quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Atos 16 Como crescem as igrejas?



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Introdução:


O tema "crescimento de igreja" tem sido muito debatido nos últimos anos. Na década de 1980, estudiosos, encabeçados principalmente pelos teóricos do Fuller Theological Seminary em Pasadena-CA, com vários textos escritos por Peter Wagner começaram a provocar a discussão do assunto. Outros autores como Donald MacGravan e George Barna foram muito importantes neste debate.


Quando lemos neste texto a expressão “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At 16.4,5) ficamos nos perguntando Assim como? Quais os elementos que levavam a igreja ao seu fortalecimento e consequente crescimento?

Igreja deve ou não crescer?

Parece estranha esta questão, mas a verdade é que há muitas pessoas que se opõem ao crescimento da igreja. Alguns dos argumentos clássicos são:
a.     Igreja boa é igreja pequena
b.     Nós somos  uma igreja pequena mas temos saúde
c.     Eu gosto é de igreja pequena
d.    Não temos quantidade mas temos qualidade.

Muitas vezes a rejeição do crescimento da igreja não é algo explícito, mas velado. Outras vezes, o crescimento parece alguma coisa pecaminoso: “Se a igreja está crescendo alguma coisa deve estar errado...” isto não é dito, mas é pensado...

Por outro lado, encontramos aqueles que passam a idolatrar o crescimento e acreditando que a estatística é o alvo da igreja. Isto gera um crescimento sem discipulado, sem compromisso e a igreja incha com um sem número de pessoas que ainda não entenderam o que é ser discípulo de Cristo.

Assim, temos um grupo numerófobo e outro numerólatra. Os dois extremos devem ser evitados.

O segredo é observar nas Escrituras Sagradas como a igreja primitiva lidava com estas questões.

a.     A Bíblia registra o crescimento numérico como sinal de benção. Afinal, organismos saudáveis crescem e uma igreja  saudável também cresce. Uma pessoa de 18 anos que tem corpo de bebê não pode ser considerada saudável. Uma velha igreja estagnada, certamente precisa reconsiderar sua realidade.

b.     Em atos 2.41 a igreja registra que batizaram 3000 mil pessoas. A igreja estava atenta ao numero de pessoas que se filiavam a ela.

c.     Em At 4.4 lemos que a igreja dá um salto no seu número chegando a quase cinco mil.

d.    Em At 9.31 lemos: “A Igreja crescia em número”.

e.     Em At 11.21 vemos a alegria de Barnabé ao ver que “muitos, crendo, se converteram ao Senhor”.  

f.      Em At 16.5 lemos mais uma vez: “as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”.

Como interpretamos tudo isto?

Rick Warren, que se tornou pastor da maior igreja dos EUA, afirma que sua igreja mudou de local 68 vezes, porque ele não queria determinar o tamanho da igreja que Deus queria. Toda vez que a igreja chegava a 80% de sua capacidade de acolhimento, eles se mudavam para um lugar maior.

Na nossa igreja local (Presbiteriana Central de Anápolis), nunca tivemos obsessão em ter grande número de membros. Crescimento é desejado, mas não a qualquer custo. Celebramos cada novo membro na comunidade, mas não  planejamos ser uma grande igreja. (Atualmente estamos com cerca de 1100 membros). Um dos nossos presbíteros sempre afirma que “a melhor reunião do conselho da igreja é aquela quando se recebe os novos membros, afinal, é nela que vemos de forma concreta a graça de Deus ao nos dar uma colheita abundante”.

Deus na sua infinita misericórdia tem trazido as pessoas que ele mesmo deseja que estejam conosco para que desenvolvam seu discipulado. Desde 2003 nunca deixamos de receber menos de 60 novos membros por ano. Naturalmente muitos destes eventualmente se mudam da cidade, se transferem para outras comunidades ou, infelizmente, se afastam da comunhão. A nossa denominação determina que depois de um ano de afastado da comunhão, a pessoa seja colocada num rol de membros à parte e depois de dois anos, seja excluída do rol do membro, sem disciplina. Processo natural de afastamento, afinal, não somos nós quem as excluímos, mas elas mesmas tomam esta decisão.
Não estamos interessados em ter membros apenas para figurar na lista de membros, mas queremos pessoas que realmente desejam cuidar e ter compromisso com sua comunidade.

