domingo, 4 de outubro de 2015

Pv 16.1-9,33 Como tomar sábias decisões?



Você tem dificuldades em tomar decisões?
Particularmente não sei porque Deus afirma que o cabeça da casa é o homem, porque lá em casa minha mulher tem todas as respostas prontas, e eu sofro para tomar as decisões necessárias. Respostas fisiológicas como angústia, ansiedade e diarreia não são incomuns nestas horas mais complexas.
Todos nós nos deparamos com a pressão e angústia de tomar decisões. Diante de tais situações eventualmente passamos por muita ansiedade, porque sabemos que toda decisão, é, uma de-cisão (ruptura). Ninguém pode ter o melhor dos dois mundos, se decidirmos em uma direção, devemos ignorar a outra, e quase sempre, decisões trazem perdas e ganhos. Por isto decisões podem se tornar pesadas e angustiantes.
Este texto de Provérbios 16 dá importantes diretrizes sobre decisão, por isto vale a pena considerar seus princípios. Aliás, o livro de provérbios é pratico em seu conteúdo. Toda vez que estivermos buscando uma direção de Deus, vale a pena estudá-lo cuidadosamente, em oração, tentando discernir o propósito de Deus para nossa vida.
Quais são os princípios que encontramos sobre decisão, considerando apenas este capitulo 16 de Provérbios?

1.       Não há pecado em fazer planos – “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor” (Pv 16.1).

Muitas pessoas podem sentir que estão fazendo algo errado quando fazem planos, afinal, não deveriam apenas orar? Se Deus não quiser ele não vai permitir, e se ele quiser, ele vai permitir. Este argumento parece muito espiritual, mas biblicamente carece de fundamentos.
Certa vez, um missionário estava falando a um grupo de pessoas simples sobre a necessidade de planejamento, e um deles retrucou, afirmando que o futuro pertencia a Deus e que eles não deveriam perder tempo com isto. Curiosamente, numa reunião de planejamento de uma igreja que pastoreei, estávamos fazendo planos e no material que entreguei a cada um dos líderes, citei este relato da experiência do missionário por escrito, mas antes que começasse a reunião, um dos líderes teve a mesma reação: “Deveríamos apenas orar... porque fazer planejamento?” Naturalmente, fiquei numa situação muito desconfortável, porque já havia citado este fato no material que havia sido entregue...
O fato é que a Bíblia afirma: “O coração do homem pode fazer planos”. Não há nenhum pecado nisto. Mas é preciso entender que todo planejamento deve depender de Deus. Que a última palavra é do Senhor, ja que a resposta certa dos lábios vem do Senhor, que poderá pegar este planejamento e jogá-lo no lixo, se assim o desejar.

Natural ou intencionalmente?
Um dos problemas na vida da igreja é a tendência de achar que as coisas devem acontecer “naturalmente”. Tenho insistido que não! Precisamos colocar intencionalidade no que fazemos. As coisas precisam ser feitas intencionalmente. Isto dá ideia de meta, objetivo, direção. Naturalmente, na prática, é sempre uma forma de deixar a vida sem direção, como diz a música de Zeca pagodinho: “Deixa a vida me levar, vida leva eu”. A falta de objetivo na vida, pode se tornar um grave problema na nossa caminhada e crescimento.

2.       Há uma enorme diferença entre a forma que vemos, e a percepção de Deus – “Todos os caminhos dos homens são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espirito” (16.2). Outra tradução afirma: “O homem fica satisfeito com o que lhe parece bom, mas o que é realmente bom, só o Eterno pode avaliar” (A mensagem).
 
O homem pode pensar que determinado caminho é certo e puro, mas eventualmente existem implicações e riscos que apenas o Senhor pode discernir. Deus, porém, considera as coisas num nível mais profundo.
Considere a decisão de Ló em mudar-se para Sodoma.
Quando ele viu as campinas de Moabe, com seus pastos verdes, ele que era um pecuarista, decidiu logo mudar-se para lá (G. 13.10), no entanto, havia aspectos complexos na cultura, na espiritualidade e na ética daquela cidade. “Ora, os homens de Sodoma eram maus, e grandes pecadores contra Deus” (Gn 13.13). Ló não viu esta camada mais profunda de sua decisão. Ele não “pesou o espírito”, como Deus faz. Como Ló, consideramos o exterior, o que vemos, mas Deus vê a essência, e o que se encontra por detrás da superfície. Deus vê as coisas com toda largueza. Por isto precisamos orar e pedir a direção de Deus quando estamos no processo de decisão.

3.       Não decida sem entregar seus desígnios a Deus – “Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos” (Pv 16.3).

É preciso confiar ao senhor aquilo que fazemos.
Isto significa dependência de Deus, dar os direitos que julgamos ter, a Deus, colocar a segurança da vida em suas mãos. Isto é mais que apropriado, porque queremos que Deus nos oriente, mas não transferimos as coisas para suas mãos.
Certa vez conversei com uma família que sempre vivia com problemas financeiros. As contas não fechavam. Aqueles irmãos me procuraram para pedir conselhos. Perguntei-lhes como estava a questão da fidelidade deles quanto aos seus recursos, se eram dizimistas, se adoravam a Deus com seus bens. A resposta foi negativa. Eu os desafiei a confiarem a Deus seus bens, e colocarem nas mãos do Senhor seus bens, porque acredito que isto é prova de confiança no caráter de Deus e uma das formas que temos para adorá-lo. Fazendo isto transferimos nossa vida a Deus, deixamos de confiar em nós mesmos e passamos a confiar em Deus. O versículo três afirma: “confia ao Senhor as tuas obras”. 

