Introdução:
Se é
verdade afirmar que é difícil se arrepender, igualmente o é “crer no
Evangelho”.
É fácil
crer em muitas coisas, algumas até bizarras
Mas não é
fácil crer no Evangelho.
Jesus
certa vez fez uma pergunta aparentemente sem sentido: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”
(Lc 18.8). Já faz mais de 2000 anos que ele partiu, e a raça humana é carregada
de fé, crendices, superstições, religiões, deuses e demônios. A raça humana tem
tanta fé... Será que Cristo estava se referindo a este tipo de fé?
Se
observarmos o encadeamento desta pergunta narrada em Lucas, veremos que, em
seguida, Jesus contará a parábola do fariseu e do publicano. O objetivo da
parábola é claro: “Propôs também esta
parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e
desprezavam os outros” (Lc 18.9). A pergunta de Jesus tem a ver com a fé
salvadora, não a fé em qualquer coisa, do tipo “fé na fé”. O ponto é: quando o
Filho do Homem voltar, vai encontrar pessoas crendo na obra que ele realizou?
Por que é
difícil crer no Evangelho?
1. Porque o Evangelho é denúncia – A palavra
Evangelho significa literalmente “boas novas”. Uma mensagem nova chegou para
que substituísse as más notícias.
O ser
humano se perdeu na sua trajetória.
“Eis o que tão somente achei. Que Deus fez o
homem reto,
e ele se perdeu em muitas astúcias”(Ec 7.29).
Deus o
fizera sua imagem e semelhança, mas o homem decidiu construir uma vida
independente. O Evangelho vem denunciar as consequências da “teomania” da raça
humana, esta atitude de se colocar no lugar de Deus e se idolatrar. O resultado
tem sido confusão, desordem, guerras, ódio, violência, porfia, inveja, luta
pelo poder, ganância, e poderíamos colocar mais duzentos adjetivos que mostram
a falência do ser humano.
Deus
enviou seu Filho para buscar e salvar o perdido (Lc 19.10). Perdido é alguém
que não sabe mais onde se encontra, não tem senso de direção, não sabe mais o
que é errado e o que é certo, não faz diferença entre sul e norte. A morte de
Cristo na cruz, para que houvesse um evangelho a ser pregado, denuncia a
humanidade sem rumo.
2. Porque o Evangelho mexe com o nosso orgulho –
Imagine o homem na sua arrogância. Ele não quer depender de Deus a quem
ele rejeitou. Quando rejeitamos a obra de Cristo estamos declarando: “Não
preciso de ninguém para me salvar, eu posso salvar a mim mesmo”.
A verdade
é que Jesus morreu a nossa morte para que vivêssemos sua vida. Certa pessoa ao
ouvir esta declaração, reagiu violentamente: “Eu não preciso de ninguém para
morrer a minha morte. Eu mesmo a morro!”
O
Evangelho fala da impotência do homem em salvar-se a si mesmo.
Mas isto
é contrário a todos os princípios de todas as religiões no mundo inteiro. Todas
elas afirmam que você pode ser salvo se for uma pessoa boa, se fizer boas
obras, praticar caridades, afinal, perguntam intimamente: “Qual foi exatamente
o motivo da morte de Cristo?”
Boa parte
das pessoas rejeitam a obra vicária de Cristo, sua voluntária entrega na cruz,
para nos resgatar do pecado. A Bíblia afirma que Cristo, nosso Cordeiro pascal,
foi imolado (2 Co 5.7). O que isto significa? O Cordeiro de Deus foi
sacrificado por nós.
Você tem
confiado na cruz de Cristo ou nos seus esforços?
O
Evangelho destrói todo orgulho humano, desfaz toda auto suficiência em relação
à sua salvação.
Paulo
afirma: “Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, independentemente das obras da lei”(Rm 3.28). “Onde, pois, a jactância? Foi de todo
excluída. Por que lei? Das obras? Não;
pelo contrário. Pela lei da fé” (Rm 3.27).
O
Evangelho mostra que Deus nos tornou justos aos seus olhos gratuitamente,
mediante a sua graça. O homem não “ganha” a salvação, no sentido meritório,
como conquista pelo seu currículo moral ou espiritual, mas ele a recebe
graciosamente. Não há mérito, nem há conquista humana, mas apenas a graça e a bondade
de Deus.
Será que
conseguimos crer nisto ou ainda insistimos em crer nos nossos esforços
pessoais?
3. Porque o Evangelho retira o homem do centro –
O Evangelho coloca Deus no centro, não o homem. Não há antropocentrismo,
mas teocentrismo. Os homens não são soberanos, Deus é.
Paulo
afirma ainda:
“pois já temos demonstrado que todos, tanto
judeus
como gregos, estão debaixo do pecado”(Rm 3.9).
O homem
não está no centro, Deus está.
