveniências humanas, porque suas regras são dadas Deus e não por poderes públicos.

c.       O Estado tem a função de manter os recordes e as certidões em ordem, mas não pode determinar como deve ser o casamento ou o divórcio porque isto é ato exclusivo de Deus. Ele revelou seu plano nas Escrituras sobre este assunto.

d.      O ataque ao casamento não é coisa banal, mas vai direto ao projeto e propósito inicial de Deus para a raça humana. Deus chama o casamento de aliança, portanto não é um contrato (Pv 2.17). No Éden, Deus instituiu e oficiou este pacto. Um pacto nas Escrituras é solene compromisso entre o regulador e o sujeito. Um pacto assim formalizado traz benção quando mantido e maldição quando quebrado e não podemos fazer regras no casamento para justificar nossa tendência pecaminosa. Existem leis e princípios ordenados claramente por Deus e que devem ser cumpridos.

2.  Casamento: Projeto para romper a solidão: “Então disse Deus, não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora” (Gn 2.18).
a.       A razão principal da instituição do casamento foi o “companheirismo”.

b.      Jay Adams: O objetivo principal não era o sexo (não é necessário casar para ter sexo), nem procriação (não é necessário casar para ter filhos), mas uma companheira.

Perigos:

a.       Casar e ainda continuar na sua individualidade, onde os parceiros não constroem  intimidade suficiente para vencer o isolamento, protegidos pelas máscaras e ocultamento. Nega-se assim a vulnerabilidade da relação. Perigo de continuar “só”, depois de casados.

b.      O fator casamento, em si, não é suficiente para romper a solidão, como bem escreveu o poeta Mário Quintana no seu poema “Liberdade Individual” (1998). Para ele, os casais deveriam prometer "que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?”

2.     Casamento: Projeto de igualdade.Tomou uma de suas costelas”(Gn 2.21).

a.       Costela: Idéia de alteridade e igualdade. 

b.      Agostinho afirma: “A mulher não foi tirada do pé, para não ser subjugada, nem da cabeça,  para não ser superior”. Outro escritor completo, “mas debaixo do seu braço para ser protegido, e do lado do coração, para ser amada”.

Perigos:

a.       Opressão e dominação. Relacionamentos facilmente se tornam formas de manipulação e superioridade. Relacionamentos opressivos quebram o propósito original de Deus.

b.       Em Cristo, não há superioridade masculina ou feminina (Gl 2.17), embora no lar, Deus tenha delegado a liderança da casa ao marido, trata-se de função, e não de gênero. Submissão tem a ver com papéis, e não com masculinidade ou feminilidade. No lar o marido tem a liderança, por isto a mulher deve ser submissa ao seu próprio marido e não aos homens.

c.       Depreciação. Não valorizar o outro. Casar com um subalterno. Inferiorizar, diminuir ou desconsiderar o outro.

4. Casamento: Projeto de apoio e complementareidade“Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”((Gn 2.18).
a.       Auxiliadora: literalmente “escudeira” (hebraico).

b.      Bíblia de Genebra: “A palavra auxiliadora implica na inadequação do homem, não a inferioridade da mulher, pois é usada geralmente para Deus”.

c.       Idônea: “A expressão assume um relacionamento de complementareidade; o que lhe falta, ela supre, e vice-versa. Ambos compartilham da imagem de Deus” (Bíblia de Genebra).

Perigos:
a.       Dormindo com o inimigo.

b.      Relacionamentos competitivos: Dinheiro /atenção/afeto dos filhos/poder/controle.

c.       Ver o outro como rival: “poder de ter razão”.

5. Casamento: Projeto de alegria: "Esta afinal é osso dos meus ossos, e carne da minha carne" (Gn 2.22).

a.       O texto é poético, e deve ser lido com paixão. Adão vibra de alegria.

b.      O texto revela o prazer que Adão encontra quando encontra Eva. Ele literalmente “salta de alegria”.

c.       Lar: Projeto de alegria, celebração, ninho, acolhimento e graça.

