terça-feira, 18 de julho de 2017

Ef 5.8 Andai como filhos da luz

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Introdução:

Três rapazes foram convidados para participar de uma festa de carnaval, que seria realizado na casa de um amigo, e cujo tema proposto era “O demônio azul”. Então, todos deveriam buscar roupas e enfeites adequados para a ocasião. O problema é que, todos três esqueceram de pegar o endereço, mas um deles, mais impetuoso afirmou que tinha uma vaga ideia de onde era e seguiram para lá esperando encontrar uma quantidade maior de carros que os ajudaria a identificar o lugar.  Fantasiados foram para a festa.
O problema é que na mesma vizinhança havia uma reunião pentecostal. E o pastor havia pregado um inflamado sermão sobre o diabo, mostrando suas artimanhas, e como ele se atrevia, até mesmo frequentar lugares santos para se opor aos cristãos. A comunidade estava bem assustada com a palavra do pastor, e foi neste exato momento, que os jovens, vendo a porta aberta e pensando ser o local da festa entraram fantasiados de diabo. A gritaria e a desordem foram imensas, todos correndo, e o pastor foi o primeiro a escapar. Apenas uma velhinha não conseguiu, porque tinha dificuldade de andar, e os rapazes correram na sua direção para ajudá-la, mas ela olhou vigorosamente para eles, que não estavam entendendo o que acontecera, e gritou: “Parem!!! Não se aproximem!!!” Os rapazes ficaram estáticos e a mulher continuou: “Não se aproximem!!! Não toquem em mim! Quero dizer que estou há 25 anos frequentando esta reunião de oração, mas que não faço parte deste grupo. Eu estou do lado de vocês!”
Num determinado tempo da vida, temos que decidir se viveremos como filhos das trevas ou filhos da luz. Por várias razões:
                Primeiro, você precisa saber de que lado está
                Segundo, seus amigos e familiares precisam saber de que lado você está
                Terceiro, o diabo precisa saber de que lado você está, caso contrário, você sempre será acusado e dominado por ele.
                Quarto, Deus exige uma tomada de posição na vida: “Aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante do Pai; mas aquele que me negar diante dos homens, também o negarei diante do Pai!”

O problema:
Um dos dilemas nesta questão é que, lamentavelmente, nem sempre as pessoas sabem de que lado estão e nem sabem claramente que existem trevas x luz. O profeta Isaias afirma: “Ai dos chamam mal bem e ao bem mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes ao seu próprio conceito” (Is 5.20,21). Uma sociedade caída encontra dificuldade em saber o que é luz ou trevas. Deus tenta mostrar ao seu rebelde profeta Jonas, que ele desejava a destruição de pessoas que “não sabiam discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jn 4.11), uma referência clara ao fato de que aquela cultura e geração havia perdido a noção moral, os princípios e valores éticos se perderam. Hoje em dia, existem muitos que se encontram equivocados, inocentes úteis nas mãos do diabo, “sinceramente errados”

Eis alguns exemplos do evangelho:

1.       Jesus afirma que a luz veio ao mundo, mas que os homens amaram mais as trevas do que a luz. Não é uma situação estranha? Pessoas que deliberadamente decidem ser filhos das trevas e não da luz?
Alguns anos atrás, a prefeitura de Anápolis-GO, decidiu fazer uma reforma radical numa das praças prediletas para o tráfico de pessoas, garotas de programa, prostitutas e travestis. Limparam o lugar, deram uma nova configuração e colocaram muitas luzes. Uma semana depois, alguns líderes deste espaço de prostituição procuraram o prefeito reclamando que a clientela estava sumindo, e queriam que ele tirasse um pouco de luz para que os clientes se aproximassem novamente. Tais práticas não poderiam se realizar com luminosidade.
Alguém afirmou que “caráter é aquilo que você faz no escuro”, os filhos das trevas não se incomodam quando todas as luzes são apagadas. Os filhos da luz, porém, buscam a luz.

2.       Filhos das trevas vivem num estilo de decadência moral e promiscuidade – Veja o relato de Ef 5.3-6.
O texto descreve uma sociedade moralmente caída. Quase todos os termos aqui se referem à imoralidade sexual. São eles:

a.       Impudicícia – Um dos termos mais comuns no NT. Vem do termo “porneia”, no grego. Raiz da palavra pornografia, prostituição. É usado para referir-se a todo desvio sexual, toda sexualidade praticada fora do padrão de Deus.

b.       Cobiça – Em geral usada para referir-se à forma que o ser humano lida com o dinheiro, mas pelo contexto aqui se refere à luxúria, o conteúdo é iminentemente voltado para a cobiça sexual, desejo de possuir o que não nos pertence. É fácil viver num estilo de vida onde cobiça demais e temos valores de menos.

c.        Incontinência – Incapacidade de exercer controle sobre impulsos e desejos. Pessoas consumidas por paixão e procuram precisam satisfazer imediatamente a febre sexual.

d.       Impureza- literalmente significa “algo sujo”, e refere-se a toda forma de obscenidade. A geração atual caracteriza-se pela autonomia: “ninguém vai me dizer o que tenho de fazer...” e “cada um faz o que quer de sua vida”.

