sábado, 31 de julho de 2021

Ap 5.1-14 Jesus, a Hermenêutica da História



 

Introdução

 

Freqüentemente ouvimos pessoas dizendo: “Aonde é que este mundo vai parar?” Este questionamento reflete a perplexidade de algumas pessoas diante de certos acontecimentos ou situações. Muitas coisas nos deixam perplexos: Bioenergia, clonagem, internet, rede mundial de computadores, viagens espaciais, teorias conspiratórias, pandemia, ideologia do gênero, pesquisas na área de medicina com incríveis avanços, o avanço interminável da ciência e da tecnologia, as aberrações morais dos casamentos homossexuais, milhões de abortos praticados anualmente, a violência sexual e da guerra, seitas cada vez mais exóticas e estranhas.

 

Diante de tudo isto, a tendência nossa é do catastrofismo, ficarmos imaginando um mundo cada vez mais caótico e desgovernado. É preciso ter calma, mais ainda, é preciso entender que a história não segue uma tendência caótica, Deus não perdeu o rumo da história e o livro de Apocalipse, em especial nos ensina sobre isto. Cremos num Deus que é soberano sobre tudo e que dirige a história. Nada de histeria ou fanatismo. A visão deste capítulo reflete exatamente isto e serve de consolo, conforto e esperança para o povo de Deus.

 

Recordando alguns princípios de interpretação do Apocalipse

 

O livro de Apocalipse é uma revelação feita pelo próprio Senhor Jesus a João, na Ilha de Patmos. Cristo está revelando a Igreja o plano de Deus para a história. A mensagem básica de Apocalipse é esta: Deus governa a história e trará sua consumação em Cristo. O coração da mensagem de Apocalipse pode ser encontrado nos capítulos 4 e 5.

 

No cap. 4, como vimos, João tem a visão de Deus sentando em seu trono. Aqui vemos Deus como Rei do Universo, ele não é um monarca local, mas o Soberano Senhor de todos os impérios e governos. Por sua autoridade, vontade e palavra, foram criados o universo, muitos anos atrás. (Ap 4.11), e sua vontade é que agora, todo o universo se junte para glorificar o Cordeiro de Deus e este dia está chegando! (Ap 5.11-14)

 

É do trono que a história terá seu desfecho final e será completamente entendida, naquele dia cantaremos:

Aleluia! Pois reina Senhor, alegremo-nos e exultemos, pois são chegadas as núpcias do Cordeiro, cuja esposa a si mesma se ataviou” (Ap 19.6-7).

 

Este livro revela como Deus controla a história, quão poderoso ele é e o que o futuro poderá nos trazer. Em Apocalipse vemos revelado o fato que as promessas de Deus são verdadeiras e fiéis e que seu poder é invencível. A partir do capítulo 4 já podemos glorificar o nome do Senhor e dizer: Santo, Santo, Santo é o Senhor todo Poderoso. Aquele que era, que é. E que há de vir.” (Ap 4.8) Será que já somos capazes de perceber quão tremendo e desafiador é o livro de Apocalipse?

 

Nos primeiros versículos deste livro Deus mostra aos seus servos “as coisas que em breve devem acontecer”. (Ap 1.1) As coisas vão acontecer, porque Deus é Senhor da história e consumará seus desígnios e propósitos para que sua palavra se cumpra. Em Ap 1.4 Deus afirma que ele é o “que era, que é, e que há de vir.” Deus é! Ele é auto sustentado e todo suficiente. Deus era e tem sido desde a eternidade. Ele é o criador e dono de todas as coisas. O futuro que virá já está definido por Deus. Jesus voltará! E não há força que possa deter sua vinda. Deus vai se manifestar e executar o curso da história como ele deseja.

 

O livro de apocalipse é um livro centralizado em Deus. É um livro escrito para provocar nossa imaginação. Neste livro vemos algumas figuras indeléveis da verdade que nós precisamos trazer para o nosso coração: Deus é o Rei, Ele governa! Ele faz tudo quanto lhe apraz. Ninguém pode voltar e dizer, o que você tem feito? (Dn 4.35)  De sua bondade, autoridade e poder é que surgem todas as bênçãos. (Ap 22.1; 4.2). O clímax da história se dará quando “O reino deste mundo torna-se o reino do Senhor e do seu Cristo.” (Ap 11.15) Todos os inimigos serão postos debaixo de seus pés, porque Jesus é o rei dos Reis e Senhor dos senhores. (Ap 19.16; 1 Co 15.24-25)

 

O mistério do livro.

