sábado, 18 de fevereiro de 2017

2 Rs 18 As Estratégias do Inimigo




Introdução:

Jerusalém está sitiada por um dos maiores poderes bélicos do mundo naqueles dias. Não existe defesa nem aparato militar em Israel para guerrear contra a Assíria, e o invasor sabe disto. A luta é desigual: o forte contra o fraco, o dominador contra os pequenos países da região. O inimigo vai tornando a situação cada vez mais difícil e Jerusalém está acuada pelo inimigo.

Esta batalha acontecida em torno do ano 710 a.C., é um interessante ilustração de como Satanás ataca seu povo.

Geralmente somos muito ingênuos a batalha espiritual, e em relação as estratégias que Satanás adota para desestabilizar o povo de Deus e a Igreja de Cristo. Não raramente suas propostas são colocadas em cima da mesa, com uma argumentação extremamente perspicaz, e nos encolhemos sem saber realmente o que devemos fazer. Com medo, assustados, parecendo ratos do porão, ficamos aguardando o pior, quando na verdade, temos o melhor de Deus sobre nossas vidas.

Quais foram as estratégias que Senaqueribe, rei da Assíria utilizou?

Que tipo de semelhanças entre suas armas e os ataques que hoje recebemos?

Que tipo de propostas o inimigo faz?

  1. O inimigo saqueia, obrigando a entregar as coisas mais preciosas – (2 Rs18.13-16). Ezequias entrega-lhe os bens (talentos de prata e ouro), e até as portas do templo, mas o inimigo é insaciável. Quando a Bíblia afirma que Satanás vem matar, roubar e destruir, quer lembrar-nos que o diabo é um ser sem misericórdia e insaciável na sua natureza. Ele não para enquanto não roubar a alegria, a paz, a liberdade, a benção. Ele quer nossa liberdade de ir e vir, ele deseja assumir o controle de nossa vida. Por isto, fazer concessões e negociar com o diabo nunca é boa alternativa. Não dialogamos com satanás, mas o confrontamos como a Palavra de Deus ensina: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós”.

  1. Ele coloca em xeque a confiança do povo (2 Rs 18.19). sabendo que era superior em poderio militar, questiona a confiança do povo em Iahweh, e faz ataques diretos às promessas de Deus. “Nem tampouco vos faça Ezequias confiar no Senhor dizendo: O Senhor certamente nos livrará, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria” (2 Rs 18.30). Ele nos faz pensar que Deus não poderá livrar-nos. Ele questiona Deus, suas convicções, sua fé, ele põe em dúvida a sua confiança na Palavra.

  1. Procura negociar oferecendo benefícios – Esta é uma forma de intimidação. Senaqueribe invadiu Samaria (2 RS 18.9-10), que era a capital de Israel (Reino do Norte), bem como os vizinhos de Israel, Sefarnaim, Hena, Ivã, Harmate e Arpede (2 RS 18.34) e acuando o povo de Deus, que agora se encontrava cercado, em estado de sítio, dentro de Jerusalém.

Desta forma age Satanás, ele encurrala, ameaça, esbraveja, cerca, e depois faz sua oferta.

Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Fazei as pazes comigo e vinde para mim; e comei, cada um da sua própria vide e de sua própria figueira, e bebei cada u da água de sua própria cisterna” (2 Rs 18.31). Para a maioria das pessoas pacatas e pacificas, esta é uma situação ideal. No stress. No fight. No war.

Suas ofertas são sempre alvissareiras. Ele é mestre de falsas promessas. O que ele promete é algo fabuloso, mas a base é a mesma: “Tudo isto te darei, se prostrado me adorares” .

Ele quer que façamos acordos com ele. Esta é uma forma de nos domesticar, transformar-se em aliado, sejamos cabrestados por ele. A orientação porem é de que, nunca negociemos caráter, integridade, consciência, em troca de respostas e saídas fáceis, mesmo quando estivermos encurralados.

No livro de Jó, quando Deus descreve suas criaturas, ha uma referência mitológica ao leviatã, que certamente é uma referencia simbólica que pode ser aplicada ao diabo. “Acaso te fará muitas súplicas? Ou te falará palavras brandas? Fará ele acordo contigo? Ou tomá-lo-ás por servo para sempre? Brincarás com ele como se fora um passarinho? Ou tê-lo-ás preso à correia para seus filhos?” (Jó 41.3-6). Não faça acordos com as trevas! Não negocie com o diabo! Não penhore sua alma e seus filhos com os demônios!

