quarta-feira, 25 de julho de 2018

Revitalizar a Vida, a Família e a Vocação



Palestra online - CTPI
30 minutos preleção, 15 minutos debate.

Introdução:
O tema proposto pelo CTPI é mais que urgente e necessário.
Como precisamos de revitalização: Do coração, da família, da vida.

Certa vez preguei sobre a afirmação de João Batista: “Eu vos batizo com água, mas ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”, e uma irmã me disse: “Pastor, apesar de ser crente a tanto tempo, nunca me toquei sobre esta grande verdade. O que eu preciso é do Espírito Santo renovando minha vida, do seu fogo dando vida à minha alma”.

Revitalização é fundamental
A palavra “vida” é o cerne do cristianismo, como bem afirma Stanley Jones: “Nenhuma palavra é mais presente na Bíblia que Vida”.
Todos nós, eventualmente nos sentimos confrontados com a questão da vaidade, do hebhel de Eclesiastes, da falta de sentido na vida, a falta de vida, de propósito, e não raras vezes nos deparamos com a futilidade e vaidade de nosso coração, como disse o poeta: “Onde está a vida que perdi tentando encontrá-la”.

Isaias declara a necessidade de seu povo de revitalização:

Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes se escoassem de diante da tua face,
Como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, e assim as nações tremessem da tua presença!
Quando fazias coisas terríveis, que nunca esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da tua face.
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera (Is 64.1-4)

O mesmo anseio é percebido no salmista:

Restaura-nos, ó Deus! Faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que sejamos salvos.80.3
Restaura-nos, ó Deus dos Exércitos; faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que sejamos salvos.80.7
Volta-te para nós, ó Deus dos Exércitos! Dos altos céus olha e vê! Toma conta desta videira,
da raiz que a tua mão direita plantou, do filho que para ti fizeste crescer!
Tua videira foi derrubada; como lixo, foi consumida pelo fogo. Pela tua repreensão perece o teu povo!
Então não nos desviaremos de ti; vivifica-nos, e invocaremos o teu nome.
Restaura-nos, ó Senhor, Deus dos Exércitos; faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que sejamos salvos.(Sl 80.3,7,14-16,19).

Precisamos de revitalização interior. Nosso coração precisa se proteger:
“Sobretudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procede as fontes da vida”
(Pv 4.23).

O grande desafio:
Negativamente podemos classificar os Líderes em seis categorias:

A.   Desanimado – É aquele que não possui disposição interior para a vida. A literatura grega fala da “acedia”, um tipo de preguiça, não necessariamente para o trabalho, para viver. Trata-se da alma sem ânimo, pouca disposição para a vida. Viver é cansativo. Pensar dói. Qualquer esforço fere.

B.    Desencorajado – É o líder que já esteve motivado, e talvez já tenha sido muito produtivo em seu trabalho, mas com o tempo se acomodou, levou críticas, se esforçou sem ver muito resultado e decidiu que agora fará o mínimo. Ele se contenta com o medíocre, com o mediano. “Está bem assim...”

C.    Lideres desfocados – Não conseguem se concentrar naquilo que é prioritário. Seu tempo, projetos, energia, são gastos de forma difusa. Não conseguem produtividade, sentem-se culpados por não atingirem seus alvos e tendem a se tornar passivos-agressivos.

D.   Displicente – É o preguiçoso na sua genética e constituição. Ele é malandro e ponto final. No pastorado você tem duas opções: paixão e apatia. O displicente é negligente e opta pela apatia. Ele se recusa a fazer porque a cama o atrai, e é dominado pela lei do menor esforço.

E.    Deprimido – É aquele que adoeceu física, espiritual ou emocionalmente. Suas variáveis podem ser a incapacidade física ou mental de fazer as coisas. Muitos precisam de terapia ou mesmo de remédios. Alguns são caso de psiquiatria.

F.     Descrente – Este líder é o mais complexo. Ele pode ter assumido algumas convicções de fé, mas realmente não entende a graça e o Evangelho. Ele não entende a obra de Cristo. Ele não crê na Palavra. Pode continuar pregando, mas não tem fé; fazer o pastorado (as vezes, até bem, do ponto de vista humano), mas não crê!

Em cada um destes casos, há necessidade de revitalização.

