Introdução:
Este texto nos relata o encontro de dois personagens complicados: Geazi e Jorão. Já ouviu falar deles? Quem são estes personagens?
Geazi é apresentado na bíblia como “o moço do homem de Deus” (2 Rs 8.4). Ele acompanhou Eliseu durante anos, servindo-o, como seu escudeiro. Mas um incidente causado pela sua cobiça o afastou de sua posição. Sua aspiração por reconhecimento humano, riqueza, bens e honra o tiraram do ministério (2 Rs 5.20-27).
O que ele está fazendo agora?
Está diante do rei.
Não era isto que queria? Ele não queria o glamour do palácio, de gente importante? Pois bem, ele saiu de sua situação de seminarista pobre e se tornou agora uma espécie de amigo do rei. Parece que a cobiça dele foi bem sucedida, afinal, está diante do rei. Só apenas um problema: Ele tem status, mas uma doença terrível o consome. Ele está com lepra, uma bomba relógio no seu corpo. As pessoas o veem como um homem bem sucedido, mas ele é o sucesso do fracasso. Um cenário mais comum do que geralmente achamos que existe. Sucesso não garante plenitude, dinheiro não resolve o problema da dor humana, glória não satisfaz a alma triste e angustiada.
Ironias iguais a esta acontecem com regularidade na história. Pessoas dominadas pela cobiça podem perder sua alma, sua alegria, e as coisas mais significativas da vida, apesar de alcançarem seus sonhos. Infelizmente em muitos casos, o desejo do coração se torna uma perigosa ameaça contra o ser humano. O povo reclamou contra Deus, queria satisfazer determinados desejos e por isto desprezou o sustento miraculoso através do Maná, e passou a murmurar, queria mais, queria carne. Não bastava a graça diária e consistente de Deus, queria a comida do Egito. Eles “entregaram-se à cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão” (Sl 106.14), e o que fez o Senhor? “Deu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma” (Sl 106.15). Concedeu o que queriam, mas o resultado foi trágico Não queriam carne? Deus providenciou, mas suas almas secaram, a benção do Senhor desapareceu e muitos foram sucumbidos pela sua própria cobiça e gula, enquanto comiam a carne que tanto queriam. O desejo deste povo se tornou em armadilha e trouxe morte.
Muitas das insistências com sonhos obsessivos e pecaminosos que temos, podem ser dados por Deus, mas a ambição e ganância, desejos de grandeza e dinheiro e popularidade podem nos destruir. Aspirações alcançadas, desejos satisfeitos, mas a que preço? Podemos ter o que sonhamos, Deus pode permitir que objetos dos desejos sejam realizados, mas qual o preço destes sonhos? Geazi estava diante de Jorão, o rei do seu país, bebendo vinho, contando anedotas, relatando experiências, e até mesmo sendo usado por Deus para abençoar outras vidas, como a da viúva que brota neste contexto, mas Geazi perdeu a vitalidade. Tinha a “benção” de Deus, mas não o Deus das bênçãos. Tinha riqueza, prosperidade, mas estava longe da comunhão com Deus que ele experimentava nos dias de outrora, vendo o cuidado e a provisão miraculosa de Deus no ambiente simples e pobre, aprendendo das verdades de Deus através do profeta Elizeu.
Quando Naamã surgiu no cenário, Geazi entendeu que esta era a oportunidade da vida. Ele não podia perder esta ocasião. Ele não entendia como seu mestre, o profeta Elizeu, deixava escapar uma oportunidade tão fantástica de sair da pobreza para a independência financeira. pediu duas vestes festivais, que não fazia qualquer sentido, já que seu ambiente e estilo de vida era de simplicidade, andando com pessoas pobres. Ele jamais precisaria daquelas roupas se continuasse vivendo no ambiente em que estava, mas agora ele as usa, diante do rei e dos nobres. Ele pede a Naamã um talento de prata (15 kg), foi até modesto. Naamã lhe dá mais do que ele pediu. Não seria este um sinal da aprovação de Deus? Geazi tem o desejo do seu coração satisfeito, queria fama, glamour, sucesso, reconhecimento, e os teve, mas perdeu sua saúde e deixou esta terrível marca na vida de seus filhos.
A Bíblia nos adverte severamente contra a cobiça, porque ela pode tirar a vida do homem. “Tal é a sorte de todo ganancioso, e este espírito de ganância tira a vida de quem o possui”(Pv 1.19). “Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, não há o suficiente para a cobiça humana” (Mahatma Gandhi).
O outro personagem é Jorão. O rei Jorão, líder máximo de Samaria, capital de Israel. Este homem é complicado.
