Em 2 Cr 2l.l1-20, temos um relato
lacônico acerca de
Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, um homem tão maligno e cruel que ao
morrer obriga o escriba a relatar o impacto lacônico de sua morte sobre a
sociedade: "Morreu, sem deixar de si
saudade".
Morreu sem que ninguém o lamentasse, e foi
sepultado na cidade de Davi, mas não nos túmulos dos reis.
Na literatura popular, fala-se da velhinha de
Siracusa, que diante da morte do tirano rei, enquanto o povo inteiro fazia festa ela chorava, e ao
ser indagada sobre sua reação respondeu: "Aquele eu sabia quem era,
este eu não sei"
Lemos agora um texto completamente diferente
do relato da morte de Jeorão, registrando a morte de Dorcas, uma mulher que na visão das
pobres e desamparadas mulheres de Jope
não podia morrer,
e isto leva Pedro também a reação semelhante, e de suplicar sua ressurreição.
Jope era uma cidade da
costa do Mediterrâneo, a moderna Jafa. metrópole
portuária ao sul da terra de Israel, localidade a 60 km de Jerusalém.. Hoje em
dia é conhecida como Jaffa, comunidade residencial de Tel Aviv. Alguns associam
esse nome a Jafé, filho de Noé, atribuindo a ele a fundação da cidade após o
dilúvio. Nos dias atuais, é um centro turístico, por ser região de poucos
conflitos. Ali, árabes e judeus têm convivência pacífica há mais de um século.
Foi exatamente em Jope que o profeta Jonas zarpou (Jonas 1.3).
Uma questão
teológica
Temos aqui uma questão que constantemente nos desafia: Por
que Deus permite que pessoas tão generosas e boas, sejam levadas ainda no vigor
de sua vida? Ela havia adoecido de uma doença que a narrativa bíblica não
informa qual é, e sabemos que era grave porque ela entrou em óbito.
Dorcas era uma pessoa atuante na
sua comunidade, e de forma especial, costurando roupas para aquelas que
precisavam. Provavelmente ela tivesse um cuidado especial pelas viúvas, com
poucos recursos e o fato é que quando ela morreu, todos choraram e sentiram
muito a sua morte.
Por que Deus permite que estas coisas aconteçam?
Jesus certa vez foi perguntado sobre isto. Ao se
encontrarem com um homem cego de nascença os discípulos disseram: “Quem é
culpado dele ter nascido cego. Ele ou seus pais”, e Jesus afirmou que é muito
perigoso pensar em qualquer enfermidade associando-a ao pecado ou culpa, mas
ele afirmou: “Nem ele nem seus pais, mas para que nele, evidencie as obras de
Deus” (Jo 9.1-3). Pessoas sofrem, adoecem, morrem. Tentar explicar a causa da
dor e da morte, é sempre complicado, basta estudar o livro de Jó para perceber
como seus amigos julgaram erroneamente a causa de seu sofrimento.
Os graves acontecimentos na vida de cristãos podem nos
assustar e entristecer, mas estas coisas estão no campo do misterioso e amoroso
plano de Deus. No caso de Dorcas, aprendemos que Deus queria revelar seu plano
realizando uma obra portentosa, ressuscitando-a. Mas, e quando Deus não cura ou
não ressuscita pessoas que amamos, ou permite o sofrimento? O que devemos fazer
e o que pensar? A resposta da teologia bíblica e reformada é que, mesmo quando
não entendemos, ainda assim sabemos que Deus é bom, seu plano é soberano e
sábio e que ele trará seu consolo em meio à dor.
Dorcas, uma
simples mulher com profunda sensibilidade
Dorcas não era uma mulher particularmente
impressionante pela sua excepcionalidade. Alguns pessoas possuem dons
maravilhosos de liderança, de comunicação, de gerência, capacidade para fazer
fortuna ou liderar uma cidade ou mesmo nação. A única coisa que Dorcas sabia
fazer bem era costurar. Mas sinceramente, quem é que consideraria a profissão
de costureira algo notável? Muitas mulheres podiam fazer o mesmo.
