domingo, 19 de fevereiro de 2023

Hab 3.1-2 AVIVA A TUA OBRA!

 


 

 

Introdução

 

Muitas pessoas tem lido com atenção e entusiasmo, outros com certa descrença, um mover sobrenatural de Deus que começou no dia 08 de fevereiro de 2023, num culto na Capela da Universidade de Asbury, de tradição metodista em Kentucky (EUA), iniciando um período que tem sido chamado de avivamento, com adoração e cultos de oração ininterruptos iniciados por seus alunos em resposta ao evento e tem continuado durante toda semana. Centenas de pessoas vieram de perto e de longe para desfrutar da presença de Deus. Até mesmo à meia-noite o auditório ainda estava lotado e com mais pessoas entrando. E até agora, este movimento tem continuado, com mais pessoas chegando e os cultos sempre lotados.

 

O presidente da Universidade de Cedarville, Thomas White, descreveu o que estava acontecendo como “um derramamento especial e uma sensação da presença do Senhor”, acrescentando que “será deixado para os historiadores” determinar se foi realmente um avivamento.

 

O ministro do Campus Jacob Ratliff, disse ao jornal “The Christian Post” que, embora “hesite em chamá-lo de avivamento neste momento”, estava vendo evidências significativas da obra do Senhor na Universidade”.

 

Sem dúvida, o que está acontecendo, lembra os avivamentos, ao longo da história do povo da antiga aliança e da Igreja de Cristo. O que temos visto, sem dúvida, é uma  visitação sobrenatural do Espírito Santo, mas só podemos chamar de avivamento esse momento que estamos assistindo, quando as portas do auditório se fecharem, e de forma concreta cada individuo revelar sua verdadeira mudança vida, com genuína conversão de pessoas com “frutos” dignos de arrependimento, casamentos restaurados, um retorno à doutrina, amor pela palavra de Deus, pregação do evangelho, expansão de práticas sociais.

 

Um avivamento alcança dimensões maiores e traz impacto de grande conversão e ardor missionário. “O Avivamento espiritual sempre foi relevante para os cristãos de todas as épocas, e nestes períodos, Deus opera de maneira mais intensa no coração dos homens, crentes ou não, quebrando as fontes do pecado e produzindo arrependimento verdadeiro, despertando o seu povo para as realidades espirituais e despertando a consciência dos incrédulos para seu estado de perdição e miséria.” (Augustus Nicodemus)

 

 

 

 

O profeta ora por avivamento.

 

Habacuque se vê acuado e ora para que Deus coloque vida. Dê avivamento! Ele encontra-se diante de uma catástrofe. Ano 605 a.C. (Jr 22.17-19), quando Jeoaquim era o rei em Israel. Todo Israel estava na eminente invasão dos Caldeus. Como homem de Deus, Habacuque encontra-se deprimido, tentando entender a forma de Deus agir.

 

ü  Habacuque estava desanimado (2.4)

ü  Entre os vs. 3-16 só vê calamidade!

ü  Compara sua situação com o poder de Deus.

 

O profeta: "Tenho ouvido, ó senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2).  O profeta ora por avivamento.

 

O que é avivamento?

 

No cerne da palavra avivamento encontra-se “vida”. Algo é avivado quando existe vida, quando a presença de Deus se torna manifesta. Quando a vida começa a murchar, a desvanecer, quando o coração se esfria, o pecado já não nos preocupa, perdemos o ardor missionário e não temos interesse pelo reino de Deus e nossa igreja local, temos o oposto do avivamento.

 

Avivamento é um despertamento que estimula a vida. Há uma nova consciência de realidades espirituais. O Espírito Santo ilumina a mente e o entendimento, e algo inusitado acontece. Avivamento, por definição, é a poderosa ação de Deus, um ato soberano que nenhum homem poderá realizar. Homens não controlam avivamento. Seu começo é repentino e o seu fim também repentino.[1]

 

O profeta Hacacuque está orando exatamente por isto: “aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2.

 

Fala-se muito hoje em avivamento. Aliás, tornou-se moda falar de avivamento. Pessoas vivem atrás de sinais acreditando que sinais são o termômetro de avivamento, enquanto que, historicamente, o que define avivamento não são os sinais, embora eles aconteçam, mas um profundo desejo de adorar a Deus, um forte sentimento de pecado, e uma vontade profunda de promover a glória de Deus.

