sexta-feira, 3 de maio de 2019

2 Sm 6.12-23 Mical e Davi: Quando o coração é dominado pelo desprezo


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Introdução:

Depois de muitos anos de casamento o relacionamento se evaporou. Apesar da história construída a dois, da família, da fé, dos bens, tudo isto revelou-se incapaz de dar solidez e sentido àquela casa. Individualmente eram pessoas queridas, desfrutavam de respeito na comunidade, mas na vida doméstica eram incapazes de demonstrar a mesma atenção e cuidado com as pessoas de fora. O divórcio veio, de forma dramática, causando espanto a todos – e acredito, inclusive a eles mesmos.

Este é um cenário comum de nossa geração. Numa sociedade fluida, de valores e amores tão transitórios, os compromissos, votos e relacionamentos se evaporam rapidamente. Quando vamos estudar a fundo, em geral observamos

O episódio bíblico analisado, demonstra como relacionamentos podem correr risco e trazer graves consequências. Apesar de uma história tão cheia de possibilidades, a vida de Davi e Mical nos revela onde um casamento pode desembocar.

Aquele era um dia muito especial para o povo de Israel.
Davi estava consolidando seu reino com muitas vitórias e resolveu, depois de certa relutância que durou sete anos, trazer a arca do Senhor para Jerusalém, na tenda que fizera para este propósito. O povo de Israel estava em júbilo, mas ninguém parecia estar mais animado que o próprio Davi. Ele vinha dançando na frente do povo com todas as suas forças. Se você já viu dança dos judeus ou dos povos árabes, sabe que eles fazem isto com muita disposição. A dança é atraente, empolgante, dá vontade entrar no meio e sair rodando com eles.

Depois daquele longo e festivo dia, Davi volta para sua casa. O texto afirma que ele voltou “para abençoar sua casa” (2 Sm 6.20).
Ele queria trazer aquela mesma alegria para dentro de seu lar, mas o resultado foi catastrófico. Quando ele chegou, recebeu uma enorme censura e reprimenda da sua esposa. Mical o “enquadrou”: “Que bela figura fez o rei de Israel, descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas de seus servos, como, sem pejo, se descobre um vadio qualquer” (2 Sm 6.20).

Que situação delicada!
Imagine alguém saindo da igreja depois de um culto abençoado, sob forte impacto espiritual, e ao voltar para casa encontra um ambiente carregado de acusação, de desprezo e zombaria.

Este cenário é mais comum que imaginamos.
São centenas de mulheres piedosas que precisam lidar com o marido que não consegue entender a importância das coisas de Deus, sua dedicação espiritual e que acham ridículo o ato de sua devoção e seu desejo de cultuar a Deus. São maridos que encontram no ambiente familiar, oposição por causa de sua doação às coisas de Deus. Mulheres que não entendem porque seu marido tem tanto interesse nas verdades espirituais. Não entendem o papel de um diácono que precisa se dedicar na sua tarefa de cuidar da igreja, ou do marido, presbítero, que gasta tanto tempo em reuniões de planejamento, e que nunca acompanham seus maridos na liderança da igreja ou mesmo da dedicação pastoral ao ministério.

Por que acontecem estas coisas?
Quando a volta para a casa pode ser um desastre?
Quando não conseguimos abençoar nossa casa?
Quando o desprezo se torna evidente?

Primeiro, Quando o ambiente em casa não é bom.
Como muitos personagens bíblicos, a vida de Mical é um grande desafio. Qual é sua história? Quando olhamos para sua vida ficamos impressionados com as dimensões surreais que ela enfrenta.

