sábado, 13 de maio de 2023

2 Co 8.1-15 A Graça de Doar


 

 

 

Introdução

 

Falar de dinheiro nos dias atuais tem se tornado cada vez mais complicado. Em parte, pela mentalidade materialista dos homens, que não desejam refletir sobre este assunto. Noutra, pela atitude de alguns evangelistas e pastores que se tornaram famosos pela quantidade de dinheiro que retiram das multidões para manter seus ministérios megalomaníacos.

 

Diante disto surgem duas atitudes equivocadas, que não nos ajudam a refletir sobre a importância deste tema central nas Escrituras. Jesus falou mais de dinheiro que de inferno isto demonstra como ele estava preocupado com a maneira com que os homens, de maneira geral, e seus discípulos, de forma especial, lidavam com seus recursos.

 

As igrejas no meio de todas estas tensões tem tomado duas posições

 

A.   Transformaram o dinheiro no centro de suas pregações. O Brasil está repleto de pregações colocando o dinheiro no centro da mensagem e transformando a relação com Deus em barganha e troca. Assim tem agido os defensores da teologia da prosperidade.

 

B.    Absoluto silêncio - Como um grande tabu, não se pode falar do tema para não ofender os irmãos. Não há uma reflexão bíblica e elaborada sobre a importância do dinheiro para glorificar a Deus e usar para abençoar vidas. As pessoas não sabem o que a Bíblia, e especialmente Jesus, fala sobre este tema.

 

É importante refletir sobre o dinheiro. Seu valor e sua essência, já que a bíblia fala deste tema de forma tão frequente. Precisamos entender como lidar com os bens, como transformar nosso dinheiro em uma forma de glorificar a Deus e edificar o reino de Deus. Precisamos também entender quais os motivos para contribuir para a obra do Senhor. Quando entregamos ofertas ou fazemos contribuições missionárias, ou ajudamos uma obra social, o que nos impulsiona a generosidade?

 

ð  Medo – “Eu deixo de receber as bençãos de Deus, então preciso doar.” Medo de ser arrolado no Serasa do céu, ou na lista negra da igreja.

ð  Barganha - “Se eu der, Deus vai me abençoar. Então, para alcançar prosperidade, preciso contribuir”

ð  Legalismo - “Eu tenho que trazer o seu dízimo!”

ð  Religiosidade – Eu preciso quitar o carnê de minha lista de atividades religiosas.

ð  Insegurança – As palavras duras palavras de Malaquias 3.11 ecoam em meus ouvidos: “Com maldição sois amaldiçoados!”

ð  Autopromoção – Receberei aplauso das pessoas que ficarão admiradas com minha bondade.

 

Podemos dar duas razões imediatas para se falar do tema:

 

1.     As Escrituras Sagradas falam abertamente sobre este assunto

 

a.     No Antigo Testamento a Bíblia sempre fala deste assunto, o tema das ofertas pacificas, holocaustos, primícias, estao presentes nos livros da Lei, nos profetas, especialmente Ageu e Malaquias, que tratam de forma tão contundente, exortando o povo a trazer suas ofertas para a obra do Senhor. Tudo isto coloca em evidência a questão da relação do homem com seus bens. Dinheiro no AT está intimamente ligado à benção divina, ao mesmo tempo que está vinculado profundamente ao coração daqueles que amam a Deus. Trazer ofertas era uma forma de expressar gratidão e adoração.

 

b.     No Novo Testamento, este é o segundo tema sobre o qual Cristo mais fala. O tema mais falado por Jesus em primeiro lugar foi o "Reino de Deus".  Jesus sentou-se intencionalmente diante do gazofilácio para ver o que elas davam e discernir com que e como traziam suas ofertas. Os evangelistas colocam Jesus de uma forma indiscreta, observando as pessoas trazendo suas ofertas, e foi neste contexto que a Bíblia narrou a oferta da viúva pobre. (Lc.21:1-4). Para Paulo, a avareza é descrita como idolatria", e "a raiz de todos os males".

 

2.     Jesus dá ao dinheiro um caráter espiritual

 

Jesus o chamou de "Mamom". (Mt 6.24) Não é apenas um meio neutro de intercâmbio, mas uma potestade, que tem vida própria. Não é possível servir a Deus e às riquezas. Ao usar o termo Mamon Jesus concede ao dinheiro uma natureza pessoal e espiritual, deixando inequivocamente claro que o dinheiro não é um meio impessoal de intercâmbio, mas um poder espiritual que procura ter poder sobre nossas vidas. Por trás do dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria, sendo capaz de inspirar devoção.