 

M. L. Jones, no seu livro "Avivamento", define o avivamento da seguinte forma: “Um período de benção incomum e atividade na vida da igreja de Cristo. Algo é avivado quando existe vida, quando a presença de Deus se torna manifesta. Quando a vida começa a murchar, a desvanecer, temos o oposto do avivamento. Avivamento é um despertamento que estimula a vida. É uma visitação especial do Espírito Santo. As pessoas se conscientizam de sua presença e de seu poder, de uma forma nunca antes percebida. O primeiro efeito é uma consciência de realidades espirituais, perspectiva clara destes fatos. O Espírito Santo ilumina a mente e o entendimento, e algo inusitado acontece. Um novo calor espiritual, tristeza pelo pecado, a busca pela glória e a santidade de Deus. Avivamento, por definição é a poderosa ação de Deus, um ato soberano que nenhum homem poderá realizar. Homens não controlam avivamento. Seu começo é repentino e o seu fim também repentino.[2]

 

Em geral temos duas reações ao avivamento:

Þ    Pessoas que vivem atrás de profetisas, manifestações, sinais, queda no Espírito, dente de ouro, etc., embora nunca busquem uma vida pessoal profunda com o Senhor;

Þ    Medo de avivamento – Não sabem bem o que é e o associam a eventos bizarros e se tornam reativos.

 

O que não é Avivamento?

q  Avivamento não é barulho.

q  Avivamento não é movimento com repercussões apenas dentro da igreja local. Pode ser antecedido pela renovação, mas nunca para na renovação interna da igreja.

q  Avivamento não é apenas uma experiência mística, mas é algo que tem a ver com a ética social, trazendo implicações na família, igreja e sociedade.

q  Avivamento não é iniciativa humana, mas divina.

 

O que é Avivamento?

q  Avivamento é restauração: sair dos monturos. A vida invadindo a morte (Ez 37)

q  Avivamento tem a ver com a vida: curiosamente o termo evil (em inglês, mal), é oposto de live (viver).

q  Avivamento é sopro de Deus (Is 64.1-3).

 

Avivamento tem alguns aspectos genuínos:

Primeiro, traz uma enorme consciência de pecado. Quando Jonathan Edwards pregou o seu famoso sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, as pessoas ficaram tão assustadas com a possibilidade de irem para o inferno que eles abraçavam os pilares do templo, chorando e angustiadas. No avivamento há um grande desejo de santidade e o Espírito gera um horror ao pecado.

 

Segundo, uma nova paixão pela Palavra de Deus, e pelas doutrinas bíblicas. Em geral há um resgate clássico da doutrina da justificação pela graça.

 

Terceiro, não são eventos efêmeros. Não surgem hoje e amanhã desaparecem. Alguns dos avivamentos históricos duraram mais de cem anos.

 

Quarto, atinge gerações. Não apenas alcançam um determinado grupo da igreja, mas impactam filhos e netos.

 

Quinto, causam mudança. Atingem a sociedade, a política. Quando o avivamento Wesleyano aconteceu na Inglaterra, os bares começaram a fechar, porque não havia mais clientes. A criminalidade começou a diminuir. As pessoas mudaram seus relacionamentos.

 

Sexta, grande paixão por missões e evangelização. Novas igrejas são plantadas, Deus desperta jovens para a obra missionária, que passam por uma experiência de grande

 

Por estas e outras razões, estudiosos afirmam que o Brasil nunca teve avivamento. Podemos até afirmar que já houve períodos de grande renovação, mas não o clássico e verdadeiro avivamento.

 

 

Por que o profeta ora por avivamento?

 

Quem ora por avivamento, está imbuído de duas convicções:

 

A.    Ora por avivamento, quem sente a necessidade de mudança. Se você não sente que algo deve mudar, por que você oraria? Se você acha que sua vida morna está OK, por que você oraria? Ninguém ora por mudanças quando não sente necessidade de mudanças. Oramos por avivamento quando olhamos na nossa história e só vemos cinzas e escombros. Deus precisa avivar as brasas da displicência e negligência.

 

B.     Ora por avivamento, quem tem expectativa da intervenção de Deus na história. Se você não acredita que Deus pode fazer algo, por que você oraria? Como diz Hb 11.6: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aqueles que se aproximam de Deus creia que ele existe e que é galardoador daqueles que o buscam”. Portanto, é preciso crer que ele é real, ele existe; e é preciso crer que ele responde, já que galardoa aqueles que o buscam.

 

O profeta tem as duas convicções.

Sabe que as coisas estavam angustiantes, tem percepção clara do momento que vive e por isto clama. Ele se afirma alarmado. Ele vê que as coisas não podem continuar assim, pois o resultado será catastrófico.

 

Muitas pessoas sinceramente pedem que Deus avive a sua obra. Elas percebem a realidade das igrejas do Senhor Jesus, a realidade de suas vidas, a realidade de suas casas e clamam por uma transformação histórica. São pessoas que veem as famílias longe de Deus, e intercedem por elas vê os jovens se afastando de Deus, perdendo suas vidas na indiferença, na vida de pecado, no ocultismo, no satanismo, nas drogas, na fornicação e choram por isto. São pessoas que possuem sensibilidade pelas coisas que tocam também o coração de Deus. Pessoas assim estão orando.

 

Tais pessoas também oram porque sabem que apenas Deus pode transformar. Quando Habacuque diz "aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2), ele o faz por saber que Deus age de forma soberana, poderosa e miraculosa na história, e por isto clama.

