Introdução:
Depois de muitos anos de
casamento o relacionamento se evaporou. Apesar da história construída a dois,
da família, da fé, dos bens, tudo isto revelou-se incapaz de dar solidez e
sentido àquela casa. Individualmente eram pessoas queridas, desfrutavam de
respeito na comunidade, mas na vida doméstica eram incapazes de demonstrar a
mesma atenção e cuidado com as pessoas de fora. O divórcio veio, de forma
dramática, causando espanto a todos – e acredito, inclusive a eles mesmos.
Este é um cenário comum de nossa
geração. Numa sociedade fluida, de valores e amores tão transitórios, os
compromissos, votos e relacionamentos se evaporam rapidamente. Quando vamos
estudar a fundo, em geral observamos
O episódio bíblico analisado,
demonstra como relacionamentos podem correr risco e trazer graves
consequências. Apesar de uma história tão cheia de possibilidades, a vida de
Davi e Mical nos revela onde um casamento pode desembocar.
Aquele era um dia muito especial
para o povo de Israel.
Davi estava consolidando seu
reino com muitas vitórias e resolveu, depois de certa relutância que durou sete
anos, trazer a arca do Senhor para Jerusalém, na tenda que fizera para este
propósito. O povo de Israel estava em júbilo, mas ninguém parecia estar mais
animado que o próprio Davi. Ele vinha dançando na frente do povo com todas as
suas forças. Se você já viu dança dos judeus ou dos povos árabes, sabe que eles
fazem isto com muita disposição. A dança é atraente, empolgante, dá vontade
entrar no meio e sair rodando com eles.
Depois daquele longo e festivo
dia, Davi volta para sua casa. O texto afirma que ele voltou “para abençoar sua casa” (2 Sm 6.20).
Ele queria trazer aquela mesma
alegria para dentro de seu lar, mas o resultado foi catastrófico. Quando ele
chegou, recebeu uma enorme censura e reprimenda da sua esposa. Mical o
“enquadrou”: “Que bela figura fez o rei
de Israel, descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas de seus servos, como, sem
pejo, se descobre um vadio qualquer” (2 Sm 6.20).
Que situação delicada!
Imagine alguém saindo da igreja depois
de um culto abençoado, sob forte impacto espiritual, e ao voltar para casa
encontra um ambiente carregado de acusação, de desprezo e zombaria.
Este cenário é mais comum que
imaginamos.
São centenas de mulheres piedosas
que precisam lidar com o marido que não consegue entender a importância das
coisas de Deus, sua dedicação espiritual e que acham ridículo o ato de sua
devoção e seu desejo de cultuar a Deus. São maridos que encontram no ambiente
familiar, oposição por causa de sua doação às coisas de Deus. Mulheres que não
entendem porque seu marido tem tanto interesse nas verdades espirituais. Não
entendem o papel de um diácono que precisa se dedicar na sua tarefa de cuidar
da igreja, ou do marido, presbítero, que gasta tanto tempo em reuniões de
planejamento, e que nunca acompanham seus maridos na liderança da igreja ou
mesmo da dedicação pastoral ao ministério.
Por que acontecem estas coisas?
Quando a volta para a casa pode
ser um desastre?
Quando não conseguimos abençoar
nossa casa?
Quando o desprezo se torna
evidente?
Primeiro, Quando o ambiente em casa não é bom.
Como muitos personagens bíblicos,
a vida de Mical é um grande desafio. Qual é sua história? Quando olhamos para
sua vida ficamos impressionados com as dimensões surreais que ela enfrenta.
a. Mical era apaixonada em Davi –
Quando Davi surge no cenário de Israel, depois de derrotar Golias, o rei havia
prometido que daria uma de suas filhas em casamento e que isentaria de impostos
a sua casa (1 Sm 17.25). Saul havia prometido outra filha, mas posteriormente a deu a outra
pessoa, e para ajustar sua promessa a entregou a Davi, porque sabia que Mical
gostava dele (1 Sm 18.17-20). Ele ficou feliz em saber que ela se interessava por ele, mas
provavelmente a daria a Davi, mesmo se ela não apreciasse. Ela era, como a maioria das mulheres, instrumentalizada, mera moeda de troca familiar;
b. Quando Davi fugiu de casa
ameaçado por Saul, Mical o protegeu enganando o próprio pai (1 Sm 19.12-17), e para se vingar
dela e de Davi, ele a entregou a Paltiel, com quem ela se casou (1 Sm 25.44) . E pelos registros bíblicos
verificamos que este homem a amava profundamente, provavelmente a tratou como uma
rainha.
