sábado, 10 de agosto de 2013

AP. 8 O SÉTIMO SELO




Introdução:

Para não perdermos o ponto central da análise e interpretação deste livro, precisamos manter em mente que em Apocalipse, se existe alguma referência a um acontecimento atual, ele é apenas pretexto para uma revelação permanente e fundamental. Portanto, por razões didáticas é importante mais uma vez fazermos uma pausa para lembrar que a mensagem de Apocalipse é que Deus governa a história, e trará a sua consumação em Cristo. O Coração da mensagem é expressa nos caps. 4 e 5, no qual João tem a visão do Trono no qual Deus está assentado. Estamos diante do Rei do universo. Pela sua vontade e pela sua expressa ordem o universo foi criado (4:11). Dentro do seu soberano projeto vemos todo o universo se reunido em louvor e adoração ao Cordeiro. (5:11-14) Do seu trono saem as ordens e as forças que governam a história, representadas pelos cavalos de diferentes cores, que revelam diferentes forças da história, as orações e clamores dos mártires que são ouvidos por Deus e trazem juízo sobre a terra.
O silêncio é agora novamente quebrado. Existe uma forte expectativa na abertura do sétimo selo. A revelação que Deus deseja dar aos habitantes da terra ainda não se completou. Depois do parêntese e do incômodo silêncio anunciado e requerido (7:1) e da visão dos glorificados, (7:9s) o sétimo selo será finalmente aberto.

Entramos assim, no sétimo selo, que vai desencadear outra série de 7 trombetas.

A abertura do sétimo selo conclui a seção iniciada em 4:1 e prepara a terceira seção. Esta introduz uma nova série de sete ações, precedidas por um período de preparação, demonstrada aqui pelo silêncio de meia hora.
O sétimo selo é o último da série que fecha o livro da História, aberto pelo Cordeiro no capítulo 5. É aquele que consuma a história, o que marca o seu fim. Somente com o sétimo selo pode-se encontrar toda a interpretação e o sentido pleno da história. O sétimo selo desencadeia as sete trombetas. E este sétimo selo começa de forma profunda, reverente, solene e pesada: Com meia hora de silêncio.
Silêncio é algo complicado para o nosso mundo moderno. Somos uma geração de pessoas acostumadas com o barulho. Alguns anos atrás moramos numa casa nos EUA que estava num lugar muito silencioso, um determinado dia eu reclamei que sentia uma espécie de zunido quando ia dormir. Tanto Sara Maria, minha esposa, e minha filha Priscila disseram que também ouviam o mesmo som. Não havia nenhum barulho, silêncio absoluto. Concluímos, de forma jocosa, que o que ouvíamos era o “barulho do silêncio”. O silêncio profundo era provocativo aos nossos ouvidos acostumados ao barulho.
Somos uma geração de imagens e sons. Temos sons por todos os lados: Som de TV, som de rádio, som de vizinho, som de buzinas, som de carros… sons, vozes estranhas, barulhos da alma. Silêncio é algo fora da nossa realidade cotidiana. O silêncio é algo profundo, tem o poder de comunicar sentimentos inexprimíveis e provocar reflexões às vezes indesejadas por nós. Muitos tentam refugiar sua vida no meio do barulho e da algazarra, porque temem o encontro com o silêncio e a dor de sua própria alma.
Você já ficou em silêncio absoluto por algum tempo? Já experimentou a profundidade de um minuto de silêncio num estádio, em homenagem a alguma pessoa ilustre, em protesto por razão política ou por solidariedade a alguma coisa? É algo impressionante! Já estive em algumas reuniões de oração onde as pessoas ficavam em silêncio contemplativo, falando com Deus. Embora a presença de Deus estivesse de forma concreta ali, aquele silêncio era provocativo. Se tivermos silêncio na reunião de oração, procuramos logo quebrá-lo, para que não sejamos incomodados com o poder que o silêncio evoca em nossa alma. Contudo, o texto não fala de um minuto, mas de meia hora de silêncio.
Normalmente as pessoas levantam questões sobre quem não poderia ir para o céu por causa da necessidade de ficar em silêncio. Alguns afirmam que os italianos jamais poderiam ir para o céu: Eles são culturalmente barulhentos e não suportaria ficar meia hora em silêncio. Se eu perguntasse a minha esposa quem não poderia estar no céu por causa do silêncio, ela responderia sem pestanejar que é um de seus alunos na escola, que tem dificuldade de manter a boca fechada. O maior castigo que ela pode aplicar-lhe é colocá-lo num canto da sala, em silêncio! Para ele, este é o maior suplício que um ser humano pode sofrer!
Muitos pais diriam que são os seus filhos na fase de 4 a 5 anos, que perguntam de forma quase ininterrupta: “Por que pai?”  E se você disser, “filho, você pergunta muito” ele vai retrucar novamente e perguntar sem perceber: “Por que papai?”
Já vi piadas de mau gosto sobre este texto: Alguns dizem que para algumas igrejas pentecostais, seria quase impossível porque os irmãos não teriam como dizer de forma ruidosa e alta: Aleluia! Ainda mais diante de um quadro tão tremendo como este, de estar diante do Senhor em toda sua glória. Para que os irmãos pentecostais não se sintam ofendidos, quero lembrar aos silenciosos calvinistas que o som tem louvor, e louvor barulhento. Como som de muitas águas, coral de milhares de vozes. Certamente o céu está cheio de pentecostais, porque o louvor que lá existe é simplesmente arrebatador. Outros já falaram que este texto demonstra de forma clara que as mulheres não poderão estar no céu, por razões óbvias… Sobre isto não quero tecer nenhum comentário, porque posso ser acusado de qualquer discriminação…
Entre o sexto e o sétimo selo, o número seis e o sete, existe aqui uma interrupção, um corte, uma quebra, que representa uma crise. Segundo Ellul, na literatura apocalíptica “o silêncio é o sinal do fim dos tempos ou da sua realização. Mas na literatura bíblica é sinal da presença do Senhor Todo Poderoso. Hab. 1:20; Zc. 2:13[1]
Agora são introduzidas as sete trombetas. Curiosamente é com o toque das trombetas diante da indestrutível e inconquistável Jericó que o povo de Deus tem entrada assegurada na terra de Canaã, a terra prometida por Deus ao seu povo eleito. É também pelo toque das trombetas que o julgamento de Deus vai se estabelecer. Em geral, as trombetas são de difícil interpretação, a forma mais simples de vê-las é como os juízos de Deus. Por vezes reduziu-se estes textos à descrição do julgamento de Deus na história: Depois da descrição da história, haveria a intervenção dos julgamentos de Deus nesta história.

