segunda-feira, 13 de maio de 2013

2 Tm 1.5; 3.15 Como se faz um grande homem?




 Introdução:

A família tem vivido debaixo de forte pressão social e espiritual. Cada vez se levanta mais movimentos e causas que só podem ter sido orquestradas no inferno para destruir a saúde emocional das crianças, esvaziar a sacralidade do casamento e dinamitar os princípios eternos.

Nossos filhos correm sérios perigos e estão debaixo de grandes ameaças...

No livro “The point man” (Steve Farrar) há um capítulo entitulado “salvem os garotos”. Nele, Farra cita Cal Farley: “um garoto é a única coisa que Deus pode usar para transformar em um homem”. Ele narra a história de um policial de San Jose, CA, que recebeu um chamado para resolver uma briga de família e ao chegar naquela casa, viu um homem viciado em droga, brigando com sua mulher que o havia expulsado de casa e querendo pegar algumas coisas, aparentemente drogas que ele havia escondido em determinado lugar, e depois de uma longa discussão com a intermediação policial, ela decidiu abandonar sua casa, mas antes de sair apontou para duas crianças, de 9 e 6 anos, que estavam agarradas aos seus bichinhos de pelúcia e encolhidas num canto da casa, e falou para seu marido: “Estou indo embora, e você decide com qual das 2 você vai ficar, eu fico com uma”, e ele, sem esboçar nenhuma emoção, disse que ficaria com a mais velha.
A pergunta deste policial era: “O que podemos esperar destas crianças?”
A verdade é que, a única forma de salvar o mundo é salvando os futuros pais.

O diabo tem duas estratégias claras contra a família:
Estratégia n. 1: Alienar efetivamente o relacionamento homem & mulher
Estratégia n. 1: Alienar efetivamente o relacionamento pais & filhos.

No Salmo 144, temos uma belíssima oração, que acredito que deveria ser modelo para nossas vidas. Dentre os pedidos, o autor roga ao Senhor que os filhos (os garotos, os machos) pudessem ser como plantas viçosas, e as filhas como colunas lavradas de palácio (Sl 144.12). Não sei se você já parou para considerar a seriedade destes pedidos. O que são plantas viçosas? Pense naquelas avencas ou samambaias, que possuem um verdor magnífico, onde a vida parece explodir de dentro delas. São plantas viçosas. Ao contrário de plantas raquíticas e secas, carentes de água e cuidado.
O que são colunas lavradas de palácio? São as belas obras arquitetônicas, que além de trazer charme e beleza para um prédio, eram ainda a base de sua sustentação. Filhas precisam ser colunas para as famílias. A mulher sábia edifica a casa, mas a insensata, com as próprias mãos a derruba, diz o livro de Provérbios.

Neste texto vemos Paulo se referindo duas vezes àquilo que fez de Timóteo um valoroso homem de Deus. Sua base estava na família.

Primeiramente, Paulo fala de sua fé autêntica, “sem fingimento” (1 Tm 1.5). Não era uma fé para os outros, mas uma fé coerente. Paulo afirma que sua fé era uma herança familiar, já que fora evidente, primeiramente na sua avó Lóide, na sua mãe Eunice, e agora também no coração de Timóteo.
Um grande homem se faz com a transmissão de uma fé genuína. Um grande homem se forja num lar onde a família vivencia a realidade de Deus.
Por que vemos hoje uma fé tão frágil nesta geração?
Porque ela recebeu uma fé pusilânime e está reproduzindo este frágil modelo em sua vida. Filhos que viveram em lares com fé superficial, cínica, hipócrita, frágil e inconstante, tendem a reproduzir este modelo em suas vidas. Um grande homem se constrói com a transmissão de uma profunda fé.
Rubem Alves, falando de educação, indaga porque as crianças rejeitam a escola. Na sua opinião, porque o modelo é ruim, a educação não é atraente e está dissociada do prazer. Ele então faz uma pergunta retórica: “Vômito é sinal de saúde ou de doença?” Uma resposta imediata é que, por se tratar de uma reação visceral do corpo, é sinal de doença, mas na verdade, pode evidenciar saúde. O sistema imunológico de uma pessoa, ao detectar uma bactéria que pode fazer mal ao seu corpo, emite uma ordem imediata para jogar para fora o que está prejudicando o seu bom andamento.
Uma fé inconstante age da mesma forma e pode gerar reações de resistência à fé ao invés de provocar desejos de Deus. Uma família com fé saudável, sem fingimento, é capaz de emular um ambiente onde a sacralidade seja vivenciada, e os filhos crescem sabendo da realidade de um Deus vivo e que se manifesta na história de sua família.

