Introdução:
O tema "crescimento de
igreja" tem sido muito debatido nos últimos anos. Na
década de 1980, estudiosos, encabeçados principalmente pelos teóricos do
Fuller Theological Seminary em Pasadena-CA, com vários textos escritos por
Peter Wagner começaram a provocar a discussão do assunto. Outros autores como
Donald MacGravan e George Barna foram muito importantes neste debate.
Quando lemos neste texto a expressão “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At 16.4,5) ficamos nos perguntando Assim como? Quais os elementos que levavam a igreja ao seu fortalecimento e consequente crescimento?
Igreja deve ou não crescer?
Parece estranha esta questão, mas
a verdade é que há muitas pessoas que se opõem ao crescimento da igreja. Alguns
dos argumentos clássicos são:
a. Igreja boa é igreja pequena
b. Nós somos uma igreja pequena mas temos saúde
c. Eu gosto é de igreja pequena
d. Não temos quantidade mas temos
qualidade.
Muitas vezes a rejeição do crescimento
da igreja não é algo explícito, mas velado. Outras vezes, o crescimento parece
alguma coisa pecaminoso: “Se a igreja está crescendo alguma coisa deve estar
errado...” isto não é dito, mas é pensado...
Por outro lado, encontramos
aqueles que passam a idolatrar o crescimento e acreditando que a estatística é
o alvo da igreja. Isto gera um crescimento sem discipulado, sem compromisso e a
igreja incha com um sem número de pessoas que ainda não entenderam o que é ser discípulo
de Cristo.
Assim, temos um grupo numerófobo
e outro numerólatra. Os dois extremos devem ser evitados.
O segredo é observar nas
Escrituras Sagradas como a igreja primitiva lidava com estas questões.
a. A Bíblia registra o crescimento
numérico como sinal de benção. Afinal, organismos saudáveis crescem e uma igreja saudável também cresce. Uma pessoa de 18 anos
que tem corpo de bebê não pode ser considerada saudável. Uma velha igreja
estagnada, certamente precisa reconsiderar sua realidade.
b. Em atos 2.41 a igreja registra
que batizaram 3000 mil pessoas. A igreja estava atenta ao numero de pessoas que
se filiavam a ela.
c. Em At 4.4 lemos que a igreja dá
um salto no seu número chegando a quase cinco mil.
d. Em At 9.31 lemos: “A Igreja crescia em número”.
e. Em At 11.21 vemos a alegria de
Barnabé ao ver que “muitos, crendo, se
converteram ao Senhor”.
f. Em At 16.5 lemos mais uma vez: “as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em
número cada dia”.
Como interpretamos tudo isto?
Rick Warren, que se tornou pastor
da maior igreja dos EUA, afirma que sua igreja mudou de local 68 vezes, porque
ele não queria determinar o tamanho da igreja que Deus queria. Toda vez que a
igreja chegava a 80% de sua capacidade de acolhimento, eles se mudavam para um
lugar maior.
Na nossa igreja local (Presbiteriana
Central de Anápolis), nunca tivemos obsessão em ter grande número de membros.
Crescimento é desejado, mas não a qualquer custo. Celebramos cada novo membro
na comunidade, mas não planejamos ser
uma grande igreja. (Atualmente estamos com cerca de 1100 membros). Um dos
nossos presbíteros sempre afirma que “a melhor reunião do conselho da igreja é
aquela quando se recebe os novos membros, afinal, é nela que vemos de forma
concreta a graça de Deus ao nos dar uma colheita abundante”.
Deus na sua infinita misericórdia
tem trazido as pessoas que ele mesmo deseja que estejam conosco para que desenvolvam
seu discipulado. Desde 2003 nunca deixamos de receber menos de 60 novos membros
por ano. Naturalmente muitos destes eventualmente se mudam da cidade, se
transferem para outras comunidades ou, infelizmente, se afastam da comunhão. A
nossa denominação determina que depois
de um ano de afastado da comunhão, a pessoa seja colocada num rol de membros à
parte e depois de dois anos, seja excluída do rol do membro, sem disciplina. Processo
natural de afastamento, afinal, não somos nós quem as excluímos, mas elas
mesmas tomam esta decisão.
Não estamos interessados em ter
membros apenas para figurar na lista de membros, mas queremos pessoas que realmente
desejam cuidar e ter compromisso com sua comunidade.
