Rebeca aniversariou
esta semana. Ela tem apenas cinco anos. Domingo passado eu a elogiei por causa
da roupa que estava usando... tudo combinado, charmosa. Quando sua mãe ouviu
ela me disse: “foi ela quem escolheu. Todos os dias, quando ela acorda, ela vai
no guarda-roupa e escolhe o que quer usar. ela mesma decide que roupa usar.”
Como foi o seu processo
de escolher a roupa para sair de casa hoje? Crise? Olhou várias roupas e não
sabia qual seria a melhor? Se sentiu gorda, mal-humorada? Todos os dias
precisamos decidir que roupa será mais adequada para usar. Algumas vezes temos
encontros importantes, outras vezes queremos ficar em casa com sandália nos pés.
Determinados ambientes exigem de nós um tipo de roupa e é muito ruim sentir-se
inadequado com a roupa que vestimos. Às vezes o ambiente é sofisticado e
estamos vestidos de roupas simples, isto pode gerar certo embaraço.
Este texto nos fala da
necessidade de nos vestirmos com a roupagem digna de alguém que anda como
discípulo de Cristo. Qual roupa você vai usar hoje? Muitas vezes vestimos uma
roupa de irritabilidade, mau humor, amargura. Como você se levanta de manhã?
Alguns têm grande
dificuldade para levantar da cama. Alguns conseguem pular da cama com os olhos
brilhantes, prontos para enfrentar o dia, mas outros se arrastam por algum
tempo precisando de uma xícara de café. Eu nunca fui uma pessoa animada para
acordar. Depois que eu acordo, eu levo 30 minutos para acordar. Minha esposa,
ao contrário, acorda animada, pronta... Ela costumava conversar comigo quando
eu pulava da cama, mas já aprendeu que não adianta me dizer nada antes que eu
realmente acorde. Albert Einstein disse uma vez: "O problema com a
velocidade da luz é que ela chega muito cedo de manhã!" Certo pregador batista
do sul em Atlanta afirmou jocosamente diante de um grupo de pastores: "Eu
nem acredito em Deus antes das 10:30 da manhã!"
Não importa a que horas
você se levanta, a Palavra de Deus afirma: "vistam-se!".
Quando você se levantar, vista deliberadamente essas qualidades de vida. A
razão é clara: Você é um novo homem, uma nova mulher em Cristo, portanto, precisa
começar a viver dessa maneira, usar esta roupagem que os discípulos de Cristo
precisam usar. Então faça isso!
O capítulo 3 de
Colossenses mostra nos primeiros versículos as evidências da conversão. Ao chegar no vs
12, faz uma transição da conversão
para a santificação. A palavra de Deus fala de pelo menos três características
daqueles que estão caminhando com Cristo:
1.
Uma agenda voltada para o reino de Deus
-
“Pensai
nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra.” (Col 3.2)
Pergunte no
seu coração: Na minha dinâmica de vida, eu deixo espaço para Deus?
Onde está o seu prazer? O que
que empolga você? O que que traz brilho aos seus olhos? Onde está o seu
tesouro? Como o seu tempo e dinheiro são administrados? Eles envolvem o reino
de Deus? Para onde você direciona os seus pensamentos? Você considera coisas eternas
ou apenas aquilo que é efêmero e passageiro?
2.
Faça
morrer a sua natureza terrena: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena, prostituição e
pureza, paixão massiva, desejo maligno e avareza que é idolatria por estas
coisas que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência, ora nessas
mesmas coisas andastes, vós também no outro tempo vivieis nelas.” (Col
3.5)
É fundamental
"despir-se do velho homem". Aprenda a reconhecer as características
da vida velha: a carne egocêntrica, amante do louvor e orgulhosa que existe em
cada um de nós precisa morrer. Velhos hábitos são resistentes e duros de morrer.
É necessário lutar contra eles, para que percam o poder sobre nossas vidas.
Veja o que a Palavra diz:
"Portanto, façam morrer tudo o que pertence à sua natureza terrena."
Trate sua velha natureza como se tivesse morrido para ela. Esse é o argumento
de Paulo em Romanos 6: "Considerem-se mortos, de fato, para o pecado."
