sábado, 11 de maio de 2019

2 Cr 22.104; 2 Tm 3.14-15 A importância das mães na formação espiritual


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A importância das mães na formação espiritual
 2 Cr 22.1-4; 2 Tm 3.14-15


Introdução:

Não temos dúvida alguma que “a mão que balança os berço, rege o mundo”. Culturas são forjadas pela influência materna. Infelizmente muitas mães esquecem ou negligenciam esta realidade. Mães são fundamentais na formação espiritual e moral de seus filhos.

Um texto que me chama a atenção de forma especial encontra-se em Atos 2.8, quando diz que o Espírito Santo foi derramado sobre pessoas provenientes de diferentes regiões, e cada uma ouvia falar “em sua língua materna”. Por que não comunicou na língua comum do povo que era o hebraico, ou na língua mais erudita e universal conhecida de praticamente todos naqueles dias que era o grego? A questão é que “a língua materna”, é a linguagem que a criança ouve enquanto é amamentada. É a linguagem do coração. E isto faz toda diferença, porque tal linguagem é assimilada num nível mais que intelectual – o nível visceral!

Veja como os valores e fé são desenvolvidos ao lado da mãe:
Conceitos
Preconceitos
Racismo
Valores
Relativismo
Espiritualidade

A forma como se lida com valores, fé, conceitos, tudo isto é transmitido, muito antes da criança ter qualquer contato com o mundo externo.

Tudo isto se aprende, de forma profunda, na caminhada com a mãe.
Fala-se muito da sociedade patriarcal, mas a revolução está nas mãos das mães.

Ralph Waldo Emerson afirma: “os homens são o que as mães fazem deles”.
Ha um ditado hebraico, que considera um tanto herético na sua raiz que afirma: “Deus não pode estar em todos os lugares, por isto fez as mães”.

Paradigmas Bíblicos
Para justificar meus argumentos, analisei alguns reis da Bíblia, porque tenho observado que, quase sempre, quando um rei é fiel a Deus, isto se deve à influência de sua mãe; o mesmo se dá quando o rei é infiel – quase sempre em razão da mãe ser uma pessoa sem intimidade cm Deus.

Observe o texto lido no início:
Ele fala de Acazias, um rei que assumiu o trono muito cedo. Ele tinha apenas 22 anos de idade. Seu reinado foi curto e desastroso, porque seria exterminado numa aliança tola que fez com outro rei, de Israel, chamado Jorão. Ele morreu por estar no lugar errado, na companhia errada, na hora errada, mas isto também fazia parte do propósito de Deus para Israel.

Por que seu reinado foi tão desastroso?
Sua mãe, filha de Onri, chamava-se Atalia. Ele também andou nos caminhos da casa de Acabe; porque sua mãe era quem o aconselhava a proceder iniquamente” (2 Rs 22.3). A influência de sua mãe foi desastrosa sobre sua vida. Seu erro se deu porque quem o aconselhava era sua própria mãe, uma mulher maluca, que posteriormente mataria todos seus netos para assumir o trono. Atalia foi a única mulher que se tornou rainha, com este ato sórdido contra sua própria descendência. Ela governou por seis anos. Absolutamente maluca.

Diante disto, serve o alerta: Mães não podem perder tempo, se desejam ver seus filhos amando a Deus. Deve começar cedo, de forma intencional, direta, comunicando princípios morais e éticos, mas acima de tudo, transmitindo sua fé. Temos pouco tempo para fazer isto. Quando os filhos chegarem à escola, as influências que receberão já poderão orientar num sentido diferente do seu, então, esteja atento, para que, até lá, muitos valores e conceitos já estejam bem definidos na mente dos seus filhos.


Bateseba: a mãe de Salomão
Não há nenhum relato na Bíblia da honra que um rei tenha dado a sua mãe como fez Salomão. “Mandou por um trono à sua mão direita” (1 Rs 2.10), para sua mãe estar ao seu lado.

Alguns comentaristas acreditam que esta era uma forma de “redenção pública”, que Salomão quis fazer de sua mãe, que foi o pivô de um escândalo pavoroso em Israel, quando se envolveu adulterinamente com o Rei Davi. MacIntoshi afirma: “Sua vida (de Salomão), tornou-se uma tentativa de auto-afirmação, pois pesva sob seus ombros ter nascido de uma mãe questionada como Bateseba”.

A presença de sua mãe pesou muito sobre o homem que Salomão se tornaria. Ele desejava ter uma imagem pública e isto se tornou mais importante que sua obediência. Ele se tornou narcisista, auto-absorvido, com intensas ambições, desejo de aclamação pública, trazendo enorme ônus de impostos sobre seus súditos para sustentar sua opulência e luxo, embora seu coração raramente estivesse satisfeito. MacIntoshi acredita que isto aconteceu por causa de sua mãe.

