A colheita do pecado
Rm 6.15-23
Introdução
Estamos na época do carnaval.
Para muitos, uma festa popular e folclórica.
Em 2011, a jornalista Rachel Sheherazade, do SBT na Paraíba, criticou ao vivo o carnaval dizendo que não na verdade ela não é uma festa genuinamente brasileira, mas que surgiu na Europa durante a Era Vitoriana e se espalhou pelo mundo afora, que não de uma festa popular, mas negócio dos ricos, com seus camarotes VIPs, e que se trata de uma época de aumento considerável de mortes, e que, em geral, os médicos não gostam de fazer plantões nestes dias, pelo excesso de emergências que surgem, fruto dos exageros na bebida e nas brigas.
Pouco se fala na quantidade de dinheiro que o Estado gasta com segurança, socorro, brigas e controvérsias de pessoas encharcadas de droga e com a cabeça quente? Sem falar da gravidez indesejada, curetagens, doenças sexualmente transmitidas, paternidade irresponsável que resultam destes dias consagrados ao deus Momo.
Um dos momentos mais difíceis de meu pastorado se deu quando um rapaz da igreja, filho de uma mulher muito crente, disse que não iria para o acampamento de jovens e resolveu ir para uma festa num clube fora da cidade, e na volta, ele e mais cinco amigos, cansados e talvez sobre efeito de bebida alcoólica, foram dominados pelo sono dirigindo numa estrada perigosa e todos morreram.
A festa do carnaval, como o próprio nome sugere, é dedica à carne. Afinal, não é assim que sugerem duas conhecidas músicas de Chico Buarque?
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador. Vamos fazer um pecado rasgado, suado a todo vapor?”
e,
A Noite dos mascarados: “Mas é carnaval, não me diga mais quem é você. Amanhã, tudo volta ao normal, deixe a festa acabar, deixe o barco correr, deixe o dia raiar que hoje eu sou, da manheira que você me quer. O que você pedir, eu lhe dou, seja você quem for, seja o que Deus quiser. Seja você quem for, seja o que Deus quiser”,
As duas músicas explicitamente revelam o que há nos motivos do carnaval. Nada de restrição, nada de censura, nada de ética, nada de compromisso. Vamos para gandaia, seja o que Deus quiser.
Neste texto, A Bíblia afirma que, sem Jesus, o homem está continuamente entregando seu corpo para os impulsos da carne. O termo “oferecer” aparece 3 x (Rm 6.16,19), dando a ideia de uma atitude espontânea e deliberada. Podemos oferecer os membros de nosso corpo ao pecado, como instrumento da iniquidade; ou à Deus, como instrumento da justiça (Rm 6.13).
Qual é o resultado, qual a colheita que a humanidade recebe com a satisfação da carne, e por agir de acordo com os impulsos? Quais são os resultados de viver a vida para atender paixões carnais? Paulo faz uma pergunta provocativa neste texto, ao falar da vida daqueles crentes antes de conhecerem a Jesus: “Naquele tempo, que resultado colhestes?” (Rm 6.21).
Este texto nos fala da colheita do pecado. Quais são os resultados?
O texto nos fala de três colheitas que o pecado traz:
1. A colheita da vergonha – “Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais” (Rm 6.21).
Ele afirma que o resultado era “as coisas de que agora vos envergonhais”. Agir desta forma não traz honra, mas vergonha. O pecado traz uma dramática colheita de vergonha. Um amigo certa vez me falou do que sentia por ter se afastado do caminho de Deus: “eu sinto nojo do que fiz!”. O pecado gera vergonha.