E isto só é possível porque Deus nos deu o seu Espírito Santo para obter
vitória sobre as inclinações da carne e dos pensamentos, que contrários ao
desejo de Deus para nossa vida.
É necessário fazer morrer os desejos da terra. Este é o segundo sinal de
uma pessoa convertida. Você sabe como uma pessoa é convertida quando a vê lutando
contra suas velhas inclinações. Quando a pessoa se converte, sua velha natureza terrena não
deixa de existir. Mas quando o Espírito Santo está trabalhando na sua vida, Ele
começa a inclinar sua vida em direção as coisas que agradam a Deus. A velha
natureza ainda fica. É necessário tirar sua força. Existe uma guerra civil entre a carne e o espírito.
O que é fazer morrer a natureza terrena? Você tem esse poder?
Ao longo da história do cristianismo, diversos
grupos e indivíduos defenderam a ideia de que seria possível viver sem pecar
após a conversão ou alcançar um estado de perfeição nesta vida. No entanto,
essa visão é minoritária e diverge da compreensão teológica predominante em
muitas tradições cristãs.
Um dos grupos historicamente associados a essa
crença foram os perfeccionistas dentro do movimento
metodista, especialmente influenciados pelos ensinamentos de John
Wesley. Wesley acreditava na possibilidade de alcançar a "perfeição
cristã", um estado de amor puro a Deus e ao próximo, que implicava a
ausência de pecado consciente e intencional. Outros grupos e movimentos que, em
diferentes graus e interpretações, defenderam a possibilidade de viver sem
pecar incluem o Montanismo (Séc. II) que com rigor moral extremo
acreditava que os "espirituais" poderiam alcançar um nível de
santidade que os tornaria livres do pecado. O Donatismo (Séc. IV)
que defendiam um padrão de santidade muito elevado, implicando uma vida sem
pecado grave após o batismo e alguns grupos anabatistas radicais durante
a Reforma que acreditavam na ausência de pecado na vida dos verdadeiros
crentes.
O apóstolo João afirma que
“aquele que diz que não tem pecado”, enfrenta problemas pois é mentiroso e está enganando a si mesmo: “Se dissermos que não temos pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1 Jo 1.8) Quanto mais você se aproxima de Deus, mais consciência de
pecado você tem. Contudo, na medida em que você caminha em direção a Deus, você
vai dizendo não a certos aspectos pecaminosos como “imoralidade,
impureza e lascívia”. É uma guerra diária, continua, constante, e todos nós
sabemos dessa luta,
3.
Terceira
marca de uma pessoa convertida -
“Revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados.” (Col 3.10). Negativo e positivo. Primeiro você faz morrer a sua natureza
terrena, segundo, se reveste do novo homem que se refaz para o pleno
conhecimento segundo a imagem daquele que o criou.
Não apenas morrer para a natureza terrena, mas
é preciso se revestir do novo homem. Dizer não ao pecado, e sim ao Espírito Santo.
Negativo e positivo. É exatamente esse equilíbrio que se trata de
santificação que é a evidência da verdadeira conversão.
Há uma qualidade negativa de vida, que precede a
positiva. Devemos rejeitar o apelo que vem tão facilmente de nossa experiência
passada. Estes impulsos ainda nos assombram porque assumiram condicionamentos psicológicos,
padrões cerebrais e programação passada. Ainda, com facilidade, reproduzimos em
nossas mentes os velhos filmes do passado. Como um software rodando em nossa
mente. Por isto, ao começar seu dia, inicie deixando de lado as velhas reações
e vista-se, deliberadamente, em seu pensamento, dessas sete qualidades que
refletem a vida e o temperamento de Jesus e que serão descritas adiante neste
texto.
A partir do vs. 12, o
apóstolo Paulo fala da roupagem que precisamos. Pense num guarda-roupa
com
cabides pendurados. Cada virtude que este texto descreve
é uma indumentária que você precisa vestir. Curiosamente, toda
esta virtude tem a ver com as relações
pessoais. Não se mencionam virtudes como a eficiência, inteligência, nem sequer
a diligência. As grandes virtudes cristãs são as que dominam as relações
humanas. O cristianismo se expressa comunitariamente.