Ele procura demonstrar as vantagens da rendição. “Se vocês estiverem do meu lado, não resistirem à minha oferta, aceitarem meu domínio, experimentarão deleite, fartura e paz”. A oferta do diabo é sempre sedutora, mas é sempre armadilha. A Bíblia afirma que é como laço do passarinheiro. A ave se enreda neste visgo e não consegue se desvencilhar mais. Quanto mais se esforça, sem uma ajuda externa, mais se complica.

  1. Ele pressiona – Ele assusta com sua abordagem. “Veio com grande exército” (2 Rs 18.17) e cercaram Jerusalém. Cerco significa dias de sofrimento, tensão, provação e privação. A qualquer momento o inimigo pode atacar. Satanás age colocando o povo de Deus em escassez, risco, e amedrontado.

  1. Ele tenta demonstrar que não temos onde tirar recursos – Nem humanos, nem espirituais. “Agora, em quem confias?” (2 Rs 18.20).

Satanás tenta demonstrar que não há opção alguma, a não ser se submeter a ele. Ele dá a entender que a única saída é a rendição ao seu controle e domínio. Em épocas de privações, muitos cristãos fraquejam e se esquecem da fonte inesgotável de poder que existe no Deus Todo Poderoso.

  1. Procura causar sentimento coletivo de fracasso – Eliaquim, mensageiro do rei de Jerusalém é designado para negociar, e propõe que ele lhes fale em aramaico. Rabsaqué, mensageiro do invasor, zomba desta proposta. O que o inimigo deseja é exatamente enfraquecer o moral da tropa, esvaziar o sentimento de poder, enfraquecer psicologicamente os guerreiros. As ameaças que ele faz, de forma bem clara, são graves. Um espírito de desanimo começa a abater a comunidade.

  1. O inimigo – e talvez esta seja sua mais mortífera arma – tenta demonstrar a impotência e a inutilidade do Senhor - (2 Rs 18.30,32). Ele equipara o Deus Todo Poderoso, aos deuses pagãos. Insinua que tudo é igual. “Acaso, os deuses das nações puderam livrar?”.Ele enfraquece as convicções sobre Deus, sobre sua Palavra, as orações, o poder do Evangelho. Nada vale! Ele pergunta: “Por que confiar em Iawé?” Esta tem sido a sugestão que costumeiramente ouço de forma implícita ou explicita de gente crente em épocas de privações e crises. Eles passam a considerar a possibilidade de que a Palavra não funciona, o Evangelho não transforma, o poder do Espírito não está disponível, a oração nada vale, Deus não ouve orações, e assim por diante.

Isto nos leva a um estado de prostração e desânimo profundos. Nossos recursos são questionados. Este é um tempo de disciplina, angústia e opróbrio. O pior de tudo é que passamos a questionar a validade da Palavra na vida das pessoas. Sua forma mais eficaz de intimidar é nos levar a perder a noção do Deus que servimos e dos recursos que podemos nele encontrar.

Como reagir diante das afrontas?

A questão não é apenas saber o que ele faz, mas o que devemos fazer.

Reconhecer a estratégia do inimigo ajuda, mas não resolve.

Precisamos encontrar na Palavra de Deus direção segura para, diante da opressão, angústia, insegurança e acusação, sabermos o que devemos fazer.

  1. Ir para humildemente para a presença de Deus – Ezequias rasgou as vestes e “entrou na casa do Senhor” (2 Rs 19.1). Prá onde fugir diante da ameaça? Ir para o Egito? Soluções humanas? O rei estava devastado e o povo absolutamente sem ânimo. “Filhos são chegados à hora de nascer e não há força para dá-los à luz” (2 Rs 19.3).

O rei Ezequias aprende a graça da oração. E quando ele ora, o rei invasor ouve um rumor, um boato. Chegam noticias aos seus ouvidos que não são verdadeiras. “Tendo ouvido o rumor” (2 Rs 19.9).