c. Quando Davi assumiu o reinado,
ele impôs a condição aos anciãos de Israel que a devolvessem a ele, e o seu
segundo marido, veio atrás dela, chorando, até um ponto no qual ele você
impedido por Joabe de seguir adiante (2 Sm 3.13-16). Que relacionamento Mical tinha com este
homem? Como soou seu retorno à Davi, seria que ela tinha interesse nisto?
A verdade é que, embora não
tenhamos respostas a estas perguntas, temos a impressão de que Mical não parece
ter uma relação muito boa com Davi, que a estas alturas já tinha muitas outras
mulheres (2 Sm 3.2-5). Tinha ela ressentimento? Alguma frustração?
Muitas pessoas não tem ambiente
para lidar com amargura, e muitas não sabem como lidar com ressentimentos. A
bíblia exorta aos homens a “não tratarem
suas mulheres com amargura” (Co 3.20). Será que não temos muitas vezes nos relacionado com nossas esposas com amargura e até mesmo raiva?
O que significa isto?
Num primeiro momento podemos
pensar que a maneira de tratar as esposas pode gerar amargura, mas a segunda
possibilidade é que, o marido se relacione com raiva. Certa vez perguntei a um
grupo de homens se eles já fizeram sexo com suas mulheres mesmo estando com raiva
delas. Defensivamente, disseram não, mas na medida em que
o ambiente se tornou mais descontraído, a grande maioria admitiu que sim.
A Bíblia ordena aos homens que
eles amem suas esposa.
Sabemos que o oposto do amor é o
ódio. Quando pergunto aos homens se eles odeiam suas esposas eles dizem que
não, mas ao conversar com as mulheres observo que a reclamação número é que os
maridos sempre as tratam com indiferença.
Qual é o oposto do amor?
Muitos pensam que é o ódio, mas
na verdade é a indiferença! Esta é a expressão mais sutil do ódio.
Logo, os maridos odeiam suas
mulheres muito mais frequentemente que pensam, ao deixar de amá-las assumindo a
dimensão mais cruel do ódio: Tornam-se indiferentes.
A verdade é que o ambiente na
casa de Davi revela-se muito tenso, assim como hoje temos muitas mulheres
marcadas por ressentimento e ira reprimida. Muitos homens, de igual modo, se
relacionam com amargura em casa, e tratam assim suas esposas.
Então, quando o ambiente em casa
não é bom, ele facilmente desemboca no desprezo nos relacionamentos.
Segundo, Quando a vida espiritual não parece estar assimilada em casa.
Quando eu leio este texto eu fico me perguntando:
-Será que a vida espiritual de
Davi era convincente para sua mulher?
-Será que Mical conseguia ver na vida de Davi, toda sua paixão pelas coisas de Deus como a Bíblia sempre descreve? Ou, por causa da inconsistência de Davi, sua esposa passou a olhar para sua vida espiritual com desconfianca?
-Será que Mical conseguia ver na vida de Davi, toda sua paixão pelas coisas de Deus como a Bíblia sempre descreve? Ou, por causa da inconsistência de Davi, sua esposa passou a olhar para sua vida espiritual com desconfianca?
-Será que Mical, tinha uma
concepção clara de fé, raízes fortes na compreensão do Deus de Israel?
Seu pai,
o rei Saul, era bem confuso em relação a Deus. Sua vida demonstra isto várias
vezes. Quando ele falava sobre Deus com o profeta Samuel, ele não falava de um
Deus pessoal, mas referia-se ao Deus de Samuel. ”...O povo poupou do melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao
Senhor, teu Deus”(1 Sm 15.15) ”...para o oferecer ao Senhor, teu Deus, em Gilgal” (1 Sm 15.21); “...volta comigo, para que adore ao Senhor, teu Deus” (1 Sm 15.30). Saul não se
referia a Deus de forma pessoal, mas terceirizada. Era o Deus de Samuel, não o seu Deus.
Veja o uso do pronome em todos estes textos citados acima.