Porém, antes do toque da trombeta estas realidades profundas e misteriosas que nos são aqui apresentadas:

1.     O silêncio - profundo, reverente… Este silêncio enigmático e desafiador, incômodo, com o qual temos que lidar. É o silêncio de preparação para as sentenças do grande juiz ao qual não se pode enganar, não dá para achar testemunhas falsas e subornar. O silêncio de Deus. O silêncio da natureza, da expectativa do que virá.

2.     As orações dos santos – Ao silêncio seguem-se a impressionante cena das orações chegando ao trono de Deus. Um anjo fica em pé junto ao altar, com um incensário de ouro e lhe é dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos para oferecê-lo no altar que se acha diante do trono. O que o anjo tem para oferecer? O que existe de tão precioso assim para ser levado diante do altar de Deus de forma tão solene? As orações!  As orações são as oferendas, Deus se agrada deste sacrifício do seu povo.
Este texto nos revela que antes da abertura do sétimo selo, que serão as sete trombetas, temos um intervalo aqui para considerarmos a importância da oração. Eis aqui uma realidade que não pode ser esquecida, e que tem profundo impacto sobre a história da humanidade, como vimos na abertura do quinto selo no clamor dos mártires.
Se a oração é algo assim tão importante, por que não oramos? Somos uma geração que desaprendeu a orar. Temos muita oração em público, pouca oração a sós Mesmo os pentecostais, que falam tanto do poder da oração, oram muito pouco. Shedd pergunta: “Por que é que oramos tão pouco? Por que é que os santos do passado gastavam horas, que sentiam passar como minutos, enquanto nós passamos minutos que parecem horas”.[2]
Se nos céus, as orações ocupam um lugar tão central e importante, porque as orações ocupam hoje um espaço tão pequeno em nossa agenda de prioridades?  Se a coisa mais importante a ser oferecida a Deus são as orações dos santos, por que oramos tão pouco?
Esta nossa atitude revela a pouca dependência de Deus e nossa confiança em nossos recursos, nossas estratégias. Não é apenas a igreja que ora pouco, a liderança também ora pouco ou quase nada. Somos um povo cada vez mais dependente de nossa técnica e dependemos pouco das nossas orações. Acreditamos que uma igreja é forte quando seu púlpito é cheio de erudição e eloqüência e quando nos bancos estão assentadas pessoas brilhantes, ricas e influentes. Isto é um falso senso de poder. A igreja é forte quando ela aprende a orar.

