terça-feira, 30 de maio de 2017

Jz 6.11-24 Deus não pensa como pensa o homem...

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Introdução:

Estamos vivendo dias de profundas expectativas.
Dia 4 de Junho 2017, realizamos o primeiro culto na valiosíssima propriedade que nos foi doada pelo Grupo Lírios do Campo, onde queremos construir nossa igreja e desenvolver projetos comunitários na cidade de Anápolis. É um clube extinto, numa área periférica de Anápolis, com 120 mil M2. Uma graça maravilhosa recebida de Deus.
Deus viu possibilidades onde sequer sonhávamos...
Deus está nos surpreendendo com aquilo que sequer esperávamos.
Os sonhos de Deus são muito maiores que nossa fé.

O texto de Juízes 6 nos fala disto também. Fala de Deus dando esperança e vocação para Gideão, um homem com a auto estima baixa, que se julgava incapaz, mas Deus o chama e o designa para ser juiz sobre Israel.
A situação de Israel era caótica:
O povo de Deus sofria uma espoliação e saques periódicos dos midianitas, amalequitas, e povos do oriente. Se você pensa que a ideia do arrastão no Rio de Janeiro, é uma ideia nova, basta ler este texto para descobrir que os saqueadores dos dias de Gideão já fizeram isto há muito tempo atrás.
Acuado, o povo se escondia como podia. Fazia covas nos montes para esconder a colheita. Quando os riscos aumentam, é necessário se tornar precavido. Veja o que Gideão fazia. Onde ele está malhando trigo? No lagar (Jz 6.11). Mas o lagar não é lugar certo para se separar o grão da palha, antes um lugar de se espremer uvas. Ele fazia isto para se esconder da eminente ameaça de que algum bandido da região viesse roubar sua produção, conseguida com muito labor. Os bandidos não plantavam, mas na época da colheita subiam para roubar de quem havia plantado. A realidade era cruel.
Quando Deus chama Gideão ele estava trabalhando, e apesar do aspecto sobrenatural do seu chamado, feito pela mediação de um anjo do Senhor, ele resiste ao chamado de Deus. Isto prova que quando estamos desesperançados, nem quando Deus se manifesta de forma tão evidente temos capacidade de crer.

Suas dúvidas, como todas as dúvidas pessoais, geralmente possuem uma história. As condições de vida do povo naqueles dias apontam para isto:

1.     O sofrimento excessivo – Quando a situação está difícil demais, temos dificuldade de crer. Lembra de Pedro no barco prestes a afundar? Quando Jesus veio ter com eles, andando sobre as águas, ele ficou mais apavorado ainda: “É um fantasma!”. Além da conturbada situação tinham ainda que lidar com assombrações?

2.     A sensação de um Deus distante. Gideão não tem dificuldade em crer em Deus, mas que ele pudesse intervir na sua história particular. “Ai Senhor meu! Se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto?” (Jz 6.13). Ele conhecia a história do seu povo e como Deus os havia livrado tantas vezes, já ouvira falar do livramento do Egito, mas tais histórias pareciam ter se perdido num passado longínquo, e a experiência dos seus pais não servia para ele. Deus parecia alguém muito distante. “...não nos fez o senhor subir do Egito? Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas” (Jz 6.13). Diante do sofrimento questiona a solidariedade de Deus para com o sofredor: “Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo isto?” Sente-se abandonado por Deus. Falta-lhe a experiência concreta com Deus, como Jó afirmou: “Eu te conhecia só de ouvir, as agora os meus olhos te veem”. Não nos sentimos muitas vezes assim?

3.     Síndrome do oprimido – Gideão subestima sua capacidade pessoal, mesmo quando Deus afirma seu valor. “O Senhor é contigo, homem valente” (Jz 6.11). Gideão vê limites, quando Deus vê possibilidades.
Gideão não se vê com os potenciais que tem. Nega até as radicais afirmações que Deus tem sobre ele (Jz 6.140.
Gideão não vê os recursos. Ele não tem esperança alguma e nem projeto algum. Ele nunca pensou nisto. “Ai Senhor meu! Com que livrarei Israel?” (Jz 6.15). Vê sua família de forma insignificante. Vê sua família como menor, e se sente o menor dentre sua família.