 

Portanto, coisas materiais não devem ser consideradas como algo fora dos parâmetros da verdadeira espiritualidade. O dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar nosso amor por Deus. A pessoa que começa a entender as coisas espirituais, dispõe-se a contribuir, e, na medida em que vai crescendo espiritualmente, vai participando com mais liberdade do ato de dar.

 

Dinheiro tem poder de vida e morte.

São muitos que matam, destroem, ferem, por causa do dinheiro. Centenas de pessoas vendem sua alma ao diabo por causa do dinheiro e não estou falando apenas de gangster. Uma dedicação ao trabalho por causa da ganância e desejo de ter cada vez mais pode devorar a alma, destruir a família, trazer doenças de diversas causas, e nos afastar da obra de Deus e por fim, nos afastar de Deus.

 

Dinheiro também tem poder de vida. Os desamparados e grupos vulneráveis recebem ajuda por causa da generosidade de pessoas. Com dinheiro também é possível sustentar a obra do Senhor, canalizar recursos para ações e ministérios que produzem vida, com ele é possível manter missionários nos campos, plantar novas igrejas, construir templos. Por causa de ofertas generosas dos missionários esta propriedade nos foi dada e por meio desta igreja dezenas de novas igrejas e missionários tem sido abençoados. O dinheiro que damos hoje abençoa a obra local, mas tem alcance por gerações. Dinheiro é uma benção quando usado a favor de vidas, solidariedade e edificação da igreja e do reino de Deus.

 

Este texto lido, nos ensina algumas coisas sobre contribuição que devemos aprender.

 

1.     Doar é Graça – Também, irmãs, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia.” (1 Co 8.1)

 

A primeira coisa que este texto menciona é que a generosidade demonstrada pelas igrejas da Macedônia, era fruto de uma graça especial, algo extraordinário e sobrenatural que Deus lhes havia concedido: A graça de Deus!

 

O termo “graça” é mencionado cinco vezes nestes textos (8.1;4,6,7,9). Doar é uma graça, ainda que poucos a desejem.

 

Que graça tão especial é esta?

Ouvi certa vez sobre a participação do grande avivalista Antônio Elias, num congresso de pastores. Quando o preletor convidou as pessoas para se levantarem e orarem para receber uma benção, o velho pastor se levantou imediatamente. Seu colega, ainda jovem, ficou indagando por que um homem tão abençoado como aquele, se levantaria numa convenção para se consagrar, e resolveu indagá-lo ele deu a seguinte resposta: “Onde houver a manifestação da graça de Deus, ali quero estar”.

 

Você quer receber graça?

Você deseja estar onde flui a graça celestial?

 

Doar não é peso, nem tarefa onerosa, é privilégio, é graça. Discípulos de Cristo vem a generosidade como uma oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.

 

Sabe de qual graça este texto está falando? A graça de doar, de cooperar com o reino de Deus, de ser generoso com seus bens materiais. O motivo daquelas igrejas ao serem generosas não era medo, nem autopromoção, nem barganha com Deus. Eles estavam encharcados uma graça que Deus lhes havia concedido.

 

Paulo relata aqui uma situação muito especial que se deu na Igreja da Macedônia. Os irmãos da Judeia passavam necessidade, e então resolveram ajudar, mas eles tinham um problema. Eles eram muito pobres. Então, Paulo, o pastor da comunidade, tentou convencê-los de não contribuir por causa da sua condição financeira, e eles lhe rogaram, com muitos rogos, que Paulo deixasse que eles contribuíssem dentro de seus recursos financeiros, e até mesmo, além de seus recursos. “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.” (2 Co 8.4).

 

Em geral, diante das necessidades financeiras de uma comunidade, vemos a liderança da igreja insistindo com as pessoas que contribuam, mas este texto nos fala de uma situação interessante de uma igreja que quer contribuir, mas o pastor tenta persuadi-la de não trazer seus recursos. Já viram isto acontecer em algum lugar,?

 

Para aquela igreja, se envolver no projeto de ajudar os irmãos necessitados era uma benção, e eles não queriam ser impedidos de experimentar a benção de Deus. Talvez seja esta a primeira e única vez na história da igreja em que um pastor tenta impedir da igreja de fazer doações, em geral estamos sempre querendo encorajar as pessoas a serem generosas. Que situação estranha: Um pastor dizendo não! A Igreja dizendo, sim!

 

O que nos surpreende são as perspectivas espirituais daquela comunidade. O ato de doar é visto como uma graça genuína, benção e privilégio para suas vidas. Não é peso, obrigação, nem tarefa onerosa, é privilégio. Uma igreja bondosa vê nisto, oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.