Ele não confia em Deus. Ele tem raiva de Deus e mantém uma terrível suspeita sobre Deus (2 Rs 6.33). Ele considera Deus como seu inimigo (2 Rs 3.10). Ele é seguidor do deus pagão dos sidônios, Baal-Zebube (o deus-das-moscas), como foi seu irmão Acazias (2 Rs 1.2) e sua mãe Jezabel, que era uma espécie de sacerdotisa e catequista deste falso deus (1 Rs 16.31-32). Jorão morre pouco tempo depois, por causa do juízo de Deus contra sua apostasia, sua oposição a Deus atingirá diretamente sua família, que é completamente dizimada, todos seus filhos morrerão assassinados, e seu reinado seria interrompido por Jeú, enviado de Deus para estabelecer juízo (2 Rs 9.21-24).
O que estes dois desencontrados estão fazendo?
Um ditado inglês afirma que “misery loves company”, uma tradução mais popular em português é “miséria detesta solidão”. Outro ditado popular afirma algo similar: “gambá atrai gambá”, que tem seu correlato no clássico provérbio: “Diga-me com quem andas e te direi quem tu és”. Pessoas se atraem, porque possuem o mesmo estilo de vida, e se identificam na sua visão de mundo. Você pode levar um alcoólatra para outro país para acabar com seu vício, mas se deixá-lo sozinho, logo o verá fazendo amizade com outros bêbados da região. Certo pai tirou seu filho da cidade porque estava envolvido com drogas e foram morar noutro Estado, longe das “más influências”, mas assim que chegaram ao novo endereço, o seu filho se envolveu com pessoas que vendiam drogas e enfrentavam o mesmo problema de dependência e que lhe repassavam a droga. Não adiante mudar de ar, se não há mudança na mente.
O amigo de Geazi não é mais o piedoso profeta Elizeu, mas o cínico e incrédulo Jorão. As amizades mudaram porque o coração mudou. Os ambientes de hoje não eram os mesmos de ontem, as conversas de hoje são sobre outros assuntos, as práticas espirituais são outras. Geazi conheceu muito de Deus ao lado de Elizeu, a quem o rei Jorão odiava, mas o que vemos agora? Ele está aliada, na roda de conversa, contando casos. Ele não sobreviveria naquele ambiente se não tivesse uma identificação com o discurso pagão e apóstata do rei, e com o ambiente zombador que este grupo adotava. Agora o vemos enturmado, falando a mesma linguagem, sendo aceito, fazendo parte do grupo. Mudou o coração, e assim mudam os relacionamentos, as conversas, a vida espiritual.
A Bíblia afirma que “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Pessoas cínicas e incrédulas gostam de andar juntos. Por isto aprendemos: “Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).
Algumas lições que extraímos do texto:
1. Coração determina ambiente – As pessoas são atraídas por aquilo com que se identificam. Muitas vezes respondi questão de jovens da igreja que queriam ir a determinados ambientes para lá de suspeito e queriam saber minha opinião. Com o tempo aprendi a não dar muitas regras, mas fazer algumas perguntas. Uma delas era: “Por que um jovem que ama a Deus frequentaria um ambiente assim?”
Um antigo provérbio espanhol afirma: “Ande com os lobos e aprenderás a uivar”. Geazi está neste ambiente porque conversas espirituais não mais o atraem, ele abandona a companhia de um grupo chamado de “discípulos dos profetas” (2 Rs 2.15), uma espécie de seminário itinerante de jovens desejosos de buscar a Deus e decide se tornar amigo de um rei que claramente se opõe a Deus.
Muitos agem assim hoje em dia. Decidiram abandonar o ambiente e a atmosfera que envolve a caminhada com o povo de Deus. Por que o fizeram? Porque outros ambientes se tornaram mais atrativos. Existem ambientes pesados que convidam à lascívia, à luxúria, à ostentação, e cujas conversas, atitudes, olhares, gestos e comportamentos desagradam a Deus. São rodadas de bebida, ambientes pesados, piadas sujas, e conversas que ferem o coração de Deus. Muitos saem da igreja e passam a frequentar tais ambientes onde o escárnio está presente.
O Salmo 1 fala do homem que anda com Deus e do homem que está distante de Deus. O homem justo não anda no conselho dos ímpios, isto é, não submete sua agenda ao ímpio nem com ele se aconselha. Este tipo de conversa não lhe atrai. O princípio presente no salmo 1 é que a pessoa que anda com Deus, não entra na conversa daquele que não ama a Deus. Não se impressiona com os assuntos que atraem tanto a mídia depravada e artistas debochados. Já vi pessoas entrando em crise com Deus por causa de Nietsche, Spinoza, Freud. Poderiam até ler para ver o que estes homens sem Deus dizem, mas o conteúdo deste material não pode se tornar a atração do nosso coração. Se isto acontece, alguma coisa está errada com o nosso coração.
