Sermão pregado em Alphaville-SP. Junho 2025
Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=aH0P_JtV3O0
Prezado Reverendo Wilder,
É um privilégio caminhar contigo e aprender tanto. Louvo a Deus por ver a graça de Jesus abundante sobre esta comunidade, multiplicando-se dia a dia, com pessoas chegando e o Evangelho sendo pregado em uma região tão importante de São Paulo. Que Deus continue abençoando esta igreja, o conselho, a liderança e a visão. Temos sido muito abençoados pelo ministério de vocês e agradeço a oportunidade de compartilhar a Palavra de Deus.
A Lição do Professor e o Motorista
Há algum tempo, ouvi a história de um renomado professor de física, muito requisitado para palestras. Ele tinha algumas apresentações especiais que ministrava em universidades. Certo dia, ele estava com seu motorista, um colaborador de confiança há mais de 25 anos. O professor, exausto, desabafou: "Rapaz, temos mais uma palestra e estou no meu limite. Não gostaria de ir, mas tenho compromisso."
O motorista, com atrevimento, sugeriu: "Professor, se o senhor quiser, eu dou essa aula para o senhor! Já ouvi tanto que decorei. Se o senhor deixar, a gente troca de posição, e o senhor verá como me sairei bem." O professor, tão cansado, resolveu arriscar. Colocou seu chapéu na cabeça do motorista, e lá foi ele para dar a aula de física.
O motorista se saiu muito bem. Deu uma aula maravilhosa, replicando tudo com precisão, sem errar nada. Terminou a palestra, mas não previu que alguém do auditório levantaria a mão para fazer uma pergunta. A pergunta era extremamente sofisticada e complexa, e ele não tinha como responder.
Então, o motorista, com sagacidade, virou-se e disse: "Olha, essa pergunta é tão fácil, mas tão fácil, que não vou responder. Vou pedir ao meu motorista aqui para responder." (Risos)
Bem, qualquer coisa que eu falar aqui que não for bem respondida, vou dizer que a resposta será tão fácil que o Reverendo Hilder poderá nos ajudar, ok?
O Mistério da Ressurreição em 1 Coríntios 15:50-58
Vamos abrir a Palavra do Senhor na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 15, versículos 50 a 58:
"Eis que vou lhes revelar o mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, no momento, no abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: 'Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?' O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo! Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que no Senhor o trabalho de vocês não é vão."
A Morte: A Maior Angústia Humana & A Esperança da Ressurreição
Meus queridos irmãos, este texto nos fala da morte e ressurreição, um tema extremamente importante porque a morte é uma das maiores angústias da experiência humana, senão a maior. O apóstolo Paulo dedica boa parte do capítulo 15 desta carta – o maior tratado sobre a ressurreição que temos – para falar sobre isso.
Nos primeiros versículos do capítulo 15, Paulo argumenta com um grupo de irmãos da igreja de Corínto que tinha dificuldade doutrinária, mostrando que a ressurreição de Jesus Cristo tinha provas incontestáveis. Do versículo 1 ao 11, ele cita as testemunhas que ainda estavam vivas nos dias em que escreveu a carta, e que poderiam testemunhar o Cristo ressurreto. A partir do versículo 10, ele trabalha o que chamamos de "sete se", enfatizando sete vezes "se de fato Cristo não ressuscitou". Ele argumenta sobre essa premissa até chegarmos ao versículo 50.
É muito interessante pensar sobre isso, porque a morte, meus queridos irmãos, é a experiência mais traumática, mais indesejável, mais ameaçadora, mais misteriosa, mais universal e mais democrática que temos. Já pararam para pensar nisso?
Eu não gosto de pensar na democracia da morte, porque basta "puxar a senha", e já estamos no corredor da eternidade. Eu espero que a minha senha esteja bem lá atrás! Mas na hora que puxar a senha, já era. Não há nenhuma garantia na sua vida de nada, absolutamente nada, a não ser que um dia você vai morrer.
Lembrei-me disso ao visitar um cemitério. Comecei a olhar os túmulos e me assustei. Vi pessoas que morreram com 90 anos e pensei: "Ok, ainda falta algum tempo." Mas de repente, vi pessoas de 2 anos, adolescentes, jovens. O mais preocupante e assustador foi ver que várias pessoas da minha idade já haviam morrido. Pensei: "Esse negócio aqui não é bom de jeito nenhum!"
