Introdução:
O grande chamado de Cristo aos homens é para que se tornem discípulos. Este termo aparece centena de vezes no NT, enquanto o termo “membro” de uma igreja nenhuma vez. O discípulo é alguém atento às instruções do seu mestre e que segue os seus ensinamentos. Jesus afirmou: “Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando”. Portanto, devemos estar atentos a toda instrução do mestre.
Neste texto, Jesus está ensinando aos seus discípulos, e esta parábola está diretamente ligada à anterior, dando uma idéia de que a mesma idéia estava sendo completada. Nestes versículos, Jesus ensina algumas coisas essenciais aos seus discípulos:
Eis alguns de seus princípios:
1. Não oculte o que precisa ser demonstrado. Não inverta a ordem natural das coisas. Lamparina foi feira para aluminar, não para ocultar. Coloque a luz no alqueire. Jesus contou esta parábola, de acordo com Mateus, no contexto de testemunho: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso pai que está nos céus”(Mt 5.14-16).
a. Uma vez que a luz for acesa em mim, os bichos vão aparecer. Desta luz desconfortável de Deus surge a possibilidade. O que resta é não temer.
b. Precisamos exorcizar nossas trevas interiores. Paulo: “Tudo o que se manifesta é luz” (Ef 5.13). Somos ensinados a esconder, e não deixar que se manifeste. Medo do juízo dos outros, ou de nossa reputação. No entanto, o mal é como mofo e fungo, crescem bem no escuro. Assim como insetos: lacraia, barato e rato.
c. Luz e trevas. A busca da luz sempre deflagra um inevitável processo de revelação dentro de nosso coração. “O homem de Deus aproxima-se da luz, porque não teme que suas obras sejam argüidas”. No entanto, toda luz, aprofundará a percepção de nossas trevas. “Todo aquele que prática o mal, aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras”.
d. Toda revelação de luz dentro de nossa alma, nos fará enxergar coisas que não gostaríamos de ver.
2. Não adianta tentar esconder o mal, não podemos trapacear a verdade - “Não há nada oculto que não venha a revelá-la”. A história é sempre crua em revelá-la. A verdade vai sempre triunfar. Aquilo que fazemos em secreto, será publicado em alto falante.
a. Governo – liberação documentos ultra secretos do Estado. Por que nossas autoridades temem tanto? Quantos segredos ainda serão revelados nos porões da ditadura, nos aposentos de templos evangélicos e católicos? Quanta surpresa teremos na hora do juízo?
b. Jesus ensina que sua vida escondida será sua vida pública – não viva nas sombras. Quanto mais empurramos para dentro aquilo que é realidade, mais forte ela será. Mais cedo ou mais tarde, o que é, passa a ser, mesmo contra minha vontade. O caminho para a libertação das trevas é trazer para a luz.
c. “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
d. Tenha medo daquilo que você vai ter que lutar para ocultar.
i. A história vai te expor.
ii. As evidências vão te desmascarar
iii. Deus vai te julgar – Jaqueline: “Confessar é antecipar o juízo”. Não adianta deter a verdade pela injustiça – “Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça” (Rm 1.18)
e. “O ímpio aceita às escondidas o suborno para desviar”.
f. Deus trará a julgamento o curso da justiça – “Vi também os mortos, grandes e pequenos, postos em PE diante do trono. Então se abriram os livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi aberto. E os mortos foram julgados segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Ap 20.12).
3. Use seus sentidos para aquilo que Deus os preparou – “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”. Pare de fazer de contas que ouve e realmente ouça!
a. O perigo da displicência – tratar com descaso as verdades eternas.
b. O perigo da resistência – Fechar os ouvidos àquilo que precisamos abrir. “O homem que muitas vezes repreendido endurece a sua cerviz, cairá de repente, sem que haja cura” (PV 29.1).
4. Tome cuidado com julgamentos – Este será o seu próprio critério de avaliação.
a. “Pois”, conjunção explicativa. No contexto do julgamento. Quem julga com facilidade, facilmente será julgado.
b. Não trate as pessoas com mesquinharia. O critério de nossa avaliação é a forma como avaliamos os outros.
c. Experiência com “Severina”. Tive uma funcionária muito estranha numa das igrejas que pastoreei. Um dia, depois do sermão de domingo, voltei ao púlpito e não encontrei o meu relógio. Eu “sabia” que ela havia roubado meu relógio, mas não tinha provas contra ela, por isto me calei. Me sentia chateado com aquela mulher toda vez que a via. Um dia, depois de alguns meses, peguei um antigo terno que já não me servia tão bem para pregar no domingo a noite, e para meu espanto, o relógio estava no bolso do mesmo. Senti-me envergonhado, por ter julgado aquela funcionária. Eu estava estabelecendo critérios errôneos sobre a mesma.
d. Quantas vezes fazemos isto? Como somos doutores, e nos julgamos superiores, moral e espiritualmente. Jesus afirma que nosso critério de julgamento será baseado na atitude com que julgamos os outros – é melhor colocar a barba de molho...
e. Rm 2.1-3: “Portanto, você, que julga, os outros é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas. Sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, quando você, um simples homem, os julga, mas pratica as mesmas coisas, pensa que escapará do juízo de Deus?” (NVI)
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