segunda-feira, 8 de agosto de 2011

I Rs 13 Distinguindo o Falso do Verdadeiro

Introdução:
Hoje estamos aqui neste culto para agradecer a Deus a vida e ministério do Rev Siqueira e de sua esposa e companheira, D. Ruth.
Particularmente tenho três motivos para agradecer a estes irmãos de forma direta na minha vida e família:
a) Fui preparado para o Seminário, quando tinha apenas 17 anos de idade, quando o Rev Siqueira era ainda pastor na cidade de Gurupi, onde meu pai era presbítero, oficio que exerceu até receber o titulo de presb. Emérito por 25 anos;
b) Num momento muito tenso de nossa história familiar, esta família recebeu minha irmã em sua casa, para tentar reorientá-la à sua vida espiritual. Aquela atitude foi extremamente positiva. Por 6 meses eles a acolheram em sua casa.
c) Anos depois, novamente Rev. Siqueira voltou a ser pastor em Gurupí, e durante uma crise espiritual e moral de meu pai, este pastor se tornou confidente, conselheiro e amigo de meu pai. Não sei o que seria de sua vida sem o seu apoio direto e muitas horas de acompanhamento.
Além disto, tenho gratas lembranças do Junior, seu filho, que ia passar as férias em nossa casa e que era uma fonte de muita alegria e contentamento. Até hoje me lembro da alegria deste menino, hoje homem, em nossa casa. Vestindo botas de borracha para entrar na água, e que naquele tempo iam até sua coxa. Junior, você nos deu muita aleigra!

Apesar destas coisas positivas, gostaria de dizer, porém, que Siqueira não é de muita confiança. Pelo menos dois fatos mostram isto:
A. Ele é torcedor do Botafogo. Isto depõe contra ele. Quando jovem, seu pastor pediu para que ele substituísse uns diáconos que não estariam na igreja, e ele, torcedor apaixonado, queria assistir a final do campeonato (naqueles dias em que o Fogão ainda ia para finais de campeonato). Ele arrumou um radinho de pilha, e ficou na entrada da igreja, e quando o pastor pregava um sermão apaixonado, ele ouvia o jogo mas sem tirar os olhos do pastor. Na hora que o Botafogo fez um gol, ele explodiu em alegria: “Botafogo!”. Quando o pastor olhou para ele, ele respondeu: “Botafogo no meu coração, Jesus!”. Esta estória, obviamente é uma brincadeira!
B. Não confie no Siqueira para administração de remédios. E esta história é verdadeira. Ele teve um problema com sua voz e fez um pesado tratamento para as cordas vocais. Depois da cirurgia, o médico lhe receitou alguns remédios, e fomos visitar o Siqueira. Ele reclamou do gosto do remédio, e minha esposa, curiosa, começou a ler a bula do remédio descobrindo que o mesmo não era para pingar na garganta, e sim no ouvido. Depois de rirmos daquilo ele falou: “Por isto é que, quando abria a boca para falar, percebia que estava ouvindo melhor...”

Voltemos ao texto:
Este episódio se dá logo depois da divisão do reino do Sul e do Norte em Israel. Jeroboão insistiu para que os impostos diminuíssem. Roboão, porém, foi inflexível no seu reinado, e 10 tribos formaram um novo reino. Jeroboão, porém, não foi um rei piedoso, pelo contrario, fez bezerros de ouro, colocando-os um em Betel e outro em Dã, para que o povo viesse trazer suas oferendas. A Bíblia afirma que ele criou um sistema paralelo religioso: “A quem queria, consagrava para sacerdote dos lugares altos”. (1 Rs 13.33). Então Deus manda um profeta para confrontar aqueles pecados. Ao chegar ali, o profeta foi extremamente leal e zeloso, mas o final de seus dias não terminou bem, por causa de atitudes de desobediência.
Aprendemos com este profeta, que precisamos, como homem de Deus, aprender a discernir o falso do verdadeiro, e isto exige nossa atenção. Como viver de forma que glorifiquemos integralmente a Deus?

1. Aprende a não barganhar favores – (1 Rs 13.7).
Príncipes querem calar a voz dos profetas. Reis querem se aliar ao sagrado e controlá-lo. Jeroboão era um homem religioso, mas não tinha compromisso com a verdade, como temos tantos políticos por ai. Gente que gosta de trazer oferendas, dar ofertas, participar de quermesses, mas gente sem temor profundo de Deus em seus corações. Fazem isto para satisfazer as entidades e aos deuses, e muitas vezes movidos por culpa por suas perversidades.
Alguns anos atrás, um diácono da minha igreja esteve envolvido numa campanha para levantar recursos para a construção de um hospital evangélico. Não demorou para que um bicheiro resolvesse trazer US$ 10 mil dólares para ajudar, e quando ele soube da fonte do dinheiro recusou.
Existem muitos reis e políticos, que assumem a atitude do “politicamente correto”, acendendo uma vela para Deus e para os demônios, mas querem domesticar os profetas.
Quando Jeroboao convidou o profeta para vir ao palácio, assentar-se á sua mesa, receber honras, isto provavelmente nos agradaria muito, ele recusou. Recebera ordens do senhor para não se aliar.
Podemos ser levados para zonas de conforto que são perigosas. E para aprender a discernir o falso do verdadeiro, precisamos tomar cuidado para não barganhar, não negociar o sagrado, não rifar o nosso Deus por ofertas e sugestões tentadoras.

