Introdução:
A família tem vivido debaixo de forte pressão
social e espiritual. Cada vez se levanta mais movimentos e causas que só podem
ter sido orquestradas no inferno para destruir a saúde emocional das crianças,
esvaziar a sacralidade do casamento e dinamitar os princípios eternos.
Nossos filhos correm sérios perigos e estão
debaixo de grandes ameaças...
No livro “The point man” (Steve Farrar) há um
capítulo entitulado “salvem os garotos”. Nele,
Farra cita Cal Farley: “um garoto é a única coisa que Deus pode usar para
transformar em um homem”. Ele narra a história de um policial de San Jose, CA,
que recebeu um chamado para resolver uma briga de família e ao chegar naquela
casa, viu um homem viciado em droga, brigando com sua mulher que o havia
expulsado de casa e querendo pegar algumas coisas, aparentemente drogas que ele
havia escondido em determinado lugar, e depois de uma longa discussão com a
intermediação policial, ela decidiu abandonar sua casa, mas antes de sair
apontou para duas crianças, de 9 e 6 anos, que estavam agarradas aos seus
bichinhos de pelúcia e encolhidas num canto da casa, e falou para seu marido: “Estou
indo embora, e você decide com qual das 2 você vai ficar, eu fico com uma”, e
ele, sem esboçar nenhuma emoção, disse que ficaria com a mais velha.
A pergunta deste policial era: “O que podemos
esperar destas crianças?”
A verdade é que, a única forma de salvar o
mundo é salvando os futuros pais.
O diabo tem duas estratégias claras contra a
família:
Estratégia n. 1: Alienar efetivamente o
relacionamento homem & mulher
Estratégia n. 1: Alienar efetivamente o
relacionamento pais & filhos.
No Salmo 144, temos uma belíssima oração, que
acredito que deveria ser modelo para nossas vidas. Dentre os pedidos, o autor
roga ao Senhor que os filhos (os garotos, os machos) pudessem ser como plantas
viçosas, e as filhas como colunas lavradas de palácio (Sl 144.12). Não sei se
você já parou para considerar a seriedade destes pedidos. O que são plantas viçosas?
Pense naquelas avencas ou samambaias, que possuem um verdor magnífico, onde a
vida parece explodir de dentro delas. São plantas viçosas. Ao contrário de
plantas raquíticas e secas, carentes de água e cuidado.
O que são colunas lavradas de palácio? São as
belas obras arquitetônicas, que além de trazer charme e beleza para um prédio,
eram ainda a base de sua sustentação. Filhas precisam ser colunas para as
famílias. A mulher sábia edifica a casa, mas a insensata, com as próprias mãos
a derruba, diz o livro de Provérbios.
Neste texto vemos Paulo se referindo duas
vezes àquilo que fez de Timóteo um valoroso homem de Deus. Sua base estava na
família.
Primeiramente, Paulo fala de sua fé autêntica,
“sem fingimento” (1 Tm 1.5). Não era uma fé para os outros, mas uma fé coerente.
Paulo afirma que sua fé era uma herança familiar, já que fora evidente,
primeiramente na sua avó Lóide, na sua mãe Eunice, e agora também no coração de
Timóteo.
Um grande homem se faz com a transmissão de
uma fé genuína. Um grande homem se forja num lar onde a família vivencia a
realidade de Deus.
Por que vemos hoje uma fé tão frágil nesta
geração?
Porque ela recebeu uma fé pusilânime e está
reproduzindo este frágil modelo em sua vida. Filhos que viveram em lares com fé
superficial, cínica, hipócrita, frágil e inconstante, tendem a reproduzir este
modelo em suas vidas. Um grande homem se constrói com a transmissão de uma
profunda fé.
Rubem Alves, falando de educação, indaga
porque as crianças rejeitam a escola. Na sua opinião, porque o modelo é ruim, a
educação não é atraente e está dissociada do prazer. Ele então faz uma pergunta
retórica: “Vômito é sinal de saúde ou de doença?” Uma resposta imediata é que,
por se tratar de uma reação visceral do corpo, é sinal de doença, mas na
verdade, pode evidenciar saúde. O sistema imunológico de uma pessoa, ao
detectar uma bactéria que pode fazer mal ao seu corpo, emite uma ordem imediata
para jogar para fora o que está prejudicando o seu bom andamento.
Uma fé inconstante age da mesma forma e pode gerar
reações de resistência à fé ao invés de provocar desejos de Deus. Uma família
com fé saudável, sem fingimento, é capaz de emular um ambiente onde a
sacralidade seja vivenciada, e os filhos crescem sabendo da realidade de um
Deus vivo e que se manifesta na história de sua família.
