Introdução
Uma das afirmações mais enfáticas de John Maxwell é a seguinte: “Tudo se levanta e cai em liderança.” O Segredo para o sucesso de uma instituição está na capacidade de seus líderes em conduzir bem sua tarefa. Obviamente, em se tratando de igrejas, sabemos que Paulo pode plantar, Apolo pode regar, mas quem dá o crescimento é Deus. O progresso de uma igreja não depende apenas da capacidade e do carisma do líder. Existem outros fatores subjetivos como o plano de Deus e a ação do Espírito Santo, que, felizmente, não podemos controlar. Ele é Deus, e faz as coisas como lhe apraz. “O Espírito sopra onde quer. “ Portanto, se Deus não fizer, nada acontecerá, porque a obra é dele.
Não estaríamos errados se parássemos apenas neste primeiro parágrafo. Entretanto, Deus dá aos seus servos inteligência, competência e quando lemos as Sagradas Escrituras observamos que, apesar de ser Deus o agente, ele nunca prescinde da criatividade, inteligência e esmero de seus liderados. Paulo conhecia muito bem “a teologia calvinista” da soberania de Deus, mas ele disse que se afadigava e esmurrava seu corpo para, “de algum modo, ganhar alguns.” Ele não cruzava os braços por causa da soberania de Deus, antes, pregava, convencia, ensinava as pessoas acerca do evangelho. Ele entendia bem seu papel na economia divina.
Um dos princípios de gerenciamento é que se quisermos que nossos negócios sobrevivam temos que planejar cuidadosamente para o futuro. Não podemos simplesmente continuar no dia a dia e esperar que tudo vai dar certo. "Se você não sabe em que porto quer chegar, todos os ventos lhe parecem contrário". Precisamos decidir os alvos mais importantes e prioritários. No mundo empresarial, homens estão planejando para os próximos anos.
Quando se planeja, antecipa-se o futuro, evita-se erros, gastos supérfluos e concentra-se naquilo que realmente se deseja alcançar. Precisamos definir onde queremos chegar, porque se deseja chegar até lá, e como se chega lá. O onde aponta a direção, o porque define a filosofia, e o como vê os recursos. Quando se planeja, torna-se mais fácil perceber as oportunidades e os perigos. O planejamento demora a ser feito, mas sem ele, nunca se pode saber como tudo vai acabar.
Por esta razão, a liderança se torna essencial no avanço da obra. Nada pode ser mais danoso para uma igreja local que uma liderança desencorajada, desanimada e sem empolgação. Não existe possibilidade de revitalizar a igreja se não houver uma liderança revitalizada. Alguns até afirmam que a grande tarefa não é a revitalização das igrejas, mas a revitalização dos pastores.
Podemos iniciar falando de quatro atitudes que se espera de uma liderança no processo de revitalização:
A. Envolvimento. Se quisermos que as coisas caminhem bem e de forma dinâmica, a liderança precisa estar envolvida.
Um ditado mineiro afirma que “o que engorda o gado é o olho do dono.” Se a liderança não está envolvida com seu tempo, talentos e bens, não devemos esperar que a comunidade se envolva. Precisamos de liderança participativa. Muitas vezes nossos líderes estão distanciados da realidade da igreja. Exigem fidelidade, mas são infiéis; cobram generosidade, mas não são generosos; falam de presença mas estão ausentes. É difícil ser eficaz na liderança se estamos afastados da realidade da comunidade.
B. Obediência à Palavra. Líderes infiéis comprometem a igreja. Nenhuma igreja vai além de sua liderança. Portanto, não espere avanço com liderança infiel.
Isto é algo espiritual. Não espere uma igreja disposta a contribuir se seus líderes não são contribuintes. Não espere uma igreja envolvida na oração se seus líderes não estão envolvidos nesta atividade da igreja. Líderes obedientes e servos, impulsionam a vida de seus liderados. Eles obedecem à Palavra, e são desafiados por ela. Eles não tratam as Escrituras com leviandade e obstinação.
