segunda-feira, 18 de maio de 2015

2 Co 8.1-15 A Graça de Doar



Introdução:

Quando você contribui para sua igreja local, envia uma oferta especial de missões, ou ajuda alguém necessitado, quais são os motivos?
ð  Medo? O que pode acontecer com minha vida espiritual se eu não doar?
ð  Barganha? Se eu der, Deus vai me abençoar. Eu preciso ter mais dinheiro...
ð  Legalismo judeu? “Você tem que trazer o seu dízimo!”
ð  Quitar o carnê de compromisso anual com sua comunidade.
ð  Medo de ser arrolado no Serasa do céu, ou na lista negra da igreja.
ð  Por causa das duras palavras de Malaquias 3.11: “Com maldição sois amaldiçoados!”

O que este texto ensina?

1.       Doar é Graça

Este texto fala de uma graça muito especial, de um privilégio dado às igrejas da Macedônia. O termo “graça” é mencionado cinco vezes (8.1;4,6,7,9). Doar é uma graça, ainda que poucos a desejem.
Que graça tão especial é esta?
Ouvi certa vez sobre a participação do grande avivalista Antonio Elias, num congresso de pastores. Quando o preletor convidaram as pessoas para se levantarem e orarem para receber uma benção, o velho pastor se levantou imediatamente. Seu colega, ainda jovem, ficou indagando porque um homem tão abençoado como aquele, se levantaria numa convenção para se consagrar, e resolveu indaga-lo. Sua resposta foi: “Onde houver a manifestação da graça de Deus, ali quero estar”.
Você quer receber graça?
Você deseja estar onde flui a graça celestial?
Sabe de qual graça este texto está falando? A Graça de doar, de cooperar com o reino de Deus, de ser generoso com seus bens materiais.
A Igreja da Macedônia, sabendo que os irmãos da Judeia passavam necessidade, resolveram ajudar, mas eles tinham um problema. Eram muito pobres. Então, Paulo, que era o pastor da comunidade, quis convencer os macedônios de contribuir, por causa da sua condição financeira, e eles lhe rogaram, com muitos rogos, para se envolverem com seus recursos financeiros (2 Co 8.4). Deixar de se envolver neste projeto, para eles, seria ficar impedidos de experimentar a benção de Deus sobre suas vidas. Talvez seja esta a primeira e única vez na história da igreja em que um pastor tenta impedir da igreja de fazer doações, em geral estamos sempre querendo encorajar as pessoas a serem generosas. Que situação estranha: Um pastor dizendo não! A Igreja dizendo, sim!

O que nos surpreende são as perspectivas espirituais daquela comunidade. O ato de doar é visto como uma graça genuína, como benção e privilégio para suas vidas. Não é peso, nem tarefa onerosa, é privilégio. Uma igreja bondosa vê nisto, oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.
Existem pessoas de pouca condição financeira, que justificam sua não contribuição porque ganham pouco, e muitos ricos, se justificam porque tem demais... Contudo, a melhor medida de sua fidelidade não é o que você dá, é o que você retém. Não importa o quanto você dá, antes o quão fiel você é. A contribuição pode ser aparentemente insignificante para a Igreja, e ser uma benção para Deus. Jesus observou a viúva pobre;
Nas Escrituras, dar é um ato de adoração.
Você vê sua contribuição como privilégio? Ato de culto a Deus?
Wayne Watts, escreveu um livro a benção de dar, ele disse que, como membro da igreja ele dava seu dízimo porque sabia que a igreja tinha necessidades financeiras e tinha que atender seus compromissos, quando começou a estudar a Bíblia ele viu que para Deus, dar era ato de adoração.
Em Dt 16.16 a Palavra de Deus afirma: “Não aparecerás diante de Deus com mãos vazias”. Dar é mais que um compromisso ou tarefa, é ato de culto.

2.       Dificuldades não são justificativas para não doar, mas meio de demonstrar confiança no caráter de Deus – “No meio de sua grande pobreza, superabundou sua generosidade em grande riqueza” (2 Co 8.2)

A região da Judéia passava por fome. Isto os motivou a abençoar os irmãos.
Muitos pensam que pessoas pobres, por causa da sua situação, doam menos, mas na realidade, estatísticas mostram que pessoas de condição humilde tem mais facilidade em serem generosas. A pesquisa Gallup (Outubro 98- USA) demonstrou que, quanto menos a pessoa ganha, mais ela dá, proporcionalmente:
ü  Salário até U$ 10 mil – 2.8%
ü  Salário de U$ 10 a U$ 30 mil – 2.5%
ü  Salário de U$ 30 a U$ 40 mil – 2.0%
ü  Salário de U$ 50 a U$ 75 mil – 1.5%
Dá prá perceber a tendência. Quem ganha mais, dá menos, proporcionalmente.
Quando doamos, aprendemos a confiar no caráter e na provisão de Deus para nosso sustento.