Minha mãe foi uma admirável costureira e isto
me leva a admirar muito este trabalho. Todos nós pudemos ir para a cidade, sair
do sítio e estudar porque mamãe sustentava toda a família com seu trabalho de
costureira para as mulheres de classe alta na cidade de Gurupi-TO. Seu trabalho
era incansável, e me lembro bem de épocas de muitas demandas em que ela passava
quase toda a noite, pedalando sua máquina de costura, com luz de lampião.
Costureiras, portanto, ocupam um lugar muito especial no meu coração.
Dorcas tinha um só talento. Não era
uma profetisa como Miriã, e não governou Israel
como Débora. Ela não tinha uma função de liderança na sua pequena
comunidade. A Bíblia fala pouco a respeito dela,
mas nos informa que ela servia a Deus com uma agulha na mão. Sua costura e amor
fraternal eram conhecidos por muitos. Praticava boas obras com aquilo que
melhor sabia fazer, ou seja, confeccionando vestes para os pobres. O mundo já se esqueceu de muitas
coisas que aconteceram, mas as obras de Dorcas continuam sendo lembradas. A
ferramenta dela era uma agulha com
a qual trabalhava para vestir os pobres.
Dorcas, uma simples mulher com grande
compromisso com Jesus
Esta é a situação de uma mulher comum, entretanto
havia uma coisa em Dorcas que a tornou extraordinária: É a única mulher em toda
Bíblia que foi chamada discípula!
Dorcas era uma seguidora de Jesus, e isso
fazia toda a diferença.
Ela entregou seu seu coração a Jesus e passou
a segui-lo. Jesus tornou-se seu Salvador, e assumiu o senhorio de sua vida. Sua
fé é marcada pelo compromisso de glorificar a Deus através de sua vida, de
imitar o seu mestre, que andou entre nós fazendo o bem. Sua vida foi
disponibilizada para servir os outros. Não é assim que a verdadeira fé deve se
expressar. Praticando boas obras?
Existe muita confusão teológica sobre o lugar
das boas obras na fé cristã. Embora saibamos que somos salvos pela obra de
Cristo e tomamos posse desta salvação pela fé, não por méritos, já que o céu
não é uma conquista, mas uma dádiva, devemos lembrar que um dos textos mais
enfáticos sobre este assunto encontra-se em Ef 2.8-9: “Pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus. Não de obras para que ninguém se glorie”. O texto é muito claro. Não
deixa qualquer dúvida sobre o fato de que o céu não é merecimento. Mas veja o
que diz Ef 2.10, o versículo seguinte: “Pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, que o Pai preparou
antecipadamente para que andássemos nelas”. Não somos salvos pelas boas obras, mas somos salvos para boas obras.
O que faz de Dorcas desta simples mulher
alguém tão excepcional?
1. Encarnou a vida de
discípulo - Sua comunidade não era
rica, mas de gente necessitada,
e ela soube interpretar muito bem seu contexto e começa a lutar para que
seu ambiente de pobreza e carência fosse modificado. Ela era
"discípula" de Jesus. Não diz que ela era membro de uma igreja, ou que
fazia parte de qualquer associação, mas
afirma que ela aprendia de Cristo, imitava Cristo e o seguia. Não era mero
ouvinte, mas seguidora.
Ser discípulo nos leva a querer imitar o
mestre. O discípulo está sempre perguntando: O que o meu mestre faria se
estivesse em meu lugar?
Esta é a pergunta que devemos fazer onde Deus
nos coloca, e com o currículo que temos na mão. Qual era o problema social da região
onde Dorcas morava? Provavelmente o abandono que as viúvas sofriam naqueles
dias? Atos 6 afirma que este era também o problema da Judéia. E na cidade onde
vivemos, quais são os desafios. Com o preparo que tenho, com as ferramentas e
habilidades que Deus me deu, como posso demonstrar que sou um discípulo de Cristo?
Talvez o problema seja o de crianças na rua, falta de escolas e creches,
saneamento básico, sistema de saúde, violência, falta de creches, praças,
urbanização? O que podemos fazer como discípulos de Cristo para abençoar a vida
das pessoas com as quais estamos lidando?
Qual é o problema social que nos aflige? Os nossos
olhos estão focando naquilo que passa pelo coração de Deus? Olhe para seu
preparo, para o que Deus lhe habilitou a fazer até aqui. Você não pode fazer
tudo, mas pode fazer algo. Dorcas era uma mulher que não podia morrer.