4.       Não decida comprometendo integridade e consciência. “Melhor é o pouco, havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça” (Pv 16.8).

Se sua consciência precisa ser sacrificada, ou se é necessário comprometer a integridade moral, mesmo que isto abra grandes portas e traga muitos recursos, não tenha dúvida em optar pelo que é puro, verdadeiro e boa fama, como nos exorta a Palavra de Deus (Fp 4.8).
Algumas pessoas ainda ficam tentadas a orar por uma proposta, mesmo quando sabem que ela é indecente e imoral. Se você se encontre nesta situação, não precisa orar. Decida pelo que é certo e justo. Se você quebrar um valor ou princípio de Deus, certamente sua decisão não está alinhada com a vontade de Deus. Não precisa orar pedindo para que Deus aprove seu pecado e desobediência. Deus não tem compromisso com a sua infidelidade. Andy Stanley afirma: “Nunca viole um princípio de Deus, se você deseja ganhar ou manter as bençãos de deus”.

5.       Faca planos, mas deixe um espaço em branco para Deus, e somente ele, preencher. O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (16.9).

Planeje, estude, avalie, considere o mercado, as tendências, o momento, faça projeção, mas deixe em branco aquele lugar que só Deus, pode e deve preencher. É o Senhor quem deve dirigir os passos.
Sara e eu temos conversado, feito planos, elaborado ideias, para depois volta à realidade e dizer: “O céu domina!” (Dn 4.26). Quando determinadas propostas interessantes vem até nós, estamos sempre dizendo às pessoas que não estamos fechados à nada que Deus queira dizer, mas o Departamento de RH (relações humanas) é lá em cima, e é o nosso chefe quem deve decidir.
Alguns dias atrás estávamos andando de carro, e tentamos lembrar um texto da Bíblia que nos vinha à mente de uma forma incompleta, e não conseguíamos reproduzi-lo na sua integralidade, então abrimos a Bíblia para decorá-lo: “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem o que caminha, o dirigir os seus passos” (Jr 10.23).
Portanto, nos seus planos, deixe espaço em branco para que Deus preencha.
Veja a exortação de Tiago: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna” (Tg 4.13-16).
O capitulo 16 de provérbios termina com a seguinte afirmação: “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a decisão”. (Pv 16.33). Regaço é colo. Adivinhos e videntes antigos tinham o habito pagão de jogar sementes no colo para tomarem decisões, como fazem os macumbeiros nos dias de hoje jogando búzios. Este comportamento pagão, não tem valor algum, porque a decisão procede do Senhor. Os homens não controlam o futuro, como pretende a feitiçaria, mas o Senhor.

Conclusão
Por que sábias decisões são importantes?
Porque decisões determinam a nossa história, e o rumo que ela seguirá.
Se mudarmos para tal cidade, nossa história será uma, se formos para outra cidade, teremos um novo e diferente fim.
Se casarmos com Isabela e não com Andreia, nossa história será diferente.
Se trabalharmos nesta empresa e não naquela, a direção de nossa história será completamente diferente.
Jean Paul Sartre afirma: “Eu sou a minha decisão”. É isto mesmo. Somos o que decidimos.
Boas escolhas trazem paz, serenidade, vida, alegria, benção.
Más decisões trazem angústia, pesar, tristeza, confusão e dor.

A mais importante decisão
Existe, porém, uma decisão que encontra-se acima de qualquer outra decisão: tem a ver com a eternidade.
Por isto Josué diz ao povo: “Escolhei hoje a quem sirvais, aos Deuses do Egito, ou aos deuses dos amorreus. Eu e minha casa seguiremos ao Senhor” (Js 24.15). Sua palavra é estranha, porque ele não dá a opção ao povo de seguir a Iawé. No entanto, a resposta do povo foi a seguinte: “Não, antes seguiremos ao Senhor”.
Quando Elias luta contra os profetas de Baal no Monte Carmelo, ele afirma o seguinte: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se Deus é Senhor, segui-o; se Baal é Senhor, segui-o”. (1 Rs 18.21). Interessante linguagem: “Até quando coxeareis?”. Coxear é o andar manco, claudicante, inseguro. Gente que não assume posição, não diz de qual lado quer andar.
Esta atitude de claudicância e incerteza, este andar coxo, é perigoso para a alma, porque no reino de Deus não há neutralidade. Veja o que diz Jesus: “O julgamento é este: Quem crê não é julgado, mas quem não crê (passividade), já está julgado, porquanto não crê no unigênito Filho de Deus” (Jo 3.19). Em outras palavras: você não precisa fazer nada para ir ao inferno, mas precisa tomar uma decisão, se deseja ir para o céu.

Que Deus o ajude nesta tomada de posição. Que ela seja hoje. Que você não adie esta decisão que fará a diferença entre a sua vida e a sua morte eterna.

2 comentários:

  1. Amém. Obrigado pela palavra em ocasião oportuna. Deus continue te abençoando

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  2. Amém. Obrigado pela palavra em ocasião oportuna. Deus continue te abençoando

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