O Salmo 1, também afirma que ele não se detém no caminho dos pecadores. Se a ideia anterior era “andar”, agora é “deter”. Se a primeira expressa movimento, a segunda expressa estado. O homem justo não gasta tempo ouvindo o estilo de vida daquele que desagrada a Deus. Ele não para ali e fica jogando conversa fora num contexto de impiedade. “Deter” não é algo circunstancial, mas revela tempo gasto.
Por último, não se assenta na roda dos escarnecedores. Dá para perceber como Salmo 1 mostra uma progressão? Agora ele se assenta, se identifica, partilha do diálogo, torna-se interlocutor. Não se sente desambientado com pessoas que “escarnecem” e “zombam” de Deus e da fé, ridicularizam valores e bons costumes, ou colocam em cheque a glória de Deus.
Fique atento aos movimentos de seu coração. O que passa nele, o que você se sente e o que você pensa, determina o ambiente que você deseja frequentar.
2. Curiosidades sobre coisas de Deus não nos transformam em pessoas de Deus – Jorão tem interesse em ouvir as histórias de milagres, mas por mera curiosidade, isto não o transforma. Qual história Geazi tinha acabado de contar? Da mulher cujo filho havia ressuscitado, e que grande experiência foi aquela. Geazi era testemunha ocular, ele esteve envolvido em todo o desenrolar da história e intervenção miraculosa de Deus. Não seria este um testemunho capaz de impactar o coração de qualquer pecador e movê-lo a Deus? Contudo, o que vemos? O conhecimento deste fato não deveria gerar temor naquele rei idólatra mas não o fez. Isto sabemos porque seu estilo de vida não mudou. Ele não se aproximou de Deus. Tais histórias eram interessantes, mas faziam parte apenas do diletantismo filosófico, nada daquilo tocava seu coração.
Como isto é comum. Existem pessoas curiosas sobre a fé, que querem ter informações sobre Deus, leem a Bíblia para terem conhecimento e informação, e podem até mesmo ver Deus agindo na sua vida ou em pessoas amigas, mas mesmo os milagres, não impactam sua vida. Depois de ouvirem tudo, seguirão suas vidas da mesma forma.
Jesus afirmou: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39-40). Não é disto que Jesus está tratando? Os religiosos liam a Bíblia, ouviam os relatos da intervenção de Deus na história humana, mas não se moviam em direção a Deus. Conheciam seu conteúdo mas não eram impactados por ele.
Poucas pessoas viram a intervenção de Deus de forma tão presente quanto este rei. Ele viu a ação poderosa de Deus no deserto, quando estavam ameaçados de morte (2 Rs 3.4-20); acompanhou de perto a cura da lepra do comandante sírio (2 Rs 5.1-19); estava presente quando Eliseu profetizou sobre a fome do povo de Samaria, o que se cumpriu exatamente como o previsto, incluindo o dia anunciado (2 Rs 6.31-7.2); ouviu o relato de uma testemunha ocular sobre a ressurreição de um adolescente, contada pelo próprio Geazi que era um dos interlocutores (2 Rs 8.1-6), mas isto não o transformou.
Um dos grandes desafios do pastor é aprender a discernir quem faz perguntas honestas de quem só vive em torno de curiosidade ou pior ainda, com sarcasmo. Francis Schaeffer afirma que o cristianismo precisa aprender a “dar respostas honestas a perguntas honestas”. Gastar tempo com pessoas que só ironizam é perda de tempo, responder ao tolo, ao estulto, não é bom princípio, é inútil e infrutífero. Não vale a pena dar pérolas aos porcos.
3. A vida de Geazi demonstra que nem sempre a dor nos aproxima de Deus – Ele recebeu dura sentença por causa de sua cobiça. Não só ficaria leproso, mas a lepra seria uma marca sobre seus descendentes (2 Rs 5.27). Esta dura condição com a qual ele teria que conviver, não o impulsionou em direção a Deus, nem o levou a buscar a Deus com o coração quebrantado, antes pegou suas vestes de festas, fruto de sua cobiça e mentira, e aproveitou o dinheiro que recebeu usando o nome de Deus, para ter acesso ao rei e ter assento no palácio.
Já ouviram a expressão: “Se não vier pelo amor, vem pela dor?” A verdade é que, nem sempre a dor nos aproxima de Deus. “Quando passamos por circunstâncias difíceis, aquilo que cremos é posto em dúvida. A depressão e a dúvida vem juntas. Aprendi a não me julgar, a não julgar os outros e a Deus, quando estou emocionalmente deprimido” (David Yong, Vida e Carreira, 121)
A dor pode também gerar cinismo, incredulidade e desprezo pelas verdades de Deus. Geazi está distante de sua vocação, seu chamado, seu ambiente de fé. Ele se distanciou do povo de Deus.