Hoje queremos refletir sobre a afirmação: expressão do texto que diz: “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At 16.4,5). O “assim”, nos interessa. O que acontecia na igreja primitiva que gerava seu crescimento numérico. Quais eram os fatores ou causas, que estavam por detrás desta igreja que avançava.

1.     Igrejas crescem naturalmente quando seus membros gozam de bom testemunho.

Veja o exemplo de Timóteo:
“Chegou a Derbe e depois a Listra, onde vivia um discípulo chamado Timóteo. Sua mãe era uma judia convertida e seu pai era grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele.” (At 16.1,2).

Quando Paulo chegou a Listra (atualmente Turquia), havia um jovem na comunidade que se tornaria um dos grandes lideres da igreja primitiva. Seu nome era Timóteo, filho de uma judia convertida e pai grego (não sabemos se ele era crente ou não). O fato é que as pessoas falavam bem dele. Seu testemunho se tornou marcante na cidade.

Uma igreja é saudável cresce espontaneamente quando seus membros são amigáveis, simpáticos e íntegros. Testemunho é o cerne de uma igreja com saúde. As pessoas são atraídas à igreja quando a igreja possui membros que são “atraentes”. Igrejas com fraco testemunho não atraem os perdidos. At 2.47 registra que a igreja contava com a simpatia de todo o povo, enquanto isto, acrescentava-se-lhes o Senhor, dia a dia os que iam sendo salvos. Uma igreja com bom testemunho, atrai as pessoas.

2.     Igrejas crescem quando possuem sensibilidade cultural - Paulo, querendo levá-lo na viagem, circuncidou-o por causa dos judeus que viviam naquela região, pois todos sabiam que seu pai era grego”(At 16.3).

Paulo decide levar o jovem Timóteo consigo, mas pede que ele se circuncide. Sua atitude parece estranha, porque ele estava fazendo o oposto do que a igreja primitiva havia recomendado. A igreja de Jerusalém em Atos 15 afirmou que circuncisão não era algo importante para o desenvolvimento de uma vida de seguidor de Cristo. Então, por que Paulo fez isto?

A explicação natural é que ele não queria que o fato de Timóteo não ser circuncidado, se tornasse uma barreira na comunicação do evangelho aos judeus tradicionais. A circuncisão não era importante, mas as pessoas eram. Muitas vezes a Bíblia é relevante, nós é que não somos.

Existem determinadas atitudes que em si mesmas, não são certas ou erradas, mas que podem dificultar a assimilação do evangelho. É necessidade ter sensibilidade para aqueles que ouvem a palavra, e se identificar com sua cultura.

Paulo critica as mulheres de Corinto porque não usavam véus (1 Co 11.5,10). Ao ler o texto não somos levados a indagar qual a relevância do véu? Isto era realmente  importante, porque para nós parece algo inócuo. Por que então Paulo insiste em que usem o véu? Por uma razão simples. Véu era importante parte da vestimenta feminina na cultura de Corinto, embora não seja na nossa. Naqueles dias, apenas as mulheres de vida duvidosa ousavam andar seu véu. Então, se as mulheres da igreja decidissem andar sem véu, algo que para a fé cristã é insignificante, elas agrediriam sua cultura e sociedade, impedindo as pessoas a se aproximarem de Cristo.

3.     Igrejas crescem quando estão pensando na mesma direção  – “Nas cidades por onde passavam, transmitiam as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém, para que fossem obedecidas. Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At 16.4,5).