 

Por que precisamos de avivamento?

 

  1. Porque no cerne do termo avivar, encontra-se vida. Quando clamamos para que Deus avive sua obra estamos desejosos de ver sua vida se manifestando entre nós.

 

Avivar é um termo que é oposto de dormência, inconsciência, apatia. Muitos encontram-se adormecidos, e estarão despreparados quando Cristo vier buscar sua igreja, precisam acordar, precisam voltar à consciência, tornar a viver. Precisamos orar por isto.

 

Precisamos de vida abundante.

Temos tido migalhas da graça de Deus, e temos vivido uma vida cristã miseravelmente feliz. Onde estão as riquezas da vida de Deus, da obra do Espírito Santo?

 

Poucas pessoas têm orado por isto? Normalmente nossas orações estão focalizadas em problemas emergenciais, e não consideramos a urgência de pedirmos a Deus para que ele avive a sua obra. Não temos outra forma de viver a vida de Deus. Quando clamamos para que Deus avive sua obra estamos desejosos de ver sua vida se manifestando entre nós. Avivar é um termo que é oposto de dormência, inconsciência, apatia.

 

Stanley Jones faz uma comparação entre cisterna e poço artesiano. Ele afirma que na cisterna precisamos de uma bomba manual, e vamos tirando um pouco de água que dá para nossa sobrevivência, mas com poço artesiano, a água brota espontaneamente.

 

M. L. Jones afirma que o grande problema não é a negação da verdade cristã, mas a falta de desejo de aplicar tal verdade às nossas vidas. Precisamos não de melhores métodos e organização, mas de um poder que pode entrar em nossas almas, nos quebrantar e nos restaurar. Precisamos do poder vivo do Deus vivo.

 

Precisamos de vida, não da vida artificialmente comprada nas boutiques, nos salões de beleza e na fogueira das vaidades, precisamos de vida que jorra de dentro de nossa alma. Precisamos de vida dentro de nossos lares, revelando-se na igreja de Cristo. Se entendemos isto, precisamos orar como o profeta "aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2).  Dá-nos vida plena, abundante, plena, estamos fartos de comermos migalhas e dos restos de comida espiritual, o Senhor tem vida e vida em abundância para nos dar (Jo 10.10).

 

Qualquer outro esquema é carnal (parte da carne). Disse João Batista: “Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo” (João).  Disse Jesus: “Sereis batizados com poder” ( At 1.8). Você pode ter um comportamento moralmente correto, mas se seu desejo é autocentrado, está pensando apenas em si mesmo, no seu conforto e bem estar já não é a vida de Deus que opera em você. Só a obra de Deus nos capacita a viver para Deus.

 

O Espírito é ruah, vento  (hebraico). Ele age e nos impulsiona a viver para Deus.

Aviva a tua obra Senhor!

 

Jesus afirma, que se crêssemos nele, como diz as Escrituras, do nosso interior fluiriam rios de água viva (Jo 7.37). Você não sente necessidade desta vida abundante de Jesus jorrando dentro de seu coração?

 

É possível levar as coisas, por certo período de tempo, na base da tradição, costume ou hábito, mas chega a hora que não teremos mais reservas sobrando e compreenderemos que estamos enfrentando algo absolutamente básico e fundamental. É a necessidade da vida em si, este poder e vigor essencial na igreja de Cristo, em nossa família e dentro de nós. Gloriosos períodos de avivamento e despertamento foram precedidos de grande secura, indiferença e entorpecimento na história da igreja. Para que a obra de Deus seja novamente avivada, é necessário um retorno à Palavra de Deus.

 

  1. Precisamos orar por avivamento, por causa de nós mesmos: apenas a vida de Deus em nós pode nos livrar do cinismo religioso e moral - Quando Deus se revela na nossa história, o curso de nossa vida é mudado.

 

Pedido de avivamento é como um despertador. Precisamos de ter nossa vida com Deus transformada. Não queremos mais fazer as coisas que corriqueiramente fazíamos. Quando o avivamento ocorre, algo de extraordinário acontece em nossas vidas. Começamos a ter tristeza segundo Deus. Arrependimento genuíno. Por esta razão, arrependimento é algo tão comum em tempos de avivamento.

 

Muitas pessoas quando falam em avivamento pensam logo em manifestações excêntricas da graça de Deus na história, e eventualmente Deus faz isto, mas avivamento é a vida de Deus em nós, transformando nossa forma de ser e agir, dando-nos novo vigor e poder. É a vida de Deus em nós trazida pelo Espírito Santo.

 

Certa vez preguei na igreja sobre o texto bíblico no qual João Batista afirma que ele batizava com água, mas Jesus nos batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Falei da necessidade da obra do Espírito para aquecer nosso coração, do fogo do Espírito. Uma jovem que estava com seu coração frio, conversou depois do culto e me disse: “Pastor, é exatamente deste fogo que meu coração está precisando...”