Isto me leva a outra pergunta de
forma prática:
-Sua mulher tem uma compreensão
clara da fé que você possui?
-Sua família conhece a Deus?
Quando ainda estava no seminário,
um colega meu afirmou que a esposa do pastor da igreja na qual ele servia
durante seu treinamento, sempre ironizava a palavra do seu marido quando fazia qualquer
declaração de amor: “Falso... hipócrita... mentiroso...”
Mical parece não adentrar o
mistério da fé, nem perceber a importância da adoração. Os atos de Davi, por
uma razão ou outra lhe pareceram ridículos. Isto podia acontecer por causa do
seu distanciamento espiritual e porque as coisas espirituais não eram
importantes para sua vida.
Será que nossos cônjuges entendem
nossa consagração, as ofertas que damos a Deus, o tempo que investimos no
reino? São parceiros ou opositores? Nossa fé faz sentido ou parece algo
ridículo?
Abraão e Sara
Em Gênesis 18, Deus se encontra
com Abraão para confirmar sua promessa. Ele havia dado a promessa de que Sara
teria um filho, mas os anos se passaram e ela não engravidou. Quando Deus
anuncia o tempo em que estas coisas se dariam, do ponto de vista humano, não
havia mais esperança. Entretanto, Deus confirma sua promessa dada
anteriormente.
Neste encontro com Abraão é interessante
porque Deus estava interessado em enviar um recado para Sara, sua esposa, que vivia momentos de profundas
indagações. Logo que o Senhor se encontra com Abraão lhe pergunta: “Onde está Sara sua mulher?” (Gn 18.9).
Deus não viera para falar a Abraão, mas a Sara.
Porquê?
Sara estava com dificuldade para
crer. Os erros pessoais de Abraão como homem de Deus a fizeram duvidar que Deus
estivesse falando algo ao seu marido. Um dos momentos mais angustiantes se deu
quando ele a entregou a Faraó (Gn 12.10-20 e posteriormente a Abimeleque (Gn 20.1-8), e nas duas
situações o fez para salvar sua pele, sem nenhuma sensibilidade.
Qual foi o resultado disto no
coração de Sara? Incredulidade e incerteza.
Quando falhamos em ajudar
espiritualmente nossas esposas, geramos dúvida nos seus corações. As falhas de
nosso caráter dificultam a capacidade delas crerem em Deus. Abraão é um homem
de Deus, mas deixa sua esposa em suspense em relação à fé e aos valores que ele
professava. Sara estava em crise de fé.
Isto é evidente em Gn 18.12, pois
quando Abraão lhe fala, ela não acredita. Quando Deus confronta sua
incredulidade, ela nega, mas o fato é que ela realmente não estava acreditando
no que ouvia. Sara reage com incredulidade e riso, e quando Deus a indaga ela
diz que não era assim, mas Deus pergunta: “Por
que riu Sara?” (Gn 18.13). Na verdade, seu riso estava sendo confrontado por Deus porque era um riso de quem não está muito disposto a crer.
Sara era mulher de Abraão, o pai
da fé. Três das grandes religiões do mundo, reconhecem seu patriarcado: Judaísmo,
islamismo e cristianismo. Mas ela não consegue crer. Por isto Deus indaga: “Acaso há coisa demasiadamente difícil para
mim?” (Gn 18.14). ” Se Deus é Senhor, Se Deus é Deus, nada seria complicado.
Mical e Davi
Da mesma forma, Mical parece não
entender, não perceber, não crer. Estas coisas relacionadas à igreja, a Deus,
lhe parecerem gestos de gente tola, ela vê na dança de Davi no meio do
populacho algo parecido com leviandade e baixeza, feita de forma vulgar para
impressionar os súditos e a classe pobre de Israel. Mical não adentrou o lugar
sagrado no qual Davi penetrou na sua adoração. Davi foi permeado pela graça
divina, enquanto Mical decidiu se tornar crítica e se tornar distante.
Resultados:
A. Davi não conseguiu abençoar sua
casa, apesar de ter sido esta sua intenção mais profunda “...E voltou Davi para casa para abençoar sua casa” (2 Sm
6.20). Voltou para abençoar, mas o resultado foi uma ácida discussão, repleta
de acusação mútua. Mical age com ironia e zombaria (2 Sm 6.20); Davi reage com
rejeição e condenação (2 Sm 6.22).