4.     Excesso de realismo. Tenho aprendido que meu realismo sempre torna-se um obstáculo à minha fé. Isto também aconteceu com Gideão. Quando começamos a fazer contas, a ver se temos condições de determinado projeto, a realidade é que nunca achamos que teremos o suficiente. A anti-fé é sempre realista. “Não incomodes o mestre, a menina já está morta”. A realidade leva à perda da fé. Mas a fé vê o invisível, ela transcende a esfera do possível. A fé para Gideão é algo tão abstrato que não lhe dá suporte para nada. Ele não crê que é possível, os fatos dizem que é impossível. Mas Deus zomba das condições e dos fatos. Por isto a definição de fé na Bíblia é assim definida: “Fé é a certeza de coisas que se esperam, convicção de fatos que se não vêem” (Hb11.1).

5.     Gideão pede sinais porque lhe falta fé. Seu raciocínio é o seguinte: “preciso ter algo nas mãos para crer”. Mas a lógica de Deus é a seguinte: “Bem aventurado os que não viram e creram”. Gideão pede uma prova e Deus lhe dá (Jz 6.17). Tenho visto muitas pessoas colocando Deus à prova, e achando que este texto nos ensina a fazer isto. A verdade, porém, é outra: Deus não quer que lhe coloquemos à prova. Quem está sendo provado somos nós. Portanto, obedeça e se submeta à Deus.

Apesar de todos estes obstáculos, o Senhor vê possibilidades e quer fazer sua obra:

Gideão é um homem vê tímido, dúbio e medroso, Deus contudo o chamou para grandes feitos numa época de profunda crise histórica e social, Deus o levanta poderosamente. Este texto quer nos mostrar que é Deus quem realiza a obra, independente de nós mesmos.
Deus capacita o medroso e incrédulo Gideão: “O Senhor é contigo, homem valente”. (Jz 614). Quando Deus lhe diz isto ele deve ter olhado para os lados para ter certeza de que Deus falava realmente com ele. Ele se vê despreparado. Ou seja, o que nós pensamos de nós mesmos, nem sempre corresponde aquilo que Deus vê e felizmente a obra é ele mesmo quem realiza. O resultado é um número muito grande de frágeis líderes, levantados e capacitados por Deus para abençoar outros. “Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós, pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5). “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”(2 Co 4.7).

Tem sempre sido assim. Deus vê possibilidades em Moisés, que se acha dúbio e gago; Deus vê possibilidades em Jonas, que se recusa a cumprir sua ordem; Deus vê possibilidades em Jeremias, que se julga menino. Assim Deus faz conosco. Ele nos dá tarefas que honestamente consideramos incapazes de realizá-la.

Quando Deus chama a um projeto é porque isto faz parte dos seus planos e ele deseja realizá-los. Através de nós, em nós, e, a despeito de nós.
O frágil, pusilânime e dúbio Gideão, capacitado pelo poder de Deus, começa a fazer o impensado: Derriba o altar de Baal, do próprio pai à noite, com 10 homens, desafiando as normas sociais e religiosas, afrontando a idolatria que era a causa da decadência do povo de Deus. 
Sua atitude poderia ser fatal, mas quando Deus quer fazer algo ele move as pessoas, ele impulsiona o coração dos homens a fazerem coisas surpreendente. A cidade toda adorava um ídolo chamado Baal, a estrutura era pesada, porque Gideão precisou utilizar 10 homens para jogar por terra aquele altar.
Quando os homens da cidade acordam e veem o altar cortado e derribado, logo descobrem o autor, e por isto procuram seu pai, um respeitável cidadão para pedir dele uma posição. A resposta que ele dá  aos anciãos é tremenda: “Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis vós?... Se é deus, que por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar”(Jz 6:31).

