Introdução:
Uma das instruções mais
produtivas no livro de atos dos apóstolos tem a ver com a estratégia de ação
missionária da igreja, o conteúdo da mensagem pregada, a dinâmica da mensagem.
Este texto nos fala do Ministério
de Paulo em Éfeso e como a mensagem de Cristo impactou aquela cidade e sua
região.
Quando os apóstolos chegaram a
Éfeso, encontraram uma cidade nas garras da superstição, do demonismo e da
escuridão espiritual. Havia ali religião maligna, e o grande templo de Diana foi
localizado nas atuais ruinas da cidade. Era um monumento tão impressionante que
foi considerado uma das sete maravilhas do mundo. Turistas vinham de toda parte
para apreciar a beleza da arte dedicada aos deuses pagãos.
Éfeso era o centro de feitiçaria
e superstição. Uma mistura de artes negras, ocultismo, idolatria. Literaturas
mágicas eram bem aceitas e encontravam a receptividade entre as pessoas, que
viviam nas trevas espirituais. Stedman afirma que foi desta cidade que Paulo
escreveu sua carta aos Coríntios (2 Co 10.4-5). Ele sabia o que era isto. Havia
em Éfeso uma grande batalha espiritual.
O capítulo 19 de Atos nos revela
como o evangelho pode alcançar e afetas uma cidade inteira, províncias, usando
um grupo de cristãos fieis. Deus pode usar um grupo relativamente pequeno numa
cidade para impactar até mesmo uma nação através dos métodos que ele
disponibiliza para seu povo. É isto o que igreja tem esquecido e precisamos
desesperadamente redescobrir tais métodos para proclamar o evangelho.
Atualmente a igreja enfrenta
também grandes desafios e batalhas. Como a igreja poderá ser eficiente em sua
mensagem?
Neste texto podemos ver três
elementos fundamentais para o avanço do evangelho. Primeiro, a dinâmica da
pregação;
segundo,
o conteúdo da pregação;
terceiro, os resultados da pregação.
1.
A dinâmica da pregação – A dinâmica da pregação pode
ser percebida em duas frentes:
a.
Exposição
fiel da Mensagem;
b.
Manifestações
sobrenaturais.
A. Exposição da Palavra, vários termos
empregados aqui nos ajudam a considerar como o evangelho deve ser anunciado.
Dissertando – (At 19.8)
Persuadindo – (At 179.8)
Discorrendo – (At 19.9)
Expondo – (At 17.3)
Demonstrando (At 17.3)
Arrazoando (At 17.2)
Persuadindo (At 17.4).
No texto Ocidental, uma versão do
grego original, há uma adendo explicando que Paulo pregava das 11:00 – 16hs,
diariamente. Embora esta afirmação não se encontre em geral nos manuscritos,
pode indicar a seriedade e o compromisso de Paulo com a pregação da Palavra.
Alguns afirmam que Paulo alugou
este espaço liberal onde podia falar abertamente do que pensava. Por dois anos
seguidos. Quatro horas por dia, seis dias por semana, 52 semanas por ano,
seriam cerca de 3.120 horas de discussão bíblica. Isto equivale a 130 dias de
pregação de pregação ininterrupta, 24 horas por dia. Um grande tempo de ensino.
Se estivéssemos em Éfeso, poderíamos estudar com ele o conteúdo da carta aos
Romanos. Que experiência fantástica! Paulo formou um seminário em Éfeso, onde
treinava e dava os fundamentos bíblicos para os novos crentes e futuros
obreiros. Seminário é um conceito não encontrado na Bíblia. Juan Carlos Ortiz
afirma que “seminário é muleta da igreja”. Ele acredita que todos pastores
deveriam ser treinados nas suas igrejas locais e não numa instituição de
ensino, cujo teor é mais acadêmico que pastoral.
B. Manifestações sobrenaturais - Quanto às manifestações, vemos sinais maravilhosos
acompanhando a pregação da mensagem. Este binômio está sempre presente na
pregação neo-testamentária: Palavra e sinais, sinais e palavra. As duas coisas
sempre andam juntos.
O problema é que a mensagem pode
se tornar apenas verbal (palavra), outras vezes a ênfase encontra-se apenas nos
milagres (sinais). Assim a mensagem será sempre incompleta.