O fundador do Exército da Salvação, William
Booth, foi um cristão admirável. O seu slogan era: “Tudo aquilo que mexe com o
coração de Deus deve também mexer com o meu coração”.
Assim era Dorcas. Ela tinha um profundo compromisso
com Cristo. Ela era discípula no
verdadeiro sentido do termo. Assumiu o discipulado como um estilo de vida. Ela se dedicava a praticar boas obras pois o discípulo de
Jesus vive para servir. Ser discípulo significa reproduzir as obras de
Jesus. Como
Igreja necessitamos formar discípulos que irão alimentar e nutrir a próxima
geração, cuidar da cidade, abençoar o mundo.
2. Suas esmolas e suas boas obras - A Bíblia afirma que
ela era “notável por suas boas obras”. Ela não buscava ser notada, seu objetivo
era servir, mas Deus notabiliza pessoas com atitudes de serviço.
Dorcas não tinha pretensão alguma de estar em evidência, nem
de ser exaltada, mas seu objetivo era servir. As viúvas choravam sua morte,
mostrando a Pedro as túnicas e vestidos. O texto de At l0.4, imediato a este,
declara que Corné1lio teve suas orações e esmolas como memorial diante
de Deus. Elas não ficaram no esquecimento, antes eram lembradas diante de Deus.
Corné1lio, conquanto ainda não tivesse conhecimento da graça de Cristo, já
possuía a semente do Verbo que o levava a orar e a contribuir,
atos que muitos cristãos experimentam.
Dra
Ludovina Siqueira
Tive o privilegio de pastorear uma notável
mulher pelas suas obras no Rio de Janeiro. Dra Ludovina Siqueira, esposa do
Presbítero George Siqueira. Quando cheguei à Gávea, seu marido me procurou e
disse em tom de crítica diante dela. “Pastor, diga-lhe para vir na Escola
Dominical no domingo de manhã”. E ela respondeu sem hesitar: “Eu já tenho dito
ao George, que estou praticando aquilo que já aprendi”.
O que ela fazia na hora da Escola Dominical?
No seu bairro existia um orfanato dirigido
pelos católicos, e ela, mesmo sendo protestante, resolveu cooperar com aquela importante
obra. Ia nas feiras, com seu motorista particular, abria seu carro zero Km, e
comprava toda a “xepa”. Já ouviram este termo, “Xepa”? São frutas, legumes, verduras, que não foram
vendidos na feira livre e que os feirantes vendem por um preço bem barato, ou
deixam na rua e são coletadas pelas pessoas carentes.
Dra Ludovina
enchia seu carro e levava carinhosamente ao orfanato, até que um dia, uma
freira mau humorada descobriu que ela era evangélica e a proibiu de ajudar as
crianças, dizendo que aquela obra era católica e que ela não podia mais ajudar.
Ela disse que não teria problema, mas que gostaria de conversar antes com a
madre superiora. Ela argumentou que já fazia anos que servia semanalmente o
orfanato de frutas e verduras, mas que agora, pelo fato de ser protestante,
deixaria de servir, se aquilo realmente fosse um problema. A Madre superiora,
uma mulher culta e elegante, não tinha estes problemas e não criou nenhum
problema, afinal, o que importava era o fato de que aquela mulher, com seus
bens, sua disposição e carinho, estava sustentando boa parte daquele belíssimo
projeto que fica em Copacabana.
Como as boas
obras podem abençoar as pessoas.
Como as boas
obras glorificam a Deus.
Como as boas
obras emprestam sentido, valor e significado às nossas vidas. Milhares de
pessoas deprimidas, jovens sem sentido na vida, seriam plenos e felizes se
aprendessem a parar de se preocupar com suas roupas de marcas, e seus luxos e
passassem a servir.
3. Sua atitude conspiratória – Vou me aventurar
agora, e arriscar alguns palpites mais ousados para o texto. A vida de Dorcas foi
tão excepcional porque ela era capaz de conspirar com a realidade, e construir
novas realidades.
Onde havia a
morte, construía a vida; onde havia o desprezo, aceitação; onde a
miséria tinha o poder de fazer brotar algo significativo.
3.1.
Dorcas conspirava contra a miséria - O que notabilizou
esta mulher numa região tão pobre? Nesta geografia do abandono, que ficava nas
margens do Mediterrâneo?
