Introdução
A questão da intervenção de Deus na história é uma das mais desafiadoras para a humanidade. Geralmente os homens não têm dificuldade de crer em Deus, mas em crer num Deus que se move na história. A formulação de Francis Schaeffer no seu livro “Ele está aqui e não está calado!” e “O Deus que intervém”, é sem dúvida o grande desafio filosófico do homem. Deus de fato se imiscui na humanidade? Nossas orações importam?
Podemos nos assustar com a realidade desta questão, mas isto se aplica tanto a crentes como a não crentes.
Os agnósticos, não negam a possibilidade da existência de Deus, mas questionam se Deus, de alguma forma, tem algo a ver com a vida, o cotidiano, os eventos. Deus se interessa pelo que acontece? Os eventos políticos, humanos, a dor, a tragédia... Deus tem algo a ver com isto? A compreensão de que Deus nada tem a ver com isto, gera secularismo. Deus não tem nada a ver com a história. Para Martim Lloyd Jones, no seu livro, do temor à fé, uma exposição do livro de Habacuque, este é o grande dilema do homem moderno.
Se nos agnósticos podemos perceber esta tensão de forma clara, nos cristãos, isto é sutil. Você está passando por dificuldade nos seus negócios, na sua casa, e as coisas não se resolvem, você fica se perguntando: Será que Deus está vendo o que acontece? Ele pode fazer alguma coisa? Pense nas suas orações, por problemas seu ou de outras pessoas. Você realmente crê que Deus pode agir? Intervir? Mudar o destino das coisas, transformar o seu coração ou o coração de alguém que você ama?
Este texto nos relata uma grande intervenção de Deus na história, e nesta narrativa aprendemos ainda como como Deus muitas vezes intervém na história humana.
Após a morte de Acabe, pai do rei Jorão, Mesa, rei de Moabe, conspira contra Israel e não queria mais lhe pagar impostos, que eram bem altos, de “cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros” (2 Rs 3.3). Então, Jorão, rei de Israel, se alia com Josafá, rei de Judá, e o rei de Edom, e foram pelo caminho do deserto de Edom para guerrear contra este rei que havia se rebelado.
No caminho, porém, um fato inusitado entrou em cena. Eles não previram a ausência de água, e os exércitos se viram em grande aperto, porque depois de sete dias, estavam exaustos e aflitos, sem ter onde aplacar a sede. Foi assim, então, que resolveram buscar a Deus.
Por alguma razão não explicada no texto, Eliseu estava acompanhando o Exército e agora resolveram pedir sua intervenção. Não há relato de que tivessem buscado a Deus pedindo anteriormente sua orientação, mas agora, apurados, querem a ajuda de Deus. Não é exatamente assim que fazemos? Tomamos decisões e seguimos confiante para perceber lá na frente que estamos perdidos e só então buscarmos ajuda de Deus?
Eliseu se mostra extremamente resistente ao rei de Israel, por causa de sua idolatria, mas em respeito ao piedoso rei Josafá, chama os músicos, e assim, sendo ministrado pelos louvores, fica cheio da graça de Deus e recebe sua palavra. É assim que me sinto muitas vezes, depois de um louvor. Como é bom pregar após a ministração profunda de um louvor abençoado e ungido. Pregar sob a unção de músicos que amam a Deus e que entendem o que estão fazendo no período de adoração é uma das coisas mais benditas da vida. Um colega meu costumava afirmar que o louvor é como a ação de um grupo de instrumentistas numa sala de cirurgia. Eles preparam tudo para que o cirurgião possa chegar e fazer aquilo que precisa ser feito. Um louvor ungido, abençoado, abre um espaço tremendo para que a Palavra de Deus, como espada de dois gumes, possa agir com efetividade. Isto acontece aqui neste texto. Eliseu chama os músicos para louvar a Deus, afinal, Deus ministra no meio dos louvores...eu tenho a impressão de que poucos músicos realmente entendem a necessidade de orar, pedindo a graça de Deus e unção sobre o instrumento que vai tocar, para que as pessoas se abram para receber a palavra de Deus.
Neste cenário angustiante, com os tambores rufando, diante do inimigo poderoso, Deus se manifesta, e dá uma palavra de esperança ao profeta, que a comunica aos reis ali presentes. Deus iria manifestar sua glória e poder no meio daquele povo, no meio de toda tensão, a glória de Deus haveria de se manifestar, e assim se deu.