 

Avivamento nos capacita a um testemunho autêntico e a lutar contra as trevas. É Deus operando nas profundezas de nosso coração, desmascarando as defesas e artifícios fugazes, a religiosidade cheia de vícios e artimanhas. Avivamento é Deus colocando um novo princípio de vida em nós, que resulta em um novo homem, "criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade" (Ef 4.24).

 

Precisamos de avivamento para encontrarmos vida interior profunda. Nossa alma tem estado seca, sem vigor, ossos secos, tendões secos. Temos sido dominados pela apatia, indiferença, perda da motivação, paixão, fogo, vigor espiritual, alegria da salvação, poder na oração, desejo de Deus, ausência de encantamento com a cruz, esfriamento.

 

Você já se perguntou porque não tem desejo de comunhão com Deus, por que não deseja uma vida espiritual mais profunda?

 

O avivamento nos tira de uma condição, e nos leva para outra. “Ele vos batizará com fogo!”. Muitos vivem de profetizas em profetizas, atrás de lenço ungido, óleo ungido, pastor ungido, mas não vai atrás da verdadeira unção que surge com um coração quebrantado.

 

  1. Precisamos de avivamento porque nossos lares precisam da profunda graça de Deus

 

Fico pensando naquele brado da mulher Siro-Fenícia. “Senhor, tem misericórdia de mim, porque minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15). Lares desamorosos, competitivos, Mamon entronizado, famílias que não oram. Satanás vai ruindo (fantasia, pensamentos de divórcio, amarguras, tentações, pecados).

 

Nossas famílias não deveriam se desesperar ao verem os filhos se afastando da graça de Deus? Como é que aceitamos isto passivamente? Justificamos isto diante da pressão social, falamos da geração atual como algo incorrigível e sem solução, nos julgamos superior espiritual e moralmente à geração antiga, e nos esquecemos que não há diferença entre a geração anterior e a nossa. Estamos no mesmo quadro espiritual. Precisamos de regeneração. Se alguém não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.

 

Não podemos simplesmente aceitar o fato de que nossos filhos estão caminhando para o inferno. Que nossos adolescentes estão perdidos, sem Jesus e achar que isto é normal. Precisamos clamar, colocar nosso joelho no chão e orar.

 

Famílias precisam entrar em casa e fechar a porta com a cobertura do sangue do Cordeiro, e afugentar em nome de Jesus o destruidor. Filhos desagregados, perdendo o evangelho. Nós nos esquecemos da fonte, de onde brota a vida, clamor pela obra.

 

  1. Precisamos de avivamento porque a igreja de Cristo precisa ser constantemente renovada

 

A igreja de Cristo precisa ter o fogo de Deus queimando no coração. Estamos secos espiritualmente, estamos falidos moralmente. A religião tem se tornado um estereótipo que facilmente rouba de nós a espontaneidade e a vida com Deus. Somente a obra de avivamento pode renovar nossa psique, restaurar nossa vida, modificar os hábitos em nossa casa e incendiar nossa igreja. Veja o estado histórico que o profeta se encontra (Hab 3.16).

 

Sem o fogo de Deus, nossa igreja será inoperante, o testemunho fraco, não atrairá pecadores. Conta-se que certo pastor insistia com o comerciante vizinho, a vir à igreja, e apesar daquele homem ser uma pessoa simpática e amável com o pastor, ele nunca aceitou qualquer convite para sequer entrar na igreja. Um dia, o templo pegou fogo, e as pessoas começaram a ajudar, os bombeiros vieram, muitas pessoas carregavam baldes de água, e quando o pastor chegou, viu seu vizinho ajudando a apagar o fogo, e o pastor, assustado, vendo-o dentro da igreja disse sorrindo: “Uai fulano, você finalmente apareceu na igreja”, e ele respondeu: “Nunca entrei antes porque a sua igreja nunca pegou fogo antes”.

 

Tentamos tirar as pessoas da neutralidade espiritual, esbravejamos, pregamos, encorajamos, ameaçamos, as condenamos, mas sem Jesus nenhuma mudança acontecerá. Elas continuarão nas trevas e no pecado, dominado por vícios e pelas trevas.

 

No Salmo 80 o salmista ora exatamente pelo povo de Deus. Por três vezes ele ora: “Restaura-nos Senhor” (Sl 8.3,7.19). Ao pedir pela restauração ele expõe os motivos: “Está queimada, está decepada” e por isto diz: “olha do céu e visita esta vinha”.

 

  1. Precisamos de avivamento para que a sociedade seja impactada

 

Certamente ficamos assustados com a realidade espiritual de nosso país. A falta de freio moral, a ausência de princípios e valores entre a sociedade, a forma como a imprensa agride valores morais e espirituais. Nos tornamos reativos, moralistas, esbravejamos, e sabe o que acontece com tais reações? Nada!