Em segundo lugar, Paulo demonstra que a grande
personalidade de Timóteo foi construída num ambiente onde havia cuidado da
família em transmitir a fé. “desde a
infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação” (2
Tm 3.15). Na língua em que foi escrito o Novo Testamento, existem vários termos
para “infância”, mas a palavra “brephos”, que foi utilizada neste texto,
refere-se a crianças de peito, que ainda amamentam. Portanto, o que vemos aqui
é que Timóteo ouvia os ensinamentos de Deus, quando sua linguagem conceitual
ainda não podia ser formulada.
Certa vez, um colega de ministério me
perguntou se eu já lia a bíblia com minha filha que ainda estava no colo. Eu
disse que ela ainda era muito “bebê”, mas que certamente faria isto mais tarde.
Ele me censurou dizendo: “como sua filha vai aprender a falar? Não é ouvindo?
Portanto, ela já está recebendo informações. Comece então a estudar a bíblia
com ela”.
Fico pensando se não foi isto que aconteceu
com Joquebede. Ela tinha pouco tempo para cuidar de Moisés, já que ele teria
que se mudar para o palácio. Assim lhe transmitiu toda as promessas de Deus, a
história de seu povo, e mais tarde, estas verdades estavam tão arraigadas em
seu coração, que não pode se desvencilhar delas.
J. B. Watson é um conhecido psicólogo da linha
comportamental, e certa vez ele afirmou: “Dá-me uma criança, e até os 5 anos eu
farei dela o que eu quiser”. Condicionamentos, hábitos, paladar e gostos são
construídos muito antes de imaginarmos que seja possível. O mesmo se dá com as informações.
Por isto Lóide e Eunice não perderam tempo, investiram “desde a infância” na
vida de Timóteo, para que ele pudesse aprender as sagradas letras que poderiam
fazê-lo sábio para a vida eterna.
Todas as nações tendem a considerar sua comida
a melhor do mundo. Se perguntarmos ao Tailandês, Coreano, Chinês, Brasileiro ou
a um Francês, qual é a melhor culinária, certamente ele considerará a sua a
melhor do mundo. Sabe porquê? Comida é algo cultural. Aprendemos a gostar de
determinados alimentos porque aprendemos a comê-los. Isto nos diz muito sobre
valores e espiritualidade.
Temos a mesma tendência quando se trata de
música. Estilos dependem da forma como a cultura nos ensina. Por esta razão, os
europeus nórdicos tendem a apreciar tanto a música clássica, pois desde cedo
aprendem a ouvi-la, assim como o goiano tende para a música caipira. Os gostos
são formados de acordo com a cultura.
Timóteo aprendeu, desde cedo, as Sagradas
Escrituras, que podiam torná-lo sábio para a salvação. Este é o caminho que
devemos percorrer com nossos filhos. Precisamos ensiná-los a andar por estas
trilhas.
Fico pensando no efeito de determinadas
músicas que ouvimos no Departamento Infantil de nossas igrejas, ou ouvimos
nossos pais cantando, como elas marcam indelevelmente nossa história. Uma
antiga e belíssima canção para crianças diz assim:
“Diz a Bíblia que
Jesus, tem por mim constante amor
Como é linda a sua
luz, como é bom o salvador.
Sei que me quer bem,
quer ver-me feliz.
Sei que me quer bem, a
Bíblia assim o diz”.
Conclusão:
Ainda ecoa na minha mente a afirmação de Farley:
“Um garoto é a única coisa que Deus pode usar para transformar em um homem”.
William Raspberry, colunista negro do “The
Washington Post” escreveu: “Se eu pudesse dar uma simples receita para a
sobrevivência de nossa sociedade, seria a restauração da família. Se me
perguntarem como isto pode ser feito eu diria de forma descomplicada e direta:
Salvem os garotos!” Sua afirmação faz coro com a declaração de Farrar: “Destrua
os garotos, neutralizando os machos”.
Tragicamente temos perdido nossos filhos: para
a mente secularizada, para os costumes deste mundo, para as drogas,
pornografia, fornicação e o diabo. Deus só tem uma receita para reverter esta
situação, dando-nos o seu próprio exemplo. Quando quis se tornar gente e
habitar entre nós, na forma humana assumindo um corpo, escolheu para si mesmo
uma família que pudesse cuidar de Jesus. Ali naquela simples casa da Galiléia,
Jesus cresceu sendo cuidado por Maria e José e rodeado de irmãos.
A fórmula para se produzir um grande homem é produzindo
famílias abençoadas, saudáveis emocionalmente e atentas espiritualmente. Assim
se faz um grande homem!
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