Todos estes termos se referem à distorção sexual. A Bíblia não tem problema com sexualidade e fala abertamente sobre este tema. Deus nos fez seres sexuais. Ele ordenou o sexo dentro ao criar o homem e a mulher. Sexo na dimensão divina é belo e aprovado. Mas como em todas as coisas, Satanás consegue distorcer seu propósito e objetivo.

Dois outros termos que surgem no texto, fazem referência a outros pecados:

a.     Conversa torpe. Já mencionado em Ef 4.29. Referindo-se ao uso de palavras podres, palavrões, linguagem baixa. Literalmente “o que cheira mal”.

b.      Avareza – Uma relação idolátrica com dinheiro. Pessoas incapazes de usar o dinheiro para outros propósitos senão o acúmulo de bens e posses e que farão qualquer coisa para obterem lucros, honestos ou não, se curvando diante de Mamom.

Vivemos dias de grande licenciosidade moral. A ética atual, contudo, vem revestida de uma nomenclatura elegante: “A nova moralidade”. Dr. Francis Schaeffer afirma que “a nova moralidade nada mais é que a antiga imoralidade”. Por isto a Bíblia exorta: “Tais coisas, nem sequer se nomeie entre vós”. Filhos das trevas gostam de se ocultar, esconder. “Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha”. No entanto, aqueles que andam na luz, não temem que suas obras sejam arguidas.

3.       Filhos das trevas buscam cumplicidade – O texto bíblico exorta o povo de Deus: “não sejais cúmplices de suas obras infrutíferas; antes, porém, reprovai-as”. (Ef 5.11).

Esta é uma exortação complicada para nossos dias. Temos tentado viver na neutralidade, sem nos posicionarmos, tentando ser politicamente correto, mas até onde a política da tolerância deve ser adotada?
Martin L. King Jr afirmou na sua Carta a amigos de bom senso: “Deus vai julgar, não apenas a maldade dos maus, mas o silêncio dos bons”. É cômodo e fácil nos tornarmos tolerantes e aprovarmos ou nos silenciarmos diante do que é licencioso e imoral.

Recentemente uma mulher tentou justificar o islamismo diante de uma professora americana, dizendo que apenas uma pequena minoria era terrorista. A professora argumentou: “Normalmente grandes tragédias acontecem por causa das pequenas minorias. Foi assim no III Reich, apenas um pequeno grupo de alemães liderava e assumia o nazismo, mas o desastre e a maldade foram terríveis”. 

Em nossa geração, de forma particular, não queremos ser radicais nem intolerantes com aqueles que vivem vida desregrada e pecaminosa. Eventualmente, até mesmo aprovamos o comportamento liberal e licencioso. O texto de Efésios 5 descreve também uma geração muito depravada, os pecados aqui mencionados não parecem ser do Séc I. A verdade é que há uma absoluta incompatibilidade entre o liberalismo sexual e a fé cristã. Esta é uma das passagens mais contundentes e claras sobre a forma como o povo de Deus deve se aproximar destes pecados. A neutralidade aqui, é claramente questionada.

O mal busca aliado. O diabo deseja cumplicidade. E quando não for possível, o silêncio e a neutralidade.
O texto nos ensina a reprovar o mal. Isto define um pouco do que tem sido chamado de protestantismo, isto é, o que protesta. O oposto disto é a conformação. Portanto, não devemos nos aliar, fazer alianças, nem apoiar tais comportamentos. Mesmo que venha camuflados de terminologias sofisticadas como “nova moralidade”.

Conclusão:
Em Ef 5.14 lemos: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará”. Este texto nos encoraja a estar alerta às sofisticadas estratégias que Satanás usa. As trevas pressionam para que a luz seja cada vez mais frágil. Mas a palavra de Deus exorta veementemente: “Ninguém vos engane com palavras vãs, porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Ef 5.6).

Há todo um discurso social, uma tentativa de fazer novas leituras sobre pecados antigos. Satanás procura validar o erro. A sociedade antiga não era moralmente diferente da nossa, os crentes de Éfeso, como os crentes atuais, precisam saber discernir e levantar seus pressupostos.

Este é o triplo desafio:
a.       Não praticar as obras das trevas;
b.       Não participar das obras das trevas;
c.        Discordar das obras das trevas

Precisamos andar como filhos da luz.
Viver de forma prudente – como filhos da luz.
“Andai, pois, como filhos da luz”.





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