As pessoas gostam do trágico, da dor, porque só
isto dá notícia.
Raramente alguém se notabiliza por fazer o
bem. Já viram o que se torna notícia? Escândalos, acidentes, assassinatos
brutais. O bem não dá ibope. Dorcas era notável exatamente por fazer o bem
relevante. Poucas pessoas conseguem tal proeza.
Quantas pessoas já 1ouviram falar de d. Rosa,
uma intrépida presbiteriana no interior da Bahia que ao morrer com seus 96 anos
de idade, deixou um internato numa
região miserável com 520 crianças. Pessoas assim, conspiram contra a miséria, a
dor, o abandono, a fome, a desumanidade,
a opressão. É gente revolucionária, que não admite o status quo do analfabetismo, da marginalidade, da
opressão e protesta com seu estilo de
viver e de agir, contra estes aspectos da morte que se manifestam cotidianamente.
Dorcas é uma mulher que não pode morrer...
3.2.
Conspirava contra o sistema - A quem esta mulher
apoiava ? As viúvas, vítimas de um sistema que gerava viuvez e orfandade, pela
busca do poder. Um sistema
que não pensava no valor da vida humana, nem na dignidade da
existência, nem na dor das crianças e mães que ficavam desamparadas, sem
terem as condições mínimas para uma vida
que valesse a pena, dependendo de
pessoas gentis como Dorcas o era.
Ela se depara com uma sociedade marcada por um
sistema político econômico, perverso e
desumano e tenta mudar seu poder de desagregação e degradação. Era mulher que lutava pelas mulheres para que
reencontrassem seu valor e sua dignidade,
quando a sociedade já não se importava com elas. Aquele grupo de pessoas, sem
valor, marginalizada socialmente, agora encontra sentido, comunidade, amizade,
apoio. O sistema social continuava perverso, assim como acontece até hoje, mas
esta dor é minimizada por uma mulher que se interpõe, em nome de Cristo, e
decide amparar e cuidar.
3.3.
Conspirava contra o feio – Esta é uma forma
complexa de expor este texto, mas deixe-me ver se vocês concordam comigo. Por
que Dorcas fazia roupas? Por que não dava comida, entregava cestas básicas?
Lutava por direitos sociais e políticos. Todas estas causas são nobres, mas
porque ela optou por fazer roupas?
Dorcas possuía um grande senso estético e a
beleza era algo que importava.
Deixe-me aprofundar: Quando Deus criou o
universo, ele olhou para sua obra, como um artista admirado, e afirmou que
“tudo era muito bom”. Em que sentido era “bom”? Podemos falar da ordem, do
propósito, da ética envolvida, da harmonia das criação, mas porque não pensar
também na beleza? Do ponto de vista estético, tudo era muito bom.
Dorcas queria ver aquelas mulheres viúvas, pobres,
vestidas de preto e cinza com um
pouquinho de vaidade que salientasse o “it
feminino”. Queria ver mulheres
adornadas de roupas bonitas. Não se contentava em dar "vestidos",
oferecia também "túnicas".
Deselegância e feiúra produzidas pela sociedade marginalizada
não era algo que a agradava. Sonhava com mulheres mais
bonitas, porque sabia que isto mexe com a vaidade feminina e com a auto estima.
Gente com senso estético como estético é
o nosso Deus. Tudo que Deus fez "era muito bom", não apenas no
sentido ético, mas estético da Palavra. Dorcas não apenas fazia vestidos, mas
confeccionava túnicas, que eram roupas “desnecessárias” no ambiente de pessoas
pobres. Túnica é coisa de gente da classe média...
Isto faz sentido?
Talvez você não concorde comigo. Bem, não é
necessário concordar, mas não tive dúvidas ao pensar também nesta direção,
afinal, a Bíblia diz que somos poemas dele: “Pois somos feitura (poiema), de Deus, criados em Cristo Jesus, para as
boas obras, as quais ele, de antemão preparou, para que andássemos nelas”
(Ef 2.10). Deus não se agrada de coisas feias, Deus quer ver as pessoas
bonitas. Assim deve ser aqueles que desejam construir o reino. O reino de Deus
emite sinais do belo. Conspire contra a feiura, a tristeza, a baixa
auto-estima, o mal, a dor e o sofrimento, o que agridem nosso corpo e nossa
visão.