Lembrei-me da história do homem que ficou com muito medo da morte porque muitas pessoas estavam morrendo em sua cidade. Decidiu mudar-se para uma cidade bem pequena. Ao chegar, encontrou um homem sentado à porta de uma casa. Perguntou: "Moço, você poderia me dar uma informação? Tem muita morte aqui nessa cidade?" O caipira olhou para ele e disse: "Não, aqui não tem muita morte, não. É só uma morte para cada um!"
Então, meus queridos irmãos, eu vou mais na linha de um amigo meu, muito irônico, que costuma dizer: "Rapaz, a última coisa que eu quero fazer na vida é morrer." Faz sentido, não faz?
O apóstolo Paulo está querendo tratar dessa questão da morte e da ressurreição. Este tratado é maravilhoso porque, a partir dele, vamos responder à questão mais importante da vida: o que vai acontecer conosco?
Pedro Bial escreveu um texto sobre a morte que ele chamou de "morrer é ridículo":
"Morrer é ridículo. Você combinou de jantar com o namorado, está em pleno tratamento dentário, tem planos para a semana que vem, precisa autenticar um documento no cartório, colocar gasolina no carro e, no meio da tarde, morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não respondeu? O livro que ficou pela metade? O telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tirar essa ideia! Morrer? Troco de quê? Você passou mais de 10 anos de sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não te serviram para nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente, praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar para o vestibular, mesmo sem ter certeza de que gostaria de fazer da vida aquilo para o qual você estava estudando, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu e, mais uma vez, foi em frente. De uma hora para outra, tudo isso termina numa colisão na 'freeway', numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um chiste, obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais bonita, sem ter tido tempo de ouvir outra vez a sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. E outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você que sempre dizia: 'Das minhas coisas cuido eu.' Que pegadinha macabra! Você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez nem chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras, e morre no sábado de manhã. Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de 100 anos, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo, já não há muito mesmo o que fazer. O corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que quase não há nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero, e, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas, só que esta não tem graça. Por isso, viva tudo que há para viver. Não se apegue às coisas pequenas e inúteis da vida. Perdoe sempre."
Meus queridos irmãos, quando li a 1 Carta aos Corintios, tive a sensação de que o apóstolo Paulo estava querendo exatamente tratar dessa questão sensível da morte e da ressurreição.
A Vitória Sobre a Morte e a Esperança Cristã
Quando Paulo começa as afirmações deste texto, ele diz: "Gente, eu quero dizer para vocês: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados." Isso aqui é uma nota de esperança maravilhosa! Ele começa a falar como se uma nova roupagem pudesse assumir o lugar da morte.
"No momento, no abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, então se cumprirá a palavra que está escrita."
Preste atenção: ele pega um texto do Antigo Testamento e dá um brado. Se você tem a Bíblia ou está acompanhando no aplicativo, perceberá que esse texto é colocado um pouco para fora, o que significa que é poesia ou uma citação: "Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?"
O que Paulo está fazendo aqui, inspirado pelo Espírito Santo? Ele está ironizando a morte, zombando dela! Onde está o poder da morte? Cadê o efeito da morte? Cadê a vitória dela?
Ele usa uma expressão que as pessoas que moram em zona rural conhecem muito bem: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" Aguilhão é um ferro, aquela ponta afiada que você usa numa vara para espetar o boi para ele andar na direção que você quer. Ele está dizendo: "Onde está esse poder da morte de ficar cutucando, ferindo, machucando a gente?" Ele está dizendo: "A morte perdeu o efeito, o impacto da morte perdeu o efeito na nossa vida diante da esperança que a ressurreição de Cristo nos trouxe. O nosso corpo vai se revestir de incorruptibilidade, o que é mortal vai se revestir de imortalidade. Então, onde está o efeito da morte? Tragada foi a morte pela vitória! A morte morreu!"
Não é maravilhoso pensar nisso? A morte que é o aguilhão, a angústia central da raça humana, agora começa a perder seu poder sobre nós. Agora, experimentamos e conhecemos a graça de Deus que agiu em Cristo Jesus, ressuscitando-o dentre os mortos, e também age na nossa história. Olhamos a morte não como um ponto final, mas com esperança.
