segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mc 3.20-27 A Blasfêmia contra o Espírito Santo

Introdução:

Muitos se perturbam com a idéia de terem blasfemado. “Será que eu blasfemei contra o Espírito Santo?”. Esta idéia, geralmente atinge dois grupos:

A. Pessoas realmente sinceras que se lembram de que, em algum momento da vida, algum dia, disseram algo sério contra Deus. Muitas vezes sobre o efeito de drogas, pressões de grupo, andando com escarnecedoras e ficam se perguntando: Será que serei perdoado?

B. Pessoas deprimidas, em geral, sentem-se sob o pensamento obsessivo de que pecaram contra o Espírito Santo, e que por isto estão condenadas à perdição e ao fogo eterno. Nada pode ser mais danoso. Isto é fruto de depressão, distúrbios psiquiátricos ou síndrome de pânico. Quando tais pensamentos sobrevém, tornam-se ainda mais oprimidas com estes sentimentos. O que tenho aprendido é que, pessoas que julgam ter pecado contra o Espírito Santo, realmente jamais o fizeram.
O que é Blasfêmia contra o Espírito Santo?
Jesus afirma que é atribuir ao demônio o que o Espírito Santo faz. É sobre isto que Jesus está falando neste texto. A acusação contra ele era de que “pelo maioral dos demônios que expelia demônios” (Mc 3.22). Belzebu significa literalmente “Senhor das moscas”. Jesus argumenta dizendo: “Como pode Satanás expelir a Satanás?”. Jesus então nos dá duas linhas de orientação:

a)- Satanás não expele Satanás – Uma das perguntas que surgem em nossa mente é, como pessoas possessas são conduzidas a um terreno de umbanda e rituais espiritualistas e aparentemente “ficam livres”? O que acontece, na verdade, não é que ficam livres, e sim, como são mantidos por hierarquias espirituais, tantos os anjos malignos como os benignos são mantidos desta forma, um demônio mais poderoso ordena a um inferior e ele se retira. Não é para a pessoa ficar livre, antes para ficar ainda mais presa, já que se encontra debaixo de um demônio com poder ainda mais devastador. Fico pensando nesta afirmação: Um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir”(Mc 3.25). satanás não se divide nos seus propósitos, embora um dos seus propósitos essenciais seja causar divisão entre as pessoas. Diabolos, um dos nomes dados a Satanás significa exatamente, “aquele que divide”. Ele divide irmãos, famílias, lideranças, igrejas, causa inveja, ciúmes, porfias, mas jamais divide a si mesmo.

b)- Satanás precisa ser neutralizado por uma força maior para que quebre seu domínio 0 (Mc 3.27). “Valente”é uma referência a Satanás. Só existe uma forma de Satanás ser vencido: Ele precisa ser dominado por uma força superior, que precisa entrar no seu domínio, sua casa, e neutralizar seu poder.

O que pode vencer o diabo?
1. A Cruz de Cristo – Cl 2.14-15 afirma: “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. Este texto nos mostra que a cruz causou um estrago na ação maligna. Jesus , despojou principados e potestades triunfando deles na cruz. Despojar é um termo de guerra que significa, levar o inimigo à rendição e tomar-lhe as armas e suas defesas. Foi isto que os Estados Unidos fizeram contra o Japão em 1945, logo após a trágica explosão da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, os japoneses se renderam incondicionalmente.
John Pipe afirma que Satanás cometeu suicídio na cruz, pois mesmo sabendo que seria derrotado nela, não se conteve diante do prazer de ver o Filho de Deus sofrendo. A cruz foi o local da derrota de Satanás. Antes de levar Jesus à cruz, ele usou as estratégias de fazer Jesus pensar na possibilidade de se libertar da cruz, fazendo-lhe ofertas no deserto, prometendo-lhe glória e domínio, e, posteriormente, usando seu amigo Pedro para convencê-lo de que a morte seria um grande desperdício. Quando Jesus começou a falar que “era necessário ser morto”, Pedro de aproximou e disse-lhe “tem piedade de ti mesmo, isto de modo algum te acontecerá”. (Mt 16.21-23). Pedro, sem saber, estava sendo instrumentalizado pelo demônio.

