sábado, 13 de maio de 2023

2 Co 8.1-15 A Graça de Doar


 

 

 

Introdução

 

Falar de dinheiro nos dias atuais tem se tornado cada vez mais complicado. Em parte, pela mentalidade materialista dos homens, que não desejam refletir sobre este assunto. Noutra, pela atitude de alguns evangelistas e pastores que se tornaram famosos pela quantidade de dinheiro que retiram das multidões para manter seus ministérios megalomaníacos.

 

Diante disto surgem duas atitudes equivocadas, que não nos ajudam a refletir sobre a importância deste tema central nas Escrituras. Jesus falou mais de dinheiro que de inferno isto demonstra como ele estava preocupado com a maneira com que os homens, de maneira geral, e seus discípulos, de forma especial, lidavam com seus recursos.

 

As igrejas no meio de todas estas tensões tem tomado duas posições

 

A.   Transformaram o dinheiro no centro de suas pregações. O Brasil está repleto de pregações colocando o dinheiro no centro da mensagem e transformando a relação com Deus em barganha e troca. Assim tem agido os defensores da teologia da prosperidade.

 

B.    Absoluto silêncio - Como um grande tabu, não se pode falar do tema para não ofender os irmãos. Não há uma reflexão bíblica e elaborada sobre a importância do dinheiro para glorificar a Deus e usar para abençoar vidas. As pessoas não sabem o que a Bíblia, e especialmente Jesus, fala sobre este tema.

 

É importante refletir sobre o dinheiro. Seu valor e sua essência, já que a bíblia fala deste tema de forma tão frequente. Precisamos entender como lidar com os bens, como transformar nosso dinheiro em uma forma de glorificar a Deus e edificar o reino de Deus. Precisamos também entender quais os motivos para contribuir para a obra do Senhor. Quando entregamos ofertas ou fazemos contribuições missionárias, ou ajudamos uma obra social, o que nos impulsiona a generosidade?

 

ð  Medo – “Eu deixo de receber as bençãos de Deus, então preciso doar.” Medo de ser arrolado no Serasa do céu, ou na lista negra da igreja.

ð  Barganha - “Se eu der, Deus vai me abençoar. Então, para alcançar prosperidade, preciso contribuir”

ð  Legalismo - “Eu tenho que trazer o seu dízimo!”

ð  Religiosidade – Eu preciso quitar o carnê de minha lista de atividades religiosas.

ð  Insegurança – As palavras duras palavras de Malaquias 3.11 ecoam em meus ouvidos: “Com maldição sois amaldiçoados!”

ð  Autopromoção – Receberei aplauso das pessoas que ficarão admiradas com minha bondade.

 

Podemos dar duas razões imediatas para se falar do tema:

 

1.     As Escrituras Sagradas falam abertamente sobre este assunto

 

a.     No Antigo Testamento a Bíblia sempre fala deste assunto, o tema das ofertas pacificas, holocaustos, primícias, estao presentes nos livros da Lei, nos profetas, especialmente Ageu e Malaquias, que tratam de forma tão contundente, exortando o povo a trazer suas ofertas para a obra do Senhor. Tudo isto coloca em evidência a questão da relação do homem com seus bens. Dinheiro no AT está intimamente ligado à benção divina, ao mesmo tempo que está vinculado profundamente ao coração daqueles que amam a Deus. Trazer ofertas era uma forma de expressar gratidão e adoração.

 

b.     No Novo Testamento, este é o segundo tema sobre o qual Cristo mais fala. O tema mais falado por Jesus em primeiro lugar foi o "Reino de Deus".  Jesus sentou-se intencionalmente diante do gazofilácio para ver o que elas davam e discernir com que e como traziam suas ofertas. Os evangelistas colocam Jesus de uma forma indiscreta, observando as pessoas trazendo suas ofertas, e foi neste contexto que a Bíblia narrou a oferta da viúva pobre. (Lc.21:1-4). Para Paulo, a avareza é descrita como idolatria", e "a raiz de todos os males".

 

2.     Jesus dá ao dinheiro um caráter espiritual

 

Jesus o chamou de "Mamom". (Mt 6.24) Não é apenas um meio neutro de intercâmbio, mas uma potestade, que tem vida própria. Não é possível servir a Deus e às riquezas. Ao usar o termo Mamon Jesus concede ao dinheiro uma natureza pessoal e espiritual, deixando inequivocamente claro que o dinheiro não é um meio impessoal de intercâmbio, mas um poder espiritual que procura ter poder sobre nossas vidas. Por trás do dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria, sendo capaz de inspirar devoção.