2. Aprende a discernir as vozes – Se num primeiro momento, vemos o profeta assumindo uma atitude corajosa, recusando benesses e gratificações reais, noutro momento, vemos o profeta envolvendo-se numa enrascada imensa porque confundiu as vozes que lhe falavam. Como isto é perigoso nos dias de hoje.
Um velho profeta o engana. O texto é auto explicativo. Afirmou que Deus dissera outra coisa, e aquele homem segue aquele velho senhor, travestido de sacralidade, dando ouvido a sereias. “Também eu sou profeta e um anjo me falou” (1 Rs 13.18). tome cuidado com o que “velhos profetas” lhe dizem. Tenha cuidado para discernir a voz de Deus.
Paulo afirma: “Ainda que venha um anjo do céu e traga outra mensagem diferente da que vos tenho entregue, seja anátema!” (Gl 1.8). Precisamos ser leais à Palavra e à nossa consciência.
O Imperador Carlos V inaugurou a Deita de Worms em 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus ditos e foi-lhe outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro deslocamento. No dia 16 de Abril, apresentou-se diante da Dieta quando Johann Eck, mostrou a Lutero cópias de seus escritos e lhe perguntou-lhe, se eram seus e se ele acreditava naquelas afirmações. Quando Eck disse: "Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?", sua resposta foi:
"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável. Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!”.

3. Foca no chamado – Não se distrai.
Um dos pecados deste profeta foi distrair-se com propostas e perder o foco. A Palavra de Deus lhe fora clara, então nada poderia desviá-lo.
Profetas eram conhecicdos no Antigo Testamento como “Bocas de Deus”. Tinha o chamado para transmitir os oraculos divinos. Paulo afirma que somos “despenseiros dos mistérios de Deus”. Cuidamos da despensa, onde ficam os tesouros inesgotáveis da revelação dada por Deus.
Muitas vezes somos chamados para julgar. Mas não trabalhamos no Departamento de Justiça. Este fica no 2º. Andar. Trabalhamos no andar de baixo, no ministério da comunicação. Entao, precisamos ser leais àquilo que Deus nos chamou a fazer.
O problema pastoral é uma questão de foco.
Vemos pastores estressados com muitos compromissos que não atendem à agenda divina. São distrações. Programações, eventos, internet, atividades que não estao ligadas ao chamado de Deus. Perdemos nosso foco, nos distraimos e gastamos energia em coisas para as quais Deus não nos mandou realizar.
Ao ser chamado para se encontrar com representantes do rei, gente que queria distrair Neemias de suas funcoes, ele foi direto: “Estou fazendo uma grande obra”. Não dá para parar, porque meu foco está concentrado.
Foco significa, atenção não dividida.
Paulo tinha esta idéia em mente, e chegou a sugerir que obreiros não se casassem para dar mais tempo ao ministério: “O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupacoes. Quem não é casado, cuida das coiss do Senhor, de como agradar ao Senhor” (1 Co 7.32). Afirmam que John Stott não quis se casar para mais dar mais tempo para a obra de Deus.

Conclusão:Eric Erickson afirma que existem duas formas de se chegar ao final da vida: Com desistência ou celebração!
Na desistência, nos encontramos brigando contra a vida, contra a doença e velhice. Nos tornarmos amargos com pessoas e instituições, reclamamos de nossas condições. Criamos hostilidade e raiva contra Deus, afinal “Deus não foi leal!”.
Na celebração, temos o senso de dever cumprido. Como Maria, entendemos que fizemos o que pudemos. Saímos da esfera do poder, quando temos subordinados e pessoas que se encontram debaixo de nossa direção, para nos tornarmos mistagogos e sábios. A sabedoria é silenciosa, não tem séquitos, nem aclamação, nem reconhecimento público. Mas a única forma de celebrarmos a vida e entendermos que “completamos a carreira e guardamos a fé!”.
No final de tudo, apenas estas coisas valem a pena...
Que Deus nos abençoe!

Jubilação Rev. Jose Gonçalves de Siqueira
Dia 06 Agosto 2011 – 19.30 – 2ª igreja presbiteriana de Goiânia.

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