 

Existem pessoas de pouca condição financeira, que justificam sua não contribuição porque ganham pouco, e muitos ricos, se justificam porque tem demais... Contudo, a melhor medida de sua fidelidade não é o que você dá, é o que você retém. Não importa o quanto você dá, antes o quão fiel você é. A contribuição pode ser aparentemente insignificante para a Igreja, e ser uma benção para Deus. Nas Escrituras Sagradas, dar é um ato de adoração.

 

Você vê sua contribuição como privilégio? Ato de culto a Deus?

Wayne Watts, escreveu um livro a benção de dar, ele disse que, como membro da igreja ele dava seu dízimo porque sabia que a igreja tinha necessidades financeiras e tinha que atender seus compromissos, quando começou a estudar a Bíblia ele viu que para Deus, dar era ato de adoração.

 

Em Dt 16.16 a Palavra de Deus afirma: “Não aparecerás diante de Deus com mãos vazias”. Para ele, desde então, ficou claro que dar é mais que um compromisso ou tarefa, é ato de culto. Uma maneira de dar glória ao nome de Deus. Por esta razão, tanto no Antigo como no Novo Testamento, as pessoas sempre trazem suas ofertas nos cultos públicos.

 

Paulo quis impedir os macedônios de contribuir, porque eram pobres, e eles lhe rogaram, com muitos rogos, para se envolverem com seus recursos financeiros. (2 Co 8.4). Deixar de se envolver neste projeto, para eles, seria ficar impedidos de experimentar a benção de Deus sobre suas vidas. Você quer esta benção para sua vida?

 

2.     Dificuldades não são justificativas para não doar, mas meio de demonstrar confiança no caráter de Deus – “Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles, superabundou em grande riqueza de sua generosidade.” (2 Co 8.2)

 

Eram pobres, "profunda pobreza", mas ricos em generosidade. E resolveram dar acima de suas posses. A região da Judéia passava por fome e isto os motivou a abençoar os irmãos. Eles não tinham recursos, na verdade Paulo afirma que fizeram doação apesar de sua profunda pobreza. Não deram porque sobrava, pelo contrário, mesmo num contexto de privação. Dar reflete nossa fé de que Deus é responsável para suprir nossas necessidades.  Por esta razão, doar deve ser sacrificial.

 

Muitos pensam que pessoas pobres doam menos, mas na realidade, mas estatísticas demostram que pessoas de condição humilde tem mais facilidade em serem generosas. A pesquisa Gallup (Outubro 98- USA) revelou que, quanto menos a pessoa ganha, mais ela dá, proporcionalmente:

ü  Salário até U$ 10 mil – 2.8%

ü  Salário de U$ 10 a U$ 30 mil – 2.5%

ü  Salário de U$ 30 a U$ 40 mil – 2.0%

ü  Salário de U$ 50 a U$ 75 mil – 1.5%

 

Dá para perceber a tendência? Quem ganha mais, dá menos, proporcionalmente.

A World Giving Index (Ranking Global de Solidariedade), mostrou que o Brasil é pouco solidário e que a maior parte das ações não são feitas pela parcela mais rica da população. O Brasil consta apenas na 74ª posição da lista dos países mais solidários, atrás de nações como México, Peru, Senegal e Zimbábue. e não somos muito ativos no cotidiano, agindo mais em situações de emergências e em tragédias naturais. Os pobres doam, proporcionalmente, três vezes mais que os ricos no Brasil

 

Fica assim claro, que doar não tem a ver com a quantidade de recursos que temos, mas como o coração. Algo maravilhoso acontece quando somos generosos. Quando doamos, aprendemos a confiar no caráter e na provisão de Deus para nosso sustento.

 

3.     Dinheiro está relacionado ao coração - "E não apenas fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se, a si mesmos, primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus." (2 Co 8.5).

 

No início do meu ministério, trabalhei numa comunidade pobre, na periferia de Goiânia. Neste ínterim, aconselhei uma pessoa com crise no casamento, que eventualmente se tornou uma pessoa muito interessada na minha vida e ministério. Tudo o que fazíamos naquela igreja era muito limitado pelos recursos que tínhamos, um dia esta pessoa, quis ajudar financeiramente, mas achei que se eu aceitasse sua oferta, ele faria uma espécie de “justificativa espiritual”, diante de Deus. Ele precisava entregar sua vida a Cristo, mas não queria dar este passo de fé. Quando ele trouxe o dinheiro eu lhe disse que ele precisaria dar primeiro sua vida, que ele estava querendo substituir seu compromisso de coração por uma oferta generosa em dinheiro.