Quando completei 50 anos, fiz alguns exercícios de introspecção e auto análise, e cheguei à conclusão de que algumas coisas eram ameaças muito fortes ao meu coração: Eis alguns dos perigos que encontrei:

O Maior de todos os pecados: Incredulidade.
Os discípulos de Cristo foram sempre confrontados pela incapacidade de crer “tudo o que a Lei e os profetas afirmaram. Jesus os chamou de “homens de pequena fé”, repreendeu suas constantes dúvidas. Se no Antigo Testamento o maior desafio era o da idolatria, no Novo, o pecado mais evidente é o da falta de fé.

A Maior de todas as tentações – Conforto
Para muitos a maior tentação pode ser a do sexo, do poder, da popularidade, da lascívia, mas tenho chegado à conclusão de que estar numa zona de conforto é sempre algo muito tentador para minha vida. Satanás ofereceu isto para Jesus, e ele não aceitou. Mas como o bem estar, o glamour de coisas boas, podem se tornar atraentes e sedutores.

A coisa mais interessante na vida – Bagunça
Esta foi a resposta de Eugene Peterson a um grupo de estudantes, quando lhe perguntaram sobre a coisa mais fascinante da vida, e ele, de forma quase irrefletida afirmou: caos. Ele afirma, que quando as coisas fogem ao nosso controle, o Deus que nos ama, está nos dando a oportunidade de olhar para coisas que normalmente não olharíamos quando a vida é estável.

O Maior risco da vida – Amargura
Tenho encontrado muitos pastores e líderes cristãos amargurados e perguntado: será que Deus nos chamou para chegarmos ao final de nossa vida, ressentidos e feridos, sentindo-nos vítimas de Deus, da sociedade, da igreja? Será que Deus nos chamou para um ministério de tristeza?
Erick Erickson afirma que só existem duas formas de envelhecermos: Com celebração ou com amargura e desistência. Decida pela primeira.

O Maior dos fracassos – Ser desqualificado
Paulo afirma em 1 Co 9.27: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a muitos, não seja eu mesmo desqualificado. O maior fracasso será chegarmos ao final e não termos a aprovação de Deus.

Processos na revitalização:

O apóstolo Paulo diz que orava para que os irmãos de Filipos aprovassem as coisas excelentes. (Fp 3.9-10). C. S. Lewis afirma que muito do desejo pelo belo e pelo estético que há na natureza humana tem a ver com o fato de que isto nos aponta para a beleza de Deus, como lemos nas Escrituras Sagradas, sobre “a beleza da santidade” de Deus.

Muitas vezes o anseio pela vida, pelo Sagrado e pelo Eterno, se esconde por trás de uma variedade de entretenimentos, barulhos e atividades. Buscamos substitutos para Deus em coisas e pessoas, para resolver o anseio espiritual e profundo, mas muitas vezes nos cansamos de nossos ídolos, ou substitutos do Deus verdadeiro e o desejo por Deus volta a ser mais intenso, mas estamos tão viciados em gastar tempo e dinheiro em busca de satisfação de nossos desejos que voltamos novamente aos ídolos que se encontram nos entretenimentos e confortos tão desejados.

Em João 5.1-9 Jesus pergunta ao paralitico.: “Queres ser curado?” 

Para nossa adequação, poderíamos perguntar: Você deseja a vida que jorra de Cristo? “Queres ser transformado?”

Partimos do pressuposto de que toda pessoa enferma quer ser transformada, mas será que isto é verdade? A doença, o pecado, a invalidez, de alguma forma parece ser conveniente. O paralitico, por exemplo, não responde a pergunta direta de Jesus, mas justifica seu estado de dependência. Ele se vê como vítima de um sistema que não lhe dá chance de sair deste ciclo de paralisia.

A verdade, é que, por não desejarmos mudança, ou por não encontrarmos poder para mudança, continuamos adoecidos. Parece que o Evangelho tem o poder de nos preparar para viver a eternidade, mas não para uma vida vitoriosa no tempo presente, experimentando as coisas excelentes que se encontram na vida de Cristo que nos foi aplicada pelo Espírito Santo. Continuamos a ter corações miseráveis, somos cônjuges autocentrados, usamos a raiva para intimidar as pessoas, estamos presos à luxúria, aos vícios, aos prazeres efêmeros da carne. Manipulamos e controlamos para conseguir o que queremos, estamos aprisionados pelos ídolos do coração e em laços de iniquidade, temos uma face pública para impressionar as pessoas e manter as aparências, mas nosso coração continua precisando de transformação profunda. O que há de errado em nosso discipulado? No processo de sermos realmente seguidores de Cristo?