b) O Espírito Santo, que se manifesta historicamente na Igreja – Em 2 Ts 1.7-8 lemos: “E agora vocês sabem o que o está detendo, para que ele seja revelado no seu devido tempo. A verdade é que o mistério da iniqüidade já está em ação, restando apenas que seja afastado aquele que agora o detém. Então será revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda”. Que poder é este que detém “O mistério da iniqüidade... o homem da iniqüidade ou o filho da perdição?”(2 Ts 2.3). Esta é uma referência clara ao anticristo e seu poderio espiritual.
A resposta a esta pergunta possui duas vertentes complementares e dissociáveis: O Espírito Santo agindo na Igreja de Cristo.
O tema está ligado ä volta de Cristo, e ela não é, como recentemente afirmou Ricardo Gondim, “uma utopia”, ou “um horizonte utópico”, ela é literal e se dará no tempo e no espaço. Assim como os discípulos viram a Jesus subir, assim ele descerá em gloria. Por isto, neste texto lido, nos é dito: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane” (2 Ts 2.3).
A igreja de Cristo é a habitação do Espírito Santo na terra. Nós somos “O templo do Espírito Santo”(1 Co 6.19). As entidades espirituais reconhecem o poder do Espírito sobre a igreja de Cristo. Por isto, quando os filhos de Ceva, tentaram expulsar demônios usando as mesmas frases que Paulo usava, foram ridicularizados pelo demônio.
Eles disseram: “conheço a Jesus e sei quem é Paulo, mas vós, quem sois?”. O termo “conheço”, (ginosko), quando se referem a Jesus, tem uma idéia interessante: “conheço por interação. Os demônios sabem quem é Jesus. “Bem sei quem és: O Santo de Deus!” (Mc 1.24). os demônios se submetem ao nome de Jesus, porque sabem quem ele é. Esta mesma autoridade foi dada à igreja (Mc 3.15; Lc 10.17-19).
Quando se referem a Paulo, os demônios dizem: “Sei quem é Paulo”. E agora usam um termo diferente. Epistamai. Este saber não é por interação, mas por terem informações sobre Paulo. Usando uma linguagem moderna diríamos que eles tinham o profile de Paulo. O arquivo e informações sobre Paulo estavam em suas mãos.
A Igreja de Cristo detém o mistério da iniqüidade, a ação maligna e derrota o valente, por causa da autoridade do Espírito Santo sobre ela. A igreja é a única força no mundo que é imbuída deste poder e desta força que nos foi dada por Jesus. Por isto tem a capacidade de amarrar o valente e neutralizar sua ação, tirar os seus despojos e esvaziar seus efeitos deletérios.

c) A Armadura de Deus – Para vencer o maligno, Deus nos deu suas armaduras, que são descritas em Efésios 6.10-17. Por isto Paulo diz: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. A armadura inclui:
 Nos cobrirmos com a verdade – mentira é uma roupagem traiçoeira...
 Nos vertimos da justiça – A injustiça é uma arma apreciada pelo diabo;
 Fundamentar nossos passos no Evangelho da paz – com facilidade criramos outros fundamentos filosóficos para nossos pés, e fracassamos;
 Embracar o escudo da fé – Viver com pensamento dividido é sempre uma oportunidade para Satanás nos cirandar;
 Tomar o capacete da salvação – Ninguém tire da sua cabeça a compreensão de que você foi alcançado pela graça, e é filho de Deus.
 Usar a espada do Espírito – não dá para vencer o mal sem a Palavra.
 Viver em atitude de oração – “em todo tempo”. Lembrar de guardar seu coração.
Às vezes temos a obra da cruz, já que fomos alcançados pela sua obra redentora, e encontra-se à nossa disposição o maravilhoso poder do Espírito, mas vivemos sem armadura, soldados negligentes, displicentes, distraídos, vidas descuidadas. Use a armadura de Deus.

Conclusão:Para concluir, quero voltar ao pensamento inicial. O que é blasfêmia do Espírito Santo? Três princípios precisam ser considerados:
1. Quem acha que blasfemou contra o Espírito Santo, realmente nunca blasfemou. Quem blasfema não se importa com Deus. Se voce se sente acusado por ter feito isto alguma vez saiba que isto é obra do maligno. Ele quer mantê-lo neste pensamento obsessivo e culposo.

2. Muitos homens blasfemos se arrependeram, foram perdoados, restaurados e lavados. Portanto, a blasfêmias contra o Espírito é uma síndrome que envolve muitos outros aspectos que uma palavra desatenta e descuidada, ou um desabafo de um coração machucado e em crise com Deus, que o acusou severamente num determinado período da história de sua vida.
Por exemplo, considere a vida de Paulo:
Ele meteu em cárcere homens e mulheres que criam em Jesus (At 22.19), chegando mesmo a obrigá-los a blasfemar (at 26.11), Ele afirma que foram “blasfemo e insolente” (1 Tm 1.13), mas obteve misericórdia. Este homem afirma que sobre ele “transbordou a graça de nosso Senhor”(1 Tm 1.14). Talvez muitos aqui tenham episódios similares ao de Paulo, embora não com esta intensidade;

3. Considerando estas verdades, podemos afirmar que a única blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição eterna do Filho de Deus. Este é o pecado imperdoável. Não entender que a obra na cruz, tem efeito real, pleno e cabal na sua história. A Palavra de Deus nos ensina: “quem crê no filho, tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho, não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”(Jo 3.36). Nos ensina ainda que “quem crê não é julgado; o que não crê, já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). este é o pecado imperdoável.
Se você está ouvindo a Palavra de Deus e a rejeita em seu coração, despreza, ignora ou a desconsidera, não há salvação para você. Se você aceita a Jesus como salvador, “o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado, inclusive de uma provável blasfêmia que você tenha cometido contra os céus, contra Deus, ou contra o Espírito Santo.
Não há pecado imperdoável, senão a recusa da oferta que Deus faz de seu filho ao entregá-lo para a nossa salvação. Todo que vem a mim, de alguma lançarei fora. “Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, será salvo, entrará, e sairá, e achará pastagem”(Jo 10.9).

Atenção: A pregação desta mensagem pode ser ouvida também no youtube. www.vimeo.com/ipbanapolis

Nenhum comentário:

Postar um comentário