 

Ele entendeu perfeitamente o que eu estava dizendo, embora ainda demorasse a tomar a decisão de se render completamente a Cristo. Alguns anos depois, ele entrou em contato comigo para testemunhar de como a compreensão que ele teve naquele dia foi imprescindível para que ele entendesse, que mais importante que dar algum dinheiro para a obra do Senhor, seria dar-se primeiro ao Senhor. Quem se entrega ao Senhor aprende a doar para o reino de Deus, para sua igreja local, para causas sociais, para a obra missionaria. Dinheiro não é uma questão de bolso, é uma questão do coração.

 

Muitas pessoas tentam fazer barganha com Deus, mas existe um princípio claro nas Escrituras. Se você não quer dar a você, não adianta dar dinheiro, e quando você entrega a si mesmo a Deus, dinheiro torna-se uma questão menor e irrelevante. Quando você entrega seu coração, seu bolso segue. Sabe porque não doamos? Falta-nos entrega do coração, afinal, “Onde estiver o teu tesouro, ai estará o teu coração”.

 

A oferta de Caim não foi aceita por causa de sua pessoa. “De Caim, e de sua oferta, não se agradou o Senhor.” (Gn 4.3) Muitas vezes damos para aliviar nossa infidelidade em outras áreas. Esta não é a melhor motivação.

 

Para a igreja da Macedônia, doar era apenas consequência da fidelidade a Deus. Eles antes haviam se entregado ao Senhor. Doar não deve ser um ato de legalismo, mas de amor. Deus não lhe envia uma conta, uma conta para pagar, não é carnê. Você não é sócio de uma agremiação, associação. Dar a Deus deve ser algo do coração. Suponhamos que no dia do aniversário da Sara eu lhe compre um presente e ela me diga: “Você não precisava gastar dinheiro nisto. E eu lhe responda: “Estou trazendo este presente porque como marido eu devo lhe dar um presente no seu aniversário”. Qual seria a reação dela? Suponha que eu porém lhe compre um presente e lhe diga: “Não creio que eu poderia gastar o dinheiro de uma forma melhor, porque eu amo você!”. O dinheiro gasta seria o mesmo, e o presente também, mas uma atitude seria motivada pela lei, pela obrigação, outra pelo amor! Isto faz toda diferença!

 

4.     Dinheiro tem o poder de vida e de morte – “Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade. No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco" (2 Co 8.13-15).

 

Dinheiro não é apenas para manutenção e acúmulo, mas para servir. Podemos direcionar nossa relação para os bens que possuímos, desejando que eles sirvam a Deus ou a Mamom.

 

Minha esposa ouviu a campainha da casa tocar. Era “mais” uma pessoa pedindo ajuda. Quando abriu viu um homem pedindo ajuda e foi profundamente tocada por Deus para pegar todo dinheiro que possuía (que na verdade não era muito), e doar para aquela pessoa. Quando ela repassou o valor, o homem começou a chorar e disse: “Eu sou um servo do Senhor, e antes de sair de casa, orei para que Deus abrisse o coração de alguém para me ajudar. Preciso de um remédio, e o valor do dinheiro que a senhora me deu, é exatamente o que eu preciso”.

 

Não é maravilhoso ver nosso dinheiro trazendo experiências de Deus para nossa história e gerando vida para outros?

 

Jacques Ellul afirma: “temos indicações claras que, na vida cristã, o dinheiro é ganho a fim de ser dado.[1]

 

Richard Foster segue na mesma direção: “Temos assim, uma única utilidade para o dinheiro: Promover o reino de Deus sobre a terra”.

 

Jesus não via o dinheiro como um meio neutro de intercâmbio, mas uma potestade que tem vida própria. Por trás do dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria, sendo capaz de inspirar devoção. Portanto, as coisas materiais não devem ser consideradas fora dos parâmetros da verdadeira espiritualidade. Dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar amor por Deus, por ser parte integral de nós. A pessoa que começa a entender realidades espirituais, dispõe-se a contribuir, e na medida que vai crescendo espiritualmente, vai participando com mais liberdade do ato de dar.

 

Dinheiro é uma benção quando usado no contexto da vida e do poder de Deus.

 

5.     Doação está fundamentada no caráter de Cristo – "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos." (2 Co 8.9)

 

A motivação em contribuir é o exemplo de Cristo. O que nos inspira é o modelo de Jesus, a forma como ele viveu. Ele fez opção de nos amar. Sendo rico, se fez pobre. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele queria? Fazer-nos ricos. Cristo fez uma opção de amor por nós. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele queria: Fazer-nos ricos. E como fez...