“Não que por nos mesmos sejamos capaz de
pensar
alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário,
a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).
Tudo vem
de Deus. A glória é dele.
Quando
Jesus estava morrendo na cruz ele declarou ao Pai que “tudo estava pago”:
“Depois, vendo Jesus que tudo já estava
consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso
cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de
hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Tudo Está
consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito”. (Jo 19.28-30).
“Está consumado” literalmente significa
“Tudo está pago!
Jesus estava dizendo ao Pai que estava
concluída a sua obra na terra. Ele tentou explicar isto aos seus discípulos: “Agora, está angustiada a minha
alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta
hora. Pai, glorifica o teu nome...” (Jo 12.27-28)
Quando ele disse: “Está
consumado!” foi uma afirmação ao Pai. Sim, a obra estava concluída, de
uma vez por todas. Jesus realizou-a plenamente. Estava cumprida a missão.
A conta estava paga.
Quando quitamos uma dívida, as pessoas
devolvem a duplicata, ou entregam o recibo de quitação. Foi isto que Jesus
disse: “Tudo está pago!” Na cruz ele pagou a dívida de nosso pecado.
O apóstolo Pedro disse que Jesus sofreu em nosso lugar,
“carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o
madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para
a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pedro 2:21,24).
Nenhuma obra humana.
Deus realizando todas as coisas por meio
de Cristo.
Obra consumada pelo seu sangue. Tudo está
resolvido, quitado, consumado. O homem não pode salvar a si mesmo, mas precisa
confiar no Evangelho.
Tim Keller, no livro Igreja Centrada (Pg 35), afirma que o Evangelho é uma mensagem sobre como fomos resgatados de um perigo: condenação e morte eterna.
Ele dá algumas dicas sobre o Evangelho:
A. Evangelho é uma boa notícia não um bom conselho - Não é fundamentalmente um modo de vida. não é algo que fazemos, mas que foi feito por nós e ao qual devemos responder.
B. O Evangelho é uma boa notícia que anuncia que fomos resgatados - 1 Ts .10 afirma: "fomos resgatados da ira vindoura". O mundo está desajustado e precisamos ser resgatado. Os problemas "horizontais" não são a raiz do problema, o o motivo de toda infelicidade tem a ver com nosso relacionamento com Deus.
C. O Evangelho é uma boa notícia sobre o que Jesus Cristo fez para restaurar o nosso relacionamento com Deus. Tornar-se cristão diz respeito a uma mudança de condição perante Deus. 1 Jo 3.4 afirma que "já passamos da morte para a vida", e não que "estamos passando". Ou você está em Cristo, ou não está. Ou você é aceito e perdoado ou não é.
Por isto, dois inimigos mortais do Evangelho sempre estão presentes: (1)- O moralismo (legalismo), que diz: "para ser salvo precisamos ter uma vida santa e moralmente boa", e (2)- O relativismo moral, ou antinomismo que diz: "Como já fomos salvos, não precisamos de uma vida santa e moralmente boa".
Tim Keller, no livro Igreja Centrada (Pg 35), afirma que o Evangelho é uma mensagem sobre como fomos resgatados de um perigo: condenação e morte eterna.
Ele dá algumas dicas sobre o Evangelho:
A. Evangelho é uma boa notícia não um bom conselho - Não é fundamentalmente um modo de vida. não é algo que fazemos, mas que foi feito por nós e ao qual devemos responder.
B. O Evangelho é uma boa notícia que anuncia que fomos resgatados - 1 Ts .10 afirma: "fomos resgatados da ira vindoura". O mundo está desajustado e precisamos ser resgatado. Os problemas "horizontais" não são a raiz do problema, o o motivo de toda infelicidade tem a ver com nosso relacionamento com Deus.
C. O Evangelho é uma boa notícia sobre o que Jesus Cristo fez para restaurar o nosso relacionamento com Deus. Tornar-se cristão diz respeito a uma mudança de condição perante Deus. 1 Jo 3.4 afirma que "já passamos da morte para a vida", e não que "estamos passando". Ou você está em Cristo, ou não está. Ou você é aceito e perdoado ou não é.
Por isto, dois inimigos mortais do Evangelho sempre estão presentes: (1)- O moralismo (legalismo), que diz: "para ser salvo precisamos ter uma vida santa e moralmente boa", e (2)- O relativismo moral, ou antinomismo que diz: "Como já fomos salvos, não precisamos de uma vida santa e moralmente boa".
O Evangelho nos fala da grande obra de Cristo
a nosso favor.
Ele assumiu nosso lugar, ele nos salvou.
Isto é o Evangelho.
Achamos fácil crer na obra de Cristo ou
ainda confiamos em nós mesmos para salvação? Onde está sua confiança?
"Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas sim, em si mesmo" (Agostinho).
"Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas sim, em si mesmo" (Agostinho).