Em segundo lugar, Paulo demonstra que a grande personalidade de Timóteo foi construída num ambiente onde havia cuidado da família em transmitir a fé. “desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação” (2 Tm 3.15). Na língua em que foi escrito o Novo Testamento, existem vários termos para “infância”, mas a palavra “brephos”, que foi utilizada neste texto, refere-se a crianças de peito, que ainda amamentam. Portanto, o que vemos aqui é que Timóteo ouvia os ensinamentos de Deus, quando sua linguagem conceitual ainda não podia ser formulada.
Certa vez, um colega de ministério me perguntou se eu já lia a bíblia com minha filha que ainda estava no colo. Eu disse que ela ainda era muito “bebê”, mas que certamente faria isto mais tarde. Ele me censurou dizendo: “como sua filha vai aprender a falar? Não é ouvindo? Portanto, ela já está recebendo informações. Comece então a estudar a bíblia com ela”.
Fico pensando se não foi isto que aconteceu com Joquebede. Ela tinha pouco tempo para cuidar de Moisés, já que ele teria que se mudar para o palácio. Assim lhe transmitiu toda as promessas de Deus, a história de seu povo, e mais tarde, estas verdades estavam tão arraigadas em seu coração, que não pode se desvencilhar delas.
J. B. Watson é um conhecido psicólogo da linha comportamental, e certa vez ele afirmou: “Dá-me uma criança, e até os 5 anos eu farei dela o que eu quiser”. Condicionamentos, hábitos, paladar e gostos são construídos muito antes de imaginarmos que seja possível. O mesmo se dá com as informações. Por isto Lóide e Eunice não perderam tempo, investiram “desde a infância” na vida de Timóteo, para que ele pudesse aprender as sagradas letras que poderiam fazê-lo sábio para a vida eterna.
Todas as nações tendem a considerar sua comida a melhor do mundo. Se perguntarmos ao Tailandês, Coreano, Chinês, Brasileiro ou a um Francês, qual é a melhor culinária, certamente ele considerará a sua a melhor do mundo. Sabe porquê? Comida é algo cultural. Aprendemos a gostar de determinados alimentos porque aprendemos a comê-los. Isto nos diz muito sobre valores e espiritualidade.
Temos a mesma tendência quando se trata de música. Estilos dependem da forma como a cultura nos ensina. Por esta razão, os europeus nórdicos tendem a apreciar tanto a música clássica, pois desde cedo aprendem a ouvi-la, assim como o goiano tende para a música caipira. Os gostos são formados de acordo com a cultura.
Timóteo aprendeu, desde cedo, as Sagradas Escrituras, que podiam torná-lo sábio para a salvação. Este é o caminho que devemos percorrer com nossos filhos. Precisamos ensiná-los a andar por estas trilhas.
Fico pensando no efeito de determinadas músicas que ouvimos no Departamento Infantil de nossas igrejas, ou ouvimos nossos pais cantando, como elas marcam indelevelmente nossa história. Uma antiga e belíssima canção para crianças diz assim:
“Diz a Bíblia que Jesus, tem por mim constante amor
Como é linda a sua luz, como é bom o salvador.
Sei que me quer bem, quer ver-me feliz.
Sei que me quer bem, a Bíblia assim o diz”.

Conclusão:

Ainda ecoa na minha mente a afirmação de Farley: “Um garoto é a única coisa que Deus pode usar para transformar em um homem”.
William Raspberry, colunista negro do “The Washington Post” escreveu: “Se eu pudesse dar uma simples receita para a sobrevivência de nossa sociedade, seria a restauração da família. Se me perguntarem como isto pode ser feito eu diria de forma descomplicada e direta: Salvem os garotos!” Sua afirmação faz coro com a declaração de Farrar: “Destrua os garotos, neutralizando os machos”.
Tragicamente temos perdido nossos filhos: para a mente secularizada, para os costumes deste mundo, para as drogas, pornografia, fornicação e o diabo. Deus só tem uma receita para reverter esta situação, dando-nos o seu próprio exemplo. Quando quis se tornar gente e habitar entre nós, na forma humana assumindo um corpo, escolheu para si mesmo uma família que pudesse cuidar de Jesus. Ali naquela simples casa da Galiléia, Jesus cresceu sendo cuidado por Maria e José e rodeado de irmãos.
A fórmula para se produzir um grande homem é produzindo famílias abençoadas, saudáveis emocionalmente e atentas espiritualmente. Assim se faz um grande homem!

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