 

Contribuição não pode ser algo obrigatório, mas deve ser resultado de um coração transformado, e ser feito de forma voluntária. Contribuir é graça, privilégio! Uma oportunidade de manifestar amor.

 

Você já pensou alguma vez em fazer alguém rico? Em melhorar a condição de vida de alguém? Em investir na vida de um estudante promissor? Estas coisas falam no reino de Deus...Dinheiro investido em gente é o melhor investimento possível.

 

A razão de contribuirmos não deve ser a necessidade. “Cada um contribua, segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria.” 2 Co 8.7). O motivo deve ser o amor, a alegria de podermos contribuir. Certamente existem ocasiões em que devemos dar para responder a determinadas necessidades que surgem. Pelo menos três vezes em Atos os cristãos deram dinheiro extra diante de necessidades específicas. (At 2.43-45; 4.32-35 e 11.27-30) Algumas vezes a igreja precisa dar ofertas voluntárias para missões, para sanar uma situação de carência imediata, o problema da fome, necessidades, socorro, construção do templo, mas o motivo mais bíblico para doar é o coração grato, cheio de louvor e adoração.

6.     Doação implica na doação de si mesmo – “Não somente fizeram como nós esperávamos. Mas também, deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus.” (2 Co 8.)

 

Muitos até se dispõem a dar seus bens, mas encontram dificuldade em algo maior: darem-se a si mesmos. Certa vez alguém falou que gostava da igreja, do culto, da liturgia, mas não gostava quando o pastor falava que era necessário dar 10% do que ganhavam para a obra do Senhor. Eu respondi que o pastor estava errado. Deus nunca pediu 10% do que temos. Ele sempre pede 100%. Quando lemos em provérbios a exortação de Deus: “Filho meu, dá-me o teu coração.” (Pv 23.26) É necessário entender que quem consegue dar seu coração, o que é muito mais difícil de entregar, não terá dificuldade alguma de dar uma parte daquilo que recebe financeiramente.

 

O texto afirma que os irmãos da Macedônia, “deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor.” Este é o grande desafio. Dar-nos a nós mesmos. Muito não tem problemas em serem dizimistas, mas não querem dar o seu coração. Outros colaboram para obra social, mas não querem se render a Cristo. O fato essencial que devemos entender é que Deus, antes de querer algo que você lhe possa dar, ele deseja o que você entregue a si mesmo. Em doação, rendição, adoração.

 

Conclusão

Dar é uma benção. Eis alguns princípios relacionados à doação:

 

 

A.    A melhor prova de fidelidade não é o que você dá, e sim o que você retém.

B.     Antes de dar algo, devemos dar a nós mesmos

C.    Dinheiro não é uma questão de bolso, e sim de coração.

D.    Para os que doam, há uma promessa de Cristo: “Mais bem aventurado é dar que receber.” (At 20.35)

  1. Doar livra-nos de usar dinheiro apenas para nosso conforto e de forma autocentrada.  Livra-nos de ganhar dinheiro só para uso pessoal

F.     Ajuda-nos a confiar na provisão de Deus, e não na força de nossas mãos;

G.    Abençoa tremendamente outras vidas, abençoa o reino de Deus, sustenta obras missionarias, traz alívio aos que são menos favorecidos.

H.   Limpa os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós e através de nós.

  1. Limpa os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós. Os desamparados recebem ajuda, o reino de Deus pode ser promovido: obras sociais, sustento da igreja local, recursos são canalizados para ministérios que produzem vida, obras missionárias são mantidas. Povos não alcançados ouvem a mensagem da salvação. 

J.      Glorifica a Deus

 

Você deseja esta graça para sua vida?

 

 

 



[1] Livro: O homem e o dinheiro.

1 Rs 2.19 Quando os pais falham

 


Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão, para falar-lhe por Adonias. O rei se levantou a encontrar-se com ela e se inclinou diante dela; então, se assentou no seu trono e mandou pôr uma cadeira para sua mãe, e ela se assentou à sua mão direita.” (1 Rs 2.19)

 

 

Introdução

 

Não é fácil lidar com nossos pais quando eles pecam, demonstram fraqueza de caráter, se mostram contraditórios, abusivos ou injustos. Muitos filhos simplesmente se desorientam diante da falha de seus pais, justamente porque eles deveriam ser o exemplo de pessoas honradas, e que nos puniram tantas vezes por causa dos erros que cometemos.