Naamá, mãe de Roboão
Roboão assumiu o trono de Salomão. Sua mãe era amonita (1 Rs 14.21). Ora, no contexto bíblico, embora fossem aparentados do povo de Israel, já que eram descendentes de Ló, este povo cresceu absolutamente afastado da fé no Deus de Israel. Eles estavam tão distantes espiritualmente, que sequer poderiam entrar no templo. E eles fizeram um deus a quem adoravam, um ídolo, chamado Milcom (1 Rs 11.5). Salomão, talvez por estar impressionado com a beleza de Naamá, casou-se com ela e construiu um templo a este deus pagão em Jerusalém, provavelmente para agradá-la.

Qual foi o resultado da fé desta mulher pagã na vida do futuro rei de Israel? Ele se tornou absolutamente pagão e idólatra. O que sua mãe lhe ensinou chegou ao seu coração, e por isto, “fez Judá o que era mau perante o Senhor; e, com os pecados que cometeu, o provocou a zelo, mais do que fizeram os seus pais” (1 Rs 14.22). Nos dias de Roboão, Israel tomou uma direção espiritual muito pior do que jamais Israel tinha experimentado.

Quem estava por detrás disto tudo? A influência pagã de Naamá, mãe de Roboão.

Maaca, mãe de Abias e Asa
Quando Roboão morreu, Abias assume seu lugar. O nome de sua mãe era Maaca, filha de Absalão (1 Rs 15.2,10).

O fato dela ser filha de Absalão, o belíssimo rei de Israel que conspirou contra seu próprio pai, Davi, para assumir o trono, já diz muito sobre suas experiências. Ela foi criada no palácio, ainda que seu pai fosse um traidor. Se ela se parecia em beleza com seu pai, certamente era uma mulher de uma beleza estonteante. Ao mesmo tempo, deve ter ouvido muitos cochichos e ter sido alvo de controvérsia por ter sido filha de Absalão. Não deve ter sido fácil. Depois de sua morte, surgem os filhos marcados por estigmas.

O primeiro filho desta menina que agora se torna rei é Abias. Ele seguiu as orientações de sua mãe, mas reinou apenas três anos (A Bíblia não relata as causas de sua morte, mas qualquer doença infecto contagiosa neste tempo poderia ser fatal, porque não existiam tratamentos à base de antibióticos). Seu irmão, Asa, assumiu seu lugar, desta forma, Maacá se torna mãe de dois reis.

Embora fosse filho de Maacá, Asa se converteu e tomou  os caminhos do Senhor. A Bíblia afirma que ele foi um homem reto e piedoso diante de Deus, como podemos explicar isto? Não seria este um exemplo de que as mães não influenciam tanto a vida de seus filhos?

Para entender isto, precisamos ler 1 Rs 15.9-13: “No vigésimo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel, Asa tornou-se rei de Judá, e reinou quarenta e um anos em Jerusalém. O nome da sua avó era Maaca, filha de Absalão. Asa fez o que o Senhor aprova, tal como Davi, seu predecessor. Expulsou do país os prostitutos cultuais e se desfez de todos os ídolos que seu pai havia feito. Chegou até a depor sua avó Maaca da posição de rainha-mãe, pois ela havia feito um poste sagrado repugnante. Asa derrubou o poste e o queimou no vale do Cedrom”.

A fidelidade de Asa lhe custou um alto preço. Uma profunda crise familiar com sua mãe. O que lemos? Asa destruiu os altares de sua mãe, mas para fazer isto ele teve que confrontá-la e tirar o cargo politico honorifico que ela possuía de rainha-mãe. Embora a Bíblia não entre nos detalhes, podemos imaginar como isto foi pesado.

Primeiro, pense no que fez Asa? Ele quebrou os ídolos, as imagens de sua mãe.
Tente traduzir isto para nossos dias.

Um filho decide quebrar as imagens que a mãe venera e está espalhado na casa da mãe. Não é isto uma forma de agressão? Intolerância religiosa? A visão pós moderna não admite uma coisa destas. Sua posição radical para efetuar a limpeza idolátrica de Israel foi tão profunda que para isto ele teve de retirar sua mãe do cargo que ocupava. Outra crise, agora, politica.

Esta foi a única forma que Asa encontrou para quebrar o paganismo que sua mãe estava trazendo para Israel. Seu irmão Abias, a seguiu na orientação espiritual, mas Asa se converteu e tomou outro caminho, mas isto lhe custou muito caro dentro de casa. Dias de muitos conflitos e disputas, altercações e maledicências.

Jezabel, mãe de Azarias e Jorão
De todos os nefastos exemplos de mães bíblicas, entretanto, nenhum se compara ao de Jezabel. Ela influenciou diretamente seu marido, Acabe. Ela era filha de Etbaal, rei dos sidônios, e levou seu marido a se tornar um adepto de Baal e até mesmo construir templos e altares em Samaria, capital de Israel (1 Rs 16.31); literalmente, ela paganizou Israel. Nenhuma mulher trouxe um resultado de trevas tão grande para Israel quanto esta mulher.

Além de sua influência deletéria e maligna sobre seu marido, ela consegue discipular tão bem seus filhos, que eles se tornam fortes defensores de Baal.