A Igreja primitiva estava alinhada nas suas convicções, e isto era importante para seu desenvolvimento e missão. Por todos os lugares que passavam, Paulo e Barnabé transmitiam as decisões, uma forma de demonstrar coesão e unidade de pensamento. Um dos problemas comuns na vida da igreja é sua incapacidade de harmonização de projetos e ideias. Se numa igreja temos muitas pessoas pensando de forma diferente sobre sua doutrina e missão, certamente enfrentará grandes conflitos. Muitas vezes vemos igreja sem uma clara linha de pensamento, defendendo que cada um diga o que pensa e faça como quiser. Esta pluralidade pode ser no campo da teologia e dos planos da igreja, mas o resultado não é bom. A igreja não tem unidade e uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. O mesmo se dá em relação aos projetos.

Paulo exorta aos Coríntios: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis a mesma coisa e que não haja entre vós divisões, antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer (1 Co 1.10). Veja quantas vezes os termos “mesma” e “mesmo” surgem no versículo.

Quando você tem na igreja grupos de pessoas que insistem em seus projetos pessoais, sem levar em conta a unidade da igreja, isto pode se tornar um sério problema. O texto de Atos 16 possui um encadeamento natural. Eles comunicavam as decisões, e “assim as igrejas eram fortalecidas na fé”. Assim como? Caminhando na mesma direção e propósito. Não pulverizando sua compreensão teológica e aliada aos mesmos princípios e valores.

4.     Igrejas crescem quando são fortes na fé -  Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At 16.4,5).

Como vimos em Atos 2.47, crescimento no livro de Atos parece algo orgânico, espontâneo e natural: “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-se-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47).

Não parece um crescimento natural? O foco não era o crescimento, mas o crescimento era a consequência.

Organismos vivos saudáveis nascem, se reproduzem, nutrem, crescem, possuem um ciclo de vida harmônico e são adaptadas ao seu meio ambiente. Assim também é a igreja, corpo vivo de Cristo. O natural e o normal é que as pessoas sejam atraídas a Deus na medida em que a igreja possui uma espiritualidade saudável, fortalecidas na fé em Jesus. Um cristianismo atraente, marcado pela presença do Espírito Santo, atrai pecadores e traz vida.

Organismos fracos ou deficientes, com distúrbios evidentes, não terão desenvolvimento saudável.

5.     Igrejas crescem quando sensíveis à direção do Espírito Santo – “Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. Então, contornaram a Mísia e desceram a Trôade” (At 16.6-8).

Esta questão é muito sensível porque é subjetiva. Como entender a vontade de Deus? Como saber em que direção Deus deseja que caminhemos? Pelo texto percebemos que a igreja nem sempre tinha a direção certa, mas sempre era capaz de mudar a rota, sempre que entendia que Deus estava dando outra direção.

Algumas vezes Deus desorganiza a agenda da igreja. Uma leitura clara deste texto nos mostra isto. Eles tentaram ir para a Bitinia, mas o Espírito Santo não permitiu, tentaram ir para a Ásia, mas o Espírito impediu. Por que? Certamente dentro de seus sábios propósitos, Deus não permitiu que o projeto missionário avançasse naquela direção naquele tempo. Deus tinha uma agenda diferente e felizmente Paulo e seus companheiros entenderam isto. Queriam ir para a Ásia, Deus não deixou. Alguma coisa errada com a Ásia? Não! Simplesmente o plano de Deus é que a igreja fosse para a Europa. Isto se torna claro no texto abaixo:

“Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: "Passe à Macedônia e ajude-nos". Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho” (At 16.9-10).

Faz parte do plano de Deus dar direção à sua igreja e quando a igreja insiste em ir na direção errada o resultado são investimentos, tempo e talentos desperdiçados. A igreja primitiva era muito aberta à liderança do Espírito Santo; em toda a expansão evangelística registrada em Atos, O Espírito é o elemento motivador e energizante.