Antes de começar a
estudar a lista em detalhe devemos advertir duas coisas significativas. Paulo
começa dirigindo-se aos colossenses como os escolhidos de Deus, santos e
amados. Cada uma destas três palavras correspondia originariamente aos judeus.
Eles eram o povo escolhido, a nação santa e consagrada (hagios), eles eram os
amados de Deus. Paulo toma estas três importantes palavras que eram referentes
a Israel, para aplicá-las aos gentios. Desta maneira mostra que o amor e a
graça de Deus chegaram aos limites da terra: Na economia de Deus já não existe
a cláusula de "nação mais favorecida".
A partir do vs 12, ele
vai descrever que tipo de roupagem o cristão deve vestir. São sete virtudes: "Portanto,
como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de ternos afetos de misericórdia,
bondade, humildade, mansidão e longanimidade. Suportem-se uns aos outros e
perdoem as queixas que vocês tiverem uns contra os outros. Perdoem como o
Senhor os perdoou." (Col 3.12-13)
Todas virtudes horizontais. São as roupagens que os eleitos,
santos e amados devem vestir. Não adianta falar aleluia e glória a Deus, nem tremer a voz se tratamos com grosseria
o irmão ao
lado e somos agressivos, rudes e grossos em casa. A santificação é demonstrada dentro de casa e nos
relacionamentos com as outras pessoas.
O apóstolo escreveu em termos de despir e vestir
roupas. Isso sugere que deve ser feito todas as manhãs. Como povo escolhido de
Deus, devemos vestir diariamente essas qualidades que refletem o caráter de
Jesus. Quando você se levantar, comece vestindo essas qualidades próprias dos
filhos de Deus, vista-se desta nova roupagem. Você é um novo homem, uma
nova mulher; portanto, viva dessa forma!
1.
“Revesti-vos de ternos afetos de
misericórdia.” Paulo começa a roupagem da misericórdia.
A palavra “ternos”, originalmente tem a ver com as entranhas. Inclusive,
algumas traduções traduzem esta frase como “entranhados afetos de Deus.”
Os antigos acreditavam
que as emoções se originavam nas entranhas. A sociedade ocidental não pensa
assim, embora chegue perto disso quando diz: "Eu tenho um
pressentimento." Esta impressão não é deduzida pela lógica, mas pelas
“vísceras”. Um movimento profundo da alma.
Se havia algo que o
mundo antigo precisava era misericórdia. O sofrimento dos animais não
significava nada para o mundo antigo. Os aleijados e doentes eram simplesmente
eliminados. Não havia sistema previdenciário para os idosos. O trato com
pessoas com deficiências mentais era sem piedade e desumano. O cristianismo
trouxe para este mundo — e ainda continua trazendo — uma misericórdia
crescente. Não é muito dizer que tudo o que se chegou a fazer pelos anciãos,
pelos doentes, pelos física e mentalmente fracos, pelos animais, pelas crianças
e pelas mulheres, foi sob a inspiração do cristianismo.
Precisamos entender o que significa “ternos afetos
de misericórdia.” É um sentimento profundo de simpatia, de empatia.
2.
Revistam-se de bondade: “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade...” Devemos nos
vestir de misericórdia e
bondade ao longo do dia.
Quando você for à mesa do café da manhã, aja com
misericórdia por aquela criatura que acorda aos berros antes de você sequer
pensar em acordar, ou ao ver seu esposo, arrastando-se pela cozinha com seus chinelos
velhos. Veja com bondade o seu parceiro que acorda agarrado no celular como se
algo terrível fosse acontecer caso ele não ouça as mensagens e veja todos os
posts no Instagram. Vista uma roupagem marcada pela bondade. Gentileza gera
gentileza.
Muitos séculos atrás, um certo jovem de um
ambiente rural foi morar em uma cidade grande e se envolveu com uma turma pesada.
Ele viveu uma vida selvagem e dissoluta, e as coisas pecaminosas quase o
destruíram. Mas ele ouviu um pregador e embora não apreciasse particularmente
sua pregação, ficou impressionado com ele. Ele foi ouvi-lo novamente, aquele
pregador o levou a Cristo. Aquele jovem se tornou famoso como o Santo
Agostinho. Posteriormente ele escreveu sobre este homem, Ambrósio,
pároco da catedral de Milão: "Comecei a amá-lo, não a princípio como um
mestre da verdade, que eu tinha medo de encontrar na igreja, mas como alguém
que mostrou tanta gentileza comigo, apesar de sua importância e distinção
social". Que porta aberta para a gentileza ele pode ser!