Hoje queremos refletir sobre a
afirmação: expressão do texto que diz: “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em
número cada dia”(At 16.4,5). O “assim”, nos interessa. O que
acontecia na igreja primitiva que gerava seu crescimento numérico. Quais eram
os fatores ou causas, que estavam por detrás desta igreja que avançava.
1. Igrejas crescem naturalmente quando seus membros
gozam de bom testemunho.
Veja o
exemplo de Timóteo:
“Chegou a Derbe e depois a Listra, onde vivia um
discípulo chamado Timóteo. Sua mãe era uma judia convertida e seu pai era
grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam
bom testemunho dele.” (At 16.1,2).
Quando Paulo chegou a
Listra (atualmente Turquia), havia um jovem na comunidade que se tornaria um
dos grandes lideres da igreja primitiva. Seu nome era Timóteo, filho de uma
judia convertida e pai grego (não sabemos se ele era crente ou não). O fato é
que as pessoas falavam bem dele. Seu testemunho se tornou marcante na cidade.
Uma igreja é saudável cresce
espontaneamente quando seus membros são amigáveis, simpáticos e íntegros.
Testemunho é o cerne de uma igreja com saúde. As pessoas são atraídas à igreja
quando a igreja possui membros que são “atraentes”. Igrejas com fraco
testemunho não atraem os perdidos. At 2.47 registra que a igreja contava com a
simpatia de todo o povo, enquanto isto,
acrescentava-se-lhes o Senhor, dia a dia os que iam sendo salvos. Uma
igreja com bom testemunho, atrai as pessoas.
2. Igrejas crescem quando possuem sensibilidade cultural - “Paulo, querendo levá-lo na
viagem, circuncidou-o por causa dos judeus que viviam naquela região, pois
todos sabiam que seu pai era grego”(At 16.3).
Paulo
decide levar o jovem Timóteo consigo, mas pede que ele se circuncide. Sua
atitude parece estranha, porque ele estava fazendo o oposto do que a igreja
primitiva havia recomendado. A igreja de Jerusalém em Atos 15 afirmou que
circuncisão não era algo importante para o desenvolvimento de uma vida de
seguidor de Cristo. Então, por que Paulo fez isto?
A
explicação natural é que ele não queria que o fato de Timóteo não ser
circuncidado, se tornasse uma barreira na comunicação do evangelho aos judeus
tradicionais. A circuncisão não era importante, mas as pessoas eram. Muitas
vezes a Bíblia é relevante, nós é que não somos.
Existem
determinadas atitudes que em si mesmas, não são certas ou erradas, mas que
podem dificultar a assimilação do evangelho. É necessidade ter sensibilidade
para aqueles que ouvem a palavra, e se identificar com sua cultura.
Paulo
critica as mulheres de Corinto porque não usavam véus (1 Co 11.5,10). Ao ler o
texto não somos levados a indagar qual a relevância do véu? Isto era realmente importante, porque para nós parece algo
inócuo. Por que então Paulo insiste em que usem o véu? Por uma razão simples.
Véu era importante parte da vestimenta feminina na cultura de Corinto, embora
não seja na nossa. Naqueles dias, apenas as mulheres de vida duvidosa ousavam
andar seu véu. Então, se as mulheres da igreja decidissem andar sem véu, algo
que para a fé cristã é insignificante, elas agrediriam sua cultura e sociedade,
impedindo as pessoas a se aproximarem de Cristo.
3. Igrejas crescem quando estão pensando na mesma direção – “Nas
cidades por onde passavam, transmitiam as decisões tomadas pelos apóstolos e
presbíteros em Jerusalém, para que
fossem obedecidas. Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At
16.4,5).
A Igreja primitiva estava
alinhada nas suas convicções, e isto era importante para seu desenvolvimento e
missão. Por todos os lugares que passavam, Paulo e Barnabé transmitiam as
decisões, uma forma de demonstrar coesão e unidade de pensamento. Um dos
problemas comuns na vida da igreja é sua incapacidade de harmonização de projetos
e ideias. Se numa igreja temos muitas pessoas pensando de forma diferente sobre
sua doutrina e missão, certamente enfrentará grandes conflitos. Muitas vezes
vemos igreja sem uma clara linha de pensamento, defendendo que cada um diga o
que pensa e faça como quiser. Esta pluralidade pode ser no campo da teologia e
dos planos da igreja, mas o resultado não é bom. A igreja não tem unidade e uma
casa dividida contra si mesma não subsistirá. O mesmo se dá em relação aos
projetos.