a.     Mical era apaixonada em Davi – Quando Davi surge no cenário de Israel, depois de derrotar Golias, o rei havia prometido que daria uma de suas filhas em casamento e que isentaria de impostos a sua casa (1 Sm 17.25). Saul havia prometido outra filha, mas posteriormente a deu a outra pessoa, e para ajustar sua promessa a entregou a Davi, porque sabia que Mical gostava dele (1 Sm 18.17-20). Ele ficou feliz em saber que ela se interessava por ele, mas provavelmente a daria a Davi, mesmo se ela não apreciasse. Ela era, como a maioria das  mulheres, instrumentalizada, mera moeda de troca familiar;

b.    Quando Davi fugiu de casa ameaçado por Saul, Mical o protegeu enganando o próprio pai (1 Sm 19.12-17), e para se vingar dela e de Davi, ele a entregou a Paltiel, com quem ela se casou (1 Sm 25.44) . E pelos registros bíblicos verificamos que este homem a amava profundamente, provavelmente a tratou como uma rainha.

c.     Quando Davi assumiu o reinado, ele impôs a condição aos anciãos de Israel que a devolvessem a ele, e o seu segundo marido, veio atrás dela, chorando, até um ponto no qual ele você impedido por Joabe de seguir adiante (2 Sm 3.13-16). Que relacionamento Mical tinha com este homem? Como soou seu retorno à Davi, seria que ela tinha interesse nisto?

A verdade é que, embora não tenhamos respostas a estas perguntas, temos a impressão de que Mical não parece ter uma relação muito boa com Davi, que a estas alturas já tinha muitas outras mulheres (2 Sm 3.2-5). Tinha ela ressentimento? Alguma frustração?

Muitas pessoas não tem ambiente para lidar com amargura, e muitas não sabem como lidar com ressentimentos. A bíblia exorta aos homens a “não tratarem suas mulheres com amargura” (Co 3.20). Será que não temos muitas vezes nos relacionado com nossas esposas com amargura e até mesmo raiva?

O que significa isto?
Num primeiro momento podemos pensar que a maneira de tratar as esposas pode gerar amargura, mas a segunda possibilidade é que, o marido se relacione com raiva. Certa vez perguntei a um grupo de homens se eles já fizeram sexo com suas mulheres mesmo estando com raiva delas. Defensivamente, disseram não, mas na medida em que o ambiente se tornou mais descontraído, a grande maioria admitiu que sim.

A Bíblia ordena aos homens que eles amem suas esposa.
Sabemos que o oposto do amor é o ódio. Quando pergunto aos homens se eles odeiam suas esposas eles dizem que não, mas ao conversar com as mulheres observo que a reclamação número é que os maridos sempre as tratam com indiferença.

Qual é o oposto do amor?
Muitos pensam que é o ódio, mas na verdade é a indiferença! Esta é a expressão mais sutil do ódio.

Logo, os maridos odeiam suas mulheres muito mais frequentemente que pensam, ao deixar de amá-las assumindo a dimensão mais cruel do ódio: Tornam-se indiferentes.

A verdade é que o ambiente na casa de Davi revela-se muito tenso, assim como hoje temos muitas mulheres marcadas por ressentimento e ira reprimida. Muitos homens, de igual modo, se relacionam com amargura em casa, e tratam assim suas esposas.

Então, quando o ambiente em casa não é bom, ele facilmente desemboca no desprezo nos relacionamentos.

Segundo, Quando a vida espiritual não parece estar assimilada em casa.

Quando eu leio este texto eu fico me perguntando:

-Será que a vida espiritual de Davi era convincente para sua mulher?
-Será que Mical conseguia ver na vida de Davi, toda sua paixão pelas coisas de Deus como a Bíblia sempre descreve? Ou, por causa da inconsistência de Davi, sua esposa passou a olhar para sua vida espiritual com desconfianca?
-Será que Mical, tinha uma concepção clara de fé, raízes fortes na compreensão do Deus de Israel? 

Seu pai, o rei Saul, era bem confuso em relação a Deus. Sua vida demonstra isto várias vezes. Quando ele falava sobre Deus com o profeta Samuel, ele não falava de um Deus pessoal, mas referia-se ao Deus de Samuel. ”...O povo poupou do melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, teu Deus”(1 Sm 15.15) ”...para o oferecer ao Senhor, teu Deus, em Gilgal” (1 Sm 15.21); “...volta comigo, para que adore ao Senhor, teu Deus” (1 Sm 15.30). Saul não se referia a Deus de forma pessoal, mas terceirizada. Era o Deus de Samuel, não o seu Deus. Veja o uso do pronome em todos estes textos citados acima.