Conclusão:
Este é sempre a realidade bíblica.
O poder é de Deus. Nós somos vasos, instrumentos.
Esta realidade aponta para o sacrifício de Cristo. Sua salvação, gratuita, substitutiva. Deus não nos salva pela nossa bondade, habilidade, espiritualidade. Ele nos salva gratuitamente. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nos, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Nada de excepcional em nós. Isto é esperança para muitos que se acham moralmente incapazes, que pensam que Deus não pode aceitá-los, mas isto também é um alerta para muitos, que acham que Deus os ama com base no fabuloso currículo espiritual que possuem. A graça de Deus dá oportunidade aos desesperançados, mas a graça de Deus desmascara os orgulhosos.
Gideão, o homem mais improvável, pelo seu temperamento e baixa auto estima, é chamado e capacitado por Deus para tirar o povo de Israel deste ciclo de agrura e  opressão. Foram sete anos de opressão com saques sistemáticos. O povo ajuntava o trigo, os saqueadores levavam. Mas Deus faz o impensável através de um homem tímido. Gideão é o seu instrumento, para que Israel entendesse que a glória era de Deus, e não de grandes estratégias, sofisticados planos e mentes brilhantes.
 Antes da libertação definitiva, Gideão ainda vai experimentar outra recaída. Desta vez pedindo sinais ainda mais complexos. Deus o atende. Numa noite ele coloca uma porção de lã no terraço, e pediu que o orvalho só caísse sobre a lã, e a terra ficasse seca e Deus atendeu. Não satisfeito, pede o contrário: que só caísse orvalho na terra, e não na lã. Deus novamente o atendeu.
Ali estava um homem fraco e descrente. Mas Deus resolveu usá-lo para sua graça.
Depois da doação desta área tão fantástica que recebemos, muitos colegas vieram expressar seu contentamento pela notícia. Um deles, mais entusiasmado me disse: “Samuel, você é o cara!”. E eu, com cara de espanto lhe respondi: “Rapaz, eu nada fiz para merecer nem para receber isto. Não conversei com ninguém, não articulei nada. Se isto está acontecendo, só existe uma explicação: Deus quis fazer isto!" 
eu nao quero abrir mão deste sonho. preciso crer que tudo é possível quando Deus quer.
Portanto, a glória é de Deus.
Soli Deo Glory



Rio de Janeiro,
Gávea, Março de 1994

Refeito em Junho 2017

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Aceito!

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Este foi o tema sugerido numa palestra para casais de uma igreja em São Paulo. Por ser um tema vago, poderia caminhar em qualquer direção que desejasse. Certamente uma pista escorregadia...

A sabedoria mineira afirma que “preço combinado não é preço caro!”, portanto, quando digo “aceito”, estou afirmando que as condições propostas foram consideráveis razoáveis e que podemos prosseguir a negociação.

Um filme que marcou a década de 80 foi “Proposta indecente” (Demi Moore e Robert Redford). Certo casal estava enfrentando sérias crises financeiras quando um rico e excêntrico milionário oferece à esposa a quantia de 1 milhão de dólares para ficar à sua disposição por uma noite. Depois da reação inicial de raiva e ofensa, a proposta começou a fazer sentido e o casal, em comum acordo, aceitou a proposta. O tema central do filme é “cada pessoa tem um preço”, e assim, encantados pelo dinheiro fácil, o contrato foi estabelecido.

Qual é o seu preço?
Quando dizemos “aceito”, certos riscos podem se dar na relação conjugal:

Primeiro, Aceitar sem aceitar
No livro de Gênesis, vemos Sarai oferecendo sua escrava Agar para que seu marido, Abrão, a possuísse. A Bíblia registra: “E Abrão anuiu ao conselho de Sarai”. A sugestão não foi dela? Abrão como “marido compreensivo” aceitou as condições.
O problema é que Sara estava fazendo outra proposta. Ela estava deprimida, sentindo-se sem valor, e queria que Abrão apenas lhe abraçasse e dissesse não. Ao dizer sim, ele desencadeou uma reação tão violenta nela que logo em seguida a vemos dizer: “Julgue o Senhor entre mim e ti”. Na verdade, ela estava dizendo “não quero mais caminhar contigo, vamos separar...” Sara está propondo divórcio...
Mas não foi ela quem ofereceu?
A questão é que as pessoas dizem sim quando querem dizer não e dizem não quando querem dizer sim.
É possível dizer sim para evitar conflitos, mas estar com o coração amargurado, com raiva e ódio, desejando vingança.

Segundo, Aceitar, mas conspirar
Já viram isto acontecer? Filhos são mestres nisto...

O adolescente recebe uma ordem dos pais, e como não “pode” dizer não, ele se cala, mas a partir daí ele conspira contra a dinâmica da casa. Ele “engole” a ordem, mas conspira contra ela.

