Introdução:
Falar dos céus não é muito fácil. Não existe nada na terra que sirva de parâmetro de comparação. Nenhuma metáfora é suficientemente forte para descrever o celeste porvir. Conta-se que quando Dante Alighieri, autor da famosa obra A Divina Comédia, ao ser indagado porque falara tanto do inferno e tão pouco do céu, ele teria respondido que não havia muitos elementos na terra para descrevê-lo. Paulo afirma que “Nem olhos ouviram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humana o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Co 2.9).
Descrever o trono de Deus é ainda mais complexo. Como revelar em linguagem humana a glória de Deus e seu posto de autoridade? João parece ter a mesma dificuldade ao se deparar com a glória de Deus. O capítulo 4 de Apocalipse descreve o trono de Deus, o lugar de onde procedem todas as decisões sobre o universo, o lugar central de onde procedem todas as decisões, onde todo o julgamento é formulado e emitido, onde governa o Rei dos reis. Ali, e não na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU) são expedidas as ordens que transformam o destino da humanidade e que relativiza os poderes terrenos e temporais. Deste lugar de honra é que foram dadas as ordens iniciais para que houvesse divisão entre luz e trevas. Diante daquele trono é que foi tomada a decisão mais radical e revolucionária da história da humanidade, de que o Filho de Deus deveria se humanizar, habitar entre nós e morrer pelos pecados do mundo inteiro. É diante deste trono que satanás argumenta com Deus sobre a vida de Jó, questionando a validade de sua fidelidade, e é diante deste trono que vivos e mortos serão um dia julgados. Do trono procedem os grandes movimentos da história. A visão que João descreve neste momento é a visão deste grande trono branco, onde está assentado o Senhor dos senhores.
O que João vê?
João tem várias percepções dos céus, e vai narrar estas visões na medida em que as vê, como um repórter que vai descrevendo aquilo que ele consegue ver.
1. O céu tem portas abertas- 4.1 - Esta é a primeira observação que João faz do céu. “Olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta a falar comigo”. João vê o céu, com suas portas abertas. Faz questão de afirmar que se trata não apenas de uma porta, mas várias.
Estas portas, segundo as Escrituras, só vão se fechar no dia do juízo, para aqueles que não quiseram passar por ela, que se fecharam ao apelo de Deus (Mt 25.31-33). Até a hora da morte, até o juízo, o céu é um lugar aberto. Não somente uma porta, várias portas, abertas pelo Senhor Jesus (Hb 10.19-20). Esta porta é uma porta de oportunidades, porta de salvação. Jesus diz à Igreja de Filadélfia, “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. (Ap 3.8). Esta é a porta na qual o homem é convidado a entrar, podendo aceitar ou recusar. Deus colocou diante de cada um de nós, uma porta de oportunidade.
2. O trono não está vago – (Ap 4.2) “No trono, alguém sentado”. O trono não está vago, esperando alguém para se assentar nele. O trono tem dono, tem quem o governe. As coisas não estão fora do controle de Deus.
Este foi o julgamento de Deus sobre o Rei da Babilônia. Na sua soberba, Nabucodonozor acreditou que não havia domínio nos céus, acreditou que o universo vivia entregue à sua própria sorte, pensou que não havia que governasse a história dos homens, e Deus o disciplina dizendo que ele ficaria naquela situação de alienação mental “Até que ele aprenda que o céu domina” (Dn 4.26).
O trono é o verdadeiro centro do universo. Não é um centro geográfico, antes um centro espiritual. O universo da Bíblia não é geocêntrico, nem heliocêntrico, nem sagitariocêntrico, mas teocêntrico.
Aqui vemos também a verdadeira filosofia da história.
Os jornais, revistas, TVs, nos relatam os fatos, mas tais fatos tratam apenas de realidades secundárias, mas a causa suprema da existência de todas as coisas, a verdadeira mente, o porque de tais fatos, apenas o Trono pode revelar. Nada está excluído de sua vontade. O trono é o centro de tudo!
O termo “trono” aparece 17 vezes nos capítulos quatro e cinco de Apocalipse. Neste livro o trono de Deus é mencionado em quase todos os capítulos, exceto nos capítulos 2,8,9. O trono não está na terra, sim no céu. Deus é o Rei e como Rei habita no templo. No trono tem “Alguém” sentado” (Ap 4.2). Esta é uma idéia muito presente no Antigo Testamento (1 Rs 19.22; Sl 47.8; Is 6.1).