É por isso que Paulo fala: "Nós não queremos, irmãos, que sejais ignorantes como os demais que não têm esperança em relação à morte. Nós não queremos que vocês sejam ignorantes." (1 Ts 4.13)
Lembro-me da história de um casal de velhinhos, 60 anos de casados, com boa saúde. Um dia, passeando por uma estrada muito bonita, sofrem um acidente grave e se veem num lugar completamente diferente de tudo que conheciam. Um lugar mágico, lindo, fenomenal, com uma sensação de bem-estar maravilhosa. Eles olham para um lado, olham para o outro, tentando entender o que está acontecendo. Tudo é tão enigmático, tão belo, e uma sensação de paz, harmonia e plenitude tomou o coração deles. Alguém muito simpático se aproxima e diz: "Vamos jantar?" Ele chega diante de uma mesa farta. O homem diz: "Eu tenho problema de colesterol, preciso comer alguma coisa que seja..." O anfitrião o interrompe: "Não, meu querido, aqui é o céu! Não tem isso, não. Pode comer o que quiser, não vai fazer mal nenhum."
Ele começa a comer, a comida é boa, e depois de terminarem, o anfitrião diz: "Eu queria mostrar a casa para vocês." Eles vão para uma casa maravilhosa, exatamente como sempre imaginaram na vida. O velhinho, preocupado com as finanças, pergunta: "Mas quanto vai custar morar nessa casa?" O anfitrião responde: "Aqui é tudo de graça. Aqui é céu! Não tem nenhum custo, isso aqui já está incluído no pacote, pode ficar tranquilo."
Ele estava ali pensando nessas coisas e, de repente, o anfitrião descobre que ele gostava muito de golfe e lhe diz: "Olha, amanhã haverá um jogo de golfe e eu queria te convidar para assistir, e vai poder participar também. Você agora já faz parte desse time, vai estar ali conosco." Ele pergunta: "Mas quanto custa para ser sócio desse clube de golfe?" O anfitrião diz: "Não, não, aqui é céu, é tudo grátis, não tem nenhuma cobrança."
Quando tudo parecia resolvido, aquele homem pega o chapéu, joga no chão e começa a pisar, irado, profundamente irritado. A mulher dele se aproxima e ele lhe diz grosseiramente: "Saia daqui, não se aproxima de mim!" O que está acontecendo com esse homem irritado no céu? Quanto tentam entender seus motivos ele diz: "A culpa é desta mulher! Nós poderíamos ter chegado aqui 10 anos antes, mas você com aquelas comidinhas light que me dava, aquelas dietas, me obrigando a fazer exercício que eu nunca quis adiou nossa vinda para cá e demoramos tanto tempo para chegar aqui, nós poderíamos ter chegado muito antes!"
Parece-me que essa brincadeira expõe um pouco a percepção do que Paulo está falando: "O que a morte pode fazer conosco? Qual é o efeito da morte?" O apóstolo Paulo diz: "Morrer e estar com Cristo é incomparavelmente melhor!" Qual o impacto da morte para aqueles que creem? É maravilhoso pensar nisso! Isso é uma vida carregada de esperança.
"Onde está, ó morte, a tua vitória? Tragada foi a morte pela vitória! Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" Onde está o poder que a morte tinha sobre nós? O autor aos Hebreus, no capítulo 2, versículos 14 e 15, afirma que Jesus Cristo veio vencer a morte e retirar de nós o pavor da morte que estava sobre toda a humanidade.
Pecado, Lei e a Graça Redentora
Olha o que Cristo fez! Há uma dimensão teológica: Ele veio vencer a morte. E há um aspecto prático: Ele veio tirar de nós todo o pavor que tínhamos quando pensávamos na morte.
Minha mãe veio de uma família muito grande, e uma das tias mais desorientadas e mais complicadas na história da família que eu tive, converteu-se já bem idosa, foi uma conversão bonita, ela amava Jesus. Tinha suas manias próprias e todas as vezes que minha mãe a visitava ela levava presentes para ela, e ela queria dinheiro de presente. Os filhos diziam que ela ia esconder o dinheiro que a minha mãe dava. Minha mãe, na última visita que fez a ela antes dela morrer, perguntou: "Você não tem medo da morte?" Ela respondeu: "Que medo da morte? Crente tem medo de morte? Quem ama Jesus não tem medo da morte!"