Milagres sobrenaturais se deram no
ministério de Paulo. “E Deus, pelas mãos
de Paulo, fazia milagres extraordinários” (At 19.11). A descrição do
versículo seguinte é inquietante: “a
ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos
quais a s enfermidades fugiam das suas vitimas, e o s espíritos malignos se
retiravam” (At 19.12).
Imagine se adotássemos semelhante
método hoje em dia? Se as gravatas dos pregadores, o esboço de sermão dos
pastores, uma caneta ungida fosse levada para curar. Como conceituaríamos
semelhante atitude? Talvez associaríamos isto a uma espécie de “macumba
evangélica”, ou magia.
Sublinhe a palavra
“extraordinário” deste texto. Estes milagres não são comuns, não acontecem
sempre e nem precisam ser repetidos considerando a sua natureza não ordinária.
As roupas de Paulo eram levadas e as pessoas eram curadas. Nem mesmo nos
evangelhos vemos os milagres de Jesus sendo realizados desta forma, mas Deus
usa a vida de Paulo para efetuar tais milagres. Não havia nenhum valor inerente
às suas roupas, portanto não podemos associar tais eventos aos curandeiros
religiosos atuais que ungem roupas e enviam pelo correio ao redor do país, ou
água abençoada. Isto é superstição, uma forma de magia. Não é disto que o texto
bíblico está falando. Deus usou de forma inusitada as roupas de Paulo para
operar milagres, assim como Deus transformou o bordão de Moisés em uma serpente
no encontro com Faraó. Não havia nada mágico naquela vara em si mesma, mas Deus
ecidiu usar aquele objeto para sua glória.
A cidade de Éfeso era marcada por
bruxaria e magia. Muitos ganhavam a vida com pseudo poderes, inclusive a
prática de exorcismo, e Deus usou a ação sobrenatural para demonstrar um poder
maior, assim como Moisés fez diante dos magos do Egito que depois do terceiro
milagre precisaram dizer: “Isto é dedo de
Deus!”
2.
O conteúdo da pregação – Este texto descreve também a
mensagem que Paulo pregava: “Durante três
meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava ousadamente, dissertando e
persuadindo com respeito ao reino de Deus” (At 19.8).
Paulo usa a arma da verdade, pregando
o reino de Deus.
Marcos sintetiza a mensagem de
Jesus da seguinte forma: “Depois de João
ter sido preso, foi Jesus levado para a Galileia, pregando o evangelho de Deus
dizendo: o empo está cumprido, o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e
crede no evangelho” (Mc 1.14,15).
O reino afirma o governo de Deus
sobre todas as coisas. O reino de Deus se estabeleceu com a chegada de Cristo,
e sua vinda confronta o reinado de Satanás. O poder das trevas reina sobre
diversas questões humanas, como a mídia, o mundo dos negócios, a cosmovisão, mas
com a vinda de Cristo, as coisas podem mudar e mudam. Era isto que Paulo
pregava na sinagoga. Uma nova ordem mundial chegou com a vinda de Cristo. Um
novo tempo na história.
Portanto, o desafio do pregador encontra-se
em pregar com fidelidade o reino de Deus.
Howard Marshal comenta:
“É improvável que isto signifique
que Paulo estava pregando uma mensagem diferente de At 17.31 que dizia respeito a Jesus como messias. A
mensagem se referia a Jesus e o reino (At 28.31) e Lucas emrega os termos
diferentes, simplesmente para variação literária (Atos, São Paulo, Mundo cristão,
1980, pg 290).
Inicialmente a mensagem de Paulo
foi aceita, mas ao confrontar o vazio da religiosidade, o paganismo e o
misticismo presentes naquela cultura, os ouvintes se opuseram a Paulo, que não
pode mais ensinar na sinagoga. Na verdade a religiosidade é uma das maiores
resistência que o homem encontra e que o mantem aprisionado no reino das
trevas. Naquela escola de pensamento livre, onde se ensinava filosofia, Paulo
ensinava sobre o reino de Deus. Estudava o Antigo Testamento, os profetas, os
salmos. Falava da mensagem de Cristo, seu estilo de vida e sua mensagem. Falava
do grande projeto de Cristo em alcançar todas as etnias (Mc 16.15).
O evangelho deveria chegar ao
mundo inteiro, começando em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da
terra (Mt 28.18-20; At 1.8). O impacto
de sua mensagem atingiu todos os habitantes da Ásia, não que Paulo tivesse
pregado a todos, mas aqueles que ouviam sua mensagem, saiam comentando e
falando dela as outras pessoas. Talvez abrindo pequenos grupos em outros
lugares, novas igrejas sendo estabelecidas. Que tremendo impacto esta mensagem
gerou naquela sociedade.