O mesmo pode ser visto com uma criança birrenta. Ela não aceita o não, e por isto fará tudo para infernizar os pais.

Homens e mulheres podem “concordar” sobre uma decisão, mas a partir daí, coloca empecilhos à vida doméstica e conspiram. Homens se tornam deprimidos e reativos, mulheres conspiram, inclusive sexualmente. O relacionamento se torna pesado, porque o outro se recusa a cooperar.

Terceiro, Aceitar o inaceitável
Neste caso, a pessoa concorda com alguma coisa que ela não poderia concordar. Isto pode ter a ver com princípios, valores, consciência, fé. Aceita-se o que não pode ser aceito, aceita-se o inaceitável.
Curiosamente uma das poucas brechas para o divórcio encontra-se em 1 Co 7.14-15, quando o cônjuge incrédulo não aceita mais continuar o relacionamento por causa do crente. Situação extrema: “Ou eu ou Deus”. Neste caso, cria-se uma clausula de exceção, que não autoriza, mas “permite” uma ruptura. Um valor maior, Deus; precisa ser considerado. Se o marido descrente consente em viver com a esposa crente, o divórcio não é permitido.

É possível que um dos cônjuges proponha ao outro uma condição considerada inaceitável: Sexo anal, relacionamento aberto, swing, ou um negócio imoral que o outro não deve aceitar. No Brasil tem sido comum vermos maridos se aliando às esposas em negócios ilícitos, propinas, suborno, etc. Um marido ou uma esposa cristã não deveriam aceitar tais condições, porque elas ferem a santidade do Deus que servimos.  
Em tais condições, o cônjuge não pode aceitar

Diante disto, o que pode e o que deve ser aceito?

O que pode ser aceito?

A possibilidade acena para algo que não entra na esfera do moral, do ético, da consciência. Existem decisões que cônjuges precisam tomar, acerca do futuro, investimentos, educação de filhos, compra de bens, que o casal precisa discutir. Tais questões, em si, são amorais. Isto é, não possuem conteúdo ético em torno deles, mas serve para orientar a vida como um todo. Tais coisas encontram-se no que é conhecido de discricionário. O bom senso e a prudência devem orientar. Decisões mal tomadas trazem graves consequências para a família.

Alguns destes tópicos:
            Onde morar?
            Onde trabalhar?
            Onde os filhos estudarão?
            Que casa (ou carro) vamos comprar?
A lista, é quase interminável.

Casais eventualmente gastam tempo demasiado e enfrentam muitas crises exatamente nestes aspectos que não são éticos, pois quando se trata de algo que envolve a moral e a espiritualidade, torna-se, eventualmente, mais fácil de rejeitar.

Embora tais questões encontrem-se no campo do transitório e do secundário, elas exigem reflexão, discussão, oração, respeito e temor.

Um bom princípio que tem sido aplicado na igreja de Cristo durante todos estes séculos de construção teológica é o seguinte: “Nas coisas essenciais, unidade; nas coisas secundárias, liberdade; e em todas as coisas, amor”.

O que não pode ser aceito.

Satanás fez três propostas a Jesus, todas as três foram recusadas. Jesus disse não a elas, embora parecessem interessantes. Satanás fez uma proposta a Eva, e ela aceitou. O que fez Eva aceitar? Ela relativizou a Palavra de Deus. O que fez Jesus recusar? Ele se firmou na Palavra.
Andy Stanley afirmou: “Nunca viole os princípios de Deus se você deseja ganhar ou manter as bençãos de Deus”. Deus não tem compromisso com a infidelidade.

O que deve ser aceito?
Diante disto, podemos perguntar: O que precisamos aceitar?


A.    Aceite aquilo que é coerente com a Palavra – Satanás deturpou e Eva relativizou a Palavra de Deus. Resultado: Queda, separação de Deus, caos, maldição.