Como é bom experimentar a manifestação do poder de Deus na nossa vida.
Como é bom participar de um momento na história quando vemos Deus intervindo de forma profunda, poderosa e surpreendente. Como afirmou o salmista: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então a nossa boca se encheu de risos, e nossa língua de jubilo. Então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por nós. Com efeito, grandes coisas o Senhor tem feito por nós, por isto estamos alegres.” (Sl 126.1-3)
Este texto nos mostra quão benditas e abençoadas são as manifestações celestiais, seus efeitos e resultados na vida. As manifestações de Deus possuem alguns traços que podem ser distinguidos:
1. As manifestações de Deus são resultado da sua graça – Veja o que acontece neste texto. O profeta Eliseu deixa claro sua repulsa pela vida espiritual que o rei Jorão levava. “Disse Eliseu: Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, em cuja presença estou, seu eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não te daria atenção, nem te contemplaria” (2 Rs 3.14).
Por que Eliseu reage assim?
Jorão, apesar de ser rei em Israel, no reino do norte, era ímpio e idólatra. Ele era filho de Acabe e Jezabel, ícones da impiedade e oposição a Deus na história do povo de Deus. Por isto Eliseu diz: “Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe.” (2 Rs 2.13). Jorão não tinha qualquer relação pessoal com o Deus de Israel, pelo contrário, tinha uma tendência a deuses e entidades pagãs. Agora que Eliseu estava diante dele e sabia de sua atitude e desprezo pelas coisas santas, age de forma dura. Manda que ele procure seus deuses falsos, afinal, ele não estava sempre dirigindo suas preces a estes deuses inúteis? Por que agora na hora do aperto ele corre em direção ao Deus verdadeiro?
Apesar de sua vida espiritual torta e seus vínculos com deuses demoníacos, Deus se manifesta de forma poderosa diante dele. Talvez por estar ao lado do rei Josafá (é bom andar com gente que anda com Deus, porque ao lado destas pessoas sempre vemos a graça de Deus em ação), e assim Jorão pode contemplar a intervenção sobrenatural de Deus. Sua vida não lhe dava mérito algum para ser agraciado com a benção de Deus, entretanto, Deus age graciosamente com ele. Jorão tem uma visão totalmente equivocada do Deus de Israel e trata as coisas espirituais com desprezo. Neste texto o vemos ironizando ou questionando, e sendo questionado, pelo menos três vezes:
A. Ele suspeita de Yahweh, o Deus de Israel
Em 2 Rs 3.10 ao se ver em apuro pela falta de água, ele afirma: “Ai! O Senhor chamou a estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe.” Veja qual a visão que ele tem de Deus. Na verdade, por duas vezes ele descreve Deus como alguém traiçoeiro e impiedoso. No texto adiante ele repete a mesma coisa: “Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o Senhor é quem chamou estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe.” (2 Rs 3.13) O que ele está dizendo é o seguinte: “Yahweh nos trouxe aqui para nos matar.” Ele interpreta Deus como um ser que age com cinismo e acusação. Preste atenção: ele não é ateu! Entretanto, vê Deus como adversário. Existem muitas pessoas que não descreem da existência de um ser supremo, apenas desconfiam das razões de Deus, suspeitam de Deus, desconfiam de Deus, acham que Deus trata sua dor como nada.
B. Ele se opõe a Deus
Este é outro aspecto que pode ser percebido. Observe como Eliseu reage diante dele. (2 Rs 3.13,14) Ele diz ao rei de uma forma popular: “Por que eu deveria orar por você? Você despreza a Deus, e não se curva diante dele, mas na hora que as coisas apertam você corre para ele.” Muitas vezes como pastores temos o mesmo sentimento. As pessoas pedem oração, mas o pedido parece como uma forma de instrumentalizar Deus e os pastores. Elas não se importam com Deus, são oponentes de Deus, mas querem que oremos para receberem benção do Deus que eles rejeitam. Como será que Deus se sente em situações assim?
C. Ele vê Deus como rival – Isto pode ser constatado no seu cinismo: “Yahweh é quem chamou estes três reis para os entregar a Moabe” (2 Rs 3.13). Como esta afirmação vem um homem ateu, é fácil ver como se trata da um deboche. A impressão é que ele está insinuando que Deus os trouxe ali para uma armadilha. Deus era rival, não aliado. Deus é inimigo, não alguém que cuida.
