Introdução:
Quando
você contribui para sua igreja local, envia uma oferta especial de missões, ou
ajuda alguém necessitado, quais são os motivos?
ð Medo? O que pode acontecer com
minha vida espiritual se eu não doar?
ð Barganha? Se eu der, Deus vai me abençoar.
Eu preciso ter mais dinheiro...
ð Legalismo judeu? “Você tem que trazer o seu dízimo!”
ð Quitar o carnê de compromisso
anual com sua comunidade.
ð Medo de ser arrolado no Serasa do
céu, ou na lista negra da igreja.
ð Por causa das duras palavras de
Malaquias 3.11: “Com maldição sois
amaldiçoados!”
O
que este texto ensina?
1.
Doar é Graça
Este
texto fala de uma graça muito especial, de um privilégio dado às igrejas da
Macedônia. O termo “graça” é mencionado cinco vezes (8.1;4,6,7,9). Doar é uma
graça, ainda que poucos a desejem.
Que
graça tão especial é esta?
Ouvi
certa vez sobre a participação do grande avivalista Antonio Elias, num
congresso de pastores. Quando o preletor convidaram as pessoas para se
levantarem e orarem para receber uma benção, o velho pastor se levantou
imediatamente. Seu colega, ainda jovem, ficou indagando porque um homem tão abençoado
como aquele, se levantaria numa convenção para se consagrar, e resolveu indaga-lo.
Sua resposta foi: “Onde houver a manifestação da graça de Deus, ali quero estar”.
Você
quer receber graça?
Você
deseja estar onde flui a graça celestial?
Sabe
de qual graça este texto está falando? A Graça de doar, de cooperar com o reino
de Deus, de ser generoso com seus bens materiais.
A
Igreja da Macedônia, sabendo que os irmãos da Judeia passavam necessidade,
resolveram ajudar, mas eles tinham um problema. Eram muito pobres. Então,
Paulo, que era o pastor da comunidade, quis convencer os macedônios de
contribuir, por causa da sua condição financeira, e eles lhe rogaram, com
muitos rogos, para se envolverem com seus recursos financeiros (2 Co 8.4).
Deixar de se envolver neste projeto, para eles, seria ficar impedidos de
experimentar a benção de Deus sobre suas vidas. Talvez seja esta a primeira e única
vez na história da igreja em que um pastor tenta impedir da igreja de fazer doações,
em geral estamos sempre querendo encorajar as pessoas a serem generosas. Que situação
estranha: Um pastor dizendo não! A Igreja dizendo, sim!
O
que nos surpreende são as perspectivas espirituais daquela comunidade. O ato de
doar é visto como uma graça genuína, como benção e privilégio para suas vidas. Não
é peso, nem tarefa onerosa, é privilégio. Uma igreja bondosa vê nisto,
oportunidade de servir a Deus e adorá-lo.
Existem
pessoas de pouca condição financeira, que justificam sua não contribuição porque
ganham pouco, e muitos ricos, se justificam porque tem demais... Contudo, a
melhor medida de sua fidelidade não é o que você dá, é o que você retém. Não
importa o quanto você dá, antes o quão fiel você é. A contribuição pode
ser aparentemente insignificante para a Igreja, e ser uma benção para Deus. Jesus
observou a viúva pobre;
Nas
Escrituras, dar é um ato de adoração.
Você
vê sua contribuição como privilégio? Ato de culto a Deus?
Wayne
Watts, escreveu um livro a benção de dar, ele disse que, como membro da igreja
ele dava seu dízimo porque sabia que a igreja tinha necessidades financeiras e
tinha que atender seus compromissos, quando começou a estudar a Bíblia ele viu
que para Deus, dar era ato de adoração.
Em
Dt 16.16 a Palavra de Deus afirma: “Não
aparecerás diante de Deus com mãos vazias”. Dar é mais que um compromisso
ou tarefa, é ato de culto.
2.
Dificuldades não são justificativas
para não doar, mas meio de demonstrar confiança no caráter de Deus – “No
meio de sua grande pobreza, superabundou sua generosidade em grande riqueza” (2 Co 8.2)
A região
da Judéia passava por fome. Isto os motivou a abençoar os irmãos.
Muitos
pensam que pessoas pobres, por causa da sua situação, doam menos, mas na
realidade, estatísticas mostram que pessoas de condição humilde tem mais
facilidade em serem generosas. A pesquisa Gallup (Outubro 98- USA) demonstrou
que, quanto menos a pessoa ganha, mais ela dá, proporcionalmente:
ü
Salário
até U$ 10 mil – 2.8%
ü
Salário
de U$ 10 a U$ 30 mil – 2.5%
ü
Salário
de U$ 30 a U$ 40 mil – 2.0%
ü
Salário
de U$ 50 a U$ 75 mil – 1.5%
Dá
prá perceber a tendência. Quem ganha mais, dá menos, proporcionalmente.
Quando
doamos, aprendemos a confiar no caráter e na provisão de Deus para nosso
sustento.
3.
Dinheiro está relacionado ao coração
- "Antes, deram-se, a si mesmos, primeiro ao
Senhor" (2
Co 8.5).
No
início do meu ministério, trabalhei numa comunidade pobre, na periferia de Goiânia.