 

O problema do mundo não é comportamental, nem ético. O problema do mundo é de natureza filosófica, portanto, espiritual.

 

Sabe como isto será resolvido? Somente quando Deus derramar do seu Espírito sobre os homens, algo novo acontecerá. Precisamos de novo nascimento, e não de nova reforma moral. O problema do homem não é externo, mas interno.

 

Quando se deu o avivamento na Inglaterra, através do movimento wesleyano, os bares e prostíbulos começaram a ser fechados. Avivamento genuíno sempre traz transformações históricas. Deus atinge a sociedade. Por isto é correto afirmar que nunca existiu avivamento no Brasil. Nossas estruturas politicas e sociais nunca foram atingidas. No Avivamento se revela a vida de Deus em nós, transformando nossa forma de ser e agir, dando novo vigor e poder. É a vida de Deus em nós trazida pelo Espírito Santo, que atinge a igreja e a sociedade.

 

Existe uma conhecida frase de Lord Melbourne, primeiro ministro da Rainha Vitória: "Podemos saber que as coisas estão se tornando sérias, se a religião começa a se tornar pessoal". Avivamento não acontece só com pessoas do tipo religioso, mas atinge pessoas periféricas, atinge os lares, tangencia a cultura e a cosmovisão de um povo.

 

A sociedade precisa de avivamento. Estudiosos afirmam que só foram registrados 9 avivamentos históricos no mundo.

 

O avivamento torna conhecida as obras do Senhor. Habacuque estava desanimado (Hc 2.4). Olha para sua volta e só vê desgraça. Entre os versículos 3-16 do capitulo 3, ele só vê calamidade. Precisamos de avivamento porque avivamento traz glória a nome de Deus.

 

Neste contexto Habacuque pede para que Deus avive sua obra porque ele está alarmado (3.2). Quando percebe a riquezas de Deus na história e sua intervenção sobrenatural e contrasta com a trágica realidade do povo ele fica chocado e clama ao Senhor: "aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2).  Precisamos da doce presença do Espírito em nós. Precisamos de avivamento espiritual, para que Deus se torne conhecido entre os povos.

 

Muitas vezes oramos por conversão, e nada acontece. Por mudança e parece que Deus não nos ouve. Habacuque também sofre da mesma síndrome: Ele gostaria que a obra do Senhor se tornasse evidente aos olhos das pessoas, que elas percebessem que Deus estava fazendo algo transformador. Ele orava por avivamento porque ele queria que a glória do Senhor se evidenciasse.

 

 

Conclusão:

 

Este texto aponta para o avivamento em quatro direções importantes:

 

1. Avivamento é feito por Deus, e somente de Deus - Por isto ora: "Aviva a tua obra Senhor". É Deus quem aviva. Não se trata, portanto, de obra humana. Nunca emocionalismo e artificialismo, nem manipulações sentimentais redundaram em avivamento. No máximo, produziram super-crentes e pessoas admiradas e veneradas pela sua super-espiritualidade, mas isto é o oposto do avivamento, pois está centralizado no homem, na sua habilidade de gerar reações humanas. Portanto, trata-se da carnalidade travestida de espiritualidade.

 

2. Avivamento nos lembra que a obra é de Deus - "Aviva a tua obra". A obra é de Deus, portanto, tem a ver com o próprio Deus. É Jesus quem edifica sua igreja, é Deus quem cuida da sua obra. É dele, e somente dele, sua obra na história. "Quem tem a noiva é o noivo", como bem afirmou João Batista. A obra é de Deus.

 

3. Ele sabe que o avivamento precisa atingir as próximas gerações - "Aviva a tua obra, Senhor, e no decurso das gerações, torne-a conhecida". O alvo primordial de todo avivamento, tem a ver com o impacto nos nossos filhos e nos filhos dos filhos. Vejo muitas pessoas buscando uma religiosidade para si, despreocupados com o que acontecerá a seus filhos. A doutrina do Pacto da família, vem nos lembrar que Deus está interessado não apenas em nós, mas nos nossos filhos. "Farei uma aliança entre ti e a tua descendência". Precisamos orar por avivamentos que transformem a história das próximas gerações.

 

4. Ele sabe que avivamento precisa impactar a sociedade. "Aviva a tua obra, Senhor, e no decurso das gerações, torne-a conhecida". A obra de Deus vai atingir as pessoas, vai se tornar conhecida daqueles que ainda não a conhecem. Vai atingir nossos amigos e a sociedade. Vai impactar culturas e povos diferentes. Se você ora por avivamento, precisa ter os olhos focados em evangelismo e missões. Não é apenas um evento que vai nos tornar mais desejosos de Deus e com desejo de santidade, o que já seria maravilhoso, mas vai alcançar pessoas periféricas e distantes do evangelho. Vai atingir a cosmovisão de um povo.

 

Muitas vezes oramos por avivamento para nossa auto promoção, e não porque realmente desejamos ver a glória de Deus se manifestando.