3.       Dinheiro está relacionado ao coração - "Antes, deram-se, a si mesmos, primeiro ao Senhor" (2 Co 8.5).
No início do meu ministério, trabalhei numa comunidade pobre, na periferia de Goiânia. Neste interim, aconselhei uma pessoa com crise no casamento, que eventualmente se tornou uma pessoa muito interessada na minha vida e ministério. Tudo o que fazíamos naquela igreja era muito limitado pelos recursos que tínhamos, um dia esta pessoa, que eu estava evangelizando, quis ajudar financeiramente, mas achei que se eu aceitasse sua oferta, ele faria uma espécie de “justificativa espiritual”, diante de Deus. Ele precisava entregar sua vida a Cristo, mas não queria dar este passo de fé. Quando ele trouxe o dinheiro eu lhe disse que ele precisaria dar primeiro sua vida, que ele estava querendo substituir seu compromisso de coração por uma oferta generosa em dinheiro.
Muitas pessoas tentam fazer isto, mas existe um princípio claro nas Escrituras. Se você não quer dar a você, não adianta dar dinheiro, e quando você entrega a si mesmo a Deus, dinheiro torna-se uma questão menor e irrelevante. Quando você entrega seu coração, seu bolso segue. Sabe porque não doamos? Falta-nos entrega do coração, afinal, “Onde estiver o teu tesouro, ai estará o teu coração”.
A oferta de Caim não foi aceita por causa de sua pessoa. “De Caim, e de sua oferta, não se agradou o Senhor” (Gn 4.3). Muitas vezes damos para aliviar nossa infidelidade em outras áreas. Esta não é a melhor motivação.
Para a igreja da Macedônia, doar era apenas consequência da fidelidade a Deus.

4.       Dinheiro tem o poder de vida e de morte – “Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade. No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco" (2 Co 8.13-15).
Dinheiro não é apenas para manutenção e acúmulo, mas para servir. Podemos direcionar nossa relação para os bens que possuímos, desejando que eles sirvam a Deus ou a mamom.
Minha esposa ouviu a campainha da casa tocar. Era “mais” uma pessoa pedindo ajuda. Quando abriu viu um homem pedindo ajuda e foi profundamente tocada por Deus para pegar todo dinheiro que possuía (que na verdade não era muito), e doar para aquela pessoa. Quando ela repassou o valor, o homem começou a chorar e disse: “Eu sou um servo do Senhor, e antes de sair de casa, orei para que Deus abrisse o coração de alguém para me ajudar. Preciso de um remédio, e o valor do dinheiro que a senhora me deu, é exatamente o que eu preciso”.
Não é maravilhoso ver nosso dinheiro trazendo experiências de Deus para nossa história e gerando vida para outros?
Jacques Ellul afirma: “temos indicações claras que, na vida cristã, o dinheiro é ganho a fim de ser dado”.
Richard Foster ensina: “Temos assim, uma única utilidade para o dinheiro: Promover o reino de Deus sobre a terra”.
Jesus chamou o dinheiro de "mamom". Não apenas um meio neutro de intercâmbio, mas uma potestade que tem vida própria (Mt 6.24). Não podemos servir a Deus e às riquezas. Jesus concede ao dinheiro natureza pessoal e espiritual, deixando inequivocamente claro que o dinheiro não é um meio impessoal de intercâmbio, antes um poder que busca dominar-nos. Por trás do dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria, sendo capaz de inspirar devoção.
Portanto, as coisas materiais não devem ser consideradas como algo fora dos parâmetros da verdadeira espiritualidade. Dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar amor por Deus, por ser parte integral de nós. A pessoa que começa a entender realidades espirituais, dispõe-se a contribuir, e na medida que vai crescendo espiritualmente, vai participando com mais liberdade do ato de dar.
Dinheiro é uma benção quando usado no contexto da vida e do poder de Deus.

5.       Doação está fundamentada no caráter de Cristo – "Sendo rico, se fez pobre". (2 Co 8.9)
O que nos inspira é o modelo de Jesus, a forma como ele viveu. Ele fez opção de amor por nós. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele queria: Fazer-nos ricos.
Você já pensou alguma vez em fazer alguém rico? Em melhorar a condição de vida de alguém? Em investir na vida de um estudante promissor? Estas coisas falam no reino de Deus...Dinheiro investido em gente é o melhor investimento possível.

Existem ocasiões em que devemos dar para responder a determinadas necessidades que surgem. Pelo menos três vezes em At., os cristãos deram dinheiro extra diante de necessidades: At 2.43-45; 4.32-35 e 11.27-30, porque haviam necessidades específicas. Algumas vezes a igreja precisa dar ofertas voluntárias para missões, o problema da fome, necessidades de outros, etc.
Conclusão:
Dar é uma benção.
Þ   Livra-nos de ganhar dinheiro só para uso pessoal -
Þ   Ajuda-nos a confiar na provisão de Deus, e não na força de nossas mãos;
Þ   Abençoa tremendamente outras vidas;
Þ   Glorifica a Deus
Þ   Limpa os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós.
Þ   Os desamparados passam a receber ajuda;
Þ   Promove-se o reino do Deus com projetos ousados;
Þ   Recursos são canalizados para ministérios que produzem vida;
Þ   Obras missionárias dispendiosas são mantidas. Povos não alcançados ouvem a mensagem da salvação.  


Você deseja esta graça para sua vida?

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