Já vi muita gente envergonhada com o pecado. Eventualmente tenho que lembrar tais pessoas do poder restaurador da graça, porque correm o risco de viverem para sempre debaixo da condenação do diabo. Contudo, comportamentos escusos ao serem revelados trazem desonra e consternação, tem o poder de gerar um mecanismo retroativo de culpa e acusação. Os pecados ocultos e mantidos em segredo, quando não trazidos à tona, energizam Satanás, nosso acusador, transformando a vida num ciclo de dor e tristeza. Em Las Vegas, conhecida como “cidade do pecado”, existe um lema que diz: “O que se faz em Las Vegas, fica em Las Vegas”, creio qe muitos gostariam de dizer o mesmo em se tratando do pecado. Gostariam que aquilo que lhes aconteceu nesta época, ficasse apenas nesta época, como se fosse uma página que não pudesse ser registrar no inconsciente, na lembrança e na memória.
Quanta humilhação e vergonha o pecado gera.
O apóstolo Pedro faz uma declaração severa: “No passado vocês já gastaram tempo suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras, e na idolatria repugnante. Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade, e por isso os insultam” 1 Pe 4:3,4 (NVI)
Fui pastor de um rapaz que se converteu muito cedo a Jesus, cujo pai era alcoólatra. Um dia, voltando da Escola Dominical encontrou o seu pai gabando-se de já ter bebido naquela manhã, 1 litro de cachaça; e ele, ainda adolescente, virou-se para o pai e disse: “eu não acho vantagem nenhuma nisto, isto para mim é uma vergonha!”. Não fosse a intervenção de sua mãe, ele teria levado uma surra.... Graças a Deus, o Evangelho alcançou a vida de seu pai que hoje é um presbítero numa igreja em Uberlândia, e naturalmente não sente outra coisa, senão vergonha, pela sua vida pregressa. O pecado traz vergonha, esta é sua colheita. Ninguém será honrado por abandonar os princípios de Deus. O resultado será vergonha.
Se a graça de Deus não tivesse alcançado seu coração ele seria publicamente envergonhado pela sua família, pelas suas decisões equivocadas; seus netos o desconsiderariam, ele perderia o respeito dos outros e seria exposto à humilhação. O diabo é mestre em nos incitar ao pecado, mas encontra enorme prazer em expor a nossa nudez em praça pública. A Bíblia diz que “o pecado nos achará” (Nm 32.23).
Se você já entregou sua vida a Jesus, certamente deve se sentir envergonhado com o passado. Se você tem vergonha de algo que fez, este é um bom sinal. Naturalmente temos de tomar cuidado para não nos esquecermos que em Cristo já fomos perdoados de “toda iniqüidade”, e que já não há mais “condenação” para aqueles que estão em Cristo. Se você não entender isto, pode ser acusado severamente pelo diabo. No entanto, a colheita do pecado é falta de autoridade, vergonha, choro e cara vermelha por ter que lidar com suas conseqüências morais. Você pode ser perdoado do seu pecado, mas as conseqüências de atos pecaminosos podem subsistir por gerações inteiras.
É maravilhoso ler a afirmação de Cristo quando afirma: “Aquele que crê em mim, nunca será confundido”, o texto paralelo diz: “nunca será envergonhado”.
2. A Colheita da escravidão – “Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna” (Rm 6.22).
Em Rm 6.13-14 Paulo exorta os irmãos a não oferecerem os membros de seu corpo ao pecado, como instrumentos da iniquidade, para que o pecado não dominasse suas vidas. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós”.
Quando vivemos uma vida para satisfação da carne, o resultado é que, aquilo que fazemos por curiosidade, diversão e prazer, passa a dominar e nos escravizar. Uma pessoa começa fumando uma “maconhinha”, que julga inofensiva, quando menos espera, está precisando de doses mais fortes, sustentando uma indústria do crime comprando droga na mão de traficantes, abrindo-se para experimentar outro tipo de droga, e incapaz de romper com aquilo que julgava inofensivo. A música “Hotel California”, que muitos afirmam tratar-se de uma referência à experiência com as drogas, num determinado momento diz: “Você pode fazer o check-out quando você quiser, mas você nunca pode partir.” Isto é uma forma de escravidão. Você pode decidir sair, mas você não tem forças para sair. Você está acorrentado.