A Bíblia fala de Epafras pregando
em Colossos, talvez Tíquico fosse outro dos pregadores formados ali em Éfeso
que saíram pregando. Há uma grande possibilidade de que seus ouvintes tivessem plantado
igrejas em Esmirna, Sardes, Tiatira, Pérgamo, Filadelfia e Laodiceia, a quem
João escreveu as cartas do Apocalipse, muitos destes pregadores desconhecidos e
anônimos, foram formados naquele seminário local e saíram para pregar o
evangelho em outros lugares, obedecendo ao ide de Cristo. Eles haviam estudado
no Seminário Internacional de Éfeso, e depois de graduados em teologia bíblica
se tornaram missionários.
O que pregavam?
Eles “dissertavam e persuadiam os homens com respeito ao reino de Deus” (At
19.8). Esta era a mensagem de Cristo. Esta era a mensagem apostólica, esta era
a mensagem paulina e esta, certamente foi, a mensagem dos novos missionários
que saiam espalhando as verdades do evangelho a todas as pessoas.
3.
O impacto da pregação – Este texto descreve também o
que esta mensagem gerou naqueles que a ouviram.
A. Distinguindo o falso do verdadeiro – “E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do
Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: esconjuro-vos por
Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram sete filhos de um judeu
chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E o possesso do espírito maligno
saltou sobre eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa” (At 19.13-16).
Este é primeiro efeito que a
mensagem do evangelho traz. Ela desmascara a magia, a superstição, a
manipulação espiritual. Isto aconteceu com Simão o mágico em Samaria (At 8);
com Elimas, o mágico em Pafos (At 13); com a jovem adivinhadora em Filipos (At
16). O evangelho desmascara o falso.
Aqui temos a situação de uns
exorcistas ambulantes. Eles impressionavam as pessoas com estas coisas e
ganhavam sua vida desta forma. Eles estavam muito ligados ao universo
espiritual, porque eram filhos de um sacerdote chamado Ceva, seus filhos
cresceram em um ambiente no qual as coisas espirituais eram sempre citadas.
Eles achavam que seria possível manipular o sagrado.
Isto revela algo importante. Há
muitos como estes homens ainda hoje. Eles são videntes, praticam feitiçaria, se
auto declaram gurus e médiuns afirmando que conhecem as coisas ocultas, lidando
com coisas que não conhecem, brincando com coisas espirituais. Tudo isto atrai
as pessoas. Mas o resultado é que são envolvidos e espancados pelo diabo.
Este texto nos ensina que “a
eficácia do nome de Jesus não é mecânica, nem pode ser usado em segunda mão” (Stott, John –
The Message of Acts, Intervarsity Press, Leicester, UK, 1990, pg 307).
A batalha entre Jesus e o reino
de Satanás ainda não está completa, mas o poder de Deus se evidencia
exclusivamente através dos filhos de Deus. O diálogo aqui é interessante,
porque os espíritos imundos reconhecem quem tem autoridade espiritual. Eles
dizem: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (At
19.15).
Existem dois termos distintos
sendo empregados aqui: o termo conheço, em
grego é ginosko, que significa que os
demônios conhecem a Cristo por interação e experiência, as forças espirituais
interagem nas regiões celestes, por isto os demônios quando se encontravam com
Jesus no seu ministério terreno, imediatamente caiam de joelhos. Veja a
descrição do endemoninhado gadareno: “Quando,
de longe, viu Jesus, correu e o adorou” (Mc 5.6). Os poderes das trevas se
rendem à autoridade de Cristo, pois o conhecem por interação nas regiões
celestiais. Eles estavam afirmando que conheciam a Cristo, sabiam quem ele era
num nível profundo.
Entretanto, quando se refere a
Paulo, eles não usam o termo ginosko, mas
epistamai, que significa “eu tenho informações sobre Paulo”. Eles
não conheciam Paulo tão bem quanto conheciam Jesus, mas estavam informados
acerca dele. Em termos modernos diríamos: Ele sabia o currículo de Paulo, tinha
o seu profile nas mãos, quem ele era,
seu estilo de vida, e sua relação com Deus. Satanás sabia quem era Paulo. Ele
tinha seu currículo.
Ele conhece Jesus por interação e
experiência, mas sabe quem é Paulo, pelas informações que tem acerca dele.