Este texto é um dos textos mais importantes se quisermos entender a natureza e o poder da oração. Eis aqui algumas destas verdades expressas:

1. O destino das orações é o trono de Deus: É para o trono de Deus que elas se dirigem. Temos muito pouca consciência disto. Ao orarmos, estamos falando com o único que realmente tem o poder. Em Hb. 10:19-22 há uma descrição tremenda do significado da oração. Oração é comparada ali com uma atitude de quem tem ousadia. “Tendo, pois intrepidez para entrar no Santo dos Santos”. Os judeus acreditavam que apenas uma pessoa muito especial poderia se apresentar, uma vez por ano, diante do lugar mais sagrado, onde Deus estava: O Santo dos Santos. Aquela experiência era tremenda para o sumo sacerdote, ele entrava ali temendo por sua vida, em profunda reverência e contrição, perguntando a si mesmo o que poderia acontecer quando ele estivesse diante de Deus. O autor da carta aos hebreus afirma que orar é ter a intrepidez de penetrar os mistérios de Deus, chegar diante dele, com toda sua glória, é se atrever a aproximar de Deus, pelo sangue de Cristo. Oração é algo ousado! Vamos estar diante do Trono de Deus! Oração é algo que toca os céus!
Particularmente tenho a impressão não sabemos ou cremos na eficácia da oração. Peter Wagner disse certa vez que algumas pessoas quando oram crêem que Deus possa ouvi-los, mas outras realmente crêem que Deus as ouve. Isto faz toda diferença…
Em Dan. 10:10-13, vemos outro relato fortíssimo sobre o significado da oração e como as orações impactam os céus. Vemos aqui uma cena fortíssima de Daniel aplicando o seu coração para entender os mistérios de Deus e para buscar a direção de Deus. O texto nos afirma que Deus envia o seu anjo como resposta dizendo-lhe. “Desde o primeiro dia que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras e, por causa de tuas palavras, é que vim”. Dn. 10:12 O texto nos relata que a resposta à sua oração demora 21 dias, porque uma força espiritual, obstruiu o caminho do mensageiro de Deus, para que a resposta não chegasse a Daniel.
Este texto de Daniel nos dá uma pista para compreender porque razão, normalmente, somos tão resistentes a oração e somos tão desestimulados a orar. Oração enfrenta oposição de satanás. Satanás sabe que quando oramos, nossas orações tem um destino certo e perigoso para os planos e estratégias que ele tem criado. As orações chegam ao trono de Deus… Chegam diante do Deus Todo Poderoso Por esta razão o diabo vai criar um meio para nos desencorajar e vamos enfrentar resistência quando orarmos.
Nossas orações chegam ao trono de Deus! Pode ser que você esteja, sem direção, desencorajado, não encontrando sentido em viver, sem vontade orar, sem fé no coração. Neste caso, sua oração sai como um gemido da alma em direção a Deus tem um efeito restaurador na sua vida. Oração possui um componente altamente terapêutico e restaurador e é algo revolucionário para nossa existência, se existe algo que pode mudar nossa alma, nossos sentimentos e nossa história são orações de súplica, confissão, arrependimento, profundas e sinceras, mesmo que você esteja longe de Deus, mas esteja desejando sinceramente retomar ao caminho que ele criou para você. Se você deseja mudança, é necessário orar.