B. A casa de Davi tornou-se
ambiente de secura e esterilidade. “Mical,
filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte” (2 Sm 6.23).
Por que não teve filhos?
O texto não diz, embora
inicialmente aponte para alguma coisa de castigo de Deus e maldição. Mas
recentemente fiquei pensando em outra coisa. Não teria Davi se afastado de
Mical para sempre e por isto ela não pode conceber? Sem intercurso sexual, ela
não poderia engravidar. Será que faz sentido esta interpretação?
Lares repletos de desprezo,
indiferença, amargura, se distanciam fisicamente, as coisas não se resolvem, a
sexualidade deixa de existir. Davi afirma que seria honrado das servas a quem
ela criticou, e assim aconteceu. Talvez os dois tenham se isolado de tal forma
que nunca mais tiveram a alegria da intimidade, eram casais vivendo em cama
separada, sem afeto, sem envolvimento afetivo, física e emocionalmente
distantes
C. Perda da alegria e benção
espiritual – Crises não resolvidas no coração impactam nossa fé. O lar de Davi,
ou pelo menos o clima entre ele e Mical roubaram-lhes a alegria, os privilégios.
Em Cantares 2.15 lemos: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas que
devastam os vinhedos, porque as nossas vidas estão em flor”. Certamente uma
linguagem alegórica.
O que significa esta expressão?
Que mensagem figurativa estas raposinhas trazem?
O que significa esta expressão?
Que mensagem figurativa estas raposinhas trazem?
O texto afirma que elas devastam os vinhedos, e são uma grande
ameaça às vides em flor. Elas
destroem as flores, símbolo da alegria e da graça, e ainda prenunciam outro
desastre maior: Eliminam a possibilidade de colheita, já que das flores surgem
os frutos. Estes "pequenos invasores" são, portanto, altamente
destrutivos, precisam ser localizados e pegos. Não podem andar em liberdade
caso contrário destroem as vides em flor, causando grandes males.
Relacionamentos quebrados, amargura, desprezo, ironia, desrespeito,
questões não resolvidas no coração, impactam profundamente nossa fé, e podem,
inclusive, nos distanciar de Deus de tal modo que nossas orações são
interrompidas (1 Pe 3.7).
Tim Keller afirma que um dos propósitos estabelecidos por Deus em
nossos relacionamentos é que os maridos ajudem suas esposas a se aproximarem de
Deus (Ef 5.25-27), e da mesma forma, que o comportamento da mulher, ajude o
marido a discernir Deus em sua jornada (1 Pe 3.1). Será que temos inspirado e
promovido a fé do nosso cônjuge, ou nossa forma de viver tem gerado dúvidas
sobre o amor de Deus e a validade do que cremos?
Conclusão
No livro de Malaquias lemos que o propósito da obra de Cristo
seria “converter o coração dos pais aos
filhos e filhos aos pais, para que a terra não fosse ferida com maldição”
(Ml 4.5-6). Isto é, Deus não está interessado apenas que nos convertamos a ele
mas deseja que esta conversão vertical também se horizontalize, atingindo
nossos lares, esposas convertidas aos maridos, maridos convertidos às esposas. Quando
o evangelho penetra os relacionamentos, traz benção, alegria e celebração.
Tudo começa no coração...
Quando o coração não é atingido, o desprezo começa a governar.
O resultado do desprezo é a mesquinhez dos afetos.
Para a avareza, o muito é pouco. Um espírito mesquinho é como um microscópio: aumenta as pequenas coisas, mas impede de ver as grandes. Mesquinhez é muito relacionado à avareza, à aplicação dos recursos financeiros. Plutarco afirma que "a avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo."
Quando o coração não é atingido, o desprezo começa a governar.
O resultado do desprezo é a mesquinhez dos afetos.
Em Deuteronômio 28.54-56 lemos o seguinte:
"Até mesmo o homem mais gentil e educado entre vocês não terá compaixão do seu irmão, da mulher que ama e dos filhos que sobreviverem, de modo que não dará a nenhum deles nenhum pedaço da carne dos seus filhos que estiver comendo, pois nada lhe sobrará devido aos sofrimentos que o seu inimigo lhe infligirá durante o cerco de todas as suas cidades. A mulher mais gentil e delicada entre vocês, tão delicada e gentil que não ousaria encostar no chão a sola do pé, será mesquinha com o marido a quem ama e com o filho e a filha".
