Introdução: Jesus tinha muito claro em sua mente sua missão. Ainda no templo, aos 12 anos de idade afirmou: “porventura não sabíeis que deveria estar cuidando das coisas de meu Pai?”. Seu foco era claro, a cruz era seu destino, que foi revelado várias vezes aos discípulos. Não tinha crise de identidade (quem ele era), e missão (o que deveria fazer): “Para isto vim”.
O texto de Mc 1.14-15 nos revela os quatro pontos cardeais da mensagem de Jesus, afirmada por Ele mesmo:
1. O tempo está cumprido – Mc 1.15
a. A vinda do Messias desencadeia um novo movimento na história- Gl 4.4
b. A Vinda do messias é uma confrontação às trevas – 1 Jo 3.8; Mc 1.24
c. As profecias se cumprem em Cristo – “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.21).
d. A expectativa messiânica se cumpre – “Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação” (Lc 1.29).
2. O Reino de Deus está próximo – Mc 1.15
a. Jesus não fala de um reino futuro, escatológico, mas de algo que se realiza no tempo. Sua presença traz o reino. O reino de Deus se manifesta na presença de Deus entre seu povo.
b. Seu reino confronta o inferno – “Se, porém, expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós”(Mt 12.28).
c. A oração de Jesus – “Venha o teu reino”. Os reinos e impérios são confusos, opressivos. Queremos o domínio de Deus sobre nossas vidas e na história.
3. Arrependei-vos – Mc 1.15
a. Arrependimento implica em mudança de coração – Algo interno, não é representação. É tristeza pelo pecado. Não é estratégia para fugir da pena, mas desejo de santidade, de se aproximar de deus.
b. Arrependimento implica em renúncia – Digo não aos desejos da minha carne, e aos apelos do diabo. Abro mão de pensamentos, idéias e desejos egoístas e narcisistas, porque desejo a Deus.
c. Arrependimento implica em mudança de comportamento – É meia volta. Mudança de direção. “Deixe o perverso o seu mau caminho, o iníquo seus pensamentos, e volte para o Senhor, que é rico em perdoar”(Is 55).
4. Crede no Evangelho – Mc 1.15
a. O que não é crer?
i. Fé não é mero assentimento intelectual – concordar com a existência de um Deus – “Até o diabo crê e treme”.
ii. Fé não é temporal – porque a situação está difícil...
b. O que é crer?
i. Não confiar nas minhas possibilidades, nem na minha justiça, para minha salvação. Desisto de mim mesmo e passo a confiar na obra de Cristo.
ii. Colocar inteira confiança na obra de Cristo a meu favor.
iii. “Eu me glorio na cruz” – Em quem tenho depositado minha confiança?
iv. Jesus não veio pregar um evangelho, ele é o Evangelho.
v. Todas as religiões põem a ênfase no que o homem pode fazer. O Evangelho nos convida a confiar apenas em Cristo, nunca em nossa competência ou esforço espiritual.
vi. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21)
vii. “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.5-7).
viii. Você crê no evangelho, ou crê na sua justiça própria?
Estes são os quatro pilares da mensagem de Jesus:
1. O tempo está cumprido – Em Jesus, o kairos de Deus, se cumpre.
2. O Reino de Deus está próximo – Sua vinda aproxima a realidade de Deus na realidade histórica. Durante seu ministério afirmou: “O reino de Deus está entre vós”.
3. Arrependei-vos – Sua mensagem nos convida a mudança, a abandonar os pecados, a fugirmos do mal e viver dentro da ética do Reino de Deus.
4. Crede no Evangelho – Nos convida a desistir de nós mesmos, a não colocarmos a esperança de nossa salvação na nossa frágil justiça pessoal, mas a confiar plenamente na obra que ele realizou a nosso favor. A nos impressionarmos não com o que fazemos, mas como o que ele fez por nós, cumprindo toda lei, levando sobre si toda nossa culpa e pecado.
Você crê no evangelho, ou crê na sua justiça própria?
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