 

Uma situação interessante:

Imagine se começássemos a orar para que Deus enviasse avivamento, e Deus começasse a abençoar todas as igrejas ao redor e não trouxesse tais pessoas a nós. Como nos sentiríamos? Oramos por avivamento da obra do Senhor ou para que nossa igreja cresça? Qual é o propósito. Podemos pedir avivamento como pastores e líderes, apenas para que as pessoas nos respeitem mais, para que mostremos estatísticas mais alvissareiras, para que os recursos da igreja sejam ampliados e que as obras que desejamos fazer possam ser alcançadas. Qual é a motivação de nossa oração?

 

Existem pessoas que nada esperam, nada recebem, e nada acontece em suas vidas. Muitas pessoas ao virem na igreja aos domingos me dão a impressão que vieram fazer uma visita a Deus. Será que esperamos e desejamos que algo aconteça a nossas vidas?

 

"Tenho ouvido, ó senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida" (Hab 3.2). 

 

 

 

 

 



[1] Jones, M. L. Avivamento. Sao Paulo, ed. PES, pg 117 e 120

[2] Jones, M. L. Avivamento. Sao Paulo, ed. PES, pg 117 e 120

domingo, 12 de fevereiro de 2023

2 Co 5.1-10 Quatro verdades essenciais

 



 

 

 

Introdução

 

Preguei este texto a oito meses atrás, na Igreja Presbiteriana Central de Anápolis, numa situação muito peculiar. Foi no sepultamento do querido Pr. Edson Caetano (Pr. Black). Na verdade, preguei um esboço de seu sermão, que ele expôs, em um outro funeral, seis meses antes, e quando seu esboço me chegou à mão, decidi literalmente pregá-lo. Era uma mensagem carregada de esperança, confiança e certeza nas promessas do Evangelho. Eu simplesmente usei o seu esboço e de forma transparente disse à igreja de quem era o sermão. Entendi que esta era a melhor forma de anunciar as verdades da fé que ele professava.

 

Hoje estou pregando no mesmo texto com uma abordagem diferente. Paulo fala de esperança, morte e ressurreição usando figuras simples e emprega algumas verdades fundamentais. Ele fala de quatro verdades fundamentais para nossas vidas. Estas verdades são libertadoras, carregadas de esperança e consolo.

 

Vivemos em tempos de dúvidas e desencanto. Nossos filhos são enviados para a escola, onde os professores falam da necessidade de questionar, rejeitar absolutos, reinventar sua própria verdade. O pluralismo admite que cada pessoa tem a sua verdade. O relativismo afirma que a verdade não é o que é, mas depende de seu ponto de vista, mesmo que nossas ideias sejam opostas, cada um tem a sua verdade. O subjetivismo afirma que a verdade está dentro de você, portanto, a verdade é o que você pensa que é. Isto leva a sociedade moderna viver sempre pautada por incertezas. Ninguém sabe de nada, porque não há nada que se possa saber e cada um experimenta sua própria angústia, neste contexto de incertezas e questionamentos.

 

Ainda existe outro aspecto que precisa ser mencionado: Se você tem algum conceito ou pressuposto, você é tido como radical e preconceituoso. Gosto muito de repetir uma frase que ouvi certa vez de uma mulher cristã: “Eu não tenho preconceitos, eu tenho conceitos.” A coisa mais abençoadora e consoladora da vida é termos nossos pés firmados em verdades divinas. No final da sua vida, Paulo afirma: “Pois eu sei em quem tenho crido, e estou bem certo de que ele poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final.”

 

Neste texto, vamos estudar quatro verdades essenciais. Estas verdades precisam ser cravadas em nossa mente. Sistematicamente este texto vai descrevendo estas verdades, que fazem diferença profunda em nossas vidas.

 

1.     Temos uma casa eterna nos céus – “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.” (2 Co 5.1)

 

Esta é a primeira verdade. Paulo não fala em termos de dubiedade antes afirma: “Sabemos!” Este versículo nos fala da morte e a ressurreição. Para exemplificar ele usa figuras da moradia: “casa terrestre” e “tabernáculo” referindo-se ao corpo atual. A casa terrestre é precária, temporária, transitória. Ela se enfraquece, adoece e morre, é passível de enfermidades, é transitória.

 

Esta é a realidade do nosso corpo: frágil, vulnerável, com prazo de validade limitada. Temos a compreensão clara da vulnerabilidade e fragilidade. Ao mesmo tempo temos a convicção e alegria de saber que existe uma casa celestial, permanente e eterna. Nosso corpo sofre o impacto dos anos, enfrenta enfermidades, mas o corpo da ressurreição será glorioso.

 

Paulo usa uma figura muito conhecida dos judeus em seus dias. As tendas eram feitas de madeira para sua sustentação e de couro de animais para a cobertura. As pessoas ao se mudarem podiam carregar sua “casa” consigo. Tratava-se de uma habitação provisória, temporária. Mas o texto faz um contraste desta tenda com a casa celestial que é de natureza perene e permanente.

