segunda-feira, 18 de maio de 2015

Mt 25.1-13 A hora chegou!




Introdução:

Tínhamos na época do seminário um colega que se irritava facilmente, e assim começou a se dizer que era perigoso conviver com ele, porque ele tirava férias da vida espiritual. Muitos cristãos costumam sair de férias.
Este texto faz parte do Sermão Escatológico, que surgiu logo depois do desconforto de Jesus ao perceber a dureza e incredulidade de Jerusalém acerca do seu ministério. Ali Jesus profetiza sobre a destruição do templo, que aconteceu de forma absolutamente plena, 36 anos depois, quando Tito Vespasiano invadiu Jerusalém.
Em seguida jesus fala do princípio das dores, os primeiros sinais
Depois fala da grande tribulação, deixando no ar três perguntas ainda para respondermos:
a.       O Evangelho já foi pregado a todas as etnias para que sua vinda se dê?
b.       O abominável da desolação, já se manifestou historicamente?
c.        Já passamos pela “Grande tribulação?”
Em seguida, jesus entra especificamente na descrição de sua vinda e no arrebatamento da igreja.
Depois conta quatro parábolas, todas elas exortando quanto à vigilância e à prudência:
i.                     A parábola da figueira
ii.                   A parábola do bom servo e do mau
iii.                 A parábola das dez virgens
iv.                 A parábola dos talentos.

Hoje, queremos estudar a parábola das dez virgens. Que lições podemos extrair dela?

1.       As aparências enganam - O grupo era idêntico, tinha as mesmas características e reações: “E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram" (Mt 25.5). Eram virgens, esperando a chegada do seu noivo. Mas apesar das semelhanças, existiam diferenças substanciais. Nem todas haviam feito a provisão correta em relação ao azeite que precisavam, elas não o tinham suficiente para algum imprevisto. E o noivo demorou. É no imprevisto é que se conhece o cristão. Crises, pressões econômicas e sociais revelam o caráter do cristão. Alguém afirmou que “crente é como saco de chá, ninguém sabe o que tem dentro até que se derrame água quente sobre ele”.
Joio e trigo são igualmente parecidos, mas na hora da colheita, quando os frutos se manifestam, sabe-se exatamente quem é quem.
Como enfrentamos o inesperado? As prudentes não tinham azeite para o imprevisto, para o caso da demora.

2.       A religião comodista é fracassada - Fé bíblica implica em preço, não há discipulado barato, sem custo. Quando Jesus afirmou que seriamos "testemunhas" (At 1.8), ele usou a expressão “mártires”. Ele convidou seus discípulos para o seguirem até à morte.
As virgens néscias não levaram azeite consigo. Apesar das semelhanças com as outras cinco, viviam de forma negligente e displicente. Havia substanciais e graves diferenças, apesar da semelhança   Por que não se precaveram? Queriam ficar mais livres? Com menos peso de azeite? Assim é a espiritualidade cômoda, despreocupada. Ela não abastece a lâmpada de azeite. A aplicação prática é simples e direta: Fé que não dá nada, não exige nada. Não podemos baratear a obra do Senhor. Por isto Davi afirmou que não ofereceria holocaustos ao Senhor que não lhe custassem nada. Ele sabe que há um preço no discipulado, na adoração, no culto, na vida de santidade e temor ao Senhor.
Certa pessoa tinha uma lista de intercessão e orava por várias pessoas.  Um dia, porém, cansada olhou a lista e fez um rápido resumo de sua oração dizendo: "Senhor, tu o sabes". Assim age a pessoa que vive num estilo de vida descuidado. Não quer pagar o preço de servir a Deus, busca sempre alternativas mais fáceis, negocia a fé e os valores. Por isto a advertência de Cristo é "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42).

3.       Podemos ter lâmpada, sem azeite – “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando” (Mt 25.8). O azeite é a figura do Espírito Santo. Esta parábola fala de pessoas conscientes da vinda do noivo, mas despreparadas para o encontro com ele. A Bíblia ensina algumas verdades sobre o Espírito:
a. Podemos abafá-lo – “Não apagueis (ou não extingais) o Espirito Santo” (1 Ts 5.18)
b. Podemos entristecê-lo – “Não entristeçais o Espirito Santo de Deus, no qual fostes selados” (Ef 4.30).
c. Podemos buscar sua plenitude – “Enchei-vos do Espirito, falando entre vós com hinos e cânticos espirituais” (Ef 5.18). isto é, dando liberdade para que Ele possa agir em nossas vidas. Isto exige rendição diária, arrependimento, vida devocional, que podem nutrir o nosso coração.  Sem azeite a lâmpada se apaga. “As nossas lâmpadas estão se apagando” (Mt 25.8).
Bill Hybels escreveu interessante livro: “Muito ocupado para não orar”, tentando mostrar que muitas pessoas se descuidam da vida de oração por não terem tempo, mas que devemos agir de forma diferente. Quanto menos tempo tivermos, mais precisamos orar. É necessário alimentar a alma, encher-se deste glorioso espirito, manter nossas lâmpadas cheias de azeite para a volta de nosso amado Senhor.

4.       Ninguém entra no céu com azeite dos outros – Parece desumano que as demais virgens não forneçam do seu óleo para socorrer as virgens néscias. Mas a verdade é que ninguém entra no céu por procuração. Nem do pastor, nem da mãe, nem da irmãzinha abençoada.  A unção é individual, assim como a salvação é individual. As mães podem orar, mas há uma responsabilidade dos filhos. Por isto o profeta Ezequiel afirma que: "Os pais não levarão as iniquidades dos filhos nem os filhos a iniquidade dos pais".  O convívio familiar não é suficiente. Deus não tem netos, só tem filhos.
Portanto, não confie no óleo do outros, porque salvação é pessoal e individual
Dá-nos do seu azeite, nossas lâmpadas estão secas” (Mt 25.8) É necessário gastar tempo para encher as lâmpadas de azeite (25:10)). Queremos o óleo dos outros: Um culto abençoado, uma irmã ungida, uma conferência de avivamento. Vivemos atrás do óleo dos outros. Deus está sendo procurado nos outros. Uma sociedade neurótica e doentia correndo atrás de homens abençoados, ao invés de buscarmos a benção no Deus da benção. Não dá para “comprar” a benção, pegar o óleo das outras pessoas. Ela não é adquirida na prateleira de um supermercado religioso. O óleo para nossa vida não pode ser encontrado na lâmpada dos outros. A unção que precisamos só pode ser encontrada em Deus. As néscias estavam “despreparadas”, e talvez até contassem na eventualidade com o suporte das demais virgens. Jesus nos adverte quanto a sua vinda exortando-nos a estarmos sempre preparados, porque não sabemos nem o dia nem a hora.


Conclusão:
Estas são as lições que podemos encontrar nesta parábola.
1.       As aparências enganam -
2.       A religião comodista é fracassada
3.       Podemos ter lâmpada, sem azeite
4.       Ninguém entra no céu com azeite dos outros

Jesus afirma que as virgens néscias perderam a oportunidade do encontro. E conclui a parábola afirmando: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25.13).

Esta é uma parábola de advertência. Ela nos convida a não vivermos a vida despreocupadamente, mas procurarmos sempre manter nossas lâmpadas acesas, para que, quando o noivo chegar, não percamos a hora da oportunidade e do encontro.

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