Paulo
exorta aos Coríntios: “Rogo-vos, irmãos,
pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis a mesma coisa e que não haja entre vós divisões, antes,
sejais inteiramente unidos, na mesma
disposição mental e no mesmo parecer”
(1 Co 1.10). Veja quantas vezes os termos “mesma” e “mesmo” surgem no versículo.
Quando
você tem na igreja grupos de pessoas que insistem em seus projetos pessoais,
sem levar em conta a unidade da igreja, isto pode se tornar um sério problema. O
texto de Atos 16 possui um encadeamento natural. Eles comunicavam as decisões,
e “assim as igrejas eram fortalecidas na
fé”. Assim como? Caminhando na mesma direção e propósito. Não pulverizando
sua compreensão teológica e aliada aos mesmos princípios e valores.
4. Igrejas crescem quando são fortes na fé - Assim
as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número cada dia”(At
16.4,5).
Como vimos
em Atos 2.47, crescimento no livro de Atos parece algo orgânico, espontâneo e
natural: “Louvando a Deus e contando com
a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,
acrescentava-se-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At
2.47).
Não parece
um crescimento natural? O foco não era o crescimento, mas o crescimento era a
consequência.
Organismos
vivos saudáveis nascem, se reproduzem, nutrem, crescem, possuem um ciclo de
vida harmônico e são adaptadas ao seu meio ambiente. Assim também é a igreja,
corpo vivo de Cristo. O natural e o normal é que as pessoas sejam atraídas a
Deus na medida em que a igreja possui uma espiritualidade saudável, fortalecidas
na fé em Jesus. Um cristianismo atraente, marcado pela presença do Espírito
Santo, atrai pecadores e traz vida.
Organismos
fracos ou deficientes, com distúrbios evidentes, não terão desenvolvimento
saudável.
5. Igrejas crescem quando sensíveis à direção do
Espírito Santo – “Paulo e
seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido
impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando chegaram à fronteira da
Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. Então,
contornaram a Mísia e desceram a Trôade” (At
16.6-8).
Esta
questão é muito sensível porque é subjetiva. Como entender a vontade de Deus?
Como saber em que direção Deus deseja que caminhemos? Pelo texto percebemos que
a igreja nem sempre tinha a direção certa, mas sempre era capaz de mudar a
rota, sempre que entendia que Deus estava dando outra direção.
Algumas
vezes Deus desorganiza a agenda da igreja. Uma leitura clara deste texto nos
mostra isto. Eles tentaram ir para a Bitinia, mas o Espírito Santo não
permitiu, tentaram ir para a Ásia, mas o Espírito impediu. Por que? Certamente
dentro de seus sábios propósitos, Deus não permitiu que o projeto missionário
avançasse naquela direção naquele tempo. Deus tinha uma agenda diferente e
felizmente Paulo e seus companheiros entenderam isto. Queriam ir para a Ásia, Deus
não deixou. Alguma coisa errada com a Ásia? Não! Simplesmente o plano de Deus é
que a igreja fosse para a Europa. Isto se torna claro no texto abaixo:
“Durante a
noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe
suplicava: "Passe à Macedônia e ajude-nos". Depois que Paulo teve essa visão,
preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus
nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho” (At
16.9-10).
Faz parte do plano de Deus dar direção à sua
igreja e quando a igreja insiste em ir na direção errada o resultado são investimentos,
tempo e talentos desperdiçados. A igreja primitiva era muito aberta à
liderança do Espírito Santo; em toda a expansão evangelística registrada em
Atos, O Espírito é o elemento motivador e energizante.
Algumas vezes
quem impede a obra missionária é Satanás. “Por
isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas
duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho” (1 Ts 2.18). Como saber se é
Deus ou o diabo quem está impedindo? Só estando sensível ao Espírito de Deus
seremos capazes de discernir o que se encontra por detrás de cada ação. Em
nenhuma destas circunstâncias, porém, devemos ultrapassar. Uma, porque Deus,
quem nos direciona é que está dando o rumo, na segunda, porque determinadas
barreiras espirituais não serão ultrapassadas enquanto Deus não destruir as
defesas das trevas para que a igreja tenha livre acesso. Paulo queria ir, mas o
diabo lhe barrou, e ele não conseguiu.