B.    Aceite aquilo que trará benção para sua vida e sua família – O bom senso, a prudência e a sabedoria de Deus podem nos ajudar. Em Pv 11.29 lemos “O que perturba a sua casa, herda ao vento”, mas em Pv 13.22 encontramos: “O homem de bens deixa herança para os filhos dos filhos”.
Muitas vezes precisamos de conselheiros para nos ajudar a não tomar decisões tolas. Se você é alguém que está sempre fazendo maus negócios, deveria ser prudente e buscar orientação de pessoas que possam ajudá-lo a ver aqueles aspectos que estão comprometendo a saúde financeira de sua casa, trazendo pobreza ou dívida para sua família. Você não precisa ser bom em negócio, mas não precisa continuar cometendo burrices em área tão comprometedora e que rouba tanto a alegria e a paz de sua família.

C.    Aceite aquilo que glorifica a Deus – “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer coisa, fazei isto para a gloria de Deus”. (1 Co 10.31). Ore ao Senhor, peça a graça de tomar corretas decisões que tragam gloria e testemunho para o nome de Deus.
Ló era um homem de Deus, mas por ambição ao olhar as campinas de Moabe, ao ver os campos verdejantes, ele decidiu se mudar para lá, sem considerar que “os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra Deus”. (Gn 13.13). O resultado sabemos de cor. Ele perdeu seus bens, sua esposa contaminada pelo glamour da cidade, e suas filhas dominadas pelo secularismo e por uma ética frouxa acabaram trazendo grandes desatinos para Israel e para suas gerações. Pergunte a Deus se ele tem prazer numa mudança de vida que deseja tomar. Isto trará gloria para seu nome?

Conclusão
Para encerrar esta reflexão, gostaria de refletir sobre Rebeca e Isaque.
Em Gênesis 24 Abraão enviou seu servo Eliezer para encontrar uma esposa para seu filho. Lá ele se deparou com Rebeca, irmã de Labão e filha de Betuel. A proposta de casamento foi feita, ela deveria considerar se aceitava ou não.
Ela disse sim – Ela aceitou a proposta.
Mas cinco coisas nortearam sua decisão.

1.     Ela foi consciente de sua decisão – “Chamaram, pois, a Rebeca e lhe perguntaram: Queres ir com este homem? Ela respondeu: Irei” (Gn 24.58). Ela teve paz para tomar aquela decisão. Ela estava decidida. Estar segura (o) ao dizer sim, ajuda muito a caminhada;

2.     Ela foi debaixo de oração – Não sabemos se ela estava orando por isto, mas veja o que a Bíblia fala de Isaque, um homem temente a Deus. “Ora, Isaque vinha de caminho de Beer-lai-Roi... saira Isaque a meditar no campo” (Gn 24.62,63). Isaque estava orando. Qual era o conteúdo de sua oração não sabemos, mas muito certamente ele estava pedindo orientação quando a este assunto tão relevante que envolvia sua vida.

3.     Ela foi com a benção dos pais – “Então, responderam Labão e Betuel: Isto procede do Senhor, nada temos a dizer fora da sua verdade” (Gn 24.50). Tomar uma decisão com a benção dos pais é sempre maravilhoso. É difícil vermos um abençoado casamento de um jovem, quando os pais e o pastor de sua igreja não concordaram com a união. Ter a benção de Deus é maravilhoso, e Deus fala através de nossos pais.

4.     Ela foi com a benção de Deus – Antes de Eliezer sair de Canaã, Abraão afirmou: “O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal, e que me falou, e jurou, dizendo: à tua descendência darei esta terra, ele enviará o seu anjo, que te há de preceder, e tomaras de lá esposa para meu filho” (Gn 24.7). é muito importante tomar decisões com a convicção de que o Deus dos céus está nos abençoando.

5.     Ela foi para abençoar – Em Gn 24.67 lemos: “Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe”. A presença de Rebeca renova a vida de Isaque e traz benção para sua casa. Assim devem ser nossas decisões.

Ao dizer, “aceito”, leve em contas estes princípios.

Que Deus nos ajude!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Lc 24.13-35 Restaure seu projeto de vida


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Introdução:

É muito comum encontrarmos pessoas cansadas, desanimadas, quase a ponto de entregar os pontos. Alguns anos trás li com interesse a trajetória de um motorista de ônibus, trabalhando pela mesma empresa por mais de 20 anos, sem nunca ter sido advertido, que inesperadamente mudou sua rota e fugiu com o ônibus sendo encontrado a 700 Kms do local de trabalho. Quando foi “apanhado”, exames revelaram que ele encontrava-se num acentuado quadro de stress e fadiga. Ao perguntarem porque fizera isto ele respondeu: “Estava cansado de fazer sempre a mesma coisa, e resolvi fugir”. Ao invés de receber punição da empresa, recebeu inúmeros e-mails e mensagens de solidariedade de pessoas que se sentiam da mesma forma.