Este texto, meus queridos irmãos, vai mostrar exatamente sobre isso: o poder da ressurreição sobre nós.
O versículo 56 diz: "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei." Isso exige um pouco de reflexão para nós. O aguilhão da morte é o pecado porque foi o pecado que trouxe a morte à humanidade. A morte não faz parte do design original de Deus para a humanidade, por isso ela é algo tão agressiva, porque não fazia parte do desenho de Deus para para a humanidade. A morte é uma intrusa, ela entrou por causa do pecado.
Mas há outra afirmação que segue logo em seguida: "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei." Por quê? Porque a Lei potencializa o pecado. O apóstolo Paulo diz: "Eu não conheci o pecado enquanto a Lei não me disse: 'Não cobiçarás.'" A Lei potencializa a nossa compreensão do nosso próprio erro.
A Lei, os mandamentos jamais seriam capazes de fazer com que você fugisse do pecado. A Lei aponta o caminho; a Lei é santa, é justa, o problema é que você e eu somos incapazes de cumpri-la, e é por essa razão que Jesus Cristo morre, porque nenhum homem foi capaz de cumprir a Lei.
Então, o que a Lei faz? A Lei que foi dada para a vida, diz o apóstolo Paulo, se tornou morte. Aquilo que era para me dar vida, se transformou na minha acusação, porque agora eu conheço o pecado, agora eu sei o que devo fazer, mas não consigo cumprir a vontade de Deus. A Lei é um espelho que revela o meu próprio mal, minha impotência.
O apóstolo Paulo, quando começa a descrever a questão da pecaminosidade humana em Romanos, chega a um determinado momento e diz: "A Lei foi dada para que diante de Deus se cale toda a boca." Em outras palavras, a Lei é um "cala a boca". A Lei mostra quem somos, ela revela quem você é, e se torna nossa acusadora.
E todos nós, quando abrimos as Escrituras Sagradas, percebemos duas coisas que são essenciais na compreensão do Evangelho:
- Primeiro, somos bem piores que imaginamos. Nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto. E a Bíblia, para não deixar nenhuma dúvida, diz: "E quem é que pode conhecer o próprio coração?" Você conhece seu próprio coração? O coração do homem é corrupto, num nível desesperador. Então, quando você começa a ler a Palavra de Deus, a primeira coisa que precisa entender é o fato de que você está totalmente afastado da graça de Deus. "Não há quem busca a Deus, não há nenhum justo sequer. Todos se extraviaram e a uma se fizeram inúteis." Esse é o lado desesperador da Lei. A Lei revela sua culpa, a Lei revela seu pecado, a Lei te denuncia, a Lei é um "cala a boca".
- Mas, ao mesmo tempo, você não pode parar só nessa percepção. Você precisa avançar, porque esse é um dos lados do Evangelho. Lembro-me de um pastor muito duro na pregação, que gostava de dizer: "Eu prego é sobre o pecado mesmo, eu quero levar as pessoas a entenderem a gravidade do pecado." E lembro da resposta de um amigo dele que já conhecia esse pastor "durão": "Meu querido, esse é um dos lados do Evangelho, nós precisamos ir para o outro também!"
Então, a Lei vai nos dizer que somos muito piores, muito mais pecador do que imaginamos. Mas o Evangelho vai te dizer outra coisa maravilhosa: a graça de Deus é muito maior do que imaginamos que ela possa ser! Não há ninguém que não possa ser alcançado pela graça de Deus.
Tim Keller afirma algo curioso sobre a graça: "A graça nos torna ousados." Já tiveram aquela sensação de que estão orando por alguém e de repente pensam: "Não adianta orar por essa pessoa, essa pessoa não vai se converter nunca"? Eu tenho no meu grupo de estudo três dos homens mais ricos da cidade, e aqueles caras não têm nenhuma chance de se converter, eu oro sempre por eles, mas nenhuma chance! Olhem a tolice do meu raciocínio! Será que eu tinha alguma chance de me converter? Você tinha alguma chance de se converter? Não.