3.
Revistam-se
de humildade: “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade, e de
humildade...”
A terceira roupa é a da humildade. A principal
virtude cristã é a humildade porque é o exato oposto do pior dos pecados, que é
o orgulho. John Stott a chama de "a mais rara e bela de todas as virtudes
cristãs"
Devemos nos vestir
humildade, pensar humildemente sobre nós mesmos, "considerar os outros
como melhores do que nós mesmos". Não devemos nos considerar de forma
alguma superior ao outro. Um provérbio moderno afirma: “todos nós somos feitos
no mesmo molde, embora alguns sejam mais mofados que outros!"
4.
Mansidão
- “Revesti-vos de ternos afetos de misericórdia e bondade, e de
humildade, mansidão...” (Col 3.12)
A quarta qualidade é "mansidão". Não
fraqueza, mansidão! Gosto da definição que diz que mansidão é "força sob
controle". É força real, mas não precisa se exibir ou mostrar o quão forte
é. Foi isso que nosso Senhor demonstrou. Ele se descreveu como "manso e
humilde de coração". Esta palavra era originalmente usada para animais
bravios que eram domesticados e se tornavam úteis.
É esta roupa que devemos usar
à medida que avançamos.
mansidão
é a disposição de
renunciar aos próprios direitos por uma boa causa. Deixe de lado seus direitos!
Pelo bem de uma boa causa, esteja disposto a sofrer perdas. Mansidão é
exatamente o oposto de grosseria e agressividade.
5.
Longanimidade -
“Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos
afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de
longanimidade” (Col 3.12)
A quinta qualidade é
"longanimidade". Literalmente, tolerância à conduta exasperante de
outra pessoa sem entrar em fúria. É conter-se, não ficar chateado ou falar de
forma ríspida ou estridente com alguém. É um termo que eventualmente é
traduzido por paciência. No grego, o termo “makrothumia”, literalmente
significa, colocar a ira longe. É o contrário do “pavio curto”, que sempre está
pronto a explodir.
6.
“Suportai-vos uns aos outros"
– “Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente.” (Col 3.13)
O que é suportar um irmão? Muitas vezes pensamos: “Tenho que suportar esse
irmão. É dose, mas eu tenho que suportar. Fazer o que, né?” Será que Paulo está
querendo ensinar isto? Não! Suportar o irmão é servir de apoio, de suporte. Literalmente,
é "apoiar" alguém. Não apenas se conter, (colocar a ira longe), mas
apoiar outros, encorajar. É uma grande qualidade cristã.
7.
Perdoai-vos
– “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós.” (Col 3.13)
A última qualidade, deliberadamente colocada
é "perdoar uns aos
outros como o Senhor vos perdoou."
Que coisa maravilhosa é o perdão! Perdão não
significa deixar de expressar uma queixa que sentirmos. As Escrituras nos
ensinam que se temos algo contra outro devemos ir até ele e confrontar em amor.
Não temos que reprimir todo sentimento de injustiça ou deslealdade que
sentimos. Devemos dizer como nos sentimos, mas, tendo feito isso e tendo
colocado para fora, esqueça. Perdoe.
Nosso modelo é o tratamento de Cristo para
conosco. Foi isso que ele fez. Ele perdoou os pensamentos e atitudes blasfemas,
os pecados graves e dolorosos que cometemos. O Antigo Testamento nos diz que
ele "lança nossas transgressões nas profundezas do mar". E Corrie
Ten Boom costumava dizer, que ele colocou uma placa dizendo: "É
proibido
pescar".
É útil lembrar que
perdão significa pelo menos três coisas.
A.
Não devemos trazer à pessoa a quem
perdoamos o que perdoamos. Devemos tratá-la como
se não tivesse acontecido.