O pecado domina, enlaça e aprisiona o ser humano de tal forma que ele não consegue se desvencilhar de suas tramas. Simão, o mágico, estava preso por “laços de iniquidade”. (At 8) Era um homem espiritualizado, gostava de ocultismo, magia, manifestações sobrenaturais, e com o passar do tempo, aquilo se tornou uma obsessão, e mesmo quando veio para a igreja e se batizou, estes laços estavam aprisionando sua vida, e ele não tinha liberdade para experimentar a benção de estar em Cristo. Há alguma coisa enlaçando sua vida? Impedindo-o de continuar? De ser livre?
O pecado aprisiona, domina, enreda nossas vidas. Olhe as conseqüências do pecado a longo prazo na vida de uma pessoa. Onde você acha que ela vai chegar ao agir de forma contrária e rebelde à Palavra de Deus?
Vejo pessoas se enveredando pelo álcool, sexo, corrupção, drogas, suborno... A Bíblia diz que “o suborno cega até os sábios”. O livro de provérbios afirma que ao andar nas trevas, o ímpio nem sabe em que tropeça. Uma vida de adultério vai acorrentando gerações, provocando insegurança nos filhos, fragilizando famílias e trazendo profundas e doloridas marcas. A pessoa dependente de drogas vai perdendo o controle de sua história, perdendo sua autoridade moral e espiritual. A corrupção, ativa ou passiva nos torna cada vez mais inescrupuloso. É assim toda a vereda do pecado.
Recentemente acompanhei o caso de um amigo que viveu nos EUA, chegando a ocupar cargo de liderança numa igreja local e que depois de alguns anos, voltando ao Brasil, se envolveu numa máfia pesada, passando a viver uma vida aparentemente glamourosa, alugou uma casa num dos melhores condomínios da cidade que morava, e foi se envolvendo num esquema perigoso. Tempos depois, foi preso, seu nome aparecia nas primeiras páginas dos jornais do Brasil, e um dia apareceu algemado no Jornal Nacional.
Esta é a colheita do pecado! Você se encanta com seus bibelôs, com suas conquistas, sem considerar que está se tornando um escravo. Cada vez que ouvia o nome deste rapaz, eu estremecia pensando: “Ele é ingênuo e encantado, deslumbrou com o poder, sem considerar que é a ponta mais frágil de um sistema de corrupção, e pode facilmente se tornar um arquivo a ser queimado”.
A Bíblia fala de “laços de iniqüidades”. O pecado faz exatamente isto. Ele vai enlaçando, seduzindo, enredando a pessoa que se acorrenta na sutileza do maligno. Esta é a colheita do pecado. Todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado; o escravo não tem opção senão fazer o que o seu senhor lhe diz para fazer. Ele se tornará ridículo, será humilhado, envergonhado, mas não terá condições de se defender. Ele é escravo! Deve apenas se submeter.
3. Pecado gera dor – É muito comum pessoas adoecerem com a vida de pecado. Davi afirma que “enquanto calou seus pecados, envelheceram seus ossos” (Sl 32.3). A descrição que Davi faz do peso que sentiu pelo seu pecado é parecida com a descrição de um inferno.
Veja o Sl 38.3-8:
“Não há parte as na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já se elevam acima de minha cabeças as minhas iniquidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. Ardem-me os lombos e não há parte sã na minha carne”.
Não é esta uma declaração de dor? Existe algum pecado na sua vida que está causando dor e tristeza em seu coração? Este texto nos convida a nos aproximarmos de Cristo para experimentar o perdão e a liberdade que só ele pode oferecer.
4. A colheita da Morte! Esta é a quarta colheita do pecado. O fim é a morte! “Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte” (Rm 6.21). “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 6.23)
Pecado gera condenação e morte. Apesar da inflação, o salário do pecado continua o mesmo: “O salário do pecado é a morte!”
O pecado mata mais cedo. Perdi alguns amigos de infância, que morreram prematuramente na cidade em que morava. Eles tinham minha idade, e suas mortes estavam relacionadas a escolhas morais que fizeram, dentre elas, droga, promiscuidade e abandono de Deus. A morte e a tragédia, certamente atingem a todos, indistintamente, mas existem pessoas que se aproximam perigosamente desta “geografia da morte”.