 

Portanto, coisas materiais não devem ser consideradas como algo fora dos parâmetros da verdadeira espiritualidade. O dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar nosso amor por Deus. A pessoa que começa a entender as coisas espirituais, dispõe-se a contribuir, e, na medida em que vai crescendo espiritualmente, vai participando com mais liberdade do ato de dar.

 

Dinheiro tem poder de vida e morte.

São muitos que matam, destroem, ferem, por causa do dinheiro. Centenas de pessoas vendem sua alma ao diabo por causa do dinheiro e não estou falando apenas de gangster. Uma dedicação ao trabalho por causa da ganância e desejo de ter cada vez mais pode devorar a alma, destruir a família, trazer doenças de diversas causas, e nos afastar da obra de Deus e por fim, nos afastar de Deus.

 

Dinheiro também tem poder de vida. Os desamparados e grupos vulneráveis recebem ajuda por causa da generosidade de pessoas. Com dinheiro também é possível sustentar a obra do Senhor, canalizar recursos para ações e ministérios que produzem vida, com ele é possível manter missionários nos campos, plantar novas igrejas, construir templos. Por causa de ofertas generosas dos missionários esta propriedade nos foi dada e por meio desta igreja dezenas de novas igrejas e missionários tem sido abençoados. O dinheiro que damos hoje abençoa a obra local, mas tem alcance por gerações. Dinheiro é uma benção quando usado a favor de vidas, solidariedade e edificação da igreja e do reino de Deus.

 

Este texto lido, nos ensina algumas coisas sobre contribuição que devemos aprender.

 

1.     Doar é Graça – Também, irmãs, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia.” (1 Co 8.1)

 

A primeira coisa que este texto menciona é que a generosidade demonstrada pelas igrejas da Macedônia, era fruto de uma graça especial, algo extraordinário e sobrenatural que Deus lhes havia concedido: A graça de Deus!

 

O termo “graça” é mencionado cinco vezes nestes textos (8.1;4,6,7,9). Doar é uma graça, ainda que poucos a desejem.

 

Que graça tão especial é esta?

Ouvi certa vez sobre a participação do grande avivalista Antônio Elias, num congresso de pastores. Quando o preletor convidou as pessoas para se levantarem e orarem para receber uma benção, o velho pastor se levantou imediatamente. Seu colega, ainda jovem, ficou indagando por que um homem tão abençoado como aquele, se levantaria numa convenção para se consagrar, e resolveu indagá-lo ele deu a seguinte resposta: “Onde houver a manifestação da graça de Deus, ali quero estar”.

 

Você quer receber graça?

Você deseja estar onde flui a graça celestial?

 

Doar não é peso, nem tarefa onerosa, é privilégio, é graça. Discípulos de Cristo vem a generosidade como uma oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.

 

Sabe de qual graça este texto está falando? A graça de doar, de cooperar com o reino de Deus, de ser generoso com seus bens materiais. O motivo daquelas igrejas ao serem generosas não era medo, nem autopromoção, nem barganha com Deus. Eles estavam encharcados uma graça que Deus lhes havia concedido.

 

Paulo relata aqui uma situação muito especial que se deu na Igreja da Macedônia. Os irmãos da Judeia passavam necessidade, e então resolveram ajudar, mas eles tinham um problema. Eles eram muito pobres. Então, Paulo, o pastor da comunidade, tentou convencê-los de não contribuir por causa da sua condição financeira, e eles lhe rogaram, com muitos rogos, que Paulo deixasse que eles contribuíssem dentro de seus recursos financeiros, e até mesmo, além de seus recursos. “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.” (2 Co 8.4).

 

Em geral, diante das necessidades financeiras de uma comunidade, vemos a liderança da igreja insistindo com as pessoas que contribuam, mas este texto nos fala de uma situação interessante de uma igreja que quer contribuir, mas o pastor tenta persuadi-la de não trazer seus recursos. Já viram isto acontecer em algum lugar,?

 

Para aquela igreja, se envolver no projeto de ajudar os irmãos necessitados era uma benção, e eles não queriam ser impedidos de experimentar a benção de Deus. Talvez seja esta a primeira e única vez na história da igreja em que um pastor tenta impedir da igreja de fazer doações, em geral estamos sempre querendo encorajar as pessoas a serem generosas. Que situação estranha: Um pastor dizendo não! A Igreja dizendo, sim!