Jorão acha que Deus montou uma armadilha para os destruir. Este é o mesmo sentimento de Cazuza, quando recebeu a notícia de que estava com Aids, e escreve a blasfema música, “Cobaias de Deus”:
Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou um labirinto
Seja atropelado por esse trem da morte
Vá ver as cobaias de Deus
Andando na rua pedindo perdão
Vá a uma igreja qualquer
Pois lá se desfazem em sermão
Me sinto uma cobaia, um rato enorme
Nas mãos de Deus (...)
Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus (...)
Deus (...) nos põe na cadeia
E nos faz cantar, dentro de uma cadeia
E nos põe numa clínica, e nos faz voar
Assim como Jorão, Cazuza não descrê de Deus, mas o vê como inimigo. Jorão não se move em direção a Deus para orar, apenas faz comentários de ironia, desprezo e desconfiança de Deus. Sua atitude é suspeita. Deus é visto como alguém que trata as pessoas com crueldade e maldade.
São muitos que possuem esta visão equivocada de Deus. A visão de Deus é distorcida, e na verdade, Deus se parece mais como um demônio, cruel, implacável, do que com um Deus de graça, misericórdia e bondade.
Mas apesar de tudo isto, Deus ainda revela sua misericórdia a Jorão. Não é assim também conosco?
Apesar de não sermos merecedores da sua salvação, ele nos salva de forma amorosa, enviando seu Filho para morrer pelos nossos pecados. Deus nos resgata de forma gratuita, sem que haja qualquer mérito em nós. Não somos merecedores de sua benção, muitas vezes somos infiéis, apesar disto ele tem sido generoso conosco.
Muitas vezes nos sentimos como Davi, ao contemplar a maravilhosa graça de Deus: “Então, entrou o rei Davi na casa do Senhor, ficou perante ele e disse: Quem sou eu, Senhor Deus, e qual é minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?” (2 Sm 7.18)
2. As manifestações de Deus conspiram contra o óbvio – O que vemos neste Deus nos leva a concluir que Deus ironiza das impossibilidades. A ordem dada pelo profeta aos reis é estranha: “Assim diz o Senhor: fazei, neste vale, covas e covas. Porque assim diz o Senhor: Não sentireis vento, nem vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós, e o vosso gado, e os vossos animais” (2 Rs 2.16,17). Toda esta declaração nos parece um perfeito absurdo. Nonsense...
Cavar vales na areia seca? Fazer covas no deserto?
E ele adverte.
Tem que ser pela fé mesmo... não haverá vento, não haverá chuva, todavia, este vale se encherá de água. Vai ser assim mesmo...
Ele não usa o meio convencional... muitos homens naquela época eram experts em descobrir canais aquíferos subterrâneos, já ouviram falar que isto também acontece no Brasil? Não é magia, embora pareça. Sertanejos, homens sem nenhum treinamento formal, descobrem filetes subterrâneos de água no Nordeste, com pedaço verde de um galho de goiaba. Já ouviram falar disto? Incrível, não?
Aqui o profeta não trabalha com o óbvio. Ele trabalha com o absurdo.
O profeta diz: “cavem covas e covas nos vales” ... Não tem nuvem, não tem vento, não haverá chuva, mas um rio correrá neste lugar dando abundante água para todos vocês, e para seus animais. As águas vão chegar... apenas cavem buracos.
E daí a pouco, vemos um bando de “malucos”, cavando buraco no deserto, poeira levantando para todo lado. Então vem um soldado que não sabia da profecia dada por Eliseu e diz: “Ficou todo mundo doido? A falta de água já está causando alucinação coletiva?” ou, “estão se preparando para enterrarem seus corpos quando morrerem de sede?”
As manifestações de Deus resolvem conspirar contra tudo que parece óbvio.
É o Deus que diz a uma mulher de 90 anos que ela vai dar a luz a uma criança; que envia seu anjo para anunciar a uma jovem adolescente que ela vai engravidar-se sem ter qualquer envolvimento sexual com um homem. Dá uma área de mais de dois alqueires de terra, dentro da cidade, de uma empresa que não é da nossa igreja para construir um projeto para a cidade. Deus ri das impossibilidades, zomba dos obstáculos, conspira contra aquilo que parece ser normal. Elias, ao confrontar os profetas de Baal manda colocar água na lenha preparada para o altar. Já tentaram fazer fogueira com lenha molhada?