Perigos:

a.      Lares sem espontaneidade e alegria: Certa mulher assim se expressou: “Eu perdi o encanto”. Muitos lares perderam o lúdico.

b.      Lugar de castração, constrangimento, ambiente onde se patologiza e adoece o outro, onde a alegria nunca é encontrada.

c.       Lares enfermos e adoecidos. Nelson Rodrigues: “Família, na melhor das hipóteses, só serve para enriquecer a indústria farmacêutica e dar emprego a psiquiatras”.


6. Casamento: Projeto de privacidade - Por isso, deixa o homem pai e  mãe e se une à sua mulher”(Gn 2. 24)

a.      Casamento envolve ruptura. Casais sofrem quando não conseguem quebrar o vínculo umbilical e casam  sem “romper”.  Sogro (a)  por  perto para “ajudar”  nas crises.

b.      Jovens casais precisam de privacidade, para que possam crescer e resolver suas próprias dificuldades e lutas.

Perigos:

a.      Ausência de cumplicidade, incapacidade de preservar a privacidade, tudo é aberto demais, não há segredos nem cumplicidade.

b.      Pais que não deixam seus filhos resolverem os conflitos, não permitem que amadureçam.

c.       Sogros (as) invasivas, que tomam decisões pelos filhos.

7.  Casamento: Projeto de intimidade - Ora, um e outro, homem e sua mulher estavam nus, e não se envergonhavam” (Gn 2.25).

a.      Capacidade de serem autênticos, se exporem sem temor de serem ridicularizados ou diminuídos.

b.      Estar nú tem a ver com transparência e vulnerabilidade.

c.       Necessidade de intimidade física. Vida sexual plena, sem recalques, iras e culpas. Sexo foi criado por Deus, e antecede a queda. Não podemos deixar de falar daquilo que Deus não teve vergonha de criar.

Perigos:

a.       Diminuir o outro na sua nudez e vulnerabilidade, constranger e zombar.

b.      Ser desprezado por suas fraquezas e medos.

c.       Ser manipulado por confissões de dores, dramas e medos, e tornar público a dor do outro.

d.      Superficialidade, falta de transparência, medo de se revelar. Ausência de nudez física e psicológica.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mc 12.41-44 Dinheiro é coisa espiritual


Introdução:
Dinheiro é coisa séria. Jesus falou mais de dinheiro do que de céu e inferno. Howard Dayton, Fundador do Crown Ministries, ministério sobre treinamento financeiro, encontrou cerca de 500 versículos na Bíblia a respeito de oração, porém 2.350 sobre como tratar do dinheiro e bens materiais, que falam de forma direta sobre dinheiro, riqueza e temas relacionados à finanças.
Neste texto Jesus se assenta, acintosamente diante do gazofilácio. Imagine se eu fizesse alguma coisa semelhante num de nossos cultos. Cada pessoa que trouxesse suas ofertas eu olhasse o valor das contribuições... Todos os semestres o tesoureiro da igreja me manda o relatório pormenorizado das entradas e saídas dos recursos e contribuições individuais para eu olhar, fiz isto uma vez e lhe disse que nunca mais o farei, descobri que estas coisas me fazem mal. Saber que alguns dão generosamente e outros não me fez muito mal. Descobri o quanto o dinheiro reflete o coração. Mas o relato do texto nos diz que Jesus se assenta diante do gazofilácio para observar o comportamento das pessoas ao trazerem suas ofertas. Não ficamos com a sensação de que Jesus foi indiscreto? Como seria se Jesus fizesse a mesma coisa nos nossos cultos dominicais?
O texto diz que “muitos ricos depositavam grandes quantias” (vs 41). Trata-se, portanto, de contribuições generosas. Mas para Jesus, a oferta da viúva pobre foi a mais significativa: “esta viúva pobre depositou mais”(vs.43).
Desde Gênesis, vemos Deus observando as ofertas e a forma como são depositadas. Por que? Porque a forma como contribuímos revela o quanto estas coisas são significativas para nós. alguém afirmou que “Fé que não custa nada, não vale nada”.
No 1º culto registrado na Bíblia, vemos o episódio de Abel e Caim. Gn 4.3-5. O texto nos diz que “Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta, ao passo de que de Caim e de sua oferta, não se agradou” (Gn 4.4-5). Por não se agradar da forma como Caim ofertou, rejeitou o seu culto.
Em Mal 1.9, lemos: “Com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? Diz o Senhor dos exércitos” (Ml 1.9). Neste texto, Deus afirma que o desprezo e mesquinharia com que damos nossas ofertas em adoração, ou a ausência de tais ofertas, nos denunciam diante de Deus. Deus observa o que damos, porque damos e o quanto damos.
Diante disto, podemos considerar os seguintes princípios:
1.       A melhor medida de nossa fidelidade, não é o que damos, mas o que retemos. Jesus deixa bem claro. Deus observa a disposição e o sacrifício nosso em trazer e ofertar os nossos bens. No início de 2012, na igreja em que pastoreava nos Estados Unidos, um jovem de 34 anos, trouxe uma oferta de 1 milhão de dólares. Ele é um investidor que, apesar de toda esta situação de crise econômica mundial decorrente da sub prime americana, conseguiu ganhos significativos, e trouxe o seu dízimo mandando uma carta ao conselho da igreja dizendo o seguinte: “Não fiquem impressionados com a quantia, estou apenas devolvendo a Deus o que lhe pertence. Este dinheiro não é meu, mas do Senhor”. Fez ainda outra observação. “Não creio que como contribuinte tenha prerrogativas em determinar onde este dinheiro deve ser aplicado, mas considerando a instabilidade do mercado, gostaria de sugerir que a igreja pagasse o financiamento do templo, acabando assim com a dívida assumida”. O conselho da igreja concordou com sua proposta por entender que era sábia. Deus, porém, não se impressiona com grandes quantias, mas com a disposição de coração do adorador em contribuir.