Isto me leva a outra pergunta de forma prática:

-Sua mulher tem uma compreensão clara da fé que você possui?
-Sua família conhece a Deus?

Quando ainda estava no seminário, um colega meu afirmou que a esposa do pastor da igreja na qual ele servia durante seu treinamento, sempre ironizava a palavra do seu marido quando fazia qualquer declaração de amor: “Falso... hipócrita... mentiroso...”

Mical parece não adentrar o mistério da fé, nem perceber a importância da adoração. Os atos de Davi, por uma razão ou outra lhe pareceram ridículos. Isto podia acontecer por causa do seu distanciamento espiritual e porque as coisas espirituais não eram importantes para sua vida.

Será que nossos cônjuges entendem nossa consagração, as ofertas que damos a Deus, o tempo que investimos no reino? São parceiros ou opositores? Nossa fé faz sentido ou parece algo ridículo?

Abraão e Sara
Em Gênesis 18, Deus se encontra com Abraão para confirmar sua promessa. Ele havia dado a promessa de que Sara teria um filho, mas os anos se passaram e ela não engravidou. Quando Deus anuncia o tempo em que estas coisas se dariam, do ponto de vista humano, não havia mais esperança. Entretanto, Deus confirma sua promessa dada anteriormente.

Neste encontro com Abraão é interessante porque Deus estava interessado em enviar um recado para Sara, sua esposa, que vivia momentos de profundas indagações. Logo que o Senhor se encontra com Abraão lhe pergunta: “Onde está Sara sua mulher?” (Gn 18.9). Deus não viera para falar a Abraão, mas a Sara.

Porquê?

Sara estava com dificuldade para crer. Os erros pessoais de Abraão como homem de Deus a fizeram duvidar que Deus estivesse falando algo ao seu marido. Um dos momentos mais angustiantes se deu quando ele a entregou a Faraó (Gn 12.10-20 e posteriormente  a Abimeleque (Gn 20.1-8), e nas duas situações o fez para salvar sua pele, sem nenhuma sensibilidade.

Qual foi o resultado disto no coração de Sara? Incredulidade e incerteza.

Quando falhamos em ajudar espiritualmente nossas esposas, geramos dúvida nos seus corações. As falhas de nosso caráter dificultam a capacidade delas crerem em Deus. Abraão é um homem de Deus, mas deixa sua esposa em suspense em relação à fé e aos valores que ele professava. Sara estava em crise de fé.

Isto é evidente em Gn 18.12, pois quando Abraão lhe fala, ela não acredita. Quando Deus confronta sua incredulidade, ela nega, mas o fato é que ela realmente não estava acreditando no que ouvia. Sara reage com incredulidade e riso, e quando Deus a indaga ela diz que não era assim, mas Deus pergunta: “Por que riu Sara?” (Gn 18.13). Na verdade, seu riso estava sendo confrontado por Deus porque era um riso de quem não está muito disposto a crer.

Sara era mulher de Abraão, o pai da fé. Três das grandes religiões do mundo, reconhecem seu patriarcado: Judaísmo, islamismo e cristianismo. Mas ela não consegue crer. Por isto Deus indaga: “Acaso há coisa demasiadamente difícil para mim?” (Gn 18.14). ” Se Deus é Senhor, Se Deus é Deus, nada seria complicado.

Mical e Davi
Da mesma forma, Mical parece não entender, não perceber, não crer. Estas coisas relacionadas à igreja, a Deus, lhe parecerem gestos de gente tola, ela vê na dança de Davi no meio do populacho algo parecido com leviandade e baixeza, feita de forma vulgar para impressionar os súditos e a classe pobre de Israel. Mical não adentrou o lugar sagrado no qual Davi penetrou na sua adoração. Davi foi permeado pela graça divina, enquanto Mical decidiu se tornar crítica e se tornar distante.