Deus estava dando uma direção para a Europa.
Paulo agora tem esta visão, e, conclui que Deus “nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho”, e em seguida
navegam para Filipos, onde o cristianismo fincaria suas raízes.
6. Igrejas crescem quando priorizam a oração – “No sábado saímos da cidade e fomos para a
beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração” (At 16.13).
Paulo,
Silas e Timóteo estavam naquela cidade por causa da orientação divina. Deus os
havia enviado para aquele campo e eles precisavam orar, para saber que métodos
adotar e que estratégia deveriam seguir. Sabiam que o ministério exigiria deles
vida de submissão e devoção. Oração era um ingrediente essencial para realizar
a obra, num continente diferente de cultura e língua diferente. E embora já
estivessem ali por alguns dias, o primeiro ato que o texto relata é a busca por
um lugar onde pudessem se consagrar à oração. Assim os vemos saindo da cidade
para orar, mas a oportunidade de pregação também, estaria naquele lugar para
onde se dirigiram. Ali ocorre a primeira conversão na Europa, Lídia, uma empresária
de Tiatira que estava em Filipos, onde ela havia fixado residência por causa de
sua atividade comercial.
Quando se dispõem a orar, Deus se dispõe a fazer.
Logo em seguida veremos que outro relato da intervenção sobrenatural de Deus se dará quando saem para orar. "Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de um espírito adivinhador" (At 16.16).
Em At 16.13 quando saem para orar, Deus traz conversão ao coração de Lidia.
Em At 16.16 quando novamente se dirigem para o lugar de oração, novamente vemos Deus operando, neste caso, trazendo libertação a uma moça cuja vida era dominada pelo diabo.
Quando se dispõem a orar, Deus se dispõe a fazer.
Logo em seguida veremos que outro relato da intervenção sobrenatural de Deus se dará quando saem para orar. "Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de um espírito adivinhador" (At 16.16).
Em At 16.13 quando saem para orar, Deus traz conversão ao coração de Lidia.
Em At 16.16 quando novamente se dirigem para o lugar de oração, novamente vemos Deus operando, neste caso, trazendo libertação a uma moça cuja vida era dominada pelo diabo.
A oração
abre as portas da evangelização. A oração abre as portas para libertar almas debaixo do controle das trevas. A verdade é que, quando fazemos, nós fazemos,
mas quando oramos, Deus faz por nós.
7. Igrejas crescem quando aproveitam as
oportunidades que Deus dá – “Sentamo-nos
e começamos a conversar com as mulheres que se haviam reunido ali. Uma das que ouviam era uma mulher
temente a Deus chamada Lídia, vendedora de tecido de púrpura, da cidade de
Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo”. (At
16.13-14).
A
Evangelização foi algo natural e espontâneo, conforme observamos no texto.
Foram para aquele lugar fora da cidade para orar, ali se assentaram, nada era formal,
ninguém ficou de pé, gritando e esbravejando, ninguém estava usando paletó ou
terno, a evangelização ocorre através do diálogo e da conversa.
Michael Green,
descreveu doze
teses sobre como a Igreja Primitiva de Atos dos Apóstolos fazia para
evangelizar (Michael Green, em A missão
da igreja no mundo de hoje, ABU, p. 56-7). Eis algumas delas:
i. A igreja primitiva fez da evangelização
sua meta prioritária.
ii. Na igreja primitiva esperava-se que
cada pessoa fosse uma testemunha de Cristo.
iii. Na igreja primitiva construções não
tinham importância.
iv. Na igreja primitiva, a evangelização
era um "bate-papo" espontâneo e natural sobre as boas novas.
v. Na igreja primitiva, a política adotada
era ir ao encontro das pessoas, onde elas estivessem, e fazer discípulos entre
elas.