Este texto fala das
conseqüências da desobediência. Nossa desobediência a Deus tem resultados imediatos nos afetos. Os relacionamentos fraternais são diretamente atingidos, gerando mesquinhez.
O que é mesquinhez?
Para a avareza, o muito é pouco. Um espírito mesquinho é como um microscópio: aumenta as pequenas coisas, mas impede de ver as grandes. Mesquinhez é muito relacionado à avareza, à aplicação dos recursos financeiros. Plutarco afirma que "a avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo."
Conseqüências da
mesquinhez?
- Mesquinhez gera secura na alma
- Mesquinhez gera empobrecimento nas
relações: sexualidade, finanças.
- Mesquinhez danifica até os afetos mais
puros
Relacionamento fraternal – irmão
Relacionamento conjugal – mulher e marido
Relacionamento filial – pai e filho, filho e pai
- Mesquinhez danifica nossas personalidades- Esta talvez seja a consequência mais cruel do desprezo: ele se torna mesquinho, e por conseguinte, até "A mulher mais gentil e delicada entre vocês, tão delicada e gentil que não ousaria encostar no chão a sola do pé, será mesquinha com o marido a quem ama e com o filho e a filha". Quando a mesquinheza passa a dominar o coração, deixamos de ser liberais, generosos, amorosos. Agimos de forma rude. Assim como a corrupção enlouquece até o sábio, a mesquinhez danifica os afetos.
Conclusão:
"Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós; mas estais limitados nos vossos próprios afetos. Ora, como justa retribuição, (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós" (2 Co 6.11-13). Paulo encoraja os irmãos a alargarem o coração. Ele olhava para os irmãos da igreja e os via encolhidos nos afetos, limitados. Ele as encorajam a abrir o peito e se dilatarem. Não é uma expressão curiosa?
Mical teve problemas, primeiramente no seu coração, incapaz de
entender a fé de seu marido e seu compromisso para com o Senhor.
Como dissemos anteriormente. Não sabemos o
que pode ter gerado esta reação de desprezo no seu coração. Quantas histórias
vividas na intimidade, quantas crises e quantas dores Mical experimentou nestas
idas e vindas, lidando com seu pai distante, e talvez agora com Davi, incapaz
de amá-la como ela deveria ser amada. Talvez a amargura de seu pai, Saul, que sempre a instrumentalizou, ou de achar que Davi a tirou de seu outro marido que a amava profundamente, para ser uma mulher entre tantas. Certamente nunca saberemos das sombras de sua alma, e como isto afetou sua fé, seu julgamento, sua crítica.
Por esta razão a obra de Cristo precisa atingir os corações.
Experiência com Jesus não é mera adesão, mas conversão real a Jesus. Por isto a Bíblia fala que uma das consequ6encias diretas da obra de Deus em nossa vida é trocar o coração de pedra e colocar em nós um coração de carne: "Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne." (Ez 36.26). Não se trata de um envolvimento externo, de mudar de religião ou de denominação, mas de mudança de alma. Assim deve acontecer em relação aos nossos filhos, assim deve acontecer dentro de nossa casa. Caso contrário seremos dominados por desprezo, cinismo, acusações, falta de compreensão e julgamento.
Experiência com Jesus não é mera adesão, mas conversão real a Jesus. Por isto a Bíblia fala que uma das consequ6encias diretas da obra de Deus em nossa vida é trocar o coração de pedra e colocar em nós um coração de carne: "Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne." (Ez 36.26). Não se trata de um envolvimento externo, de mudar de religião ou de denominação, mas de mudança de alma. Assim deve acontecer em relação aos nossos filhos, assim deve acontecer dentro de nossa casa. Caso contrário seremos dominados por desprezo, cinismo, acusações, falta de compreensão e julgamento.
A história de Mical e Davi, poderia ter terminado de forma mais
bonita, depois de todos acontecimentos, cumplicidade e amor, mas termina de
forma lacônica e patética.
Só a obra de Cristo, é capaz de transformar nosso coração de forma
tal profunda. Por isto, em Malaquias lemos: “Ele (Deus) converterá o coração”. Não se trata de auto-conversão,
ou algo gerada pela obra humana. Deus precisa nos converter a Ele, e nos
converter uns aos outros.
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