Resultados:
A.   Davi não conseguiu abençoar sua casa, apesar de ter sido esta sua intenção mais profunda “...E voltou Davi para casa para abençoar sua casa” (2 Sm 6.20). Voltou para abençoar, mas o resultado foi uma ácida discussão, repleta de acusação mútua. Mical age com ironia e zombaria (2 Sm 6.20); Davi reage com rejeição e condenação (2 Sm 6.22).

B.    A casa de Davi tornou-se ambiente de secura e esterilidade. “Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte” (2 Sm 6.23).

Por que não teve filhos?
O texto não diz, embora inicialmente aponte para alguma coisa de castigo de Deus e maldição. Mas recentemente fiquei pensando em outra coisa. Não teria Davi se afastado de Mical para sempre e por isto ela não pode conceber? Sem intercurso sexual, ela não poderia engravidar. Será que faz sentido esta interpretação?
Lares repletos de desprezo, indiferença, amargura, se distanciam fisicamente, as coisas não se resolvem, a sexualidade deixa de existir. Davi afirma que seria honrado das servas a quem ela criticou, e assim aconteceu. Talvez os dois tenham se isolado de tal forma que nunca mais tiveram a alegria da intimidade, eram casais vivendo em cama separada, sem afeto, sem envolvimento afetivo, física e emocionalmente distantes

C.    Perda da alegria e benção espiritual – Crises não resolvidas no coração impactam nossa fé. O lar de Davi, ou pelo menos o clima entre ele e Mical roubaram-lhes a alegria, os privilégios.

Em Cantares 2.15 lemos: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas que devastam os vinhedos, porque as nossas vidas estão em flor”. Certamente uma linguagem alegórica. 

O que significa esta expressão? 
Que mensagem figurativa estas raposinhas trazem?

O texto afirma que elas devastam os vinhedos, e são uma grande ameaça às vides em flor. Elas destroem as flores, símbolo da alegria e da graça, e ainda prenunciam outro desastre maior: Eliminam a possibilidade de colheita, já que das flores surgem os frutos. Estes "pequenos invasores" são, portanto, altamente destrutivos, precisam ser localizados e pegos. Não podem andar em liberdade caso contrário destroem as vides em flor, causando grandes males.

Relacionamentos quebrados, amargura, desprezo, ironia, desrespeito, questões não resolvidas no coração, impactam profundamente nossa fé, e podem, inclusive, nos distanciar de Deus de tal modo que nossas orações são interrompidas (1 Pe 3.7).

Tim Keller afirma que um dos propósitos estabelecidos por Deus em nossos relacionamentos é que os maridos ajudem suas esposas a se aproximarem de Deus (Ef 5.25-27), e da mesma forma, que o comportamento da mulher, ajude o marido a discernir Deus em sua jornada (1 Pe 3.1). Será que temos inspirado e promovido a fé do nosso cônjuge, ou nossa forma de viver tem gerado dúvidas sobre o amor de Deus e a validade do que cremos?

Conclusão

No livro de Malaquias lemos que o propósito da obra de Cristo seria “converter o coração dos pais aos filhos e filhos aos pais, para que a terra não fosse ferida com maldição” (Ml 4.5-6). Isto é, Deus não está interessado apenas que nos convertamos a ele mas deseja que esta conversão vertical também se horizontalize, atingindo nossos lares, esposas convertidas aos maridos, maridos convertidos às esposas. Quando o evangelho penetra os relacionamentos, traz benção, alegria e celebração.

Tudo começa no coração...
Quando o coração não é atingido, o desprezo começa a governar.

O resultado do desprezo é a mesquinhez dos afetos. 