O que Eliseu pede para que os reis façam conspira contra o senso comum. “Assim diz o Senhor: fazei, neste vale, covas e covas.” (2 Rs 3.16) Se eu estivesse lá, do meu jeito pragmático diria: “Não está vendo que estamos exaustos? Sedentos? Abrir buraco neste deserto seco só vai complicar a situação, só se formos para cairmos mortos dentro dele”. Contudo, apesar da falta de obviedade, eles cavaram buracos, e “pela manhã, ao apresentar-se a oferta de manjares, eis que vinham águas pelo caminho de Edom, e a terra se encheu de água” (2 Rs 3.20).
Não é interessante que o milagre ocorra na hora da oferta? Quando o povo adorava a Deus? O povo mal começou a oferecer as ofertas de manjares e Deus enviou correntes de água. Acho que muitas vezes o que precisamos fazer na escassez e nos dias maus, é apresentarmos nossas ofertas de manjares a Deus, adorarmos o seu nome no meio das impossibilidades. É trazermos nossos cinco pães e dois peixes para presenciar o milagre. É deixar que Deus multiplique nossos recursos para que a glória dele se manifeste. Deus pode nos surpreender enquanto o adoramos. Muito milagre acontece porque decidimos apresentar nossas ofertas de manjares, expressão de gratidão a Deus, devolvendo recursos e alimentos que ele nos dá. Períodos de escassez exigem de nós fidelidade para que entendamos que quem faz é o senhor.
3. As manifestações de Deus exigem obediência – A ordem do profeta foi dada: “Fazei, neste vale, covas e covas” (2 Rs 3.17). Os reis, que ouviram a palavra do profeta, precisaram se submeter a esta “ridícula” recomendação. Fazer buracos no deserto pra reter a água, sem que houvesse uma nuvem sequer de chuva, nenhum vento que pudesse apontar para a vinda de água.
Muitos milagres na Bíblia foram condicionados à obediência:
Em 2 Rs 5, Naamã é curado da lepra, sob uma condição: “Vai, lava-te sete vezes no Jordao, e ficarás limpo” (2 Rs 5.10). Naamã se irrita com a ordem. “Não são, porventura, Afana e Farfar, rios de Damasco, melhores que as águas de Israel?”
Jesus em Caná da Galileia ordena que os servos encham de água as seis talhas de pedra, sendo que em cada uma cabiam cerca de 60 litros de água, numa região em que não havia água encanada, e a água deveria ser buscada numa fonte que servia toda vila.
A cura do cego de nascença: “Dito isto, cuspiu na terra, e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego dizendo-lhe: vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer enviado). Ele foi, lavou-se, e voltou vendo” (Jo 9.6,7) Ele só foi curado depois que obedeceu às palavras de Jesus. Só passou a enxergar depois que se lavou.
Por que, em alguns casos como estes, Deus exige que algo fosse feito obter a cura? Só podemos entender isto como uma forma de demonstrar que cremos e por isto obedecemos. Deus não precisa de meios ordinários para realizar milagres, ja que ele faz como quer, mas muitas curas e vitórias se darão, não porque os milagres ja aconteceram, mas porque cremos nas promessas dadas por Deus e que os milagres virão.
4. As manifestações de Deus geram resultados que vão muito além das expectativas – Os reis procuram Eliseu porque a situação calamitosa da falta de água ameaça a vida deles e dos soldados. Por esta causa foram consultar o profeta, mas Deus não apenas lhes atende, como transcende o que pediam: “Isto é ainda pouco aos olhos do Senhor, de maneira que também entregará Moabe nas vossas mãos.” (2 Rs 3.18)
Deus não apenas lhes deu água para socorrer o povo sedento, mas lhes deu vitória contra os inimigos. Não haviam sequer pedido isto, mas Deus lhes dá além de suas expectativas e de seus pedidos.
Gostaria de mencionar dois aspectos pessoais que podem ilustrar:
Primeiro, a obra de Deus em minha vida pessoal sempre tem sido maior que eu esperava. Eu tenho tido mais honra, vitórias e bençãos que jamais poderia supor na minha história, na minha família. Eu sei que tudo isto é obra de sua graça em minha vida. Não há mérito algum nisto. Eu estou convencido desta verdade.