 

A morte muda nossa condição. Tira-nos do provisório para o permanente. Nosso corpo atual é corruptível, mortal e decadente, mas o corpo da ressurreição será incorruptível, imortal e glorioso (1 Co 15.53,54).

 

William Barclay afirma que embora a Bíblia se refira ao nosso corpo na condição atual como frágil e decadente, não compartilha do conceito da filosofia grega de que a matéria é má e que o corpo é como uma prisão da alma. A morte não é a libertação da alma da prisão do corpo, mas a remissão de ambos, corpo e alma; bem como da mudança de um corpo de fraqueza para um corpo de poder; do terreno para o celestial; do temporário para o permanente; do mortal para o imortal; do corruptível para o incorruptível. Hernandes Dias Lopes afirma que “Isso não é um desejo especulativo, mas uma certeza inequívoca, pois se trata de algo que os cristãos sabem”. Paulo expõe isto de forma mais plena em 1 Co 15 e 1 Ts 4.13-18.

 

Não cremos que a morte determina o fim da existência humana; nem que a alma fica vagando em busca da luz; não cremos que a alma se reencarna posteriormente em outro corpo; nem que ela vai para o purgatório expiar seus pecados; não cremos que ela fica dormindo no túmulo junto com o corpo em decomposição e nem na aniquilação da alma por Deus. Cremos que na ressurreição corpo e alma são reunidos novamente e que o corpo é glorificado para se tornar apropriado para a vida na eternidade. Quando morremos, há uma mudança de endereço (2 Tm 4.6-8), e o corpo ressurreto deixa de ser uma tenda frágil para tornar-se um edifício permanente.

 

Por compreender esta verdade, o cristão vive em uma santa expectativa celestial. Paulo fala de um gemido, um anseio profundo. “E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial.” (2 Co 5.2). O gemido revela este desejo por algo superior, mais profundo. Paulo afirma que toda natureza criada geme, ansiando por esta libertação. (Rm 8.22) e os crentes aguardam a redenção do corpo (Rm 8.23). É a certeza de que, o melhor ainda está por vir. A revelação final que Deus tem preparado para seus filhos amados. A redenção que também atingirá toda natureza e redimirá toda criação da situação angustiosa gerada desde que o pecado entrou no mundo e também atingiu a criação.

 

A redenção final não tem um aspecto apenas pessoal, mas possui uma dimensão ecológica. Toda natureza será redimida do cativeiro.

 

2.     Um selo de garantia eterna – “Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito.” (2 Co 5.4) Para que essa gloriosa promessa se cumpra, Deus nos concedeu o penhor do Espírito quando cremos em Cristo. (2 Co 5.5)

 

Esta é a segunda verdade essencial para nossa vida. Ao nos dar o seu Espírito Deus coloca em nós uma marca espiritual, um sinal sagrado, que é o seu selo, e de quebra nos dá o seu penhor em garantia da vida eterna.  É este penhor que nos garante. Antigamente era muito comum as pessoas irem a uma agência bancária, e como garantia do pagamento do dinheiro emprestado, deixarem as joias de família assegurando que o pagamento estava assegurado. Penhor é a garantia do pagamento.

 

A palavra "penhor" (grego: arrabon) demonstra que Deus nos garante aqui e agora. Portanto, o avalista é o próprio Deus. Se dependesse de nós, não conseguiríamos caminhar até o fim, nem teríamos certeza alguma da vitória, mas o Espírito nos foi dado como garantia “até o resgate de sua propriedade, em louvor da sua glória.” (Ef 1.13-14) Nós já temos o depósito que garante o pagamento na sua totalidade no dia do acerto de contas. Podemos afirmar que estamos firmes até o final, por causa do Espírito Santo. Eu não me garanto, quem me garante é o Espírito de Deus. O penhor é a garantia de que não caminhamos para um fim tenebroso, mas repleto de glória. (2 Pd 1.19)

 

Somente a presença do Espírito em nós, pode dar segurança para enfrentarmos a morte com convicção. Nenhuma palavra pode consolar, nenhum argumento, apenas a presença do Espírito. Que penhor tremendo Deus nos tem dado!

 

Perguntaram ao Dr. Russsel Shedd: “É possível perder a salvação?” E ele respondeu: “Bom, isso depende... depende de quem te salvou. Se foi Cristo quem te salvou então é impossível, agora se foi outro quem te salvou, então, sim, é possível perder a salvação.”

 

No horizonte do cristão não há nuvens, trevas e incerteza, mas a convicção dada pelo espírito da glória por vir. "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito." (1 Co 2.9) Há uma promessa objetiva de redenção e uma experiência subjetiva da habitação do Espírito Santo em nós.