Em Deuteronômio 28.54-56 lemos o seguinte: 
"Até mesmo o homem mais gentil e educado entre vocês não terá compaixão do seu irmão, da mulher que ama e dos filhos que sobreviverem, de modo que não dará a nenhum deles nenhum pedaço da carne dos seus filhos que estiver comendo, pois nada lhe sobrará devido aos sofrimentos que o seu inimigo lhe infligirá durante o cerco de todas as suas cidades. A mulher mais gentil e delicada entre vocês, tão delicada e gentil que não ousaria encostar no chão a sola do pé, será mesquinha com o marido a quem ama e com o filho e a filha".

Este texto fala das conseqüências da desobediência. Nossa desobediência a Deus tem resultados imediatos nos afetos. Os relacionamentos fraternais são diretamente atingidos, gerando mesquinhez.

O que é mesquinhez?

Para a avareza, o muito é pouco. Um espírito mesquinho é como um microscópio: aumenta as pequenas coisas, mas impede de ver as grandes. Mesquinhez é muito relacionado à avareza, à aplicação dos recursos financeiros. Plutarco afirma que "a avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo."

Conseqüências da mesquinhez?
  1. Mesquinhez gera secura na alma
  2. Mesquinhez gera empobrecimento nas relações: sexualidade, finanças.
  3. Mesquinhez danifica até os afetos mais puros
Relacionamento fraternal – irmão
Relacionamento conjugal – mulher e marido
Relacionamento filial – pai e filho, filho e pai
  1. Mesquinhez danifica nossas personalidades- Esta talvez seja a consequência mais cruel do desprezo: ele se torna mesquinho, e por conseguinte, até "A mulher mais gentil e delicada entre vocês, tão delicada e gentil que não ousaria encostar no chão a sola do pé, será mesquinha com o marido a quem ama e com o filho e a filha". Quando a mesquinheza passa a dominar o coração, deixamos de ser liberais, generosos, amorosos. Agimos de forma rude. Assim como a corrupção enlouquece até o sábio, a mesquinhez danifica os afetos.

Conclusão:
"Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós; mas estais limitados nos vossos próprios afetos. Ora, como justa retribuição, (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós" (2 Co 6.11-13). Paulo encoraja os irmãos a alargarem o coração. Ele olhava para os irmãos da igreja e os via encolhidos nos afetos, limitados. Ele as encorajam a abrir o peito e se dilatarem. Não é uma expressão curiosa? 


Mical teve problemas, primeiramente no seu coração, incapaz de entender a fé de seu marido e seu compromisso para com o Senhor. 


Como dissemos anteriormente. Não sabemos o que pode ter gerado esta reação de desprezo no seu coração. Quantas histórias vividas na intimidade, quantas crises e quantas dores Mical experimentou nestas idas e vindas, lidando com seu pai distante, e talvez agora com Davi, incapaz de amá-la como ela deveria ser amada. Talvez a amargura de seu pai, Saul, que sempre a instrumentalizou, ou de achar que Davi a tirou de seu outro marido que a amava profundamente, para ser uma mulher entre tantas. Certamente nunca saberemos das sombras de sua alma, e como isto afetou sua fé, seu julgamento, sua crítica. 

Por esta razão a obra de Cristo precisa atingir os corações. 
Experiência com Jesus não é mera adesão, mas conversão real a Jesus. Por isto a Bíblia fala que uma das consequ6encias diretas da obra de Deus em nossa vida é trocar o coração de pedra e colocar em nós um coração de carne: "Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne." (Ez 36.26). Não se trata de um envolvimento externo, de mudar de religião ou de denominação, mas de mudança de alma. Assim deve acontecer em relação aos nossos filhos, assim deve acontecer dentro de nossa casa. Caso contrário seremos dominados por desprezo, cinismo, acusações, falta de compreensão e julgamento.

A história de Mical e Davi, poderia ter terminado de forma mais bonita, depois de todos acontecimentos, cumplicidade e amor, mas termina de forma lacônica e patética.

Só a obra de Cristo, é capaz de transformar nosso coração de forma tal profunda. Por isto, em Malaquias lemos: “Ele (Deus) converterá o coração”. Não se trata de auto-conversão, ou algo gerada pela obra humana. Deus precisa nos converter a Ele, e nos converter uns aos outros.


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