 

Como lidar com os pais quando descobrimos que eles pecam, mentem, falham? Descobrir que nossos pais não são perfeitos pode ser desestruturante na mente e nas emoções de muitos filhos. Sabemos que todos somos pecadores, mas descobrir ou perceber o pecado em nossos pais pode ser uma das experiencias mais devastadoras da alma. Precisamos aprender a lidar com o fracasso de nossos pais, perdoá-los, e entender a grande verdade bíblica de que “não há justo sequer um diante de Deus”. Mas que é uma experiencia difícil, certamente é. Eu passei por algo similar na minha vida e sei como isto é dolorido.

 

Este texto nos fala de Salomão, e de seu relacionamento com sua mãe. O que Salomão faz é notório.

Salomão recebe sua mãe na sala do trono, e tudo indica que esta foi a primeira vez que ela foi vê-lo depois que ele assumiu o trono de Davi, e sua reação foi de honra a uma mulher cuja biografia não era de uma santa. Quando ela se aproxima do trono real, logo após a sua coroação, ele se curva diante dela (segundo o protocolo, era ela quem deveria se curvar diante do rei) e manda colocar um trono ao seu lado para que ela possa se assentar ao seu lado, e a dignifica e honra. (1 Rs 2.19).

 

Quem era sua mãe?

Ela fora a “Mônica Lewinsky” de Davi. Entretanto, Salomão a trata com dignidade, a promove e a reconhece como mãe. Isto para mim é um bom exemplo de amar sem idealizar. Ela era aos olhos da população a mulher que havia gerado um drama sem precedente em Israel, mas ainda assim era a mãe, e este a faz assentar-se no trono, ao seu lado. Tudo mundo sabia do currículo de Batheseba, e ele não era nada bom, mas ainda assim, Salomão a honra curvando-se diante dela e fazendo-a assentar-se ao seu lado.

 

Este episódio nos lembra alguns princípios:

 

1.     Nossos pais falham, mas isto não nos dá o direito de desprezá-los.

 

 

Israel estava passando por um momento sensível de transição. Seu pai, o amado rei, havia acabado de morrer, e a transição do reinado não foi algo tranquilo. Muita competição.

 

Salomão não era o sucessor natural de Davi de acordo com a Bíblia:

 

Estes foram os filhos de Davi, que lhe nasceram em Hebrom: o primogênito, Amnom, de Ainoã, a jezreelita; o segundo, Daniel, de Abigail, a carmelita; o terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto, Adonias, filho de Hagite; o quinto, Sefatias, de Abital; o sexto, Itreão, de Eglá, sua mulher. Seis filhos lhe nasceram em Hebrom, porque ali reinou sete anos e seis meses; e trinta e três anos reinou em Jerusalém. Estes lhe nasceram em Jerusalém: Simeia, Sobabe, Natã e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Seba, filha de Amiel.” (1 Cr 3.15)

 

O filho primogênito de Davi, foi Amnon, que se envolveu num escandaloso incesto com sua irmã Tamar, estuprando-a. tempos depois seria assassinado por seu irmão Absalão. O segundo foi Daniel, e a Bíblia nada diz a seu respeito, dando-nos a impressão de que morreu ainda criança. O terceiro foi Abalão, que tentou assassinar Davi para usurpar o reinado. O quarto, Adonias, que foi executado a mando de Salomão por causa de um pedido esdruxulo que fez, quando decidiu pedir que a concubina de Davi seu pai, lhe fosse dado como esposa. Salomão buscava um motivo para tirar Adonias da concorrência ao trono. Por estar Adonias hierarquicamente adiante dele, e anteriormente ter tentado assumir o trono no vácuo e indecisão de seu pai Davi, era sempre uma ameaça e um risco de tentar dar outro golpe de estado. Então, o seu pedido petulante se transformou em sua condenação e sentença de morte.

 

Todos conheciam a mãe de Salomão em Israel. Sua história, o seu envolvimento adulterino com o rei, o escândalo que abalou o reinado de Davi era público, envolvendo uma trama, assassinato, traição. Batheseba não era das mulheres mais bem faladas e nem tinha boa reputação em Israel. A atitude de Salomão a dignifica. Ele sabe de tudo que aconteceu com sua mãe, mas ainda assim entende que precisa honrá-lo. Não poderia deixá-la eternamente condenada nem no ostracismo por causa de seu passado. O que Salomão faz com sua mãe a resgata da vergonha de seu pecado e a restaura publicamente.

 

Nossos pais são pecadores. Eles falham, se equivocam, exageram, mas isto não dá a nós, o direito de, como filhos, desprezá-los ou nos afastarmos deles. Apesar da dor e da vergonha que eles podem ter causado em nós, deve existir um momento de restauração e perdão, de cura e resgate. Foi isto que Salomão fez com sua mãe.