 

O que nos surpreende são as perspectivas espirituais daquela comunidade. O ato de doar é visto como uma graça genuína, benção e privilégio para suas vidas. Não é peso, obrigação, nem tarefa onerosa, é privilégio. Uma igreja bondosa vê nisto, oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.

 

Existem pessoas de pouca condição financeira, que justificam sua não contribuição porque ganham pouco, e muitos ricos, se justificam porque tem demais... Contudo, a melhor medida de sua fidelidade não é o que você dá, é o que você retém. Não importa o quanto você dá, antes o quão fiel você é. A contribuição pode ser aparentemente insignificante para a Igreja, e ser uma benção para Deus. Nas Escrituras Sagradas, dar é um ato de adoração.

 

Você vê sua contribuição como privilégio? Ato de culto a Deus?

Wayne Watts, escreveu um livro a benção de dar, ele disse que, como membro da igreja ele dava seu dízimo porque sabia que a igreja tinha necessidades financeiras e tinha que atender seus compromissos, quando começou a estudar a Bíblia ele viu que para Deus, dar era ato de adoração.

 

Em Dt 16.16 a Palavra de Deus afirma: “Não aparecerás diante de Deus com mãos vazias”. Para ele, desde então, ficou claro que dar é mais que um compromisso ou tarefa, é ato de culto. Uma maneira de dar glória ao nome de Deus. Por esta razão, tanto no Antigo como no Novo Testamento, as pessoas sempre trazem suas ofertas nos cultos públicos.

 

Paulo quis impedir os macedônios de contribuir, porque eram pobres, e eles lhe rogaram, com muitos rogos, para se envolverem com seus recursos financeiros. (2 Co 8.4). Deixar de se envolver neste projeto, para eles, seria ficar impedidos de experimentar a benção de Deus sobre suas vidas. Você quer esta benção para sua vida?

 

2.     Dificuldades não são justificativas para não doar, mas meio de demonstrar confiança no caráter de Deus – “Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles, superabundou em grande riqueza de sua generosidade.” (2 Co 8.2)

 

Eram pobres, "profunda pobreza", mas ricos em generosidade. E resolveram dar acima de suas posses. A região da Judéia passava por fome e isto os motivou a abençoar os irmãos. Eles não tinham recursos, na verdade Paulo afirma que fizeram doação apesar de sua profunda pobreza. Não deram porque sobrava, pelo contrário, mesmo num contexto de privação. Dar reflete nossa fé de que Deus é responsável para suprir nossas necessidades.  Por esta razão, doar deve ser sacrificial.

 

Muitos pensam que pessoas pobres doam menos, mas na realidade, mas estatísticas demostram que pessoas de condição humilde tem mais facilidade em serem generosas. A pesquisa Gallup (Outubro 98- USA) revelou que, quanto menos a pessoa ganha, mais ela dá, proporcionalmente:

ü  Salário até U$ 10 mil – 2.8%

ü  Salário de U$ 10 a U$ 30 mil – 2.5%

ü  Salário de U$ 30 a U$ 40 mil – 2.0%

ü  Salário de U$ 50 a U$ 75 mil – 1.5%

 

Dá para perceber a tendência? Quem ganha mais, dá menos, proporcionalmente.

A World Giving Index (Ranking Global de Solidariedade), mostrou que o Brasil é pouco solidário e que a maior parte das ações não são feitas pela parcela mais rica da população. O Brasil consta apenas na 74ª posição da lista dos países mais solidários, atrás de nações como México, Peru, Senegal e Zimbábue. e não somos muito ativos no cotidiano, agindo mais em situações de emergências e em tragédias naturais. Os pobres doam, proporcionalmente, três vezes mais que os ricos no Brasil

 

Fica assim claro, que doar não tem a ver com a quantidade de recursos que temos, mas como o coração. Algo maravilhoso acontece quando somos generosos. Quando doamos, aprendemos a confiar no caráter e na provisão de Deus para nosso sustento.

 

3.     Dinheiro está relacionado ao coração - "E não apenas fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se, a si mesmos, primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus." (2 Co 8.5).