Neste interim, aconselhei uma pessoa com crise no casamento, que eventualmente
se tornou uma pessoa muito interessada na minha vida e ministério. Tudo o que fazíamos
naquela igreja era muito limitado pelos recursos que tínhamos, um dia esta
pessoa, que eu estava evangelizando, quis ajudar financeiramente, mas achei que
se eu aceitasse sua oferta, ele faria uma espécie de “justificativa espiritual”,
diante de Deus. Ele precisava entregar sua vida a Cristo, mas não queria dar
este passo de fé. Quando ele trouxe o dinheiro eu lhe disse que ele precisaria
dar primeiro sua vida, que ele estava querendo substituir seu compromisso de coração
por uma oferta generosa em dinheiro.
Muitas
pessoas tentam fazer isto, mas existe um princípio claro nas Escrituras. Se
você não quer dar a você, não adianta dar dinheiro, e quando você entrega a si
mesmo a Deus, dinheiro torna-se uma questão menor e irrelevante. Quando você entrega
seu coração, seu bolso segue. Sabe porque não doamos? Falta-nos entrega do coração,
afinal, “Onde estiver o teu tesouro, ai
estará o teu coração”.
A
oferta de Caim não foi aceita por causa de sua pessoa. “De Caim, e de sua oferta, não se agradou o Senhor” (Gn 4.3). Muitas
vezes damos para aliviar nossa infidelidade em outras áreas. Esta não é a
melhor motivação.
Para a igreja
da Macedônia, doar era apenas consequência da fidelidade a Deus.
4.
Dinheiro tem o poder de vida e de
morte – “Nosso desejo não
é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja
igualdade. No
presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por
sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade,
como está escrito: "Quem tinha recolhido
muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco" (2 Co
8.13-15).
Dinheiro
não é apenas para manutenção e acúmulo, mas para servir. Podemos direcionar
nossa relação para os bens que possuímos, desejando que eles sirvam a Deus ou a
mamom.
Minha
esposa ouviu a campainha da casa tocar. Era “mais” uma pessoa pedindo ajuda. Quando
abriu viu um homem pedindo ajuda e foi profundamente tocada por Deus para pegar
todo dinheiro que possuía (que na verdade não era muito), e doar para aquela
pessoa. Quando ela repassou o valor, o homem começou a chorar e disse: “Eu sou
um servo do Senhor, e antes de sair de casa, orei para que Deus abrisse o coração
de alguém para me ajudar. Preciso de um remédio, e o valor do dinheiro que a
senhora me deu, é exatamente o que eu preciso”.
Não
é maravilhoso ver nosso dinheiro trazendo experiências de Deus para nossa
história e gerando vida para outros?
Jacques
Ellul afirma: “temos indicações claras que, na vida cristã, o dinheiro é ganho
a fim de ser dado”.
Richard
Foster ensina: “Temos assim, uma única utilidade para o dinheiro: Promover o
reino de Deus sobre a terra”.
Jesus
chamou o dinheiro de "mamom". Não apenas um meio neutro de
intercâmbio, mas uma potestade que tem vida própria (Mt 6.24). Não podemos
servir a Deus e às riquezas. Jesus concede ao dinheiro natureza pessoal e
espiritual, deixando inequivocamente claro que o dinheiro não é um meio
impessoal de intercâmbio, antes um poder que busca dominar-nos. Por trás do
dinheiro existem forças espirituais que o energizam e dão-lhe vida própria,
sendo capaz de inspirar devoção.
Portanto,
as coisas materiais não devem ser consideradas como algo fora dos parâmetros da
verdadeira espiritualidade. Dinheiro é uma forma eficaz de demonstrar amor por Deus,
por ser parte integral de nós. A pessoa que começa a entender realidades espirituais,
dispõe-se a contribuir, e na medida que vai crescendo espiritualmente, vai
participando com mais liberdade do ato de dar.
Dinheiro
é uma benção quando usado no contexto da vida e do poder de Deus.
5. Doação
está fundamentada no caráter de Cristo – "Sendo
rico, se fez pobre". (2 Co 8.9)
O
que nos inspira é o modelo de Jesus, a forma como ele viveu. Ele fez opção de
amor por nós. Desceu de sua glória, humanizou-se, tornou-se homem. O que ele
queria: Fazer-nos ricos.
Você
já pensou alguma vez em fazer alguém rico? Em melhorar a condição de vida de
alguém? Em investir na vida de um estudante promissor? Estas coisas falam no
reino de Deus...Dinheiro investido em gente é o melhor investimento possível.
Existem
ocasiões em que devemos dar para responder a determinadas necessidades que
surgem. Pelo menos três vezes em At., os cristãos deram dinheiro extra diante
de necessidades: At 2.43-45; 4.32-35 e 11.27-30, porque haviam necessidades
específicas. Algumas vezes a igreja precisa dar ofertas voluntárias para
missões, o problema da fome, necessidades de outros, etc.
Conclusão:
Dar
é uma benção.
Þ
Livra-nos
de ganhar dinheiro só para uso pessoal -
Þ
Ajuda-nos
a confiar na provisão de Deus, e não na força de nossas mãos;
Þ
Abençoa
tremendamente outras vidas;
Þ
Glorifica
a Deus
Þ
Limpa
os canais de nossa vida para que as bençãos de Deus possam fluir em nós.
Þ
Os
desamparados passam a receber ajuda;
Þ
Promove-se
o reino do Deus com projetos ousados;
Þ
Recursos
são canalizados para ministérios que produzem vida;
Þ
Obras
missionárias dispendiosas são mantidas. Povos não alcançados ouvem a mensagem
da salvação.
Você
deseja esta graça para sua vida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário