sábado, 9 de maio de 2020

Isaias 49.15 O Amor maternal de Deus


Vida além da Vida – Mãe é amor - DiarioRS -


“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.”

Introdução:

No livro do profeta Isaias, lemos que quando Deus quis exemplificar o amor de Deus pelo seu povo, ele se referiu ao amor de uma mãe.

A pergunta retórica do texto é: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre?”

Este tipo de pergunta tem como objetivo levar o leitor a concordar com a premissa estabelecida. Portanto, Deus deseja conduzir o leitor a entender sua proposta. Que amor há que seja tão forte quanto o amor de uma mãe? Mas mesmo quando este amor falha, ainda que uma mãe venha a se esquecer, desprezar ou abandonar seu filho, o amor de Deus é incomparavelmente maior: Deus não se esquece de nós...

O texto fala de duas situações:

A.   Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta?

Deus faz o seu povo associar o amor dele a uma mãe que traz o seu filho no peito para ser amamentado. Que mãe seria capaz de esquecer deste filho? Faz parte do instinto da raça humana, proteger sua prole. Isto é encontrado também em todo reino animal.

Existem determinados pássaros que possuem comportamento muito interessante. Quando algo ameaçador se aproxima do ninho com seus filhotes, a ave se finge de doente ou vulnerável, para que o predador venha atrás dele e seus filhotes sejam protegidos. No reino animal, determinadas mães enfrentam animais muito mais perigosos para defender seus filhos. Há um ditado que afirma: “nunca mexa com filhotes de ursas”. É um grande risco se aproximar de animais com filhotes quando estes ainda estão na fase da amamentação.

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta?

B.    “Acaso, pode uma mulher ... que não se compadeça do filho do seu ventre?”

Aqui temos um outro cenário:
Qual a mulher que não se compadece do bebê que se encontra dentro dela? Faz parte também do instinto materno, proteger seu bebê. Uma criança no ventre materno é quase indiferenciada da mãe, alimenta-se pela placenta, se nutre da mãe. Ocorre uma simbiose gigantesca e profunda.

Deus compara seu amor, ao de uma mãe que se compadece do feto...
Apesar de tanta propaganda a favor do aborto, a verdade é que abortar é sempre uma experiência de muita dor e culpa. Muitas mulheres que já abortaram precisam receber o perdão de Deus e se perdoarem, caso contrário, jamais experimentarão plena liberdade para viver a alegria de Deus em suas vidas. Por que isto acontece? Por causa da interação profunda entre a mãe e o feto?

Mesmo sabendo de todo este cuidado materno, a Bíblia admite que muitas mães abrem mão deste afeto tão genuíno: “...Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” Certo teólogo afirmou: Não sei se é o amor de Deus que se assemelha ao amor de uma mãe ou se é o amor das mães que se compara ao amor de Deus

Nem toda mulher ama os filhos... mas Deus ama...

Nas crônicas policiais, são conhecidos casos de mulheres que perderam seu afeto pelos filhos, se desumanizaram. Podemos citar rapidamente dois fatos conhecidos.

Em 1994, uma mulher, mãe de três filhos, da Carolina do Sul chamada Susan Smith, foi presa pela morte dos filhos Michael, 3 anos, e Alexander, 14 meses, a de 5 anos escapou. Inicialmente, ela disse que um estranho havia sequestrado o carro com as crianças, desencadeando uma grande operação policial. Cerca de uma semana depois, o carro foi achado no fundo de um lago, com os corpos das duas crianças dentro. Smith foi condenada a prisão perpétua.

Em 2010, Shaquan Duley de 29 anos, também da Carolina do Sul, foi indiciada por homicídio, após admitir que sufocou seus dois filhos bebês antes de prendê-los ao cinto de segurança do carro e jogar o veículo num rio, para fingir que as crianças haviam morrido num acidente. Ela era uma mãe desempregada e foi condenada pela morte dos filhos Devean, de 2 anos, e Ja'van, de 18 meses e pensava que não teria meios de cuidar dos seus filhos. A responsabilidade da maternidade tornou-se grande demais para ela, que vivia e dependia de sua mãe.

O xerife relatou que Duley se hospedou num hotel após uma briga com a mãe, e passeou com os filhos mortos antes de jogar o carro num rio. "As crianças estavam mortas quando foram colocadas na água. Ao levá-las para o rio, ela acreditou que poderia encenar um acidente." Williams disse que a mulher despertou suspeitas porque não havia marcas de derrapagem no local, as roupas dela estavam secas, e ela estava muito calma. "Ela não demonstrava nenhum remorso", afirmou ele.

Apesar destes exemplos tão negativos, a Bíblia faz questão de relacionar o amor de Deus ao amor de uma mãe.

O amor de Deus é algumas vezes ao amor de mãe.
Por que?

1.     O amor de mãe traz segurança

Um dos grandes problemas da raça humana é o senso de orfandade. Muitas pessoas possuem um senso de vazio causado pelo luto existencial. Quando isto acontece, inicia-se um processo de melancolia. Falta segurança significativa.

A relação dos pais com os filhos, principalmente na idade mais tenra é fundamental para gerar confiança e auto estima. Isto se torna o pano de fundo essencial para se construir o senso de ser amado. O amor de mãe traz segurança, não apenas quando a criança ainda se encontra indefesa e frágil no colo, mas durante toda sua formação emocional. Filhos amados crescem confiantes e seguros.

Da mesma forma, é maravilhoso quando entendemos o amor de Deus por nossas vidas. Paulo faz uma afirmação interessante em Romanos 2.15: “Ou ignorais que a bondade de Deus é quem te conduz ao arrependimento?” O amor de Deus nos traz segurança. Geralmente nossa insegurança surge porque não nos sentimos amados, e por isto nos percebemos desprotegidos.

Você sabia que poucas religiões do mundo falam de Deus como alguém amoroso? Normalmente Deus é forte, rigoroso, juiz, guerreiro, mas o amor de Deus ser associado ao amor materno é algo muito desconhecido de boa parte das religiões. No islamismo, por exemplo, nem mesmo existe a ideia de Deus como Pai amoroso.

Que coisa pode trazer mais segurança para nossa alma incerta que o amor de Deus? Quando você vai pescar no alto mar, e fiz isto por apenas três vezes, com menos de meia hora de viagem, você vai se sentir enjoado e logo estará passando muito mal. A regra para minimizar os efeitos do balanço do mar é não olhar para as águas agitadas à sua volta, mas olhar para o horizonte. Isto te faz sentir melhor.

Assim somos nós. O amor de Deus é firme e constante, mas o nosso amor por ele é imprevisível e variável, como as ondas do mar. Uns dias está alta outros, em baixo. Sua segurança deve se basear no amor de Deus infalível e inabalável por você.

O amor de Deus traz segurança ao nosso coração.

2.     O amor de mãe nutre

Proximidade, sustento e nutrição são algumas palavras que expressam o modo como as mães agem em relação aos seus filhos. Muitas vezes de forma profundamente sacrificial, noites mal dormidas, as mães tomam todo cuidado para que seus filhos possam estarem confortáveis e alimentados. Não lhes pode faltar o básico, mesmo que sejam lares simples. É o instinto materno, de cuidado.

Esta é a mesma forma como Deus age em relação ao ser humano, “pode uma mulher esquece-se de seu filhinho, a ponto de não compadecer-se do filho de suas entranhas?”

Curiosamente o termo hebraico rahamim, que originalmente significa ‘seio materno’, tornou-se na Bíblia a palavra que demonstra a compaixão de Deus pelo homem. Como bem afirmou Joseph Ratzinger: “o ventre materno é a expressão mais concreta da íntima relação entre duas existências e das atenções dadas à criatura fraca e dependente que, em corpo e alma, é totalmente protegida no ventre da mãe.”

3. O amor de mãe cuida. Afeto

Outra característica do amor de mãe é o seu afeto e ternura.

A Bíblia afirma:
Quando Israel era criança eu já o amava e do Egito chamei o meu filho... Fui eu que ensinei o meu povo a andar, eu os segurei nos meus braços, porém eles não sabiam que era eu que cuidava deles. Com laços de amor e de carinho eu os trouxe para perto de mim, eu os segurei nos braços como quem pega uma criança no colo. Eu me inclinei e lhes dei de comer.” (Os 11.8). Uma outra tradução deste texto afirma que “Deus tem entranhas de misericórdia”.

O amor de Deus por seu povo é comparado ao amor materno. Deus é como uma mãe que cuida de seu filho, pega no colo, alimenta, protege. No colo de Deus encontramos abrigo, conforto, graça, ternura.

Um dos textos bíblicos que melhor exemplifica isto encontra-se no Salmo 131.
“Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre.”

Como uma criança desmamada se aquieta nos braços da mãe...que figura maravilhosa da graça e do amor de Deus. Não poderíamos ter uma melhor ilustração do amor de Deus por nossa vida que na visão materna. Metaforicamente é assim que podemos ter um pequeno vislumbre do grande amor de Deus. Metaforicamente é assim que podemos ter um pequeno vislumbre do grande amor de Deus.


Conclusão


Eu moro na região Centro Oeste do Brasil, por onde passa o maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta, o Aquífero Guarani, que possui cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, estendendo-se desde a Bacia do Paraná atingindo quatro países da América do Sul, e no Brasil, se estendendo pelo subsolo de Santa Catarina até Mato Grosso e Goiás.

Trata-se de uma caverna subterrânea de água cristalina que fica entre 100 a 300 metros de profundidade de água pura e fresca. Ela irriga fazendas e sacia a sede. Só no nosso Acampamento El Rancho, que fica às margens do Rio Corumbá, temos dois poços artesianos, que curiosamente, são dois dos três poços em todo estado de Goiás, que por alguma razão inexplicável, brotam naturalmente. Não precisamos de máquina para jorrar. Dali brota água pura, espontâneamente, dia e noite.

Ninguém sabe com precisão a quantidade de água armazenada no Aquífero Guarani, estima-se da ordem de 45 mil quilômetros cúbicos, sendo que 65% desse total está localizado no território brasileiro, uma região composta de pouca argila e muita areia, que funciona como uma espécie de esponja gigante, absorvendo as águas das chuvas. Ainda assim, apesar de todos estudos, ninguém sabe corretamente seu tamanho, profundidade, e a correta quantidade de água que o lençol contém.

A verdade é que ninguém sabe quanta água tem lá embaixo.

Assim é o amor de Deus. Profundo! Imensurável! Ninguém sabe seu volume. Ele é incomensurável. A Bíblia nos desafia a deixar Cristo habitar em nossos corações, para que possamos compreender qual é a largura, comprimento, altura e profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento, para que possamos ser tomados de toda plenitude de Deus. (Ef 3.17-19).

Um antigo cântico congregacional dizia:

“O amor de Jesus é maravilhoso
alto é, intransponível, profundo também, mas acessível.
A sua extensão é incomparável, sim oh!
Grande amor! “

Max Lucado relata como a filha de um tipógrafo encontrou o amor de Deus quando Martinho Lutero estava imprimindo a Bíblia na Alemanha,. Ninguém tinha lhe falado sobre Jesus. Ela não sentia por Deus nenhuma emoção, exceto o medo. Um dia, ela juntou pedaços da Escritura caídos no chão e num papel achou as palavras, “Porque Deus amou o mundo de tal forma que ele deu…” O resto do versículo ainda não havia sido impresso. Mesmo assim, o que ela viu foi o bastante para comovê-la. A ideia que Deus daria qualquer coisa a moveu do medo para alegria. A mãe dela notou a mudança de atitude. Quando perguntou a causa da felicidade dela, a filha tirou o pedaço amassado de parte do versículo do seu bolso. A mãe leu e perguntou, “O que foi que ele deu?” A criança estava perplexa por um momento e depois respondeu, “Eu não sei. Mas se Ele nos amou o bastante para nos dar qualquer coisa, nós não devemos ter medo dEle.”

A santidade de Deus exigia um sacrifício sem pecado, e Jesus pagou toda nossa culpa morrendo em nosso lugar na cruz. Ele morreu em nosso lugar, ele pagou o preço necessário. Jesus nos amou com amor infinito. Seu amor é o amor de uma mãe. O amor de Deus é “excede todo entendimento”(Ef 3.19). É grande demais para ser medido.
O amor materno é a melhor ilustração para o amor de Deus.

Entretanto, Deus sabe como é a natureza humana. Por isto, apesar de comparar o seu amor por nós, relacionando-o ao de uma mãe, ele afirma. Mesmo que uma mãe venha se esquecer do filho em seu ventre, ou de um filho que ela amamenta, eu não me esquecerei de ti.







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