Algumas vezes quem impede a obra missionária é Satanás. “Por isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho” (1 Ts 2.18). Como saber se é Deus ou o diabo quem está impedindo? Só estando sensível ao Espírito de Deus seremos capazes de discernir o que se encontra por detrás de cada ação. Em nenhuma destas circunstâncias, porém, devemos ultrapassar. Uma, porque Deus, quem nos direciona é que está dando o rumo, na segunda, porque determinadas barreiras espirituais não serão ultrapassadas enquanto Deus não destruir as defesas das trevas para que a igreja tenha livre acesso. Paulo queria ir, mas o diabo lhe barrou, e ele não conseguiu.

Deus estava dando uma direção para a Europa. Paulo agora tem esta visão, e, conclui que Deus “nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho”, e em seguida navegam para Filipos, onde o cristianismo fincaria suas raízes.

6.     Igrejas crescem quando priorizam a oração – “No sábado saímos da cidade e fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração” (At 16.13).

Paulo, Silas e Timóteo estavam naquela cidade por causa da orientação divina. Deus os havia enviado para aquele campo e eles precisavam orar, para saber que métodos adotar e que estratégia deveriam seguir. Sabiam que o ministério exigiria deles vida de submissão e devoção. Oração era um ingrediente essencial para realizar a obra, num continente diferente de cultura e língua diferente. E embora já estivessem ali por alguns dias, o primeiro ato que o texto relata é a busca por um lugar onde pudessem se consagrar à oração. Assim os vemos saindo da cidade para orar, mas a oportunidade de pregação também, estaria naquele lugar para onde se dirigiram. Ali ocorre a primeira conversão na Europa, Lídia, uma empresária de Tiatira que estava em Filipos, onde ela havia fixado residência por causa de sua atividade comercial.

Quando se dispõem a orar, Deus se dispõe a fazer.
Logo em seguida veremos que outro relato da intervenção sobrenatural de Deus se dará quando saem para orar. "Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de um espírito adivinhador" (At 16.16). 

Em At 16.13 quando saem para orar, Deus traz conversão ao coração de Lidia.
Em At 16.16 quando novamente se dirigem para o lugar de oração, novamente vemos Deus operando, neste caso, trazendo libertação a uma moça cuja vida era dominada pelo diabo. 

A oração abre as portas da evangelização. A oração abre as portas para libertar almas debaixo do controle das trevas. A verdade é que, quando fazemos, nós fazemos, mas quando oramos, Deus faz por nós.

7.     Igrejas crescem quando aproveitam as oportunidades que Deus dá“Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que se haviam reunido ali. Uma das que ouviam era uma mulher temente a Deus chamada Lídia, vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo”. (At 16.13-14).

A Evangelização foi algo natural e espontâneo, conforme observamos no texto. Foram para aquele lugar fora da cidade para orar, ali se assentaram, nada era formal, ninguém ficou de pé, gritando e esbravejando, ninguém estava usando paletó ou terno, a evangelização ocorre através do diálogo e da conversa.

Michael Green, descreveu doze teses sobre como a Igreja Primitiva de Atos dos Apóstolos fazia para evangelizar (Michael Green, em A missão da igreja no mundo de hoje, ABU, p. 56-7). Eis algumas delas:

i. A igreja primitiva fez da evangelização sua meta prioritária.

ii. Na igreja primitiva esperava-se que cada pessoa fosse uma testemunha de Cristo.

iii. Na igreja primitiva construções não tinham importância.

iv. Na igreja primitiva, a evangelização era um "bate-papo" espontâneo e natural sobre as boas novas.

v. Na igreja primitiva, a política adotada era ir ao encontro das pessoas, onde elas estivessem, e fazer discípulos entre elas.

Observe a espontaneidade da ação evangelística. Era uma conversa, informal, aberta, que transcendia a barreira da estrita moralidade de então que impedia homens e mulheres de conversarem em lugares públicos. O evangelho simplesmente fluiu, e logo vemos as pessoas sendo alcançadas pelo poder do evangelho. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo”. Nós pregamos, mas a salvação é ato exclusivo do Espírito Santo. Os homens só podem crer se Deus abrir seu coração para crer. Por isto é que conversão é obra exclusiva do Espírito Santo. Ele é quem nos convence do pecado, do juízo e da justiça (Jo 16.8). Esta é a razão pela qual muitos não se converterem. Se o Espírito não fizer, não há conversão.

Conta-se que certa vez Moody encontrou um bêbado que lhe disse: “pastor, foi o senhor me converteu alguns anos atrás”. E ele respondeu: “Ah! Tenho certeza que fui eu sim, porque se fosse o Espírito Santo você não estará nestas condições”.

8.     Igrejas crescem quando os novos convertidos são naturalmente inseridos na nova comunidade – “Tendo sido batizada, bem como os de sua casa, ela nos convidou, dizendo: Se os senhores me consideram uma crente no Senhor, venham ficar em minha casa. E nos convenceu” (At 16.15).

Lídia se converteu e a seguir, foi batizada. E não batizou sozinha. Trouxe seus filhos para selarem seu compromisso com Jesus e receberem o sacramento. Toda a família aos pés do Senhor. Toda família se vinculando à igreja local. Não consigo entender como alguém afirma ser convertido e fica em dúvida sobre o batismo e seu compromisso com a igreja local. Se entendemos o evangelho, queremos obedecer seus mandamentos e estamos interessados em ver o avanço do reino na terra. Por isto, fazer parte de uma comunidade torna-se o processo natural e imediato de alguém que já recebeu a salvação em Jesus.

9.     Igrejas crescem quando os novos convertidos abrem seus lares para acolher – “...ela nos convidou, dizendo: Se os senhores me consideram uma crente no Senhor, venham ficar em minha casa”.

Sua casa, a partir de agora, torna-se lugar para acolher aqueles que criam no mesmo evangelho. Lares abertos a Jesus são um sinal evidente de transformação.

Quando os lares se transformam em templos e em lugares de acolhimento, o evangelho tem um poder impactante sobre a cidade. Igrejas crescem quando famílias abrem seus lares para que penetre em suas estruturas domésticas. O evangelho transforma a dinâmica da casa. Gente nova, novos temas, reflexão sobre o evangelho e sobre a palavra, oração, louvores.

Muitas vezes o evangelho não tem facilidade para entrar em determinados condomínios, empresas, lugares herméticos, mas quando os cristãos abrem suas casas, e recebem a acolhem sua mensagem dentro dela, o poder do evangelho se amplia e espalha.

Assim aconteceu com Lídia. Agora convertida, abre sua casa. Seu convite é extremamente humilde. Ela entendia que a aceitação deles seria sinal de que ela realmente já pertencia ao Senhor Jesus. Ela havia saído para ir à beira do rio, talvez para lavar roupas, o quem sabe para vender suas mercadorias porque ali as mulheres se reuniam. E retorna para sua casa, transformada pela poderosa mensagem do evangelho.

Conclusão
Igrejas não crescem por causa de marketing, propaganda ou estratégia. Os princípios que analisamos acima demonstram como as igrejas florescem e são dinamizadas.

Uma observação: o fato de uma igreja fazer todas estas coisas acima não é garantia de que “tais métodos”, redundarão em resultados numéricos. A Bíblia não nos dá métodos, mas nos dá princípios, e não adianta tentar transformar princípios em fórmulas mágicas. Não temos aqui 9 passos para o crescimento de igreja, mesmo porque, quem dá a vida é o Senhor. O crescimento de uma semente é um mistério assim como é o crescimento de uma igreja.

Assim nos ensinou Jesus: “E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como”. (Mc 4.26-27). O homem lança a semente e vai dormir. Ele não sabe como ele germina, como acontece seu processo e nem fica ansioso com seu crescimento. Há um mistério no florescer da semente. É uma obra sobrenatural, misteriosa, a semente brota e cresce, sem que saibamos como. Assim se dá com o semeador, o homem de fé, que prega a boa semente, que é a Palavra de Deus, emprega os princípios da Palavra de Deus e com fé aguarda que Ele traga colheita abundante.

Assim é o Reino de Deus.

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