2.       Circunstâncias desfavoráveis são a melhor prova de nossa fidelidade – Dias maus, tempos dificeis, mostram em quem depositamos nossa confianca: No Deus que supre todas as coisas, aquele que é Jeová-Jiré, o Deus da provisão, ou na nossa capacidade de prover. Quando somos fiéis, estamos transferindo para Deus a responsabilidade de nosso sustento. Isto não é uma justificativa para uma vida desordenada, nem para gastos supérfluos e despesas não planejadas, mas confiança na provisão de nosso Deus, como o Bom Pastor, que nada deixa nos faltar.
Épocas de dificuldade são o melhor teste para avaliar nossa fidelidade. Revelam quanto, de fato, confiamos em Deus e no seu caráter, na sua fidelidade e nas suas promessas, naquilo que ele é e nas suas promessas.

3.       Fidelidade não é uma questão de bolso, mas de vida espiritual – O Bispo Paulo Ayres, da igreja Anglicana do Recife gosta de afirmar que “bolso é o último a se converter, e o primeiro a esfriar”. Dinheiro reflete o coração do adorador, por isto são requeridas ofertas tanto no Antigo como no Novo Testamento. Ficamos perguntando porque Deus exigia ofertas, algumas delas eram para manutenção do próprio culto como sustento de levitas e sacerdotes, mas outras era chamadas pacíficas, com a finalidade de subir a Deus como “sacrifício de aroma suave”, e eram trazidos os melhores grãos que eram literalmente queimados. Não nos parece um desperdício? Imagine uma cena semelhante em nossos dias, se eu dissesse a todos vocês: “Domingo que vem teremos um levantamento de ofertas para o Senhor, nao vale cheque pré datado, tem que trazer em cash, dinheiro vivo, que será queimado numa pira que colocaremos no centro do templo, para adorarmos ao Senhor?”  Alguém já disse que a gente sabe quando uma pessoa realmente está ficando louca, quando começa a queimar dinheiro. Certamente ninguém traria dinheiro para este fim, e provavelmente me enviariam aqui a Maria Muniz e a Priscila de Souza, psiquiatras da igreja, para cordialmente me visitarem clinicamente.