 

No início do meu ministério, trabalhei numa comunidade pobre, na periferia de Goiânia. Neste ínterim, aconselhei uma pessoa com crise no casamento, que eventualmente se tornou uma pessoa muito interessada na minha vida e ministério. Tudo o que fazíamos naquela igreja era muito limitado pelos recursos que tínhamos, um dia esta pessoa, quis ajudar financeiramente, mas achei que se eu aceitasse sua oferta, ele faria uma espécie de “justificativa espiritual”, diante de Deus. Ele precisava entregar sua vida a Cristo, mas não queria dar este passo de fé. Quando ele trouxe o dinheiro eu lhe disse que ele precisaria dar primeiro sua vida, que ele estava querendo substituir seu compromisso de coração por uma oferta generosa em dinheiro.

 

Ele entendeu perfeitamente o que eu estava dizendo, embora ainda demorasse a tomar a decisão de se render completamente a Cristo. Alguns anos depois, ele entrou em contato comigo para testemunhar de como a compreensão que ele teve naquele dia foi imprescindível para que ele entendesse, que mais importante que dar algum dinheiro para a obra do Senhor, seria dar-se primeiro ao Senhor. Quem se entrega ao Senhor aprende a doar para o reino de Deus, para sua igreja local, para causas sociais, para a obra missionaria. Dinheiro não é uma questão de bolso, é uma questão do coração.

 

Muitas pessoas tentam fazer barganha com Deus, mas existe um princípio claro nas Escrituras. Se você não quer dar a você, não adianta dar dinheiro, e quando você entrega a si mesmo a Deus, dinheiro torna-se uma questão menor e irrelevante. Quando você entrega seu coração, seu bolso segue. Sabe porque não doamos? Falta-nos entrega do coração, afinal, “Onde estiver o teu tesouro, ai estará o teu coração”.

 

A oferta de Caim não foi aceita por causa de sua pessoa. “De Caim, e de sua oferta, não se agradou o Senhor.” (Gn 4.3) Muitas vezes damos para aliviar nossa infidelidade em outras áreas. Esta não é a melhor motivação.

 

Para a igreja da Macedônia, doar era apenas consequência da fidelidade a Deus. Eles antes haviam se entregado ao Senhor. Doar não deve ser um ato de legalismo, mas de amor. Deus não lhe envia uma conta, uma conta para pagar, não é carnê. Você não é sócio de uma agremiação, associação. Dar a Deus deve ser algo do coração. Suponhamos que no dia do aniversário da Sara eu lhe compre um presente e ela me diga: “Você não precisava gastar dinheiro nisto. E eu lhe responda: “Estou trazendo este presente porque como marido eu devo lhe dar um presente no seu aniversário”. Qual seria a reação dela? Suponha que eu porém lhe compre um presente e lhe diga: “Não creio que eu poderia gastar o dinheiro de uma forma melhor, porque eu amo você!”. O dinheiro gasta seria o mesmo, e o presente também, mas uma atitude seria motivada pela lei, pela obrigação, outra pelo amor! Isto faz toda diferença!

 

4.     Dinheiro tem o poder de vida e de morte – “Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade. No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco" (2 Co 8.13-15).

 

Dinheiro não é apenas para manutenção e acúmulo, mas para servir. Podemos direcionar nossa relação para os bens que possuímos, desejando que eles sirvam a Deus ou a Mamom.

 

Minha esposa ouviu a campainha da casa tocar. Era “mais” uma pessoa pedindo ajuda. Quando abriu viu um homem pedindo ajuda e foi profundamente tocada por Deus para pegar todo dinheiro que possuía (que na verdade não era muito), e doar para aquela pessoa. Quando ela repassou o valor, o homem começou a chorar e disse: “Eu sou um servo do Senhor, e antes de sair de casa, orei para que Deus abrisse o coração de alguém para me ajudar. Preciso de um remédio, e o valor do dinheiro que a senhora me deu, é exatamente o que eu preciso”.

 

Não é maravilhoso ver nosso dinheiro trazendo experiências de Deus para nossa história e gerando vida para outros?

 

Jacques Ellul afirma: “temos indicações claras que, na vida cristã, o dinheiro é ganho a fim de ser dado.[1]

 

Richard Foster segue na mesma direção: “Temos assim, uma única utilidade para o dinheiro: Promover o reino de Deus sobre a terra”.

 

Jesus não via o dinheiro como um meio neutro de intercâmbio, mas uma potestade que tem vida própria. Por trás do dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria, sendo capaz de inspirar devoção. Portanto, as coisas materiais não devem ser consideradas fora dos parâmetros da verdadeira espiritualidade. Dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar amor por Deus, por ser parte integral de nós. A pessoa que começa a entender realidades espirituais, dispõe-se a contribuir, e na medida que vai crescendo espiritualmente, vai participando com mais liberdade do ato de dar.