 

2.     Honrar pai e mãe não é apenas um mandamento, mas uma benção.

 

Por que devemos honrar nossos pais? Existem pelo menos quatro razões para honrarmos:

 

  1. Honrar aos pais traz honra – Se é correto afirmar que pais se sentem honrados quando os filhos são honrados, devemos também entender que filhos que honram os pais também recebem honrarias.

 

Em Pv. 30.17 há uma observação muito séria sobre a desconsideração de filhos para os pais. “Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência á sua mãe, corvos do ribeiro os arrancarão e pelos filhotes da águia serão comidos”.

 

É uma advertência grave porque tem os olhos apontam para a capacidade de visão e interpretação dos fatos, de fazer leituras corretas da vida. Ter os olhos arrancados significa não ser capazes de enxergar e ver a vida com clareza. A perda de visão atinge os afetos, torna as emoções confusas, afeta a espiritualidade. Obviamente esta é uma linguagem simbólica, mas o sentido salta aos olhos do leitor atento. Não honrar os pais, retira de nós a capacidade de enxergar corretamente a vida, afinal, os olhos são a lâmpada da alma...

 

Talvez seja por isto que este mandamento seja o primeiro mandamento com promessa. “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. (Dt 5.15).

 

Para termos benção do Senhor e alegria na vida precisamos honrar nossos pais.

 

  1. Precisamos honrar nossos pais por Deus ordenou que assim o fizéssemos - “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus te ordenou” (Dt 5.15).

 

Honrar os pais não é convenção social, nem foi articulado por homens, mas pelo próprio Deus. Este é o quinto mandamento, e implica que, na síntese de todos os mandamentos que Deus queria dar ao povo, este foi o primeiro relacionado aos relacionamentos. Deus nos ordenou. Esta é uma ordem da criação. Tem a ver com o design e a gênese humana.

 

Esta deveria ser uma razão mais que suficiente para que honrássemos os nossos pais. O livro de provérbios é cheio de recomendações sobre este assunto: “Quem maltrata o pai, e expulsa a mãe é filho indigno e infame” (Pc 19.26). Honrar significa considerar com dignidade, atender suas necessidades com respeito. É mais que obediência, embora isto esteja implícito na honra.

 

C.    Para que se prolonguem seus dias na terra - Este mandamento é também curioso, porque é o único mandamento com uma promessa.

 

Honra o teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias

na terra que o Senhor Deus te dá” (Ex 20.12).

 

Honra os pais significa qualidade de vida para os filhos.

Não existe filho “abençoado” que não possua uma relação de cuidado, zelo e honra pelos pais, por mais difíceis e complicados que estes sejam. E olha que já pais bem complicadinhos por ai... Gostaria ainda de ressaltar que este mandamento não é uma carta branca para pais levianos, pérfidos e irresponsáveis.

 

Este texto parece apontar para a longevidade da vida. Filhos que possuem relação positiva com seus pais têm maior capacidade de viver longamente. Se você deseja ter longos dias na terra, é melhor honrar pai e mãe.

 

  1. Para que te vá bem na terra - Numa época em que a autoridade é tão relativizada, precisamos lembrar do propósito de Deus ao estabelecer a família.

 

Este mandamento impõe à comunidade o cuidado com os idosos que já não são mais produtivos. Possui uma dimensão social. Somente a consciência que não foi sensibilizada por Deus enxerga os seres humanos como meros agentes de produção. Por isto, não existe aposentadoria que substitua a responsabilidade de honra dos filhos para com seus pais.

 

Honrar ao pai e mãe traz qualidade de vida para nós.

Muitas vezes vejo pessoas tão preocupadas em cuidar de sua saúde física, comida naturalista, nada de fritura, carne, coca cola nem pensar, muita academia e malhação para que tenham saúde no final da vida, mas aqui encontramos uma boa recomendação aos fisiculturistas e vegetarianos, que prezam tanto pela qualidade de vida e bem-estar: “Honra ao teu pai e tua mãe para que te vá bem!”. Vivemos dias em que as pessoas valorizam tanto a academia porque querem ter um estilo de vida saudável. A Bíblia fala pouco sobre exercícios físicos, mas fala que precisamos cuidar de nossos relacionamentos se quisermos qualidade de vida. Não conheço gente abençoada e plena sem honrar os seus pais.

 

3.     A história de Batheseba neste relato bíblico mostra-nos o triunfo da graça.

 

Batheseba recebe honra quando ela não deveria receber honra, senão escarnio, julgamento e desprezo.