 

Esse fato nos relembra que as glórias prometidas para a eternidade já começam aqui. A existência atual é o fundamento da vida na glória. O penhor do Espírito é a garantia de que a obra que Deus começou a fazer em nós será concluída. “Aquele que começou boa obra em vós, há de completá-la até o dia da redenção.” (Fp 1.6) Deus não é Deus de obras incompletas. Ele completará as promessas de vida eterna que prometeu.

 

3.     Uma esperança concreta – “Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor. É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.” (2 Co 5.6-8). Um dia viveremos com o Senhor. (2 Co 6-8)

 

Esta é a terceira verdade essencial. A Bíblia nos ensina que por causa das promessas de Deus, “estamos em plena confiança.” Não é uma esperança insegura, claudicante e titubeante, mas uma certeza firme.

 

A segurança da vida eterna tem dois efeitos no tempo presente: Bom ânimo e confiança plena: Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos.” (2 Co 4.5-6)

 

Bom Ânimo

A vida é cheia de doenças, dores, insegurança. É fácil se sentir desencorajado, desanimado e abatido. As convicções espirituais, repletas de esperança, nos fazem transcender, e a olhar a vida com maior amplitude. Isto nos traz ânimo.

 

Certa vez ouvi um pastor afirmando que quando nos sentíssemos desanimados, bastaria ler, em voz bem alta, o texto do Salmo 27.13-14 que diz: “Eu creio que verei a bondade do Senhor na terra dos viventes. Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.” De fato, esta é uma promessa maravilhosa.

 

E o que dizer do Salmo 23, Salmo 46 e tantos outros textos bíblicos repletos de entusiasmo, ânimo, que fazem nossa autoestima levantar? Quando Jesus viu os seus discípulos abatidos, o que ele lhes falou? “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz.  No mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16.33) Crer em Jesus traz encorajamento aos nossos corações.

 

Confiança plena

Outro aspecto maravilhoso é a confiança plena.

 

O apóstolo Pedro afirma: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança.” (1 Pe 1.3). Não é uma esperança morta, destituída de sentido, mas uma esperança viva, fundamentada em promessas fiéis. Não é uma esperança nos políticos que criam falsas expectativas, ou num sistema judiciário corrupto e pervertido. A esperança em Cristo é viva! “Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.” (Rm 10.11) Gosto muito desta expressão: “Não será jamais confundido.Somos confiantes quanto ao futuro e corajosos quanto ao presente. Por isto a morte jamais será uma tragédia.

 

“Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.” (2 Co 4.9)

 

4.     Um tribunal justo: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” Todos compareceremos perante o julgamento de Deus.

 

O caminho da glória é também o caminho do juízo. Cada pessoa ouvirá o veredicto de Deus no dia do juízo: Rev. Hernandes faz cinco comentários sobre o tribunal de Cristo:

 

   a)      O tribunal de Cristo será justo. Ninguém poderá escapar dele.

   b)      O tribunal de Cristo será imparcial. Seu julgamento não receberá nenhuma influência de fora.

   c)      O tribunal de Cristo será meticuloso. O que semearmos, isso colheremos.

   d)     O tribunal de Cristo será revelador. Julgará tanto nossas ações como intenções (1 Co 4.5).

   e)      O tribunal de Cristo terá uma sentença. Ali os infiéis serão condenados eternamente e os justificados receberão as recompensas das promessas e da graça

 

Conclusão

 

A partir deste texto refletimos sobre quatro verdades essenciais:

Temos uma casa eterna nos céus: “Casa não feita por mãos, eterna, nos céus

Temos um selo de garantia eterna: “O próprio Deus nos outorgou o selo do Espírito”

Temos uma esperança concreta – “Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor. “Isto traz bom ânimo e confiança plena

Temos um tribunal justo: “Todos compareçamos perante o tribunal de Cristo.”

 

A fé cristã se baseia na história, e não em fábulas, isto é, que Jesus viveu, morreu e ressuscitou, e que a ressurreição é o evento central na recriação por Deus do nosso mundo caído. Não apenas as ideologias totalitárias do século passado, com suas falsas certezas, nem as promessas messiânicas do presente, nem a manipulação das informações da imprensa atual, nem os ímpios julgamentos de tribunais no presente. A verdade resiste e se manifesta. Nem o secularismo pós-moderno ou o relativismo, com suas falsas dúvidas, tem sido incapaz de responder às angustiosas questões existenciais e espirituais que surgem. Por que nasci? De onde vim? Para que existo? Para onde vou? Somente a verdade de Deus, pode trazer consolo, graça, segurança e direção,

 

Quando olhamos para este texto, vemos a beleza da fé cristã. Que benção estarmos firmados em tão grandes promessas. Que benção poder alicerçar nossa vida na obra de Cristo e no seu sacrifício. Não estamos indo para o nada. Nossa vida tem propósito. Existimos para um projeto específico e abençoador. Que bom conhecer e fundamentar nossas vidas nestas quatro verdades essenciais.