Millor Fernandes, conhecido e celebrado cartunista brasileiro, foi filho de um espanhol e sua mãe era descendente de italianos. Perdeu os pais quando tinha 10 anos, ele os 4 irmãos ficaram órfãos, vivendo com parentes. Na sua autobiografia ele afirma: “Sozinho no mundo, tive a sensação da injustiça da vida e conclui que Deus, em absoluto, não existia”.
Nem sempre a dor nos aproxima de Deus. Ela pode nos tornar duros, questionadores, amargos e distantes. Não sabemos se Geazi experimentou todos estes reveses espirituais, mas uma coisa o texto deixa claro. Geazi está noutra. Seu ambiente é outro, seus amigos são outros. Se ele fosse membro de uma igreja, diríamos que ele se afastou da comunhão, seus amigos e conversas são diferentes. Deus parece uma remota lembrança no coração daquele que conheceu tão de perto o poder de Deus, e que pela sua disciplina, zelo, cuidado anteriormente demonstrado com as verdades de Deus, foi escolhido por Elizeu para ser o seu ajudante principal, seu discípulo imediato, seu sucessor.
Geazi se perdeu na história. Seu futuro era de profeta, agora é de assessor do rei pagão. Negou sua vocação, chamado, profetismo.
4. Convivência com pessoas que se opõem a Deus, desemboca na perda da simplicidade da fé – Geazi é alguém que conheceu o poder de Deus de forma muito direta, viu muitos milagres acontecerem diante dele, mas sua fé agora encontra-se em crise. Ele perdeu a pureza e a simplicidade da fé.
Tenho visto muitos perdendo a fé simples, de vida de piedade, oração, leitura devocional das Escrituras. Tornaram-se rebuscados e sofisticados na sua forma de crer, perderam a singeleza da vida cristã, agora são “cultos”, ou “enriqueceram”, ou “estudaram”, conversaram com pessoas que colocaram em xeque seus pressupostos quanto à autoridade e inerrância das Escrituras, questionaram a igreja e a necessidade de um compromisso comunitário, e por isto perderam a beleza e simplicidade da fé.
Geazi agora frequenta o palácio, ele não pode se esquecer do que presenciou e testemunhou, mas seria muito bom se alguém chegasse a Geazi e lhe perguntasse: “O que você está fazendo ai?” Onde estão seus amigos de fé, que oravam e buscavam a Deus? Onde estão as experiências genuínas com o Deus de poder que ele conheceu? Seu amigo agora é um rei pagão e idólatra. Ele até fala das coisas que viu, mas será que ainda está vivendo debaixo do impacto destas grandes manifestações de Deus? Seu coração continua firme na graça de Deus? Estaria ele encantado com as coisas de Deus ou só fala delas?
“O que você está fazendo ai Geazi!!!?”
Geazi agora vive do passado de sua fé, que parece algo tão distante da simplicidade e confiança genuína em Deus. Perdeu-se, desencontrou-se.
E você? Como está seu coração? Mantem ainda a pureza e o fogo de Deus queimando no seu coração? Que Deus nos aqueça novamente e nos dê um coração encharcado da sua graça e amor.
“O que você está fazendo ai, neste lugar, nestes ambientes, tendo este tipo de conversa!!!?”
Conclusão
O encontro do rei Jorão com Geazi demonstra como os iguais se atraem. Vemos aqui o encontro dos desencontrados. Dois personagens bíblicos que estão vivendo longe de Deus.
Não sabemos que fim teve Geazi, como morreu, se voltou ao Senhor, se se arrependeu. Não temos acesso nem informações sobre sua biografia, mas o rei Jorão continuou sua história rebelde a Deus, e assim foi até sua morte. Não se convenceu das histórias que Geazi contava? Não acreditava nelas? Geazi não foi suficientemente convincente ao relatar os feitos de Deus? Teria ele interesse em gerar fé no rei ou apenas contava para ter o que conversar, no meio das rodadas de vinho e comidas?
Estas são respostas que nunca saberemos. Mas o que sabemos é que a morte e a traição que ele experimentou na vida, são descritos na Bíblia como julgamento de Deus sobre sua vida. Provavelmente Manassés tenha sido um rei espiritualmente muito mais danoso para o o povo de Deus que Jorão, mas Manassés se arrependeu e voltou a Deus, buscou o perdão e a restauração, e seu fim foi marcado por quebrantamento e volta a Deus. O fim do rei Jorão foi linear: Sem conversão, sem arrependimento, sem mudança. Ele morreu traído por um dos comandantes de guerra de Israel.