Dorcas é uma mulher que não pode morrer...
3.4.
Conspirava contra a falta de esperança – Ela fazia,
repartia, formava associações, conversava sobre a vida e os problemas de casa.
Posso ver Dorcas assentada com todas
aquelas mulheres no seu simples ateliê de costura , trocando receitas,
investindo em vida, conspirando contra a conspiração nefasta que a
existência e os homens insistem em gerar. Mulheres assim fazem falta no
reino. Mulheres assim não podem morrer...
Dorcas
é um bom exemplo de discipulado. Uma vida que faz diferença. Sim! Uma agulha
pode fazer diferença! Sua vida e milagre, demonstram como devem ser feitas as
boas obras que agradam a Deus, elas nascem de um coração convertido, anunciam o
amor de Cristo e causam impacto nas pessoas.
A
experiência de Dorcas, me levar a perguntar:
1.
O que eu
estou fazendo para servir ao meu próximo da melhor maneira possível?
2.
Qual é
minha ação ao perceber a necessidade do meu irmão?
3.
Como estou
usando o dom e as habilidades que Deus me deu?
4.
Sou sensível
às necessidades do meu próximo?
5.
O que o mundo contaria a seu respeito depois de sua morte?
A ressurreição
Pedro
não estava longe (cerca de 30 Kms), quando foi chamado. O texto não diz o que
motivou os outros discípulos a fazerem isto, provavelmente o fato da dor ser
muito grande e eles queriam ter ali a presença de um “pastor” para trazer
consolo, ou talvez, acreditassem que ele poderia ser usado para ressuscitar
Tabita. O fato é que Pedro ao defrontar-se com a situação orou, e sentiu-se
impulsionado pelo Espírito a ordenou que ela voltasse a vida. Há poucos relatos
de ressuscitação na Bíblia, e alguém chegou a comentar que Dorcas era tão
notável que sua ótima reputação influenciou até o céu.
Quando Pedro chegou ao local do velório, o corpo da mulher
já havia sido lavado em preparação para o sepultamento, ritual que seguia a
tradição dos judeus. Jazia no andar superior da residência, local costumeiro de
espera em caso de atraso do enterro, cujo prazo máximo poderia se estender até
três dias, se fora de Jerusalém.
Podemos pensar que o povo esperava o milagre, pois
procuraram o apóstolo e recomendaram expressamente que se apressasse para estar
naquele velório. Ao chegar, Pedro ouviu choros e lamentações das viúvas que lhe
mostraram roupas e túnicas costuradas por Dorcas.
Pedro lembrou-se da ressurreição da filha de Jairo, e
assim como Jesus fez, ordenou que todos os presentes no recinto se retirassem.
Mas, diferente do Senhor, ele ajoelhou-se para orar. Em seguida, ordenou::
"Tabita, levanta-te". E ela
abriu os olhos e sentou-se. O apóstolo a ajudou levantar-se, e chamou suas
amigas para vê-la viva. A emoção de tristeza se transformou em alegria, e deve
ter sido imensa! Através de sua ressuscitação, muitas
vidas foram impactadas e se entregaram a Jesus.
O discipulado nos leva a crer em milagres. O texto mostra
que ao invés de sepultá-la, eles resolveram mandar chamar Pedro, que estava em
Lida, cidade próxima. Pedro havia curado o paralítico Enéias naquela cidade,
porque não poderia também ressuscitar Dorcas? Acaso há limites para aquilo que
Deus pode fazer?
O apóstolo Pedro, foi cercado pelas viúvas no cenáculo, enquanto
Dorcas já estava preparada para o enterro. Após pedir que todos saíssem, ele disse:
“Tabita, levanta-te!” Após abrir os
olhos, ela viu Pedro. “Ele, dando-lhe a
mão, levantou-a; e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a
viva” (At 9.41).
Aquele lugar de luto voltou a ser lugar de vida; um lugar
de festa.
Onde Deus está operando, torna-se um lugar bom para viver.
Todos querem estar onde o poder de Deus é manifesto.
Excelente estudo. Muito proveitoso para meu ministério. Obrigada!!
ResponderExcluirLindo adorei obrigado Deus abençoe
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