C. Oração. Nem sempre entendemos, de forma prática, o impacto da oração, por isto oramos pouco.
Quando a liderança da igreja se engaja na oração e na devoção, podemos esperar um derramamento especial da graça de Deus. Uma das melhores formas de vencer é secularismo é crendo que Deus intervém por meio das orações. Muitos não creem na intervenção sobrenatural de Deus. O Pr. Jeremias Pereira certa vez afirmou: “Quando oramos, o diabo os céus se movem, o inferno treme, e na terra, coisas grandiosas acontecem.” Da mesma forma o Dr. Russel Shedd afirmou: “Eu não sei o que acontece, mas quando oro, o poder de Deus se move em minha vida”.
Harry Reeder afirma: “Se há uma coisa que igrejas agonizantes precisam é oração... em Atos 16.4 temos uma resolução surpreendente dos apóstolos. Oração era tão importante que os apóstolos não estavam dispostos a se separar dela, nem mesmo por causa de outros ministérios.”
D. Comprometimento com a missão. Líderes precisam se engajar na obra evangelística e missionaria, nas suas mais distintas formas.
Missão é um termo muito amplo, mas gosto da definição de John Stott: “missão é tudo aquilo que a igreja faz para além de si mesma.” Quando a liderança se envolve nas tarefas da igreja, seja na área diaconal, pequenos grupos, ensino, discipulado, veremos uma nova realidade e vigor na igreja. Ela será revitalizada.
John Maxwell afirma que “liderança é influência”. Por esta razão nenhuma instituição vai além de seus líderes. Se os líderes locais não oram, a igreja não ora; se não participam, a igreja não participa, se não contribuem, a igreja não contribui. O ritmo do líder é o ritmo da instituição, por isto, o grande desafio não é revitalização de igrejas, mas a revitalização dos pastores e líderes.
Três exemplos bíblicos.
Primeiro, O povo de Israel. Mesmo uma rápida leitura no Antigo Testamento nos faz compreender que Israel era fiel quando tinha um rei zeloso e piedoso, mas facilmente se afastava de Deus, quando tinha um rei idólatra. A. W. Tozer afirma que “A história de Israel apresenta uma verdade ensinada nas Escrituras: As massas são ou logo serão, aquilo que seus líderes foram.”
Segundo, Paulo se dirige a Timóteo para encorajá-lo. A primeira carta que Paulo envia a este jovem se transforma num “Manual de Revitalização de igrejas.” Ele fala da qualidade morais, espirituais, emocionais e da competência que os líderes precisavam (1 Tm 3.1-12). Harry Reeder afirma que Paulo essencialmente trata de três coisas:
a)- Caráter
b)- Conteúdo
c)- Competência
Terceiro, Jesus se dirige aos “anjos da igreja” nas cartas enviada às sete igrejas do Apocalipse. Ele não escreve às igrejas, mas aos seus líderes. Deus trata diretamente com cada um deles. Isto nos leva a refletir sobre o fato de que Deus opera no povo a partir de seus líderes.
Harry Reeder afirma: “Uma igreja não pode ser revitalizada sem bons líderes.” Três aspectos que marcam a boa liderança.
1. Bons líderes aprendem com o passado, mas não vivem do passado.
2. Bons líderes vivem no presente, mas não se acomodam a ele. Eles são termostatos (mudam o ambiente) e não termômetros (apenas refletem o ambiente ao redor).
3. Bons líderes olham para o futuro, mas não esperam por ele.
Conclusão
Não podemos esperar revitalização da igreja sem que os líderes sejam energizados pelo Espírito de Deus.
Se você é pastor e sente sua igreja desanimada e apática, ore para que Deus renove sua liderança, dando novos sonhos e visões, desejo de maior envolvimento e participação nas atividades.
Se você é líder e percebe que seu pastor está desencorajado e desanimado, ore para que Deus possa trazer um novo vigor e um novo poder à sua vida, para que Deus o levante com ânimo e disposição para tudo aquilo que a obra de Deus necessita.
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