O trono revela a majestade, poder e glória de Deus, a figura tremenda de Deus descrito como o Rei do Universo. No vs. 3 João faz uma descrição daquele que está assentado no trono, na verdade não há uma descrição de sua pessoa, sim de seu fulgor. Deus não pode ser descrito em forma humana, a não ser que empreguemos uma linguagem antropomórfica, isto é, atribuindo a Deus formas humanas. Por isto a Bíblia fala de Deus como tendo mãos, pés, costas, etc., mas Deus, na verdade é Espírito, nunca jamais poderá ser visto como homem (Ex 20.4; Jo1.18).
3. O trono está nos céus - João queria fazer um contraste do trono onde Deus habita com os tronos nos quais os homens se assentam.
Até o capítulo quatro João relata as mensagens que Deus envia às suas igrejas. O cenário no qual as igrejas se encontram é um cenário de conflitos, um cenário da terra. Neste capítulo, porém, a cena é transferida da terra para o céu. Aqui começam verdadeiramente as visões. Para o homem, ver e compreender as coisas de Deus precisa se desprender da terra. Por isto João agora fala do "trono no céu", no lugar santíssimo, não na terra. Vs. 2.
II. O que podemos achar diante do trono?
2.1. Autoridade - “Alguém está sentado no trono”. 4.2 Esta é a primeira coisa que João vê no trono. O mundo não é um carro desgovernado, entregue ao capricho da sorte. Existe governo e autoridade, existe Rei, reino e trono. Um velho hino diz: “As tuas mãos dirigem meu destino, oh Pai de amor, bom é que seja assim”.
2.2. Glória - Ele não descreve como Deus é, mas relata como é no seu aspecto, vs. 3, dizendo que “é semelhante a” pedras preciosas. Estas pedras eram típicas das mais preciosas pedras.
Platão menciona esta três pedras juntas como representantes das pedras mais preciosas. (Plato, Phaedo III E). Estas três pedras faziam partes das ricas vestimentas do rei de Tiro (Ez 28.13). Elas estavam entre as preciosas pedras que eram usadas nas roupas do Sumo Sacerdote (Ex 28.17), e se encontram na fundação da cidade santa. (Ap 21.19). A visão de Deus é majestosa, gloriosa, por esta razão diante de sua glória os homens se curvam. Ezequiel, ao se deparar com a glória de Deus caiu com o rosto em terra, e ficou perplexo durante sete dias (Ez 1.28).
2.3. Aliança – 4.3 João vê um “arco-íris”. As pessoas hoje em dia se assustam com o arco-íris dizendo que ele é símbolo dos gays e da Nova-Era.
Se estes movimentos contrários as Escrituras querem utilizar o símbolo do arco-íris, honestamente não me interessa. Para mim arco-íris, antes de qualquer coisa, representa um pacto feito com Deus e os homens. Gn 9.12-16 Além disto, João vê um arco-íris no céu. Este símbolo nos lembra que o nosso Deus é um Deus de pactos com a humanidade. Pacto de vida, de salvação, de relacionamento. Este pacto está ao redor do trono, circulando o trono. O trono de Deus é circulado pela lembrança do pacto que Deus faz com a humanidade.
Van Groniken afirma que a palavra mais bíblica é “aliança” (ou pactos), já que o Evangelho é pactual.
2.4. Juízo: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões”. Ap 4.5 Em Ap 8.3-5 vemos que estes “relâmpagos, vozes e trovões”, são juízos de Deus enviados a terra, como resposta às orações dos santos.
Quando a igreja ora, Deus responde em forma de juízo, estabelecendo julgamento. Nas visões de Ezequiel relâmpagos surgem do trono (Ez 1.13). O salmista descreve que a voz de trovão do Senhor foi ouvida dos céus (Sl 77.18). Mas a grande descrição bíblica que temos sobre Deus associado a trovões é no Monte Sinai, cujo som era muito alto e que vinha da montanha (Ex 19.16). Ray Summers afirma que relâmpagos, vozes e trovões são manifestações da ira de Deus – (Ex 19.16) Sendo grandes manifestações do poder da natureza.
2.5. Sabedoria e instrução - “Sete tochas de fogo que são os sete espíritos de Deus”. (4.5) Tochas servem para alumiar e aquecer. Estes espíritos são tochas de fogo, acesas, não deixam de iluminar nosso caminho, aquecer nossa existência.
Nós encontramos estes sete espíritos diante do trono também em Ap 1.4 e 3.1.4 e 3.1. Is 11.2 diz: “O Espírito do Senhor repousará sobre Ele, o espírito de sabedoria e de entendimento, de conselho e poder, de conhecimento e piedade, e este espírito será cheio do temor do Senhor”. Os estudiosos bíblicos acreditam que se trata das sete “manifestações do Espírito de Deus”. Não é difícil pensar nestes sete espíritos dando dons aos homens, e todos eles estão diante do trono do Senhor. Eles são os enviados de Deus para trazer entendimento e sabedoria ao seu povo, trazer graça e conhecimento celestial para suas almas.