Observe a espontaneidade da ação evangelística. Era uma
conversa, informal, aberta, que transcendia a barreira da estrita moralidade de
então que impedia homens e mulheres de conversarem em lugares públicos. O
evangelho simplesmente fluiu, e logo vemos as pessoas sendo alcançadas pelo
poder do evangelho. O Senhor
abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo”. Nós
pregamos, mas a salvação é ato exclusivo do Espírito Santo. Os homens só podem crer
se Deus abrir seu coração para crer. Por isto é que conversão é obra exclusiva
do Espírito Santo. Ele é quem nos convence do pecado, do juízo e da justiça (Jo
16.8). Esta é a razão pela qual muitos não se converterem. Se o Espírito não
fizer, não há conversão.
Conta-se que certa vez Moody encontrou um bêbado
que lhe disse: “pastor, foi o senhor me converteu alguns anos atrás”. E ele
respondeu: “Ah! Tenho certeza que fui eu sim, porque se fosse o Espírito Santo
você não estará nestas condições”.
8. Igrejas crescem quando os novos convertidos são naturalmente
inseridos na nova comunidade – “Tendo sido batizada, bem como os de sua casa, ela nos convidou,
dizendo: Se os senhores me consideram uma crente no Senhor, venham ficar em
minha casa. E nos convenceu” (At 16.15).
Lídia se
converteu e a seguir, foi batizada. E não batizou sozinha. Trouxe seus filhos
para selarem seu compromisso com Jesus e receberem o sacramento. Toda a família
aos pés do Senhor. Toda família se vinculando à igreja local. Não consigo
entender como alguém afirma ser convertido e fica em dúvida sobre o batismo e
seu compromisso com a igreja local. Se entendemos o evangelho, queremos
obedecer seus mandamentos e estamos interessados em ver o avanço do reino na
terra. Por isto, fazer parte de uma comunidade torna-se o processo natural e
imediato de alguém que já recebeu a salvação em Jesus.
9.
Igrejas crescem
quando os novos convertidos abrem seus lares para acolher – “...ela nos convidou, dizendo: Se os senhores me
consideram uma crente no Senhor, venham ficar em minha casa”.
Sua casa,
a partir de agora, torna-se lugar para acolher aqueles que criam no mesmo
evangelho. Lares abertos a Jesus são um sinal evidente de transformação.
Quando os
lares se transformam em templos e em lugares de acolhimento, o evangelho tem um
poder impactante sobre a cidade. Igrejas crescem quando famílias abrem seus
lares para que penetre em suas estruturas domésticas. O evangelho transforma a
dinâmica da casa. Gente nova, novos temas, reflexão sobre o evangelho e sobre a
palavra, oração, louvores.
Muitas
vezes o evangelho não tem facilidade para entrar em determinados condomínios,
empresas, lugares herméticos, mas quando os cristãos abrem suas casas, e
recebem a acolhem sua mensagem dentro dela, o poder do evangelho se amplia e
espalha.
Assim
aconteceu com Lídia. Agora convertida, abre sua casa. Seu convite é
extremamente humilde. Ela entendia que a aceitação deles seria sinal de que ela
realmente já pertencia ao Senhor Jesus. Ela havia saído para ir à beira do rio,
talvez para lavar roupas, o quem sabe para vender suas mercadorias porque ali as
mulheres se reuniam. E retorna para sua casa, transformada pela poderosa
mensagem do evangelho.
Conclusão
Igrejas
não crescem por causa de marketing, propaganda ou estratégia. Os princípios que
analisamos acima demonstram como as igrejas florescem e são dinamizadas.
Uma
observação: o fato de uma igreja fazer todas estas coisas acima não é garantia
de que “tais métodos”, redundarão em resultados numéricos. A Bíblia não nos dá
métodos, mas nos dá princípios, e não adianta tentar transformar princípios em
fórmulas mágicas. Não temos aqui 9 passos para o crescimento de igreja, mesmo
porque, quem dá a vida é o Senhor. O crescimento de uma semente é um mistério
assim como é o crescimento de uma igreja.
Assim nos
ensinou Jesus: “E dizia: O reino de Deus
é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de
noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como”. (Mc
4.26-27). O homem lança a semente e vai dormir. Ele não sabe como ele germina,
como acontece seu processo e nem fica ansioso com seu crescimento. Há um
mistério no florescer da semente. É uma obra sobrenatural, misteriosa, a
semente brota e cresce, sem que saibamos como. Assim se dá com o semeador, o
homem de fé, que prega a boa semente, que é a Palavra de Deus, emprega os
princípios da Palavra de Deus e com fé aguarda que Ele traga colheita
abundante.
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