2.   Oração tem conotação Universal - O texto nos afirma que foi trazido diante de Deus “As orações de todos os santos”. Orações de todos os santos, de todos os lugares, de todos os tempos. Orações de toda uma geração se juntam com o clamor piedoso de outras gerações e chegam ao altar de Deus. Orações de famílias chegam ao altar do Senhor, se amontoam na presença do Senhor. Orações de povos diferentes, de pessoas que não se conhecem, mas que possuem o mesmo objetivo, oram pelo mesmo assunto, vão convergir para o altar de Deus. Quando um povo, uma geração, o povo de Deus se reúne diante do Senhor, pedindo algo que glorifique o seu nome, certamente Deus vai atender. Quando o povo ora para que o curso da história, num determinado momento seja mudado, Deus vai conceder.
Uma das coisas mais preciosas que tenho encontrado no meu ministério são pessoas que trazem uma santa idéia conspiratória no coração, tem no coração a visão da oração como uma conspira-ação: “Pastor, vamos orar, que Deus vai fazer”, e começam a orar especificamente por um determinado assunto. Às vezes as coisas estão complicadas, as situações são tensas, desanimadoras. Pessoas cheias de fé, respondem a estas ocasiões com temor, e Deus as atende! Na verdade este conceito da santa conspiração através da oração deveria estar de forma clara no coração de toda igreja, no cerne de todos os que temem a Deus. Precisamos aprender a crer no poder da oração, e liberar este poder, levando nosso clamor diante de Deus. Vários temas deveriam estar em nossa agenda de oração: Desagregação familiar; Salvação dos perdidos, conversão de uma nação, santificação da Igreja, liderança ungida, clamor por um povo, situação política e moral, a opressão dos ricos sobre os pobres. Orações objetivas, com alvos definidos.
Uma das orações mais impressionantes da história é a de John Knox, conhecido reformador protestante escocês, que foi encontrado de joelhos pela sua mulher, numa madrugada fria e clamando profundamente. “Senhor, dá-me a Escócia senão eu morro”. Maria, Rainha da Escócia, que se opunha à sua forma de ver o cristianismo, reconhecia nele a autoridade espiritual que possuía e disse certa feita: “Temo mais as orações de Knox que os exércitos do mundo inteiro”.
A história do Brasil, com suas trágicas experiências de desvalorização do ser humano num todo, e da criança, do velho, e da mulher, e do pobre, em particular deveriam ocupar nossas agendas de orações. Um avivamento legítimo, profundo e sério, deveria ocupar nosso coração. Temos que clamar a Deus por nós mesmos: Senhor, dá-nos a graça de crer na importância de nossas orações ainda que sejam fracas, pobres e esparsas não desistamos de interceder e crer que o Senhor vai usar estas frágeis preces para transformar a história de nosso povo e nossa história pessoal. Precisamos orar para que nunca duvidemos de sua eficácia e que aprendamos a orar profunda e sinceramente para que “venha o teu reino e seja feita a tua vontade, aqui na terra como nos céus…”

3.   O que levamos a Deus é o que volta a terra – Outra revelação maravilhosa que este texto faz sobre a oração é o fato de que as orações do povo de Deus retornam como poderosos agentes divinos para mudar a história. O que sobe a Deus é o que desce como resposta. Aquelas orações que são levadas e postas diante do altar, retornam a terra em forma de juízo. É no incensário que se colocam as orações, e é do incensário que saem os juízos.
Nossa atenção agora deve se voltar para os temas de nossas orações. O que tem ocupado nossas preces? Qual é o motivo de nossas orações? Normalmente oramos apenas por assuntos particulares, porque. Ore por temas particulares, mas ore também por questões maiores, concernentes ao Reino. Ore por sua igreja particular, mas ore pela Igreja Universal. Precisamos ter orações mais abrangentes, orações que possam ir além de nós mesmos e nossas necessidades pessoais que, via de regra, consideramos as mais urgentes e necessidades prioridades da raça humana. Desta forma, transformamos Deus em alguém que está disponível para atender às urgentes necessidades pessoais.
Uma das formas mais interessantes para aprendermos a orar é observar as orações que Jesus fez, as orações que a igreja primitiva fez, e as orações dos apóstolos. Dê uma olhada no modelo de oração que encontramos na oração dominical ensinada por Jesus. Mt. 6:9-15, ou analise a perspectiva da oração sacerdotal em Jo. 17, ou as orações que os apóstolos fizeram no meio de uma grande tribulação, At.4:23-31. As orações destas pessoas são completamente despreocupadas com motivos pessoais. Tinham em mente a perspectiva do reino, o avanço do evangelho e a glória do Senhor. Quão diferente é o conteúdo destas orações com o que costumeiramente encontramos em nossas igrejas, tão voltadas para seus desejos egocêntricos.
Uma das orações mais incríveis que veja na Bíblia é a que Paulo faz em Ef. 1:17-19. Ali o apóstolo ora, não apenas para que Deus resolva problemas particulares na vida pessoal dos irmãos, mas ora por temas mais profundos, por realidades que afetam o ser mais profundo da humanidade, porque ele sabia que, normalmente nossos fracassos estão relacionados a dimensões mais profundas do nosso caráter. Veja os temas desta oração do apóstolo:
i.     Que Deus vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele;
ii.   Que Deus ilumine os olhos do vosso coração (sabia que coração tem olhos?) para saberdes qual é a esperança do seu chamamento;
iii. Que Deus os capacite a saber qual é a riqueza da glória de sua herança nos santos;
O que pedimos a Deus, o clamor que o povo leva ao trono de graça, isto é o que Deus concede… Precisamos aprender a orar, a clamar… Senhor nos ensine a viver desta forma!