O capítulo 5 nos fala de um livro, este livro está na mão direita do Pai e representa o plano eterno de Deus. Este livro simboliza o propósito de Deus para todo universo e a toda as sus criaturas. Relaciona-se com o plano de intervenção de Deus na história humana, revelado nos capítulos subseqüentes à abertura dos setes selos. Este livro é “livro da história do homem”.[1]

 

É importante entender que este livro não é a Bíblia. Trata-se de um manuscrito, de algo muito maior que nosso livro sagrado. Este livro é a própria interpretação da história e da humanidade. Deus tem este livro na mão. A história dos homens é a história de Deus. Jesus está no centro de tudo isto. A redenção, consumada na cruz, é o centro de todo sentido da humanidade. Na cruz se revela o significado maior de Deus para a humanidade.

 

Ellul acrescenta:

É o livro dos segredos e do sentido da história humana, simultaneamente acabado, certificado, mas incompreensível, ilegível, que, por outro lado, se revela como uma sucessão de tempo que na verdade deve realizar-se continuamente. Este livro contém, portanto, o segredo da história dos homens, da humanidade, mas este segredo é forçosamente a revelação das forças profundas da história e mais ainda da ação de Deus na história dos homens”.[2]

 

Por isso se fala do trono, (o lugar onde Deus reina e pronuncia a sua decisão), e somente o Cordeiro imolado pode abri-lo, porque sendo perfeitamente obediente, realizou a vontade do Pai. Todo julgamento recai sobre Jesus. Só o Cordeiro pode abrir o sentido da história. O sentido da história não é fruto de casualidade, de acasos, de automatismos, mas fruto da soberania de Deus e um certo número de forças abstratas que serão reveladas na abertura do selo destes livros.

 

Há sete selos, mas apenas seis dão os componentes da História; o sétimo desemboca nas trombetas. Os seis primeiros selos nos fornecem o sentido e a matéria profunda da história; o sétimo, o segredo último. Este texto descreve alguns detalhes que são profundamente significativos em seu simbolismo, eis alguns deles:

 

(i)             O Livro está nas mãos de Deus

 

Isto diz respeito à sua ação. Deus ele é o que “está assentado no Trono”. Refere-se a sua soberania. Quem planeja, escreve e executa o plano da história é Deus. A correta teologia da história pode resgatar em nós a integralidade da mensagem que pregamos. O Livro da história não está nas mãos de qualquer outro ser, seja ele espiritual ou histórico. Deus não transfere sua glória e não negocia sua soberania. Ele não apenas controla a história, mas acima de tudo faz a história, é dono da história. Todos os eventos procedem de sua escolha autônoma. O livro que descreve o plano eterno e final de todas as coisas está nas suas mãos, porque foi escrito por ele.

 

A história da humanidade, individual e coletiva está nas mãos de Deus. Ele tem o controle integral, domina sobre o universo, família, nações, igreja. Nunca perde o controle. Se cremos nisto ele reina, se não cremos ele reina da mesma forma.

 

Na década de 1950, uma frágil inglesa, Ruth Stam teve um forte chamado de pregar aos tibetanos. Apresentou-se ao Conselho missionário da sua denominação e foi recusada três vezes por ser fisicamente frágil e intelectualmente despreparada para entrar neste pais fechado. Ela queria ir para o Tibet, mas a China se fechou e expulsou todos os missionários de lá.

 

Ela então foi enviada para Missuini, que fica na divisa da Índia com o Tibet, para abrir uma escola de inglês e assim testemunhar Jesus aos nativos. Uma guerra civil expulsa 500 famílias tibetanas que se mudam às pressas para a índia. O governo resolve mandar estas famílias para Missuini, pedindo a missionária que desse aulas de inglês para estas pessoas, e colocaram-na para cuidar de um palácio abandonado que existia na cidade. Tudo isto pago pela China. Ela jamais foi ao Tibet, mas Deus trouxe o Tibet a ela. E desta forma ela pode evangelizar centenas de tibetanos.

