Pessoas se distinguem pelas suas características pessoais. Todos nós temos marcas distintas. No Evangelho de João, a Palavra de Deus revela os verdadeiros discipulos de Cristo. Uma das frases repetidas é: “Nisto conhecereis” ou “sabemos que”. O que realmente revela nosso compromisso com o Senhor? Como é que poderemos saber se estamos andando de acordo com o propósito de Deus para nossas vidas? Se somos seus discipulos?
1. O Verdadeiro discípulo permanece na Palavra – “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.” (Jo 8.31). A primeira característica é o apego à Palavra. O discípulo de Jesus quer aprender o que Jesus ensina, quer segui-lo, quer aprender dele. Muitas vezes encontramos justificativas para desobedecermos a Deus e razões para fazermos as coisas do nosso jeito. O verdadeiro discípulo tem sede da Palavra e procura obedecê-la. Veja 1 Jo 2.3,4 Não é isto uma declaração profunda e séria?
2. O Verdadeiro discípulo cresce na verdade (Jo 8.32). Este conhecido texto tem uma progressão. Gostamos de citar o vs. 32 sem perceber que existe uma conjunção aditiva entre o vs. 31 e 32: “e”. Não podemos entender nem aplicar o vs. 32 sem entendermos o que o vs 31 está dizendo: “Se vós permanecerdes na minha palavra sois verdadeiramente discípulos; E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Normalmente queremos ser libertos sem conhecer a Palavra, mas o que nos liberta é conhecimento da palavra, porque por meio dela, a mentira é denunciada e desmascarada. Contudo, as pessoas querem ser libertas, sem conhecer a palavra. (Os 4.6)
Na medida em que a palavra vai se revelando, ela vai nos restaurando. (2 Co 3.18). Qual é a libertação que a Palavra traz em nós:
2.1. Libertação da mentira – A palavra nos liberta das mentiras que cultivamos e daquelas que gostamos tanto de ouvir. Ver (Gn.3): “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” Fez isto com Jesus, pervertendo o significado da palavra: “Não está escrito?”(Mt.4)
2.2. Libertação do poder do Pecado –Jesus fala e os judeus reagem. Eles não conseguem ver que estão cativos. “jamais foram escravos de alguém” e Jesus responde: “todo o que comete pecado é escravo do pecado”. Jo 8.34 por isto afirma a seguir. “Se o Filho vos libertar... Jo 8.36.
2.3. Libertação do poder de Satanás – (Jo 8.43-44) Sem Jesus somos escravos de um agente maligno: Satanás. Jesus diz que serviam ao diabo sem saber, e supunham ser filhos de Deus (Jo 8.41). O escravo faz o que o seu senhor manda. “Vós sois do diabo”. (Jo 8.44).
2.4. Libertação das amarras da consciência: culpas, medos, acusações. Jesus faz uma menção aqui de que “o escravo não fica sempre na casa; o filho sim, sempre.” (Jo 8.35). Muitos filhos vivendo sem direito de filhos, como escravos e órfãos. Pessoas amarradas por culpa, consciência pesada. Ninguém pode caminhar vitoriosamente com culpa.
3. O Verdadeiro discípulo produz frutos –(Jo 15.8) A árvore é distinguida pelo fruto que produz. “O que fazes fala tão alto que não posso ouvir o que dizes”.
Jesus disse aos seus discípulos que ele é a videira verdadeira e o Pai é o agricultor. (Jo 15.1) Os ramos que não dão frutos são cortados, enquanto os que dão frutos são limpos para que produzam mais. Os discípulos que não dão frutos são separados da videira, secam e são jogados no fogo. Os discípulos que permanecem na videira e se alimentam da sua seiva vital dão frutos bons e abundantes. Os discípulos de Jesus deixam a marca do amor por onde passam.
Os frutos dos discipulos são suas obras. O discípulo produz fruto pelas boas obras que faz (Tt 3.14; Ef 2.10). Produzir frutos é reproduzir o caráter de Cristo. Os frutos que geramos não são instantâneos, mas levam tempo à medida em que a obra iniciada pelo Senhor for se desenvolvendo pela operação gradativa do Espírito Santo em nós. Neste processo, é preciso morrer para o mundo e viver para Deus, deixando o velho homem para assumir a nova vida que há em Cristo.
4. O verdadeiro discípulo aprende a amar –“Nisto conhecereis que sois meus discípulos, SE amardes uns aos outros”. (Jô. 13:35). O último critério que gostaria de apontar aqui é o critério do amor. Ele é sempre definitivo e final. os discípulos são reconhecidos pelo amor que têm uns pelos outros. Francis Schaeffer chega a afirmar que este é o critério último da ortodoxia, a ortopraxia.
Na carta de João, o Evangelista usa várias vezes este critério: I Jo.2:9-11; I Jo.3:17; I Jo.4:7-8; I Jo. 4:12-13
O verdadeiro discípulo de Cristo deve amar incondicionalmente e exercer o seu chamado em amor. O apóstolo João adverte que quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor [1Jo 4.8]. Ele não apenas sente amor, amor é mais que um sentimento, é prática. A medida do amor é amar sem medida. (Santo Agostinho).
Conclusão
1. Você pode dizer que estas marcas estão presentes em sua vida? Você vê sinais destas marcas em sua vida?
2. Quais as dificuldades que você sente quando se fala em amor. É um conceito muito vago e abstrato pra você?
3. você facilmente se justifica quando se fala em amor? Arranja desculpas, quesitona?
4. O que você acha da frase de C. S. Lewis: “Fato sempre gera sentimento. Sentimento nem sempre gera fato?”
Rev Samuel Vieira –
Revsamuca.blogspot.com.br
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