Introdução:
O Salmista faz uma
pergunta estranha e extremamente provocativa: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?”
O que o ser humano
pode dar a Deus, por toda sua bondade?
O Profeta Miquéias encara
de frente esta questão: “Sendo assim, com que eu devo me apresentar
diante do SENHOR e como me curvarei perante Elohim, Deus exaltado?
Deveria eu oferecer holocaustos, sacrifícios queimados, de bezerros de um ano? Yahweh se agradaria com milhares de carneiros, com dez mil
ribeiros de azeite? Devo oferecer meu primogênito, meu filho mais velho, fruto
do meu corpo, como sacrifício para pagar os meus pecados e as minhas
malignidades? (Mq 6.6-7)
O que Deus requer de nós?
A resposta a esta
pergunta pode ser melhor compreendida a partir da visão que cada um desenvolve
de Deus. Dependendo do conceito, as respostas poderão variar consideravelmente.
Alguns exemplos:
Nos tempos dos juízes
e reis em Israel, havia uma deusa chamada “Astarote”, que exigia que seus
adoradores praticassem a prostituição cultual. Por isto havia oficialmente um
grupo de prostitutas no templo disponíveis para manter relações com os homens
durante o período da adoração.
Outro deus citado várias vezes na Bíblia foi
Moloque, que exigia sacrifícios de crianças que deveriam ser jogadas vivas numa
fornalha de fogo ardente. Os primogênitos eram consagrados pelos pais no altar.
Nos dias de Salomão, ele ergueu um templo a esta divindade para agradar uma de
suas esposas.
No Brasil, os deuses da macumba e outras
religiões animistas, exigem sacrifícios de animais, como oferenda para aplacar
a ira sua ou das entidades.
Os terroristas que explodiram o World Trade Center
em N York no dia 11 de Setembro de 2001, criam que ao terminar a chacina
suicida, Allah, o Deus islâmico os estaria esperando na eternidade com um grupo
de virgens que lhes seriam oferecidas porque praticarem o Jihad.
A Montanha do Sexo
Gunung
Kemukus é uma montanha em Java, a principal ilha da Indonésia, que a cada 35
dias recebe muçulmanos de todo o país para participar de um ritual insólito. O
evento acontece em uma data auspiciosa segundo o ciclo Wetonan, que sobrepõe os
cinco dias do antigo calendário javanês ao sete dias do calendário moderno
(7x5=35). Quando a escuridão cai no misterioso local, os peregrinos acendem
velas e se sentam em esteiras ao redor das sagradas árvores dewadaru e das
raízes retorcidas de enormes figueiras. Os peregrinos acreditam, assim, que se
cometerem adultério nesse local serão "abençoados com boa sorte",
explica Seoparno, que estudou o ritual durante 30 anos. Por isso, Gunung
Kemukus é também conhecida como a "montanha do sexo". As noites mais
concorridas podem reunir até 8 mil peregrinos. "A maioria é dona de
pequenos negócios. Eles esperam que, se completarem o ritual, suas vendas vão
melhorar, vão ganhar muito dinheiro e terão muito sucesso"
Fonte:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2017/01/09
O que podemos dar a Deus, por todos os seus
benefícios?
Depende do conceito que temos de Deus. Deuses
diferentes fazem diferentes exigências.
O que o Deus da Bíblia pede de seus
adoradores?
Antes de mais nada, precisamos entender que o
Deus da Bíblia é um Deus doador. Jesus afirma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito,
para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo
3.16). Deus amou. Deus deu. Ele ofereceu livremente seu filho para a
humanidade. A base de sua doação é seu amor.
O Salmista parece entender muito bem esta
questão. Veja as respostas que ele dá:
1. Vou receber o que ele deu – “Tomarei o cálice da salvação e invocarei o
nome do Senhor” (Sl 116.13). Esta é a resposta imediata à pergunta que ele
mesmo suscita. “Que darei ao Senhor?” e
sua resposta imediata é “tomarei o cálice
da salvação”.
Pode parecer anacrônico, mas o que realmente
poderemos dar a Deus?
Será que poderemos acrescentar mais riqueza à
sua riqueza? Ou glória à sua glória? Deus será mais Deus se eu lhe trouxer algo
ou lhe der algo? Parece que não. A resposta do texto está ligada à alteridade e
relacionamento. Eu vou receber de Deus o que ele me deu.
Quando o apóstolo João escreve seu belíssimo
texto na abertura do Evangelho, falando
do Verbo de Deus que se fez carne e assumiu a pele humana, tornando-se homem,
ele afirma com pesar: “Veio para os que
eram seus, mas os seus não o receberam, mas a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem em seu
nome” (J0 1.11, 12). O que os homens fizeram com a oferta de salvação e bondade
de Deus? Eles rejeitaram sua oferta, eles menosprezaram o seu filho.