 

(ii)           O Livro está escrito por dentro e por fora!

 

É completo e acabado, não se pode acrescentar nada ao seu conteúdo. Ao mesmo também revela, porém, que existe uma leitura que precisa ser feita. O sentido do livro está oculto e é necessário abrir o livro, selado com sete selos. Por outro lado, demonstra que se foi escrito é necessário que alguém o leia. Portanto, não é um ato de Deus para si mesmo, nem um segredo que Deus quer guardar, pelo contrário, é uma revelação.

 

(iii)          Este livro está selado

 

Demostra o plano não revelado e cumprido por Deus. Selo significa um fechamento radical, não pode ser invadido nem violado. Se os selos continuam fechados, os propósitos de Deus não serão conhecidos nem realizados. Abrir o rolo e desatar-lhe os selos significa não somente revelar o plano de Deus, mas realizá-lo. Por isso, um forte anjo clama: “Quem é digno de abrir o livro de desatar os selos?” (Ap 5.2)

 

Que livro é este?

 

Talvez esta questão já precisasse ter sido respondido anteriormente. Qual é o seu conteúdo, de que se trata? Quem poderá abrir e desatar o selo? Quem pode consumar a obra que é necessária? O Livro tem muitas coisas escritas, mas encontra-se selado. Não está acessível ao público. É escrito, mas não é aberto. Ninguém, em todo o universo, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra podia abrir o rolo e ver o seu conteúdo. O livro tem códigos e tem chaves, é selado. Por causa disto João chora, e chora muito. Ele percebe a crise que o anjo suscita sobre esta paradoxal idéia de um livro escrito, mas que não pode ser lido porque não existe quem o possa abrir.

 

Por que João chora tanto?

 

Você entenderá o significado destas lágrimas se entender que abrir este rolo significa o cumprimento do plano divino para a história. Quando se abre este rolo e são desatados os selos, compreendemos que o universo é governado a favor do Reino de Deus e da sua igreja, pois é o glorioso propósito de Deus que está se realizando, seu plano está sendo executado.

 

O livro está nas mãos daquele que está assentado no trono, do rei. Nenhuma outra pessoa tem acesso a ele. Só uma pessoa tem pleno conhecimento do que nele está contido: o rei!

 

Quem é digno?

 

Existe uma crise no céu: quem pode abrir o livro? (Ap 5.2-5). O livro é fechado. História sem solução. Problema sem solução. Ninguém é digno (não fala de força, mas de dignidade).

Os poderosos não podem, seja este poder político ou financeiro.

Os grandes líderes religiosos não podem.

Os sistemas econômicos não podem.

Os intelectuais, sábios e mágicos, não podem.

 

João chora porque ninguém pode abrir desatar os selos.

 

O choro de João reflete a triste situação das comunidades cristãs perseguidas e não tendo aparentemente ninguém para protegê-las. Hoje também somos tentados a pensar que Deus não controla mais a história. Não temos a mesma perseguição daqueles dias, mas temos tantos outros fatores que nos levam a pensar que a história está sem rumo.

 

O livro de apocalipse mostra o contrário de tal pensamento fatalista.

Jesus recebe o livro da mão de Deus (Ap 5.7). Ele é o Senhor da História (Ap 5.13), “é ele quem vai assumir o controle dos acontecimentos e executar o plano de Deus.”[3] Os acontecimentos do mundo se desenrolam sob a absoluta soberania do Senhor dos senhores. “O pessimismo cristão é historicamente infundado e também, teologicamente absurdo”.[4]

 

Um ancião começa a falar (Ap 5.5), não é um forte e poderoso anjo que fala, mas um ancião, alguém que experimentou em sua vida os efeitos da redenção. Ele começa a falar a João sobre a maravilhosa mensagem da redenção. “Não chores; eis que o Leao da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”.

 

Aqui vemos um paradoxo não muito raro em Apocalipse, a combinação de símbolos, inclusive opostos entre si como leão e cordeiro. Aquele que abre o livro é ao mesmo tempo um leão, forte, corajoso, destemido, e um cordeiro, frágil, indefeso. Figuras opostas. Este cordeiro tem sete chifres (símbolo de autoridade, força e poder). Os sete chifres representam a plenitude do poder de Cristo. E sete olhos (símbolo de absoluta compreensão de tudo, nada foge ao seu olhar, tudo está sob seu controle (Zc 4.10).