Kent Carlson, no desafiador livro A Renovação da Igreja,  sugere determinados processos que podem nos ajudar, e sua orientação me ajudou muito:

Primeiro, Fique insatisfeito com sua insatisfação

“Ficamos satisfeitos com nossa insatisfação espiritual. Talvez estejamos lidando com o mesmo pecado que estávamos há décadas, mas, pelo menos, estamos frustrados com isto” e nos justificamos assim. 

A verdade, é que há uma questão crucial que chamamos de intencionalidade. Nós precisamos querer. Precisamos nos arrepender do nosso nominalismo evangélico para abraçar a vida do reino de Deus e experimentar a vitalidade que é comunicada pelo Espírito.

Segundo a transformação acontece nos detalhes específicos do coração

O problema é que, quando decidimos colocar todos os aspectos da vida sob o crivo da luz de Cristo, quando permitimos que a luz de Cristo ilumine os porões escuros de nossa alma, nos assustamos com a grandeza do nosso pecado. Quanto mais nos aproximamos de Cristo, mais percebemos a pequenez do coração, a mesquinharia, a magnitude daquilo que precisa ser mudado dentro de nós. Há tantas áreas precisando de reparos, que ao invés de olharmos de forma direta para o nosso mal, somos tentados a generalizar. “Perdoa a multidão de meus pecados”, ou “eu sei que sou um pecador”, mas nunca falamos para Deus qual é o nosso pecado.

Certamente é mais fácil admitir que sou pecador que declarar: “Sou um lascivo”, ou “sou um mentiroso”. O problema é se não considerar a especificidade do mal serei impedido de entrar em contato com ele. Nas generalizações ninguém cresce, mas todos nos escondemos, porque ninguém é exposto.

Somos realmente transformados quando intencionalmente escolhemos revelar os detalhes atormentadores. A verdadeira mudança acontece quando a confissão se torna invasiva.
Pecado precisa ser nomeado. Quanto mais genérico for a confissão menos efeito trará. Pecado tem nome, geografia, história. Muitas vezes com longa duração e influência em nossa vida.

Terceiro, Aja contraintuivamente

Ao entrarmos em contato com nossa natureza caída, e considerar nosso pecado, percebemos o quanto nossas atitudes são automáticas, na maioria das vezes sequer percebemos o mal que elas geram e quanto isto fere as pessoas e desagrada a Deus. Simplesmente fazemos porque sempre fizemos. Simples assim.

Não percebemos como a luxúria está presente nos olhares lascivos que temos. Não consideramos o quanto nosso mau humor é agressivo e ranzinza, não precisamos fazer esforço para nos irritarmos com o motorista que nos corta no trânsito. Nossa raiva faz parte da rotina da vida e reina absoluta em nossas atitudes.

Regra fundamental, mas transformadora:
“faça o oposto daquilo que você quer fazer”.

Se seu coração está sempre conduzindo você à depressão ou a ansiedade, se sua relação com dinheiro está sempre te afastando da generosidade, faça o oposto daquilo que sua natureza pecaminosa pede. A carne, os instintos, a natureza ávida e voraz não pode ser satisfeita, se eu quiser experimentar as coisas excelentes.

Se uma pessoa é controladora precisa se colocar em situações onde outra pessoa está no comando. A pessoa absorta em si mesma, precisa parar o que está fazendo e ouvir. O solitário precisa de relacionamentos. Os sociáveis precisam de solitude, e a pessoa sempre pronta a explodir precisa aprender a colocar sua agressividade explosiva sob controle.

“Uma atitude contraintuitiva nos leva para além dos limites da nossa zona de conforto e a um território não-familiar, onde somos mais dependentes de Deus” (Kent Carlson).

Quarto precisamos colocar nossa identidade no centro das forças

Devemos aprender a identificar quem somos no meio das batalhas. No meio da provação facilmente nos esquecemos que somos filhos amados, e questionamos o Pai amado se as coisas não estão mais sob controle. Esquecemos quem somos em Deus.

Quando Jesus sai do batismo, Deus afirma sua identidade: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo”. Deus queria lembrar a Jesus sua relação e identidade com o Pai, porque em seguida ele passaria pelo deserto. Da mesma forma, precisamos lembrar que o que nos define não é o que fazemos, nem o que dizem que somos, nem aquilo que acontece conosco, de bom ou de ruim, mas o que somos aos olhos de Deus.

“Formamos uma barreira que isola nosso lado obscuro. Odiamos nossos pecados, mas também os amamos. Queremos nos ver livres da luta, mas queremos permanecer nelas. Não as suportamos mas não podemos imaginar a vida sem elas. Momentos de raiva nos dão alguns momentos de liberdade, onde podemos ser incorrigíveis sem nos preocupar com o que os outros pensam. Quando estouramos em raiva, conseguimos o que queremos. A luxúria nos oferece satisfação sexual sem a inconveniência da intimidade. A correria nos faz sentir necessários e importantes. A preocupação sustenta nosso falso senso de controle. A mentira mantém nosso verdadeiro eu na obscuridade”(Kent Carlson).