O primeiro deles, Acazias, quando enfrentou um grave problema de saúde, resolveu buscar orientação em Ecrom, de uma entidade espiritual chamada “Baal-zebube”,  que traduzido literalmente seria “deus das moscas”(2 Rs 1.2). o próprio nome desta entidade, nos induz a pensar de que deus se tratava.

Ao saber disto, Elias, o profeta, se interpõe: “Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-zebube, Deus de Ecrom?” (2 Rs 1.3).

Acazias morre daquela enfermidade.
Seu outro irmão, Jorão, assume o trono.

Embora pouco conhecido dos leitores da Bíblia, este rei tem ódio de Deus e profundo antagonista. Todos os relatos dele demonstram isto, embora ele tivesse visto algumas manifestações poderosas de Deus em seus dias, pois viveu nos tempos de Eliseu, sucessor de Elias. Os capítulos 3-9 do segundo livro de Reis, falam deste rei. Sua oposição a Deus não é algo superficial, mas visceral. Ele se opõe a Deus, ele tem ódio de Deus, ele ridiculariza os profetas.

A única razão para entender tamanha oposição reside na visão idolátrica de sua mãe. Jezabel fez bem o seu papel de ensinar a mentira do diabo aos seus filhos. O problema é que nós, quando somos bons para ensinar nossos filhos, somos apenas mais ou menos na eficácia; mas mães diabólicas, quando são boas para ensinar o erro e a perversidade, tornam-se ótimas...

Jorão morreria pelas mãos de Jeú, e a dinastia de Jezabel acabe. Lamentavelmente os outros deuses que sucederam, foram também infiéis. Israel parece ter se contaminado para sempre.

Conclusão:

Eunice: A Mãe de Timóteo
O texto de 2 Tm 3.14-15 que lemos no início, aponta nesta direção. Paulo exorta Timóteo a permanecer firme naquilo que ele havia aprendido, “desde a infância”. O termo que ele usa para infância é sugestivo, em grego, brephos, que se refere à criança de colo. Paulo afirma que Timóteo sabia as sagradas letras, as Escrituras Sagradas, desde que ele era menino de colo. Sua mãe, Eunice, não perdeu tempo, e ensinava ao seu filho as verdades de Deus, reveladas no Antigo Testamento.
Uma mãe que não entende isto e demora-se para começar a ensinar seu filho nas verdades do Evangelho é tola ou descuidada. Os dias são maus, seus filhos precisam saber o que é certo e errado, o que é aprovado ou não, mas acima de tudo, quem é o Deus de suas vidas.

Para concluir, algumas recomendações finais:


1.     Culturas são forjadas pela influência materna. Mães são fundamentais na formação espiritual e moral de seus filhos. Portanto não perca tempo. Ensine e inculque as verdades da Bíblia no coração dos seus filhos. Mães de oração, podem forjar verdadeiros discípulos de Cristo. Não podemos descuidar, nem relaxar. É dentro de casa que venceremos grandes batalha espirituais. Nossos filhos precisam ser preparados, para reproduzir o evangelho e amar a Cristo.

2.     Não menospreze seu papel de mãe. Você não pode ignorar seu poder de influência. Orações de mães, transmissão das verdades bíblicas, precisam ser mais intencionais e intensificadas. Muitas vezes achamos que o que fazemos parece não fazer efeito e desistimos de fazer. Não despreze a Palavra de Deus que diz: “Ensina a criança o que caminho em que deve andar e ainda quando for velha, não se desviará dele” (Pv 22.6).

3.    Comece cedo. Certa vez um colega meu, falando sobre este assunto, me perguntou: “como seus filhos aprendem a falar?” E a resposta óbvia é: “ouvindo”. Portanto, por que ignorar o fato de que nossos filhos estão em processo de aprendizado espiritual, desde o berço?

4.     Dependa do Espírito Santo. Ele pode comunicar e transmitir as verdades de Jesus aos seus filhos, falando-lhes da linguagem materna. Quantos testemunhos já ouvi de pessoas que, querendo se afastar do caminho do Senhor, lembrava-se dos ensinos da mãe, dos conselhos que ela dava, dos ensinamentos espirituais recebidos, e tinham que retroceder, por causa da linguagem materna que havia sido comunicado aos seus corações, desde cedo.

5.     Não se deixe desencorajar. Certo pai ouviu seu filho na adolescência lhe dizer: “Eu não vou mais à igreja, eu não gosto de igreja. Quem gosta de igreja é o Senhor. Eu não!” E o pai lhe respondeu: “primeiro, você vai à igreja, porque você ainda depende de mim, da minha direção, da minha autoridade e dos meus recursos. Segundo, quando você tiver condições de conduzir a sua vida pessoal, sem nossa orientação e decidir viver sem Deus, você poderá fazer, mas quero dizer que eu e sua mãe estaremos sempre orando por você e será bem difícil para você viver sem Deus, porque jamais deixaremos de amar você e de cuidar de você!”. Muitas vezes. Lamentavelmente, decidimos muito facilmente de nossos filhos.

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