Segundo, a obra de Deus em meu ministério tem sido muito maior do que jamais poderia imaginar. Na verdade nunca tive grandes pretensões ministeriais, mas Deus foi me surpreendendo no decorrer da história e paulatinamente sua misericórdia foi me abençoando. Ao olhar tudo isto, só posso dizer como Davi: “Quem sou, e qual é a casa de meu pai, para o Senhor me abençoar tanto”.
Conclusão:
Gostaria de sintetizar o que até aqui foi dito:
A. As manifestações de Deus são resultado da sua graça – Deus foi misericordioso com Jorão, e assim tem sido conosco. Apesar de não sermos merecedores de sua benção, e muitas vezes consumidos por suspeitas e raiva contra ele. Apesar disto, ele tem sido generoso conosco.
B. As manifestações de Deus conspiram contra o óbvio – Deus nos ordena apenas a crer. Precisamos crer diante das impossibilidades para experimentar seu milagre. Tem que ser pela fé mesmo... não haverá vento, não vereis chuva, todavia, este vale se encherá de água. Vai ser assim mesmo... O milagre se deu na hora da oferta de manjares, quando o povo adora a Deus. Adore o Senhor...Não deixe de fazer suas ofertas. Deus as recebe e nos abençoa.
C. As manifestações exigem obediência – Mesmo diante das aparentes “ridículas” condições. Muitos milagres na Bíblia foram condicionados à obediência. Quando o pessoal começou a fazer as oferendas a Deus, o milagre aconteceu. Eles precisaram fazer covas e covas, abrir buracos no deserto para reter as águas, no meio do calor e da sequidão. Apenas obedeça. Obediência é o caminho da vitória.
D. As manifestações de Deus geram resultados que vão além das expectativas – Portanto, faça grandes coisas para Deus e espere grandes coisas de Deus. Muitas vezes o que desejamos é uma resposta imediata para um problema específico, mas Deus quer nos dar um milagre maior
Acompanhei de perto uma situação que exemplifica isto. Certo pai, estava aflito pela situação de sua filha enferma com uma grave enfermidade, dentro de uma UTI, com um diagnóstico impreciso. Ele não cria em um Deus pessoal, pois foi criado num ambiente distante das realidades espirituais. Ele não era alguém crítico da fé, era até mesmo respeitoso, mas não conseguia crer num Deus que pudesse intervir na história, mas agora, no meio do seu desespero, viu muitas pessoas orando por sua filha e desabou. As coisas haviam se complicado e a filha apresentou um quadro de meningite. Neste momento, uma pessoa que o acompanhava e amava a Jesus, falou do evangelho, e ele resolveu entregar sua vida a Cristo.
Sua filha foi restaurada e completamente curada, apesar das possíveis sequelas que aquela doença poderia trazer. Ele estava querendo um milagre, a saúde de sua filha. Mas agora, Deus estava dando algo ainda maior. Deus estava trazendo salvação para seu coração. O milagre de sua filha era o objeto das orações, mas agora Deus estava trazendo um milagre maior, eterno, que ia além das suas expectativas. Deus estava reconciliando sua vida e ele estava recebendo o maior milagre que o ser humano pode experimentar: a vida eterna em Cristo!
Podemos vir isto também na vida da cura de dez leprosos. Jesus os cura e pede que eles se apresentem ao sacerdote, segundo a lei deuteronômica, porque eram os sacerdotes que analisavam a pessoa e declaravam sua cura permitindo que eles pudessem retornar ao círculo social e familiar, e entrar no templo para adorar. Todos foram curados da lepra, mas apenas um retornou. E Jesus lhe pergunta: “Onde estão os outro nove?” Depois, olhando para aquele leproso curado diz: “Vai, a tua fé te salvou.” E os demais? Não foram curados?
Claro que sim. A benção material foi para todos, mas apenas um recebeu a benção maior. Ele foi curado e recebeu a salvação.
Muitas vezes paramos no primeiro milagre, mas Deus nos quer dar mais. Ele quer nos dar uma benção dupla. Lázaro morreu e Jesus o ressuscitou, mas Lázaro morreu novamente. Oramos por cura e somos curados, mas iremos adoecer novamente. O grande milagre não é a cura temporal nem a solução dos problemas imediatos, mas a obra eterna que Deus faz para a vida do pecador, de perdoá-lo, reconciliá-lo e lhe dar eterna salvação por meio de Jesus Cristo.
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