4.       Outro princípio que este texto considera é o de que Deus tem prazer em ofertas sacrificiais. Não dar apenas o que sobra, nem quando temos muito, nem porque está garantido o nosso sustento, mas intencionalmente dar em confiança. Jesus implicitamente nos censura porque damos apenas do nosso excedente ao afirmar: “Todos eles ofertavam do que lhes sobrava”(Mc 12.44)

5.       Para Deus, “Money speaks”. Aos presbíteros e diáconos de nossa igreja é exigido que sejam fiéis nos seus dízimos e ofertas. Pessoas encarregadas de tais funções têm sobre si a responsabilidade de discutir onde os recursos da igreja serão investidos e de exortar outros que ainda não aprenderam a contribuir, a colocarem sua confiança em Deus., e serem fiéis nos seus compromissos de sustento de sua igreja local. Quando uma liderança é infiel, a igreja tende a ser infiel, posto que nenhuma comunidade vai além de sua própria liderança, além do mais, é muito sério e recebe severo julgamento de Deus, um homem que participa da liderança, discuta onde devem ser colocados os recursos da igreja, e ele mesmo não é fiel nas suas contribuições. A Bíblia diz que o que se espera do despenseiro, é que cada um seja encontrado fiel (1 Co 4.2). Como é que alguém, que tem as chaves da despensa, pode ser infiel diante de Deus?

Conclusão:
Para concluir, gostaria de sugerir quatro princípios de administração do dinheiro dadas por Charles Stanley:
A.                 Ganhe honestamente – Em dias nos quais o país se vê chafurdado de acusações e falcatruas, a gente pode achar que o caminho da corrupção é uma opção para nossa vida, mas não é. A Bíblia fala que “a corrupção faz enlouquecer até o sábio”. Gente boa pode ser atraída a ganhos desonestos, mas a corrupção é como areia e pedrinhas no prato de arroz e feijão. Melhor é a hortaliça com honestidade, que o boi cevado com desonestidade. Caia fora desta armadilha.

B.       Aplique sabiamente – Precisamos aprender a planejar, avaliar como investir nossos recursos, como gastar. Somos uma sociedade consumista, compramos o que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que a gente não gosta. Aprenda a fazer investimentos de longo prazo, a planejar sua vida financeira, saia da ciranda de dívida de cartão, cheque especial, e outros gastos só para ter uma TV maior, um carro novo, fazer uma viagem. “Delay gratification”é uma expressão em inglês que significa mais ou menos o seguinte: “Atrase um pouco o prazer”, para desfrutar melhor lá na frente.

C.      Dê generosamente – Aprenda a doar. A Bíblia diz em 2 Co 9.10 que Deus dá semente ao que semeia e pão para alimento. Nem tudo o que Deus lhe dá é para alimento, uma parte disto é para semear. Semeie com fé. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6.7). Este é o princípio da semeadura e da colheita. Quem semeia colhe e só se colhe o que se semeia. Ao colocar sua semente no chão, ore para Deus lhe abençoar e mandar uma colheita abundante. Este é um princípio bíblico. Deus vai te surpreender.

D.      Desfrute profundamente – Não fique com crise quando Deus lhe manda abundância. Não precisa se sentir culpado, se Deus lhe tem abençoado. Paulo diz “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situacao, tanto de escassez como de fartura”.  Deus pode surpreender voce com coisas inimagináveis.

Certo dia viajava para um congresso na Carnival Airlines, indo de Newark para Fort Lauderdale. Era um encontro de minha denominação e compramos um bilhete de madrugada porque era mais barato. No caminho, enquanto dormia profundamente numa viagem de quase 3 horas, acordei com um senhor de aparência chinesa ao meu lado, me cutucando e dizendo: “I think it’s yours”. (eu penso que é o seu). Olhei para o lado, e havia uma pequena tigela com um número na cadeira ao lado. A empresa estava sorteando uma viagem, com voo, hotel e direito a acompanhante para Bahamas, e Sara e eu fizemos um turismo  por 4 dias,  num hotel luxuoso. Será que eu fiquei em crise por este gesto de bondade de Deus para com  minha vida? É ruim, hein?

Que Deus nos abencoe!!!