Em 1980 me formei no seminário de Campinas, éramos então, a maior turma de todos os tempos. 41 formandos. De minha turma de pastores, apenas 1 faleceu em 2016, todos os demais continuaram vivos. Somente agora com 44 anos de formatura, que outros colegas, mais idosos, faleceram. Eu sou o caçulinha do grupo. Não é surpreendente? Pessoas morrem muito cedo quando desobedecem às leis de Deus, da vida e da natureza. Por cruzarem esta linha de fogo.
No ano 2015, 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Na sua maioria, 80%, jovens entre 15-25 anos, e destes, 80% relacionados ao tráfico de drogas.
Paulo diz que “O salário do pecado é a morte!” (Rm 6.23). Ele não estava se referindo à morte física, mas eterna. O pecado não apenas destrói a saúde e nos expõe à morte física, mas traz danos eternos, nos afasta espiritualmente de Deus e eternamente da sua glória.
Eu sei que a morte é a coisa mais democráticas da vida, e que todos seremos ceifados pelo seu caráter implacável, mas tenho aprendido que algumas pessoas caminham pela geografia da morte, e quando entram nesta zona de convergência, que não é a do Atlântico Sul, a morte se torna mais próxima.
Já na fase adulta de minha vida, vi três conhecidos meus, morreram cedo por terem andado nesta tênue linha da morte: Um deles contraiu uma grave enfermidade com troca de seringas quando alimentava seu vício de drogas na sua juventude. Que deixou sequelas e o levou à morte quando ainda era bem jovem, outro provocou um acidente de carro depois de ter bebido até três horas da manhã, e num cruzamento perigoso da cidade, atravessou o sinal vermelho e morreu em seguida; O terceiro, por causa de sua vaidade envolveu-se com um mafioso, e perdeu sua vida. Eu sei que qualquer pessoa pode morrer num acidente de carro, adquirir uma doença ou enfermidade, ser assassinado brutalmente por um ato delinquente, mas até onde percebo, caminhar na zona e na geografia da morte, viver no pecado, é um risco muito alto.
A Bíblia diz “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7); afirma ainda o nosso pecado nos achará, “Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o SENHOR; e sabei que o vosso pecado vos há de achar” (Nm 32.23).
Quando Paulo fala aqui que o salário do pecado é a morte, está falando de algo ainda mais tenebroso. Está falando de morte espiritual, de afastamento eterno de Deus, de condenação eterna, por causa de nossa rebeldia, indiferença e rebelião contra Deus. Por causa de nossos impulsos e paixões. Apesar da inflação, desde os tempos apostólicos até hoje, o salário do pecado continua sendo a morte.
Conclusão
Felizmente este texto não termina com nota de pesar, mas de esperança. Não apenas descreve os efeitos deletérios do pecado, mas fala da surpreendente obra da graça de Deus. O texto conclui: ““O salário do pecado é a morte! Mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus”. Afirma ainda, “Mas graças a Deus, porque, outrora escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração, à forma de doutrina a que fostes entregues, e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm 6.17-18). Veja como as conjunções adversativas, mas, e, contudo, mostram a eficácia de uma nova realidade gerada pela obra de Cristo.
Este texto nos fala da vergonha, escravidão e morte de uma vida distante de Cristo; mas ensina-nos, acima de tudo, da vida e da liberdade que podemos encontrar nEle. O texto nos exorta a nos tornarmos servos de Cristo, deixando a escravidão do pecado. O que significa isto?
- É necessário sair do domínio do pecado
Só existe uma forma de romper com este dominador tão voraz. Precisamos sair do seu domínio. Foi exatamente isto que Cristo fez na cruz. Ele pagou o preço do nosso resgate, e nos tirou das trevas, para um reino de amor. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Col 1.13).