A realidade é que nenhum de nós tem nenhuma chance para se converter. Todos nós estávamos perdidos, éramos por natureza filhos da ira, escravizados pelo pecado, escravizados pelo mundo, escravizados pelas inclinações da carne, andávamos no segundo curso da potestade do ar. Qual é a chance de alguém se converter a não ser que o Evangelho irrompa no seu coração pelo Espírito Santo e o regenere?
A graça me torna ousado porque eu começo a olhar para mim mesmo e digo: "Ué, se Deus salvou alguém igual a mim, Ele pode salvar qualquer pessoa!" Porque uma das coisas maravilhosas é que o Evangelho pode salvar qualquer pessoa em qualquer circunstância. Você crê nisso? O Evangelho pode salvar qualquer pessoa em qualquer circunstância. Se você disse "Amém", quero ir para um ponto seguinte: o Evangelho pode salvar qualquer pessoa em qualquer circunstância, inclusive você! E aí eu queria que o pessoal dissesse "Amém" agora também, né? Porque o Evangelho pode salvar você, meu irmão! O Evangelho pode regenerar você! O Espírito Santo pode trabalhar na sua vida!
Seja Firme e Abundante na Obra do Senhor
E aí, o apóstolo Paulo agora, meus queridos irmãos, sai dessa análise sobre a ressurreição e em forma de exultação, no versículo 57, diz: "Graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!" Graças a Deus! Quando eu olho para mim mesmo, para minha realidade dominada pelo pecado, e olho para Jesus, eu começo a ter nova percepção de quem eu sou. Por quê? Porque quando eu olho para mim mesmo, me desespero. Mas quando eu olho para a cruz, esperança!
É tão maravilhoso pensar nisso, meus queridos irmãos! Paul Washer disse: "Quando eu olho para mim, não tenho nenhuma chance de me salvar, mas quando eu olho para a cruz, não há nenhuma chance de eu me perder!" Não é maravilhoso pensar assim?
O Evangelho de Cristo é capaz de dar uma experiência nova para a nossa existência e um sentido maior. Por isso que o texto diz: "Graças a Deus que nos dá a vitória por meio de Jesus Cristo!"
E no versículo 58, ele diz: "Portanto, irmãos, diante disso tudo que a gente está falando, portanto, irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que no Senhor o trabalho de vocês não é vão. Trabalhem pensando nisso: no Senhor, o trabalho de vocês não é vão. Sede sempre abundantes na obra do Senhor, entendendo exatamente esse aspecto: no Senhor, o trabalho de vocês não é vão."
Faça as coisas para o Senhor. Nós vivemos no meio de uma sociedade, como Byung-Chul Han, o filósofo sul-coreano, afirma: a sociedade do cansaço. E vocês, paulistanos, são conhecidos no mundo, no Brasil inteiro, por ser um povo de muito trabalho, dinamismo, e de fato vocês são o motor do Brasil. Mas preste atenção: essa mesma beleza do entusiasmo e da performance das conquistas que vocês têm pode se tornar a armadilha do coração. Porque vocês podem chegar ainda muito jovens a um grande cansaço, desânimo, desencorajamento e muita frustração.
As pessoas estão tendo burnout cada vez mais jovens, e é assustador pensar nisso. Depressão e doenças se espalhando por todos os lados. Por quê? Porque no mercado competitivo, vocês produzem demais e continuam trabalhando. Mas o apóstolo Paulo está colocando um olhar aqui na ação daquilo que devemos fazer no Senhor, porque o texto diz: "Sede, meus irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, na obra do Senhor, sabendo que no Senhor o vosso trabalho não é vão."
Estou lendo agora um livro do John Piper, "Não Jogue Sua Vida Fora", um livro muito interessante no qual ele centra a vida na perspectiva do Evangelho. Ele gasta um bom tempo mostrando um pouco da vida que teve antes de se converter, como se afadigava, como buscava razão para existir. Mas depois, ele também gasta um tempo falando sobre a paixão que Jesus Cristo colocou no coração dele pelo Reino de Deus.