A recusa à doação de Deus, é o pecado
imperdoável na Bíblia. A rejeição eterna e perene da oferta que Deus faz de seu
filho, implica em condenação eterna. Esta é a blasfêmia contra o Espirito
Santo, a recusa eterna do Filho.
Certa vez Jesus surpreendeu os homens quando
lhe perguntaram: “Que faremos para
realizar as obras de Deus?” (Jo 6.28), respondendo: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo
6.29). A grande resposta ao amor de Deus é a aceitação daquilo que ele fez por
nós. Receber o Filho de Deus é a maior resposta de amor. Recusar o Filho, a
maior ofensa.
Eu não
quero suas flores...
Imagine que você resolva dar um buquê de
flores a alguém amado. Qual seria a maior ofensa a este ato tão nobre? Não
seria o fato da pessoa tomá-la com raiva, rejeitá-las e afirmar que não quer as
flores que você lhe traz? O que você sentiria se alguém pegasse aquelas flores
e as jogasse no chão, ou colocasse no meio da rua sem qualquer consideração e virasse
as costas e fosse embora?
Muitas vezes é assim que agimos em relação a
Deus.
Nós recusamos a sua salvação...
Nós não recebemos a oferta espontânea, livre e
gratuita que Deus fez de seu filho.
E fácil relacionar com um ser que lhe ama? Sim
e não!
Normalmente nos relacionamentos com as pessoas
na base da troca, da retribuição. Mas sabe o que nos muda? O amor. Ouvimos: “quem
não vem pelo amor, vem pela dor”, frase que não é Bíblica, mas o que não
consideramos é a declaração maravilhosa de que somos transformados pela bondade
de Deus: “Ou desprezas a riqueza de sua
bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que
te conduz ao arrependimento” (Rm 2.4). A verdadeira transformação acontece para
aqueles que experimentam a bondade de Deus. O amor de Deus.
O
poderoso efeito do amor...
Um sacerdote católico no interior enfrentava
um sério problema na sua paróquia. Um grupo de garotos estava vandalizando a
igreja, jogando pedras e quebrando as vidraças. O Padre chama o policial, que confronta
e ameaça os meninos, e a atitude muda por um determinado tempo, mas depois volta
a acontecer. Então ele resolve se aproximar do menino que supostamente era o líder
do grupo, e aos poucos vai se tornando seu amigo. Aos poucos a amizade e o respeito
é desenvolvido entre eles, e isto transforma o coração da criança, e ela mesma
se dispõe, sem que nenhuma condição fosse imposta, a se tornar parceiro na luta
contra o vandalismo.
Existe uma antiga discussão na pedagogia e
sistemas de educação. O que é mais eficaz: O reforço positivo ou o negativo?
Encorajamento ou punição? Estudos demonstram que os dois recursos, quando aplicados
corretamente, podem ajudar no processo educacional, mas definitivamente o reforço
positivo traz benefícios duráveis, porque lida com o coração, com a confiança,
com a auto estima, enquanto o reforço negativo lida com a culpa, o medo e a
punição.
Por isto Deus quer nada menos que tudo o que
somos. Mente, afetos, relacionamento. O Deus bíblico, está sempre pedindo o coração
de seus adoradores, o centro de suas vidas: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus
caminhos” (Pv 23.26). A exigência de Deus é alta. Ele quer aquilo que
dirige a vida, porque ele sabe que onde estiver o coração, ali estará o tesouro.
Relacionamentos
manipulativos
Nós não gostamos de relacionamentos
manipulativos. Deus não quer se relacionar conosco numa base de troca, como
pessoas que se relacionam com ele por causa dos benefícios materiais por estarem
do seu lado, ou por causa do medo da punição. Muitas vezes até o suposto e
falso arrependimento, é uma espécie de “delação premiada”, que só confessar
para ganhar o favor do Eterno, e não por estar realmente contrito. Este falso arrependimento
existe apenas para fugir da pena, e isentar-se da condenação. Qual de nós
gostaria de ter um relacionamento com alguém que supostamente se arrepende, mas
que na verdade usa suas lágrimas para manipular com atitudes de falsa piedade
malandra e mascarada?
Toda resposta que podemos dar a Deus deve ser
resposta de gratidão e amor.
2. Invocarei o nome do Senhor – Esta é a segunda
resposta que o salmista dá à pergunta “Que
darei ao Senhor?”. Ele afirma: “invocarei
o nome do Senhor”. (Sl 116.13b).
Esta sua resposta indica desejo de
relacionamento e amizade.
O salmista expressa o desejo de estar na
presença de Deus.
Esta é a outra resposta bíblica: A entrega de
si mesmo.