 

Salomão, entretanto, trata sua mãe com deferência. Coloca-a numa posição de autoridade e lhe demonstra respeito. Mas não é apenas Salomão que faz isto com ela.

 

Veja o que lemos na Genealogia de Jesus:

Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias.” (Mt 1.6).

 

Batheseba é incluída na genealogia de Cristo, e isto é estranho por duas razões:

 

-A primeira é que na genealogia judaica o nome das mulheres não era relevante, ainda que para que uma pessoa seja judia, ela deve nascer de ventre de uma mulher de Israel.

 

-A segunda, pelo seu péssimo currículo. Ela não era uma santa. Então, para que lembrar que “aquela que fora mulher de Urias” faz parte da genealogia de Jesus. Tantas outras mulheres com muito mais virtude foram omitidas, por que então citar esta mulher?

 

O fato do nome de Batheseba aparecer na genealogia de Cristo revela a graça de Deus.

Deus não está interessado no nosso currículo nem na nossa performance, porque ele é especialista em transformar gente sem valor em gente valorosa. Dar reconhecimento a pessoas sem dignidade, resgatar vidas desprezadas socialmente. Deus é especialista em reparar gente torta. O carpinteiro de Nazaré é especialista em pegar madeira bruta e dar formas.

 

O grande poder da graça é o de restaurar pessoas.

Desta forma, a atitude de Salomão para com sua mãe revela o amor de Deus e o acolhimento que ele nos dá.  Deus escolheu pessoas que nada são para confundir as que são. Para mostrar que a graça dele é restauradora, renovadora, e Deus pode e quer fazer coisas novas. Que Deus pode pegar uma pessoa com um histórico tão escandaloso, e dar vida.

 

Muitas vezes olhamos para o nosso histórico pessoal e familiar. Nenhuma virtude, nenhum mérito, história familiares e pessoais escabrosas. Olhe para sua família. Sei de fatos em minha família que fariam estremecer os murais de minha história pessoal. Deus, contudo, tem uma profunda capacidade de transformar vidas, de refazer contextos históricos, de pegar as pessoas mais estabanadas da vida e inseri-las na sua genealogia.

 

A genealogia de Jesus é marcada por pessoas destroçadas, sem valor, sem nome e sem dignidade, mas a sua graça refez todas estas coisas.

 

Conclusão

 

Uma das pessoas cuja história entrelaçou com a minha e em quem pude ver a graça de Deus de forma tão abundante foi uma tia, irmã de minha mãe. Sua vida foi um acúmulo de desatino, pecado, vida torta, desestrutura emocional e psicológica. Como o pecado cobra um pedágio muito alto e traz uma conta difícil de ser paga, ela teve períodos de sua vida em que apresentou graves distúrbios psiquiátricos com traços de esquzofrenia. Mas pela infinita graça de Deus, ela começou a frequentar uma igreja e fazia questão de levar seus dois filhos, de maridos diferentes, para frequentar a escola dominical. Meus primos cresceram recebendo a influência e cuidado de pastores e de uma igreja amorosa, que muitas vezes levava os meninos para casa. Os dois se tornaram membros da igreja e nunca se afastaram de Jesus. Ela também, aos poucos, foi recuperando sua capacidade e organização mental, e também foi batizada. Na última visita que meus pais lhe fizeram minha mãe lhe perguntou: “Você tem medo de morrer?” E ela, no seu estilo despachado e direto respondeu: “Que medo de morrer Zilá, quem tem Jesus não tem medo da morte!” Aquela mulher de história de desatino e desacerto, era uma filha de Deus, resgatada pelo sangue de Cristo.

 

Foi isto o que Jesus se propôs a fazer por nós na cruz. Nós estávamos afastados de Deus. Paulo afirma que afastados de Deus, estávamos sem Cristo, separados da comunidade de Deus, estanhos às alianças da promessa e sem esperança, “mas, agora, em Cristo Jesus, vós que estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” (Ef 2.13)

 

Salomão deu dignidade à sua mãe, curvando-se diante dela e colocando-a para se assentar ao seu lado no trono. Não há relato de nenhuma outra mãe da bíblia que tenha recebido tamanha honra de seu filho. Salomão a resgata, o histórico desatinado de sua vida não pode ser apagado, sua vergonha pública não pode ser esquecida, mas ela pode ser restaurada e perdoada, e receber honra e dignidade.

 

É assim que Jesus faz conosco. Ele nos coloca para assentar com ele no trono, ele convida a nós, cuja dignidade é tão questionada e nos dá lugar de honra. Assim é a graça de Deus. Não é meritória, é gratuita. Não é por merecimento é pela sua misericórdia.