Este fato se tornou conhecido das
pessoas em Éfeso, e trouxe temor aos habitantes daquela cidade, e o nome do
Senhor Jesus era engrandecido (At 19.17).
Não tive muitos casos de
possessão demoníaca em meu ministério. Poderia dizer algo em torno de seis
experiências que realmente classifico de possessões malignas. Uma delas aconteceu
logo no meu primeiro ano de pastorado. Uma jovem que começou a frequentar a
igreja e causar confusão por todo lugar que andava. Sua presença causava
problemas por toda parte, até que um dia, aqui no templo, o espírito maligno
assumiu seu corpo, e ela caída no chão, olhou para mim com ódio e disse:
“Pastor Samuel, tenho te seguido desde os EUA”. (eu morei oito anos em Boston).
Confesso que fiquei assustado por um momento ao perceber que ele sabia quem eu
era. Mas logo me recuperei pensando: “mas que tolice, é claro que ele sabe
sobre minha vida. E que diferença isto faz, eu estou nas mãos de Cristo e sou
lavado pelo seu sangue”.
Como você se sente ao pensar que
Satanás tem pleno conhecimento sobre sua vida?
B. Auto denúncia – “Muitos dos que
creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras”
(At 19.18). Eles falavam dos seus pecados, confessavam de forma pública.
Este é o ponto de partida do
evangelho. Ao converterem começaram a limpar-se da mentira, da falsidade e do
engodo em que viviam. Não podiam mais viver uma vida com práticas pecaminosas e
eles divulgavam as práticas ocultas do pecado, publicamente. Suas práticas
místicas e atitudes morais pecaminosas os mantinham escravizados e ao
confessarem seus pecados se libertavam também de sua vergonha e escravidão.
Confissão traz cura, redenção, alegria. Pecado escondido nos mantém
escravizados à culpa, ao medo, à tristeza e nos impede de viver vida plena.
Em geral somos prontos a falar de
nossas virtudes e conquistas, mas aqui vemos pessoas falando de seu fracasso e
pecado. Eles confessam e denunciam suas próprias obras. Eles não acusam os
outros, mas a si mesmos.
Você já fez isto alguma vez na
sua vida?
Você tem sido capaz de se
denunciar ao invés de se elogiar?
Falar de seus fracassos ao invés
de auto elogio?
Rick Warren afirma que “sucesso
gera competição, fracasso gera comunidade”. Na verdade estamos nos aproximando
muito mais do evangelho quando reconhecemos nossa profunda incompetência e
admitimos a incapacidade de respondermos ao amor de Deus do que quando nos
tornamos prontos para descrever nossas conquistas. Na primeira, estamos olhando
para nosso pecado, e por isto precisamos olhar para Cristo, sua graça e perdão.
Na segunda, estamos olhando para nós mesmos, para nossas possibilidades, para
nossa bondade e justiça própria.
O problema é que somos hábeis em
nos defendermos e encontramos grande dificuldade em confissão e arrependimento.
C. Abandono das antigas práticas espirituais – “Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus
livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que
montavam a cinquenta mil denários” (At 19.19).
O terceiro impacto que o
evangelho gerou: As pessoas se desfizeram de suas antigas práticas religiosas.
Os Efésios eram famosos por suas gramata, que eram amuletos e talismãs
talhadas com frases ocultas para proteção espiritual. Gostam de livros orientados
para a magias. Ao invés de venderem o material que tinham em casa, decidiram
jogá-los no fogo, como sinal de sua genuína conversão.
O valor deste lixo religioso era
considerável, correspondia a 50 mil vezes o salário de um dia de um operário. O
dinheiro girava em termos de 50 mil dólares, uma grande quantia naqueles dias. Não
é exagero. Milhões de dólares são gastos ainda hoje em balangandãs espirituais.
Ray Stedman relata que o mesmo
aconteceu na cidade de Boise, Idaho, com um grupo de jovens, seguidores da
cultura hip que estavam reunidos para uma espécie de de festa rave quando alguém
lhes compartilhou o evangelho. Muitos deles se converteram e trouxeram suas
drogas, bebidas e livros de astrologia e ciências ocultas e fizeram uma
fogueira para queimar esta parafernália. O evangelho os tinha livrado destas
coisas.