Para Deus, a única coisa relevante que você
pode dar é você mesmo. Deus não quer seus bens, Deus não quer sacrifícios, nem
o que você pode fazer para ele, mas Deus quer o seu amor, seu afeto e seu
coração. Por isto ele convida: “Filho
meu, dá-me o seu coração”!
Certa pessoa me procurou dizendo que gostaria
de se filiar à igreja, mas estava com dificuldade com a questão da
contribuição. Ela não concordava com a ideia de que Deus exigia contribuição de
seus adoradores. Para seu espanto, concordei com ele. Ele contraargumentou:
“Mas todos os pastores ensinam que devemos trazer dízimos e ofertas para Deus”.
Eu disse que não se preocupasse com isto, porque Deus estava interessado em
outra coisa: Ele me perguntou o que era, eu então afirmei que Deus estava
interessado nele todo, e não apenas no dinheiro que ele poderia dar para a
obra. Então afirmei: “Quando você der todo o seu ser, e consagrar tudo o que
você é e tem ao Senhor, trazer generosamente suas ofertas e dízimos será a
questão mais simples da sua adoração, afinal, dinheiro é questão do coração. Afinal,
o bolso é o último a se converter, e o primeiro a esfriar”.
3. Cumprirei os meus votos – Esta é a terceira
resposta à pergunta: “Que darei ao Senhor
por todos os seus benefícios para comigo?”. Ele agora respondeu: “Cumprirei os meus votos ao Senhor, na
presença de todo o seu povo”. (Sl 116.14).
Isto é obediência.
A obediência como fruto de gratidão, de
resposta, de alteridade. Não uma resposta para obter, mas para expressar
alegria por tudo que Deus já ofereceu.
É o sacrifício de gratidão.
No vs. 17 e 18 ele afirma: “Oferecer-te-ei sacrifícios de ações de
graças, e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei os meus votos ao Senhor na
presença de todo o seu povo”.
Observaram a repetição do vs. 14?
Por duas vezes ele afirma que cumprirá os
votos ao Senhor na presença de todos. Ele não apenas queria dizer muito
obrigado a Deus, mas queria que o povo percebesse sua gratidão que deveria ser
contagiante e atingir outras pessoas.
Se o texto fala de gratidão, torna-se clara
que o fundamento é a graça, não a troca ou a barganha.
Ele não faria isto para que Deus lhe fizesse
algo, ou se tornasse favorável. Deus já fizera. Ele queria fazer isto para
agradecer. Este é o sacrifício de gratidão. Esta é a relação de adorador: Não
barganha, culpa ou medo, mas afetividade e relacionamento.
Qual é o sacrifício
que Deus deseja de nós?
Em Hb 13.16, o autor
fala de sacrifícios com os quais Deus se compraz. A palavra “compraz” significa
“ter prazer”. Que sacrifícios geram alegria no coração de Deus?
O autor fala do “Sacrifício
de Louvor” (Hb 13.15)
Este é o outro
sacrifício que agrada a Deus: sacrifício de louvor! Deus espera que corações e
lábios verdadeiramente o adorem, que a vida seja para glorificar seu nome, e que,
quer comamos ou bebamos façamos tudo para a glória de seu nome. É a atitude do
adorador que encontra satisfação no coração de Deus, naquilo que Ele é.
O verdadeiro adorador
oferece sacrifício de amor. Ele oferece o seu coração. Não possui agenda subjacente.
Não é uma relação de troca, de barganha, de conveniência, mas fundamentada na
pura gratidão a Deus, como teve o Rei Asa, que “tinha o coração totalmente
entregue a Deus, todos os dias de sua vida”.
Este é o tipo de sacrifício de louvor que Deus espera de seus adoradores.
Cumprir os votos, nada mais é que obediência.
Eu quero fazer tudo que for necessário para
honrar e glorificar a Deus. Minha submissão à Palavra, nada mais será que uma
resposta de amor. Não uma resposta para obter, mas para expressar alegria por
tudo que Deus já lhe ofereceu.
É o sacrifício do “muito obrigado!”
Pastor, queria que soubesse que tenho profunda admiração pelo seu ministério, as pregações são verdadeiros bálsamos e me edificado grandemente. O Senhor não imagina como sua forma de interpretar e aplicar a palavra é bênção e fácil de aprender. Por favor continue. Sua voz não está sem ser ouvida, nem suas palavras sem serem lidas. Agradeço a Deus por sua vida.
ResponderExcluirNilson,
ResponderExcluirObrigado pelo encorajamento.
Louvado seja o nome do Senhor!
Samuel
Lendo este estudo pude tirar grande proveito para minha vida espiritual e meu ministério.
ResponderExcluirMuito, muito, muito bom! Que Deus continue iluminando sua mente e continuar nos abençoando com mensagem que edificam.
ResponderExcluirMuito edificante,me trouxe uma clareza muito grande. Que Deus abençoe grandemente seu ministério.
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