Não devemos
importuná-la constantemente com lembretes das coisas erradas do passado. Alguns
casamentos tropeçam muito neste ponto porque os parceiros não apenas ficam
histéricos, eles ficam históricos! Eles voltam ao passado, prontos para
trazê-lo à tona e refazê-lo mais uma vez. Isso mostra que nunca foi
verdadeiramente perdoado. Deus não faz isso. Quão terrível seria se ele fizesse,
se tivéssemos que enfrentar constantemente lembretes dele das coisas horríveis
do nosso passado!
B.
Não devemos contar a
ninguém sobre o assunto que foi perdoado.
Não fofocamos sobre
isso para os outros. Não é que realmente o apagamos da memória, podemos pensar
nisso de vez em quando, mas não devemos nos deter nisso. Não devemos permitir
que a ofensa e afronta nos fira novamente, ou desperte sentimentos de
ressentimento e injustiça e repita tudo de novo. Podemos perdoar porque fomos
perdoados. Vamos nos lembrar de quão graciosamente Deus deixou de lado nossas
próprias falhas.
C.
Não lembrar do que foi
perdoado!
Mesmo em seus
pensamentos privados, nunca permita que a ofensa venha à tona e influencie sua
atitude em relação àquele que você perdoou. Se ela vier à tona, você deve
colocá-la de lado e lembrar a si mesmo que você também precisa ser perdoado.
Você não quer que as pessoas fiquem pensando em seus pecados e os desenterrem o
tempo todo. Perdão significa colocar a ofensa de lado até mesmo para você
mesmo, porque foi isso que Cristo fez por nós. Através do perdão zeramos a
conta, não podemos ficar nos lembrando do perdão que foi concedido.
Como Deus nos
perdoou?
O mais desafiador deste texto é entender como este perdão deve ser dado: “Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.”
(Col 3.13). Podemos dizer três coisas sobre o perdão de Deus:
A.
Deus perdoou completamente
B.
Deus perdoou eternamente.
C.
Deus perdoou imerecidamente.
Aqui surge uma pergunta que normalmente vem à tona: “Devo perdoar se a
pessoa não se arrepende?” Sim ou não? Esta pergunta faz sentido porque o perdão
de Deus está fundamentado no arrependimento. Mas é fundamental lembrar que Deus
nos perdoou completamente, eternamente, sem merecimento.
Na perspectiva de Deus, o perdão inicia-se não pelo ofensor, mas pelo
ofendido. O que isto quer dizer? Se uma pessoa o machucou o natural seria que
ela o procurasse. O devedor procura o credor. O transgressor procura aquele que
recebeu a transgressão. Entretanto, mesmo que o agressor não o procure, você
pode perdoar. E mesmo que ele não se arrependa, você deve perdoá-lo, retirando do
seu coração a mágoa causada.
O Rev. Hernandes Dias Lopes conta uma história acontecida na sua vida. No
dia 2 de agosto de 1982, o primo primeiro da mulher de seu irmão, o assassinou,
com 11 facadas. Ele nunca demonstrou arrependimento, nunca pediu perdão à sua
família, mas Deus o levou a perdoá-lo, por uma razão simples: se ele não
perdoasse sua vida seria um inferno, ele teria adoecido. Então há um momento em
que o perdão deve se unilateral, quando a outra pessoa não quer, ou não pede,
você o perdoa para que você fique livre.
Agora o centro deste versículo nos diz: “Assim como Deus em Cristo nos
perdoou.” Como Deus fez? Imagine se Deus nos dissesse: “Até hoje eu
aguentei, mas se você tropeçar de novo, está condenado.” Estaríamos perdidos. Entretanto,
a vida cristã é um milagre baseado na graça. Pedro perguntou: “Até 7 vezes?”
Jesus respondeu que não 7, mas 70 vezes 7. Aí pedro respondeu: “Senhor, isto não
é para mim, O Senhor está pedindo um negócio que não dá. Aumenta a minha fé,
porque não consigo.”
Então, tendo nos dado
essas sete belas qualidades, o apóstolo nos diz para envolver tudo isso com o
vínculo do amor: “Revista-se do amor, que é o vínculo da perfeição."
Coloque o acima de tudo o amor. O amor une tudo como um cinto. Você não é mais
a velha pessoa que era antes. Você já deixou isso de lado. Trate o passado como
se estivesse morto para ele, e seja agora o que Deus fez você ser.