Então, viver para Cristo é o que vai salvar você do desânimo, porque o texto fala: "Sejam firmes, inabaláveis, sempre abundantes na obra do Senhor." É quando nós olhamos para Deus que nós podemos encontrar o ânimo, o entusiasmo e a força para continuar vivendo. Aprendam isso.
A Esperança Inabalável: A História de Bill Hybels
E para concluir, meus queridos irmãos, vou relatar uma história contada por Bill Hybels em uma palestra chamada "Santo Descontentamento". No final dessa palestra, ele relata a comovente a história do que aconteceu no ambiente de sua casa.
Um jovem da comunidade, filho de uma família que nunca teve muito interesse nas coisas espirituais, começou a se aproximar do filho dele. Através do testemunho do seu filho, ele conheceu a Jesus e entregou sua vida a ele. Ele tinha 20 anos de idade e morreu abruptamente em um acidente de carro. Foi um choque para a comunidade, um choque para a igreja e um desastre para a família.
Bill Hybels vai ao funeral. Todos estavam naturalmente muito entristecidos com a situação. Aquilo ali era, como disse Pedro Bial, “um chiste”, uma piada sem graça. Eles estavam ali no funeral, em silêncio. Ninguém tinha nada para dizer, nem uma palavra de esperança, nada que pudesse tirar aquele climão horrível, macabro, de uma vida tão bonita sendo ceifada tão cedo.
Quando foram sepultar o rapaz, de repente, aquele pai a família, e todos os amigos, desabaram. De repente, ele vê o pai no meio da comunidade, no meio do povo, vindo em sua direção. Ele chega perto de Bill Hybels e fala: "Pastor, traz uma palavra para nós! Pastor, traz uma palavra de vida, porque não é justo que a vida termine num túmulo frio! Pastor, a vida tem que ser mais do que isso!"
E Bill Hybels é colocado no centro daquelas pessoas para trazer uma palavra de esperança, para falar de Jesus, do que Cristo fez, da sua obra de e sua ressurreição. E para dizer para aquelas pessoas que, apesar da tragédia que estava ali, eles todos também poderiam se encontrar com aquele menino que estava agora com Jesus.
É sobre isso que este texto está falando, meus queridos irmãos: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" A ressurreição é uma ruptura nesse processo trágico da humanidade, a ressurreição gera profunda esperança. Certo pastor estava indo para a sala de cirurgia com 50 anos, enfartado. Todo mundo agitado, ninguém sabia o que iria acontecer, aquele medo, momento de tensão, e, de repente, ele começou a ficar amedrontado com as possibilidades, mas as palavras do Senhor saltaram na sua memória, e começaram a penetrar em seu coração. Ele disse: "Eu preciso lembrar daquilo que eu sempre ensinei, daquilo que eu sempre cri: 'Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão?'"
É disso que o Evangelho de Cristo nos ensina; é sobre isso que este texto sagrado nos faz entender.
Um Convite à Oração e à Confiança em Cristo
Curve sua cabeça, vamos orar... Eu não sei quantos aqui ainda estão presos pelo pavor da morte. Não sei quantos aqui ainda se assustam com essa ideia. Não sei quantos estão aqui ainda inseguros em relação à vida eterna.
Mas nesta noite, Jesus Cristo está passeando neste lugar, e Ele pode dar a você a esperança que você precisa. Talvez você nunca tenha orado sinceramente, nem saiba se vale a pena orar. Mas eu quero te convidar esta noite a fazer uma oração, ainda que você esteja profundamente inseguro.
Que você possa fazer esta oração a Jesus, dizendo: "Se o Senhor existe, se isso é real, aplique essa palavra ao meu coração para que eu possa descansar nas Tuas promessas."
Ore ao Senhor. E se você tem medo, ore ao Senhor agora também, dizendo: "Senhor, me ajude, ó Deus, a integrar minha existência de acordo com o Evangelho, e a crer e a viver de acordo com as Tuas promessas."
Senhor, abençoe esta comunidade, os irmãos, cada um que se encontra aqui lugar. Derrama a Tua graça e o Teu favor. Obrigado pelo Teu Espírito Santo que nos revela as Tuas verdades mais profundas e maravilhosas do Evangelho. Em nome de Jesus.
Amém.
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