 

Ray Summers afirma:

“O Cordeiro tem sete chifres, o número perfeito. Está ele, portanto, perfeitamente aparelhado para destruir a oposição que fazem ao seu Reino. Tem sete olhos (…) isto, sem dúvida, representa a vigilância incessante e perfeita a favor de seu povo”.[5]

 

Na cruz, Jesus venceu o pecado, a morte e Satanás. É importante notar os nomes dados a Cristo: “O Leão da tribo de Judá”, uma referência clara a Gn 49.9,10. Venceu o diabo e conquistou o direito de governar o universo de acordo com o plano de Deus. Mas quem abre o livro é o Cordeiro que pela sua autoridade pode ter acesso ao livro que se encontra na mão direita do rei. (Ap 5.5)

 

Neste texto encontramos um paradoxo interessante. O ancião aponta para o leão. “O Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” Leão é símbolo de autoridade, força e poder. O Ancião aponta para a realeza, para a majestade do Leão. Esta é a visão da igreja glorifica, esta é a percepção dos céus acerca de Jesus, Mas o que João vê? “Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes, e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro, como tendo sido morto” (Ap 5.6). João não vê um leão, mas o Cordeiro. Esta é a visão da igreja. Nosso olhar precisa estar na compreensão do sacrifício e da obra de Cristo.

 

Este texto demonstra que Deus executará seus planos por meio da cruz. Deus governa a história e trará sua culminação em Cristo. O Livro de Apocalipse é como uma sinfonia visual acerca do sábio julgamento de Deus e suas recompensas.

 

Apocalipse: um livro de louvor.

 

Canta-se muito em Apocalipse.

 

O livro traz a letra de vários hinos e aclamações. O vs. 7 registra o momento em que o Cordeiro  toma o livro e quando isto acontece, vs. 8 surge uma grande celebração e exaltação ao Cordeiro.

 

Existem aqui três hinos, vindos de diferentes adoradores:

 

Primeiro hino: Ap 5.9,10 

Entoado pelos quatros seres viventes com os 24 anciãos. É a igreja do Antigo e Novo Testamento. 12 tribos, 12 apóstolos. E se dirige ao Cordeiro aclamando sua dignidade para receber o livro e abrir o selo.

 

Segundo hino: Ap 5.11,12  Proclamado em grande voz por “milhões de anjos”. Reconhece ser o Cordeiro digno de todos os atributos possíveis. São 7 atributos (7 é número de totalidade e perfeição): Poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor. Os grandes senhores daquele tempo exigiam para si todas estas coisas. O coral afirma que só o Cordeiro merece isso.

 

Digno é o Cordeiro de receber. Quem vai dar estas virtudes ao Cordeiro? Ronaldo Lidório observa que se lermos atentamente veremos que três virtudes são teocráticas:

 

Poder

Honra

Glória.

 

Estas virtudes só Deus pode dar ao Cordeiro.

 

Mas quatro são antropomórficas: a igreja precisa dar.

  1. Riqueza – dinheiro (riqueza real). Faz parte da missão da igreja

 

  1. Sabedoria – (Sofia)  inteligência, capacidade de raciocionio. Deus lhe deu uma mente brilhante para servir ao Cordeiro

 

  1. Força - raiz (energeia) força humana, muscular. Força física. Deus lhe deu um corpo para suar a camisa por Jesus e não apenas para colocar uma roupa cara e jogar futebol.
  2. Louvor – não litúrgico, mas tudo que sai de sua boca.

 

Terceiro hino:  Ap 5.13 Abrange o mundo inteiro e se dirigem a Deus e ao Cordeiro, atribuindo-lhe quatro coisas. (Quatro é símbolo de totalidade, englobando tudo): Louvor, honra, glória e poder A festa de louvor termina com o amém dos quatros seres viventes. Jesus é adorado. O Cordeiro é exaltado por causa de sua obra redentora. Ray Summers descreve esta obra redentora com quatro qualidades específicas:

 

i.    É para Deus, primariamente - compraste para Deus”.