Desta forma vamos construindo uma falsa identidade.

A incerteza nos mantém e nos solidifica como pessoas superficiais. Não entramos em contato com nosso mal. Precisamos do dinheiro para manter nossa falsa identidade; precisamos do poder, de sermos aceitos; precisamos da reputação e de tantos outros ídolos do coração, e nem sequer percebemos que estas coisas que amamos e queremos tanto são exatamente aquilo que cria em nós um falso ego e nos leva a perder a centralidade da vida que se encontra em Deus.

Precisamos descobrir que podemos lidar com passado com coragem e com nosso pecado com ousadia. Nossa reputação e valor encontram-se em Cristo. Nossa identidade está escondida nele. “Fomos sepultados na morte com ele”. Pelo seu sangue fomos colocados em outro patamar de sermos “sinceros e inculpáveis no Dia de Cristo”. (Fp 1.10). Só assim encontraremos a Vida que buscamos.

Quinto, a transformação pessoal traz implicações muito além das individuais

Isto é, quando Deus efetua uma transformação pessoal em nossa história, isto afeta todos os relacionamentos.

Certo homem era conhecido por sua ira. Ele explodia com as pessoas que amava, gritava com os motoristas na rua, estava sempre se metendo em dificuldades com seus colegas no trabalho, e então percebeu que isto estava atrapalhando seu crescimento espiritual, prejudicando sua família e trazendo desonra para o Evangelho. Procurou tratar da sua ira, tentando descobrir suas raízes mais profundas e Deus trouxe mudanças significativas para sua vida. Sua raiva diminuiu, ele não reagia de forma tão abrupta quanto antes e lidava com as crises com maior serenidade.

O que ele não esperava era o efeito que isto causaria na sua casa. Sua esposa e filhos haviam aprendido a conviver com uma pessoa raivosa e agora sua transformação estava afetando todo o sistema da casa. O casal percebeu que sem as crises de raiva, era possível tratar de questões matrimoniais não resolvidas, e os filhos estavam dormindo melhor, se tornaram mais calmos e confortáveis quando o ambiente era turbulento.

Sua mudança trouxe mudança ao seu redor.

A sua transformação pessoal estava provocando benéficos efeitos em toda a família.

Quando Deus muda a vida de uma pessoa, isto traz impacto nas pessoas de nossa convivência e passamos a experimentar as “coisas excelentes”, que estão interligadas ao evangelho.

Conclusão:
O Poder do Evangelho

Geralmente quando pensamos em transformações da alma, da família, da vocação, temos a tendência de concentrarmos os esforços naquilo que somos capazes de fazer. Mas o Evangelho não fala daquilo que o homem pode fazer, mas daquilo que Deus faz.

Sinclair Ferguson afirma: 

Deus pode mudar, qualquer pessoa, em qualquer circunstância, inclusive a mim mesmo”. 

Este é o grande milagre. Crer que a verdade de Deus é uma realidade transformadora para minha vida.

Guilherme Kerr Neto em uma de suas músicas afirma: 
“O que fazer, se o coração não consegue mais crer, o que sabe ser verdade”.

O processo da morte e da anti-vida se instala no Líder cristão, quando ele não mais é capaz de crer que o poder de Deus pode agir na sua vida.

Paulo faz uma pergunta intrigante em 2 Co 2.16: 

Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”

Como restaurar o coração frio, indiferente, incrédulo, desencorajado quando ele se instala? Quem pode fazer algo a respeito? Se sua resposta está na habilidade humana de reagir, de tomar novas resoluções, de efetuar mudança, de gerar vida, você ainda está se concentrando no “outro evangelho”, que na verdade não é outro, mas no “anti evangelho”. Isto é herético. A Bíblia não está interessada na auto ajuda, mas na ajuda do Alto. Tudo vem de Deus. Ele é o autor e consumador da fé (Hb 12.2).

Paulo, aparentemente faz a pergunta acima, e a esquece, para retomar o tema no capítulo seguinte:

Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).

Deus é aquele que dá vida a Adão, um simples amontoado de barro. Só ele pode nos restaurar.

Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas
o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2.7).

Somente Deus pode soprar o folego de vida em nós, nos vivificar, restaurar e revitalizar.

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