2.6. Transparência e Lucidez - Nada oculto, tudo revelado: um mar de vidro. Existem olhos por detrás de por diante. Nada oculto, nenhum segredo que não possa ser revelado.
O mar de cristal revela a translucidez do trono. As atitudes são declaradas, as frágeis defesas são desmascaradas diante da clareza daquele que a tudo vê. “Nada oculto que não venha a ser revelado”. Neste mar há profundidade e transparência, mas não fluidez e instabilidade. "O esplendor do mar de vidro cega o homem que se aproxima de Deus. O mar de vidro significa transparência.”[1]
Conclusão: Qual deve ser nossa atitude diante do trono?
João tenta entender o que está se passando diante de seus olhos. Tomado pela visão estupenda daquela gloriosa revelação, ele registra o que vê. Uma das coisas marcantes para João é a forma como os seres viventes, os anciãos e os anjos se aproximam diante do trono de Deus. Eis o que João viu:
3.1. Adoração - Esta é a atitude mais evidente diante do trono. Seja da parte dos seres viventes, dos 24 anciãos ou dos anjos. O cenário é cenário de louvor e adoração. O ambiente é de uma igreja em espírito, se curvando diante do Senhor, só que com reverência muito mais profunda.
Dois fatos chamam atenção:
3.1.1. Por que seis asas? (Ap 4.8) Não bastam duas?
Porque existem asas cobrindo o rosto e os pés da mesma forma como nos descreve Isaías? Só existe uma explicação clara: O rosto é coberto, para não se deparar com a glória de Deus, significa reverência. A santidade de Deus leva os anjos a cobrirem suas faces. Da mesma forma os pés, por causa da humilhação. O rei glorioso está diante deles, e cobrem o rosto e os pés em adoração. Na verdade, das seis asas, quatro tem o único propósito de adorar, enquanto duas de servir.
Diante de Deus, a adoração é sempre mais importante que qualquer atividade ou serviço. “Os verdadeiros adoradores do Pai o adoram em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4.23)
Nós somos uma geração repleta de atividades, vivemos com a agenda cheia e nos vangloriamos quando temos tanta coisa a fazer. Nos sentimos culpados se não estamos trabalhando, fazendo coisas. Andamos, à semelhança de Marta, “agitado de um lado para outro, ocupada em muitos serviços”, e isto, ao invés de trazer satisfação interior, tem trazido “inquietação e preocupação”, e pior ainda, aos olhos de Deus, temos escolhido aquilo que pode ser tirado de nós. Vivemos vazios e frustrados com a quantidade de atividades e programas e deixamos nossa alma se secar por falta de cuidado espiritual. Falta-nos adoração, nossa alma está sedenta de significado e de Deus.
Adoração é a essência da vida cristã, e não apenas uma atividade entre outras, antes ocupa uma posição central no coração do povo de Deus e no corpo de Cristo. Quando Jesus nos salvou, seu propósito era criar um povo para adorá-lo, para proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9; Jo 4.23).
Por esta razão, os céus estão cheios de louvor e adoração e é isto que João vê diante do trono (Ap 5.12-13) Apocalipse é um livro doxológico, A adoração na atual dispensação tem sido muito esvaziada, ora pela superficialidade, ora pela falta de reverência e alegria que deve marcar este momento de adoração. Poucos ministros de música têm transformado o louvor em adoração a Deus. Adoração não apenas uma tarefa a mais, um item a ser ticado em nossa agenda sobrecarregada, nem um momento de entretenimento na liturgia da igreja, ou uma responsabilidade cristã, antes deve ser a mais alta e espontânea atividade do povo redimido de Deus.
3.1.2. Outro aspecto tremendo deste texto é a relação dos anciãos com suas coroas.
Coroa é sinal de glória, de autoridade, mas o que vemos aqui é surpreendente. As coroas que os 24 anciãos tem não servem para seu uso pessoal, mas para colocarem aos pés daquele que se encontra no trono. Estes 24 anciãos representam as 12 tribos e os 12 apóstolos. Nenhum deles tem glória pessoa, nenhum fica com a coroa, apesar de a terem. Eles as colocam diante daquele que realmente merece louvor. A glória não é deles, a glória é de Deus.
3.2. Louvor - Todos eles estão cantando, tudo o que fazem é realizado com louvor. Novos cânticos são sempre feitos para a glória do Rei (Ap 6.4).