ii.  É pelo sangue de Cristo - “foste morto… e com teu sangue compraste”. Esta referência é direta à morte sacrificial de Jesus na cruz;

iii. É ilimitada -  “homens de toda tribo, raças, língua, povo e nação”. A graça de Deus é para todos.

iv. Faz dos remidos um reino - “Os fizeste um reino de sacerdotes e reinarão sobre a terra”. Tornam-se sacerdotes para servi-lo aqui neste mundo.[6]

 

Conclusão

 

No livro de Apocalipse, em pelo menos quatro capítulos, (4-7) a idéia do “trono” é central, e tudo mais se relaciona com este conceito da soberania de Deus sobre a história humana. Jesus é descrito como alguém que se encontra “no meio do trono…de pé” (Ap 5.6). Ele se encontra, portanto, no centro do trono. Ele abre o livro selado, o livro da história e do destino humano e por ter triunfado é digno de louvor. Todos os eventos que surgem como consequência da abertura deste selo (guerra, fome, pragas, martírios, terremotos) estão sob o controle do Cordeiro, que já reina, esperando apenas que o perfeito reino venha logo e ocorra a consumação (Ap 11.15-18).

 

No Novo Testamento é fundamental a perspectiva de que estamos vivendo entre dois tempos: Já e ainda não. Entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.

 

Como afirma John Stott:

“Fisicamente falando, é impossível olhar em direções opostas ao mesmo tempo, mas espiritualmente falando, é essencial fazer isto. Olhando no passado para a encarnação e tudo que se relaciona a este fato e olhando para o futuro para a parousia e tudo quanto virá…Nós temos a redenção, embora o dia da redenção é ainda futuro. Somos já adotados como filhos de Deus, embora ainda aguardemos sua adoção final…Já temos uma nova criação, embora Deus ainda não tenha feito ainda tudo novo…Jesus já está reinando, embora seus inimigos ainda não estejam debaixo de seus pés[7]”.

 

O livro da história da humanidade está nas mãos de Jesus, e só é possível desvendar-lhe seu sentido quando Jesus é situado no centro de sua história. Retirar Jesus da história dos homens é ocultar a razão humana das coisas últimas. No Cordeiro de Deus que foi morto, a história encontra seu eixo e assume sentido que de outra forma não poderia ser encontrado. Jesus está no centro do trono, ele é a hermenêutica para entendermos a complicada textura das ações humanas e encontrarmos a razão última de todas as coisas. Por isto ele é o primeiro e o último, o alfa e o ômega.

 

Não podemos compreender plenamente a história sem a pessoa de Cristo. Apenas ele pode dar sentido à história e trazer o pleno significado.

 

Apenas Jesus pode dar sentido à sua história. Muitas vezes estamos buscando significado em reputacao pública, aclamação, conquista e poder, fama, sucesso, riqueza, mas nada disso trará sentido à sua história. Ela só tem sentido quando olhada pelo prisma de Cristo. quando Jesus desvenda a sua confusa história, incapaz de trazer sentido e compreensão. Quando Jesus entra na nossa história.

 

Não é sem motivo que Jesus disse ao povo que o seguia: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância.” O sentido, propósito, significado da história particular de qualquer pessoa encontra-se em Cristo, assim como o sentido da humanidade, da história de todas as nações, encontra-se em Cristo. Jesus está tecendo a trama da história. Nele encontraremos sentido maior.


Observação: 

Este texto é parte do meu livro (Tudo Sob Controle, 2a Edição). Caso você queira adquiri-lo, entre em contacto com o whats-up 62.984099816 e ele poderá ser adquirido.

 

 

 

 



[1] Ellul, Jacques - Apocalipse: Arquitetura em movimento, São Paulo, Ed. Paulinas, 1979, pg. 161

[2] Idem, pg. 161

[3] Mesters, Carlos - Esperança de um povo que luta,  Petrópolis, Vozes

[4] Sttot. J. R. W. – A mentalidade cristã, São Paulo, Abec, 4a. impressão, 1994 – pg. 90

[5] Summers, Ray . A mensagem do Apocalipse: Digno é o Cordeiro. 3a. edição, Rio de janeiro, JUERP, 1978.

Summers, Ray . Idem  1978,  pg. 133.

 

[7] R. W. – The contemporary Christian, Illinois, Intervarsity press, 1992, pg. 379, 381

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