Não se esqueça que a
base para tudo é dada no versículo 12: "Povo eleito de Deus, santo e
amado." Aí está. Isso é algo que Deus fez por nós. Nós não nos
tornamos santos. Nós não nos elegemos para o reino de Deus. Jesus disse uma vez
aos seus discípulos: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi e os
designei para que vades e deis muito fruto." Nunca teríamos vindo a
Cristo se não tivéssemos sido atraídos e escolhidos por ele. Foi sua escolha
que nos capacitou a escolhê-lo.
É importante notar
também que quando o apóstolo chama os cristãos de "povo escolhido de
Deus" ou, literalmente, "eleitos de Deus." As promessas dadas a Israel foram materiais,
mas a igreja é escolhida para um propósito diferente. Nossas promessas são
espirituais. somos escolhidos e somos "santos". (separados e distintos),
seguimos outro sistema de valor. Compartilhamos um tipo diferente de vida.
Somos também "amados
por Deus." Não há força motivadora mais poderosa em nossas vidas do que
lembrar que somos amados por Deus. Ele nos ama profundamente. Nunca devemos
esquecer isso. É a nossa base para ação.
Recomendações finais
A paz de Cristo
No vs 15 ainda lemos: “Seja
a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em
um só corpo; e sede agradecidos.” Os fãs de futebol sabem o que significa
um árbitro. Ele precisa permanecer imperturbável, não importa o que aconteça.
Os fãs xingam, protestam, os jogadores tentam forçar sua decisão, mas ele
permanece imperturbável.
Essa é a ideia: Decidam
as coisas com a paz de Cristo, deixe que ela governe. Temos tomado muitas
decisões por pressão ou por causa do barulho, mas o povo de Deus deve tomar a
decisão deixando que “a paz de Cristo”, seja o árbitro. Que a serenidade de
Cristo possa agir como um árbitro em nossos corações. “O caminho para operar
retamente é designar a Jesus Cristo como o árbitro das emoções que estão em
conflito em nossos corações. Se aceitarmos suas decisões não podemos agir mal.”
(Barclay). Se não houver paz fica difícil decidir. Fica difícil ouvir a Deus no
meio do barulho e do caos.
A palavra de Deus tem função central
Paulo ainda afirma: “Habite,
ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão, em vosso coração.” (Col 3.16) A Palavra de Deus deve
ser bem conhecida entre nós. Deve ser definidora de nossa fé e prática. Todo a
comunidade deve estar envolvida nisso. Devemos "ensinar e aconselhar uns
aos outros", em casas, na igreja, aulas, grupos de estudo bíblico, em
grupos de café da manhã, sempre se reunindo em torno da Palavra. Devemos
conhecer e entender completamente este livro. A Bíblia não é uma verdade morta,
sem vida! É viva, vital, refrescante e iluminadora! Ela dissipa dúvidas, medos
e dificuldades. Devemos centralizar nossas vidas em torno da Palavra de Deus.
Tudo em nome do Senhor Jesus
E finalmente: “E tudo o que fizerdes, seja em
palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a
Deus Pai.” (Col 3.17). Este versículo se move para a arena da sociedade e
do mundo. "Tudo...em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por
meio dele."
Isso significa que todos
os aspectos da vida devem estar relacionados ao Senhorio de Jesus. Tudo na
vida, toda atividade deve se tornar um ato de adoração. Seu trabalho, estudos, namoro,
casamento, o uso do dinheiro e do tempo, até mesmo coisas rotineiras podem ser
oferecidas a Cristo; feitas "em nome do Senhor", motivadas por nosso
relacionamento com ele. Ruth Graham teve por anos uma placa sobre a pia da
cozinha que dizia: "Serviços divinos realizados aqui três vezes ao
dia". Lavar a louça pode ser um ato de adoração se você fizer isso em nome
do Senhor, como para ele.
Que diferença de
motivação isso traz! Fazer as coisas oferecendo-as de bom grado ao Senhor como
um sacrifício suave. Se amamos o Senhor, ofereçamos a ele as atividades do
nosso dia; façamos tudo para sua glória. Faça sua lição de casa em nome do
Senhor Jesus. Assim, você está trabalhando, não para o mundo ou seus
benefícios, mas para Cristo. Que imagem gloriosa isso dá de toda a vida sob o
senhorio de Cristo!