Precisamos aprender a viver debaixo desta nova disposição de vida. Como filhos da luz, precisamos andar na luz; como filhos da liberdade, não nos submetendo novamente ao jugo da escravidão.
Ray Stedman conta a história de uma pessoa de sua família, que queria aprender a andar de bicicleta, mas não conseguia freá-la, e a única forma que encontrou foi se atirando num arbusto no jardim de sua casa. Então, todos os dias, na hora do treinamento, ela andava ali por perto, e na hora de parar, ia para uma touceira de mato no seu jardim e se enfiava com a bicicleta e tudo ali dentro e só assim parava. Até que alguém cuidadosamente lhe ensinou que não era necessário tanto sacrifício, ela precisava aprender a usar o freio, um dispositivo simples que era necessário acionar.
É exatamente isto que precisamos aprender. Somos convidados a sair das garras do pecado para os domínios da graça; da escravidão do pecado para a luz; das trevas para a luz; do diabo para Jesus. Ele já providenciou todo nosso livramento. Não precisamos viver nas trevas e nem terminar a vida, destroçado e ferido, num arbusto.
- Precisamos compreender que, em Jesus, fomos transformados em servos de Deus
Não mais servos do pecado, mas servos de Cristo: “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22). É interessante notar que o resultado deste novo estilo de vida, é “o fruto para a santificação”.
Em Romanos 6.12-3 a Palavra de Deus ensina: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeceis às suas paixões; nem ofereçais cada u os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos da iniquidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos e os vossos membros, a Deus, como instrumentos da justiça.” É um questão de logica e principio: quando vivíamos longe de Deus, nossos membros eram dedicados e voltados para a prática do pecado, agora, Deus nos convida a oferecermos nossos membros para o louvor do Senhor.
“A carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne; porque são opostos entre si”. Então, temos dois impulsos: Ou o pecado nos leva às paixões, ou o Espírito Santo nos leva à santidade. Quem está conduzindo nossa vida? Quem vai vencer?
Precisamos submeter nossa vida à escravidão de Cristo. A luta ainda está presente, mas não somos mais escravos das trevas nem do pecado. “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.31).
- Olhar sempre para a grande recompensa: A Vida eterna.
“Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.22,23).
Precisamos tomar cuidado para não lermos este texto apenas na primeira metade quando diz que: “o salário do pecado é a morte”, mas precisamos captar toda a força desta conjunção adversativa que surge no texto, “mas”. A ênfase aqui se encontra na graça, não na condenação; apesar da condenação ser algo tão real se negligenciarmos sua oferta de amor.
Precisamos aprender algumas coisas sobre a vida eterna:
ü Este dom é gratuito – “O dom gratuito de Deus é a vida eterna”. Não pode ser comprado, nem negociado, nem se encontra na sua enorme capacidade de responder a ele. Salvação não é meritória, não depende de suas credenciais, nem performance, mas do sacrifício de Cristo. O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus.
ü Este dom é dado por meio de Cristo – “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus”. Não se chega ao céu por boas obras, mas pelo sangue do Cordeiro, sua vitória na cruz. Somente por meio de Cristo temos vitória e somos libertos de nossa condenação;
ü Este dom é eterno – “O dom gratuito de Deus é a vida eterna”. Não estamos falando de coisas transitórias, mas de realidades eternas. Alguém parafraseando isto disse: “Trabalhar na obra do Senhor não dá um grande salário, mas a aposentadoria é doutro mundo”.
ü Jesus precisa se tornar Senhor de nossas vidas. “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. O maior problema que temos é o de não nos tornarmos servos de Cristo. Até consideramos a importância da salvação, e a seriedade das coisas eternas, mas não nos submetemos a Cristo. Se não nos tornarmos servos de Cristo, certamente seremos dominados pelo senhorio dos nossos impulsos e desejos, pelos ditames e comportamentos do mundo, ou pela força do diabo. Somente a obra de Cristo pode nos livrar do domínio das trevas.
Samuel Vieira
Refeito e pregado m Março 2025
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