Alguns anos atrás minha esposa conversava
com uma americana que já estava na sua terceira visita a Abadiânia atrás do famoso
curandeiro João de Deus. Sara a encontrou no aeroporto em São Paulo enquanto
aguardava o voo para os EUA, e ela falava empolgada sobre os cristais e
amuletos que havia adquirido na sua viagem, para darem proteção e energia.
Minha esposa fez uma pergunta que
desestruturou completamente aquela mulher: “Seus cristais amam você?” Ela ficou
perplexa com a ingênua pergunta de minha esposa e respondeu desconsertadamente
que se tratava apenas de pedras. Então Sara falou que havia alguém que a amava
verdadeiramente, e que havia morrido por ela numa cruz. E esta mulher antes de
se despedir da Sara falou-lhe: “Aquilo que você falou para mim, mexeu muito
comigo. Estou pensando sobre isto”.
Aquelas pessoas de Éfeso foram
convertidas a Cristo e por isto estavam se desfazendo de seus objetos de cultos
e de suas falsas esperanças. Eles eram dominados pelas suas literaturas ocultas
ainda que tais práticas fossem financeiramente onerosas. Existem muitos hoje
dominados por forças demoníacas, que os mantém no engano.
Há muitos dominados por
pensamentos obsessivos, medos, pesadelos, ouvindo vozes ou tendo impressões de
manifestações espirituais. Muitos apesar de se voltarem para o evangelho mantem
objetos antigos de adoração, feitiçarias, astrologia. Muitos estão sendo
atraídos à religiosidade oriental, tábuas de Ouija e práticas de encantamento.
Existem muitas cordas espirituais que são canais das trevas e laços que
aprisionam, e muitos estão presos nestas cordas por anos a fio.
Precisamos receber a Jesus e
abandonar estas práticas espirituais para encontrarmos liberdade espiritual. Na
Bíblia encontramos várias advertências contras tais práticas que são
abomináveis a Deus. Em Éfeso, os cristãos radicalizaram, quebrando tudo em
praça pública e queimando aquele material.
D. Crescimento do evangelho e glória ao nome de Cristo – “Assim
a palavra do senhor crescia e prevalecia poderosamente” (At 19.20).
O quarto impacto tem a ver com a
glória de Cristo. O evangelho cresce quando a mensagem é pregada com
autoridade, ousadia e poder.
Em Ef 19.20 lemos: “Chegou este fato ao conhecimento de todos,
assim judeus como gregos habitantes de Éfeso; veio temor sobre eles e o nome do
Senhor era engrandecido” (At 19.17). o resultado é temor. Esta é a mesma
palavra usada em At 2.43 para se referir à igreja primitiva: “Em cada alma havia temor” (At 2.43).
Este tipo de espiritualidade é
contagiante e alcança as pessoas ao redor.
Acima de tudo, porém, a mensagem
estava centrada na pessoa de Cristo e na sua glória. Temos insistido em nossos
sermões para que sejam cristológicos. Cristo deve ser o centro de nossa
mensagem. A mensagem precisa ser cristocêntrica. Por mais fascinante que possa
parecer, a mensagem não pode ser de auto ajuda, nem sobre prosperidade
financeira e sucesso, mas sobre a obra de Cristo.
Ao fazermos isto entendemos que
estamos pregando a mensagem central do Novo Testamento. Estamos pregando o
reino de Deus. Cristo é a mensagem mais importante, porque só ele pode nos
livrar da superstição, do engano e das armadilhas espirituais que Satanás tem
criado para atrair as pessoas e aprisioná-las.
A cidade de Éfeso estava sendo
liberta da opressão satânica. Vidas estavam sendo restauradas, e assim o
evangelho avançava por toda aquela região, alcançando vidas, e mudando a
cosmovisão daquelas pessoas tão viciadas em feitiçarias e vivendo massacradas
por seus ídolos.
Oração
Pai Celestial, nós te agradecemos pela verdade revelada neste
texto. Nós te pedimos que o Senhor faça nossa fé crescer forte para entender o
que devemos fazer nesta cidade e nesta região onde residimos. Ainda hoje vemos
poderes similares das trevas mantendo as pessoas no cativeiro, enlaçando-as na
superstição, medo, hostilidade e vazio. Senhor, ajuda-nos a entender que
estamos num momento estratégico da história e não nos deixe gastar nosso tempo
e recursos em atividades vazias. Ajuda-nos a nos entregarmos ousadamente para
desmascarar os poderes das trevas, a fim de que o evangelho avance em nossa
cidade e traga glória para o nome de Jesus.
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