 

Dinheiro é uma benção quando usado no contexto da vida e do poder de Deus.

 

5.     Doação está fundamentada no caráter de Cristo – "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos." (2 Co 8.9)

 

A motivação em contribuir é o exemplo de Cristo. O que nos inspira é o modelo de Jesus, a forma como ele viveu. Ele fez opção de nos amar. Sendo rico, se fez pobre. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele queria? Fazer-nos ricos. Cristo fez uma opção de amor por nós. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele queria: Fazer-nos ricos. E como fez...

 

Contribuição não pode ser algo obrigatório, mas deve ser resultado de um coração transformado, e ser feito de forma voluntária. Contribuir é graça, privilégio! Uma oportunidade de manifestar amor.

 

Você já pensou alguma vez em fazer alguém rico? Em melhorar a condição de vida de alguém? Em investir na vida de um estudante promissor? Estas coisas falam no reino de Deus...Dinheiro investido em gente é o melhor investimento possível.

 

A razão de contribuirmos não deve ser a necessidade. “Cada um contribua, segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria.” 2 Co 8.7). O motivo deve ser o amor, a alegria de podermos contribuir. Certamente existem ocasiões em que devemos dar para responder a determinadas necessidades que surgem. Pelo menos três vezes em Atos os cristãos deram dinheiro extra diante de necessidades específicas. (At 2.43-45; 4.32-35 e 11.27-30) Algumas vezes a igreja precisa dar ofertas voluntárias para missões, para sanar uma situação de carência imediata, o problema da fome, necessidades, socorro, construção do templo, mas o motivo mais bíblico para doar é o coração grato, cheio de louvor e adoração.

6.     Doação implica na doação de si mesmo – “Não somente fizeram como nós esperávamos. Mas também, deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus.” (2 Co 8.)

 

Muitos até se dispõem a dar seus bens, mas encontram dificuldade em algo maior: darem-se a si mesmos. Certa vez alguém falou que gostava da igreja, do culto, da liturgia, mas não gostava quando o pastor falava que era necessário dar 10% do que ganhavam para a obra do Senhor. Eu respondi que o pastor estava errado. Deus nunca pediu 10% do que temos. Ele sempre pede 100%. Quando lemos em provérbios a exortação de Deus: “Filho meu, dá-me o teu coração.” (Pv 23.26) É necessário entender que quem consegue dar seu coração, o que é muito mais difícil de entregar, não terá dificuldade alguma de dar uma parte daquilo que recebe financeiramente.

 

O texto afirma que os irmãos da Macedônia, “deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor.” Este é o grande desafio. Dar-nos a nós mesmos. Muito não tem problemas em serem dizimistas, mas não querem dar o seu coração. Outros colaboram para obra social, mas não querem se render a Cristo. O fato essencial que devemos entender é que Deus, antes de querer algo que você lhe possa dar, ele deseja o que você entregue a si mesmo. Em doação, rendição, adoração.

 

Conclusão

Dar é uma benção. Eis alguns princípios relacionados à doação:

 

 

A.    A melhor prova de fidelidade não é o que você dá, e sim o que você retém.

B.     Antes de dar algo, devemos dar a nós mesmos

C.    Dinheiro não é uma questão de bolso, e sim de coração.

D.    Para os que doam, há uma promessa de Cristo: “Mais bem aventurado é dar que receber.” (At 20.35)

  1. Doar livra-nos de usar dinheiro apenas para nosso conforto e de forma autocentrada.  Livra-nos de ganhar dinheiro só para uso pessoal

F.     Ajuda-nos a confiar na provisão de Deus, e não na força de nossas mãos;

G.    Abençoa tremendamente outras vidas, abençoa o reino de Deus, sustenta obras missionarias, traz alívio aos que são menos favorecidos.

H.   Limpa os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós e através de nós.

  1. Limpa os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós. Os desamparados recebem ajuda, o reino de Deus pode ser promovido: obras sociais, sustento da igreja local, recursos são canalizados para ministérios que produzem vida, obras missionárias são mantidas. Povos não alcançados ouvem a mensagem da salvação. 

J.      Glorifica a Deus

 

Você deseja esta graça para sua vida?

 

 

 



[1] Livro: O homem e o dinheiro.

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