  1. Crer, a despeito das circunstâncias - (2 Rs 19.12) – Isto é crer de forma incondicional. As estatísticas, os gráficos, o histórico, o balancete, o diagnóstico e a situação, tudo estava contra o povo de Israel . O que faz Ezequias? Ao ler a provocativa carta do inimigo, ele a apresenta a Deus. Não dá para olhar para os lados, mas apenas para cima, de onde vem o socorro. “Elevo os olhos para os montes, de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, criador do céu e do mar” (Sl 121.1-2).

  1. Crer, mediante a Palavra - (2 Rs 19.6,7). Ao ouvir a Palavra do Senhor, o rei não tentou dialogar com o representante do inimigo, coisa que até então ele tentava fazer. Agora a questão era com o seu Senhor, o Deus de Israel . O rei se rende à palavra e a acolhe para si. Deus falou, eu creio. É o momento em que nos assenhoreamos da Palavra de Deus e tomamos posse de suas promessas.

  1. Ironizar as ofertas do diabo – “A virgem, filha de Sião, zomba de ti e meneia a cabeça contra ti” (2 Rs 19.21,22). Menear a cabeça é sinal de desprezo. É um gesto muito comum usado pelas crianças quando estão provocando umas às outras, e quando uma delas vira as costas, a outra fica fazendo caretas. Esta é a palavra do profeta Isais ao rei: “Satanás, você não é nada contra Deus. A sua aparente força, sem poderio bélico, tudo é lixo diante do Todo-Poderoso.

A Bíblia nos ensina a resistir o diabo. Isto é confronto direto. Eu posso zombar das propostas, porque estou apegado ao Senhor. Ele é a fonte de minha confiança. “De que terei medo?”.

  1. Resgatar a compreensão da Santidade, Poder e Exclusividade de Deus- (2 Rs 19.22). O inimigo tenta igualar Deus aos falsos deuses, mas Ezequias volta-se para os atributos de seu Deus, a base de sua oração é o caráter de Deus. Ele faz quatro declarações:
                                               i.     Deus fará isto porque ele tem poder para fazer: “Ele é o que está acima dos querubins” (2 Rs 19.15). Ele é rei. “está entronizado”. Quem governa não são os poderes políticos, as circunstâncias, ou aqueles que aparentemente tem o controle. Quem está assentado no trono é Deus, ele não precisa prestar constas a ninguém.
                                             ii.     Deus fará isto por causa do seu zelo (2 Rs 19.31); Zela pela sua palavra, Zela pelo seu povo, Zela pela sua gloria. 
                                            iii.     Deus fará isto porque ele é Santo (2 Rs 19.22) Por isto os poderes espirituais nao podem zombar dele.
                                            iv.     Deus fará isto porque é o único Deus (2 Rs 19.15,17,18). "A quem afrontaste e de quem blasfemastes? Contra o Santo de Israel ” (2 Rs 19.21,22)

Conclusão:

Tenho encontrado muitos irmãos fracos, temerosos, assustados, pressionados e ameaçados. Perdemos a compreensão da grandeza do Deus que servimos.

  • O inimigo manda recado – a gente se encolhe
  • O inimigo fala que nosso Deus nada pode fazer – nós nos apavoramos
  • O inimigo faz a gente pensar que Deus é impotente – nós concordamos
  • O inimigo pede a nossa rendição – nós ficamos tentando negociar as bases.

Muitos cristãos propõem acordos, tréguas, negociação com o diabo. Precisamos aprender que não fomos chamados para fazer negócios e acordos com Satanás, mas para confrontá-lo e expulsá-lo. Satanás não aceita proposta, e não devemos dialogar com ele.
Onde está o Deus vivo, santo, exclusivo, zeloso? Satanás insinua que nosso Deus nada pode fazer e a gente acha que é assim mesmo. Ele monta seu exército, gera em nós um estado de sitio, propõe acordos para nos acorrentar, dominar e matar e ainda achamos que sua proposta parece razoável.
No entanto, o texto nos afirma:

“A virgem, filha de Sião te despreza e zomba de ti;
A filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti...
A quem afrontaste e de quem blasfemastes?
Contra o Santo de Israel ”

(2 Rs 19.21,22)

Nenhum comentário:

Postar um comentário