segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mc 1.21-22-O Ministério de Jesus

Introdução:
Foi em Antioquia da Síria que os seguidores de Cristo foram designados cristãos pela primeira vez (At 11.26). Na verdade tratava-se de um apelido pejorativo, pois o significado desta palavra é “pequenos cristos”. Este codinome em forma de zombaria tornou-se, porém, a forma pela qual somos atualmente conhecidos e descreve a essência daquilo que cremos. Somos chamados a reproduzir Jesus em nosso estilo de ser e viver. O que cremos e fazemos é o que Cristo nos diz para crer e fazer. Somos chamados a sermos imitadores de Cristo, a reproduzirmos seu estilo de vida, diariamente, nos nossos relacionamentos e atitudes. Todo discípulo de Cristo deve aprender com Ele, como deve viver. Nosso chamado é para que, dia a dia, o imitemos no nosso estilo de vida. Paulo afirmava: “Sede meus imitadores como também sou de Cristo”, e afirma que fomos predestinados para sermos, “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).
O ministério de Jesus possui algumas características, e como seus discípulos, o que ele dizia e fazia, a forma como enxergava a vida e realizava sua obra, é nossa inspiração para que o imitemos. Seu ministério possuía três linhas de ação: Ensino, Confrontação e cura.

1. Ministério caracterizado por impactar o coração do homem pela pregação – Mc 1.21-22

a. Pregação Fundamentada no Ensino – “Foi ele ensinar” Didaquê (Mc 1.21)
Exposição da Palavra – “Dihermeneuo” – Lc 24.27 Seu objetivo era explicar a Palavra, torná-la compreensível.
Jesus ensinava. Ele trazia o pensamento de Deus aos homens.
 Pregar é traduzir o pensamento divino. Um pregador não pode ser filósofo, nem livre pensador. Ele é cativo da Palavra.

b. Pregação Diferenciada pela unção – Mc 1.22
 Sua Palavra não era mera repetição de verdades, eram engravidadas ação do Espírito. “Minhas palavras são espírito e vida” (Jo 6.63)
 Sua Palavra “aquecia o coração” dos ouvintes – Lc 24.32
 Jesus não se atinha à letra da Lei, mas dava profundidade ao Espírito da Lei – “Eu, porém, vos digo!” (Mt 5.22,28, 34,39).
 Ruth Graham: Elias orou para Deus mandar fogo, antes de falar. Após a pregação, orou para Deus mandar chuva. Não é esta uma boa alegoria para a pregação ungida?

c. Pregação Aplicada aos ouvintes – Mc 4.33
 Ele conhecia o público e adequava sua mensagem ao público – (Mc 4.33).
 Comunicação não é apenas o que você diz, mas o que o outro entende.
o Cognitiva
o Intuitiva
o Relacional.
 Pregar é “construir pontes” (Stott)
Nosso chamado ministerial envolve a comunicação da palavra de Deus, para quebrar superstições, crenças erradas, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Cristo (2 Co 10.4-5)

Questões para consideração: 1. Minha pregação realmente facilita a compreensão da mensagem do Evangelho?
2. A figura do fogo e da chuva tem acompanhado a minha pregação?
3.Tenho levado em conta a cultura e capacidade dos ouvintes, ao anunciar o Evangelho?
4. O que você entende por “pregação é construir pontes?”.

2. Ministério caracterizado por impactar o reino das Trevas – Mc 1.24
a. Sua presença desestabiliza a obra satânica. “Vieste para perder-nos?”
b. Sua presença Desmascara o inferno – Satanás é exposto.
 “Nós andamos nas brechas” (filme Advogado do diabo). A obra de Cristo mostra as estratégias e artifícios que satanás usa para se esconder. Aquele endemoninhado vivia na região e caminhava sem ser confrontado. Muitas vezes em formas de pensamentos suicidas, opressão emocional, angústias, medos e pensamentos que deprimem famílias até mesmo culturas inteiras.
 A presença de Cristo ilumina as trevas e confronta o mal.
c. Sua presença antecipa o julgamento de Satanás –
 O nascimento de Cristo demarcou o julgamento do diabo – 1 Jo 3.8 comparado com Ap 12.1-12
 A cruz expõe os principados e potestades à vergonha – Col 2.14-15
 Satanás sabe seu destino final (Ap 20), mas foi pego de surpresa na manifestação de Cristo na história (Mt 8.29).
A igreja é uma cunha no inferno.
A oração desafia as trevas e as confronta.

Questões para consideração: 1. Como a vivência de Cristo deve influenciar nossa abordagem pastoral?
2. Como o ministério impacta as trevas em nossos dias?
3. A Igreja tem sido eficiente na confrontação com os poderes das trevas? Como?

3. Traz Graça no meio da desgraça humana – Mc 1.32-34
a. Enfermidades e doenças são fatores limitadores da vida.
 Brennan Manning: (O anseio furioso de Deus). “nada é mais urgente no nosso ministério cristão que o ministério da cura”.
 A base de sua ação: compaixão (Mc 1.41). Deus visita a dor da humanidade.
 O desejo de Jesus: trazer normalidade à vida.

b. Deus visita a dor humana por meio de sua encarnação.
 O envolvimento de Cristo com o sofrimento humano – Mt 4.23,24
 Cura como significado de redenção (Mt 8.16-17)

c. A presença de Cristo traz consolo na nossa dor.
 Onde houver dor e desgraça, ali estará a presença do Cristo ressurreto (Zc 6.6)
 A cruz identifica o servo sofredor com todos os que sofrem (Hb 4.14-15).
Igreja como agência de cura- comunidade terapêutica.
Não vamos resolver o problema da dor humana, mas podemos atenuá-la com a presença santificadora, com o cuidado pelos pobres e pelos que sofrem.

Questões para consideração: 1. Como a compaixão e cuidado de Jesus tem afetado nosso chamado pastoral?
2. Para que realmente fomos chamados?
3. A misericórdia e a compaixão de Cristo tem sido a tônica da igreja em nossos dias?

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