4. Oração é a forma mais efetiva para se modificar a face da terra. Dois fatos precisam ser observados no vs. 5.
4.1. Tão logo as orações chegam ao trono de Deus, o anjo retira as orações do incensário e as joga sobre a terra, já não mais como meras súplicas, mas como poderosos agentes capazes de transformar a face de uma região. (Vs. 5) O que faz destas simples orações de povos anônimos e simples da história se tornarem tão eficientes? Estas orações descem com o fogo do altar! Orações sem o fogo do altar não fazem diferença, mas quando estas súplicas chegam à presença de Deus, elas são unidas ao fogo e fazem profunda diferença. O anjo mistura aqui a oração dos santos que está dentro do incensário, com o fogo do altar. Ele enche aquele incensário de ouro, onde estão as orações, com o fogo do altar e aqui reside a eficácia da oração. Oração sem o fogo que vem de Deus, de sua presença, é inoperante, mas louvado seja Deus, estas orações chegam diante dele e voltam com fogo.

4.2. Todos estes elementos descritos aqui nos vs. 5 referem-se a juízos sobre a humanidade: Terremoto, fogo, trovões, vozes. As orações sobem como clamor, como súplicas, como frágeis preces, mas voltam como juízos, simbolizados aqui por estas mais temíveis calamidades que abatem de tempo em tempo sobre os homens: Terremoto, fogo, trovões e vozes (literalmente: estrondos!) Quando o povo de Deus se une em torno de um determinado tema e ora fervorosamente para que Deus atenda suas súplicas, Deus o faz. Deus tem o seu ouvido atento às orações e clamor de seu povo, especialmente em tempos de martírio e tribulação. Quando o povo de Deus se une em torno de um determinado tema e ora fervorosamente por isto, pedindo para que Deus intervenha, ele fará.

Alguém certa vez afirmou que quando o povo de Deus ora, “os céus se agitam, o inferno estremece, e coisas tremendas acontecem na terra”. Quando a Igreja ora os céus se movem”. Muitas vezes ficamos espantados com a escalada da violência, assustados com a dor e o sofrimento humano, mas não oramos por isto. A oração nos livra da insensibilidade, apatia, e indiferença. Quem ora se compromete! Muitas de nossas orações e clamores são respondidos a nós por Deus da seguinte forma. “Filho, eu quero fazer através de você!” Outras realidades vão muito além do alcance nosso, e somente com a poderosa intervenção de Deus vai mudar. Ore por isto, confie…

Conclusão:
E. M. Bounds é respeitado nos círculos cristãos pela piedade dos livros que escreveu, a maioria deles falando de oração. Vale a pena ouvirmos o que ele diz sobre a importância de orar:
“Algumas passagens nas Escrituras nos dão uma visão das imensas áreas sobre as quais a oração exerce sua influência. O efeito das orações chega a regiões ainda não alcançadas pela linguagem ou influência cristã e traz bençãos sobre elas. Paulo esgotava seus recursos da linguagem e pensamento quando orava. Ele estava consciente que existiam áreas ainda não desvendadas e da necessidade de batalhar contra os inimigos ainda não conquistados”.[3]
Quando as orações chegam diante do Trono de Deus retornam como juízos sobre a terra. Após este tempo de reflexão e reverência revelada aqui no silêncio de meia hora, cria-se o ambiente para que seja aberto este último selo, que se compõe de sete trombetas.

Isto trataremos no próximo capítulo…



[1] Ellul, 1979, pg. 75
[2] Shed, Russel, Tão grande salvação,  São Paulo, ABU Editora, 1a. edição, 1978, pg. 20
[3] . Bounds, E. M . Winning the invisible warSpringdale, PA., Whitaker House – 1984, pg. 152

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