Aqui estão vinte e quatro tronos e vinte quatro anciãos. Estes anciãos não eram anjos, mas pessoas que tiveram que lutar para vencer. Mt 19.28; Lc 22.30; Is 24.2. Estão aqui para adorá-lo: Deus é o grande rei, e precisa ser glorificado. A Igreja inteira, da antiga e da nova dispensação: 12 patriarcas (12 tribos) e 12 apóstolos, e estas "coroas de ouro" são símbolo de vitória, estão sendo depositadas diante do trono. (Ap 4.10). Todos eles devem estar vestidos com "vestiduras brancas”, símbolo de pureza e santidade. Aproximam-se diante de Deus com reverência e usam as vestes que foram alvejadas no sangue do Cordeiro.
O Senhor Jesus nunca estabeleceu nenhuma forma de adoração pública, nenhuma regra litúrgica a ser seguida. Mas existem princípios claros de adoração e louvor nas Escrituras. Não podemos nos esquecer que tudo deve ser feito com decência e ordem, com reverência, júbilo e adoração.
Muitas vezes vemos igrejas onde se percebe reverência na liturgia, mas esta reverência é mórbida, não conseguimos ver nenhum traço de júbilo ou alegria nos seus cânticos. As músicas parecem réquiens. Músicas fúnebres. Por outro lado, vemos muitas igrejas repletas de júbilo, as pessoas dançam e pulam, mas falta adoração e reverência. A liturgia se dá no meio de balbúrdia, existe um clima de desordem e descontrole que beira a histeria.
A Bíblia recomenda que adoremos o Senhor na beleza de sua santidade, exaltando de coração a sua glória, que o adoremos em espírito e em verdade, sem cosméticos. Que entremos nos seus átrios com hinos de louvor, cânticos espirituais, que lhe dirijamos o louvor com “júbilo e arte”. (Sl 33.3) e que entremos nos seus átrios com ações de graça pela grande salvação que nos foi dada por meio do Cordeiro.
Será que isto pode ser resgatado em nossa liturgia? Lembremos que louvor é uma espécie de aperitivo do céu. Se o céu está repleto de louvor, é bom que nos acostumemos a louvá-lo segundo o louvor que é ali ministrado.
Conclusão:
Precisamos entender a vida na dimensão do trono de Deus.
§ Compreender o governo de Deus, quem Deus é, sua grandeza, majestade e poder, gera temor ao nosso coração. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Nossas vidas estão diante daquele de quem nada esconde, de bom ou ruim?
§ Para isto servem nossas orações. Estamos diante de Deus, abrindo nosso coração, em confissão, louvor. O autor aos hebreus afirma que por termos Jesus como sumo sacerdote, nós podemos achegar confiantemente ao trono da graça para recebermos misericórdia e acharmos graça, em ocasião oportuna. (Hb 4.14-16). Você tem esta compreensão quando ora? Que você se aproxima com intrepidez diante de Deus? Em nome de Cristo? Pelas orações, chegamos ao trono de Deus.
. Para isto servem os cultos. A adoração comunitária é uma forma de transcendência. Saímos desta esfera para adentrar o lugar da santa habitação de Deus. A expressão Deus habita em meios aos louvores encontra-se no Salmo 22.3: “Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel”. (RA) Ou, na versão mais antiga: “Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel” (Salmos 22:3). Deus habita entre nós, de forma especial quando o adoramos de forma correta, em espírito e em verdade. A adoração nos faz adentrar ao trono do Altíssimo, ou, se preferirmos, faz a glória de Deus se revelar entre nós. Nestas horas, a manifestação de Deus entre nós e seu governo, se tornam presentes. Por isto é importante a adoração comunitária. Deus se agrada dos louvores do seu povo.
§ Precisamos ainda entender, que todos compareceremos um dia, diante deste santo juiz, diante do qual há um mar de vidro, semelhante ao cristal. Todas as coisas são claras na sua presença. Nada pode ser ocultado.
Obs. Este sermão é extraído do meu livro "Tudo Sob Controle" (2a Edição). 415 Páginas. (Fotografia acima). Uma série de 28 sermões pregados em Apocalipse, com uma abordagem pastoral e prática. Se você quiser adquiri-lo, entre em contato conosco pelo e-mail revsamuca@gmail.com ou pelo whatsup 62.984099816. o custo do livro é 35,00 + 9,00 reais de correio. O pagamento pode ser efetuado pelo pix.
[1] . MacDowell, E. A. , A soberania de Deus na história. Rio de Janeiro, Juerp, 2a. edição, 1976, pg.70
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ResponderExcluirQue Deus continue Iluminando e Abençoando seu ministerio e Familia!