Este texto nos fala de dois homens desolados, cansados, desanimados, sem perspectiva. Representa um grande contingente de pessoas que se entregam a um projeto de vida e de repente veem seus investimentos: tempo, energia, dinheiro, talento aparentemente sem sentido.

Estes dois homens no caminho de Emaús largaram seus projetos particulares para seguir Jesus de Nazaré, uma pessoa que os inspirava, que lhes deu propósito e sentido, e que eles criam ser o “Messiah”, prometido de Israel, que havia sido anunciado pelos profetas. Investiram suas vidas, colocaram seus sonhos, desejos, que redundaram em nada.

O Projeto aguardado do Messias acabou numa cruz, morto de forma cruel. O sonho e utopia, enfim, acabaram...

O que fazer quando os sonhos mais profundos e acalentados ruem?

Alguns discípulos como Pedro resolutamente disseram: “Vamos pescar” (Lc 21.3). A expectativa falhara e precisavam voltar à antiga profissão. Outros disseram como estes discípulos: “vamos para casa!”.  Esta atitude deles reflete o desalento existencial de todos discípulos, e é carregada de pessimismo:

Nós esperávamos”... (Não esperamos mais...)  Uma esperança despedaçada, fé desmoronada, gente desacreditada...

Eles enfrentam aqui cinco fatores D:
i.               Desilusão – 24.13  - Retorno à terra;
ii.              Desesperança – 24.21  x esperança
iii.            Desânimo – A vocação/vida, perdeu a razão. Coração desanimado.
iv.            Descrença – 24.22-24 , coração desanimado. O que fazer, se o coração não consegue mais crer o que sabe ser verdade?
v.              Desamparo – 24.29

O texto nos revela alguns problemas que gente assim experimenta:

  1. Gente desesperançada, não enxerga bem – “os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer” (Lc 24:16)  No meio das aflições é fácil ter uma distorção da realidade, a ter uma miopia dos fatos. Determinadas análises que fazemos no meio da dor, são tolas, absolutamente sem sentido...

Tenho aprendido isto em aconselhamento.
Encontro muitas pessoas entristecidas, ou iradas, blasfemando e reclamando na vida, porque as leituras que fazem acerca dos eventos são deturpadas. Emoções distorcem a realidade. Uma pergunta que sempre faço no meio de tais situações é: “Você acredita que tem condições de, no momento, julgar corretamente o que está acontecendo?”
Uma mulher com TPM, facilmente se tornará irritadiça e considera a situação de forma bem mais pesada do que na verdade é. Um homem aflito, tornar-se reativo, ríspido, cínico, porque sua leitura dos fatos encontra-se confusa.

Certo casal jovem percebeu que qualquer discussão que acontecia antes do almoço se tornava um grave problema. Não podia conversar com fome, porque se tornava mais agressivo...

O Salmo 77 revela bem esta tensão: O salmista está visivelmente contrariado com Deus, em dúvidas sobre seu caráter e o que estava fazendo.
Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser propicio? Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações? Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias? Então disse eu: Isto é a minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo”(Sl 77.7-10).

O salmista reconhece que a dor afetou sua percepção. Sua aflição o levou a fazer uma leitura equivocada sobre Deus e seus motivos.

Não é exatamente assim que acontece conosco?

Os discípulos não conseguiam reconhecer o próprio Senhor Jesus ressurreto que caminhava com eles. Andaram 12 kms sem o reconhecerem. Deus pode estar ao nosso lado, falando conosco, mas se estivermos alterados emocionalmente é provável que não reconheçamos sua presença conosco.

  1. Gente desesperançada não enxerga além da dor. “Então lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração em crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24.25).

A leitura dos fatos para aqueles discípulos se reduzia àquele momento. 

Uma das coisas mais salutares e que pode nos libertar de grandes angúé simplesmente dizermos a nós mesmos no meio da crise:  “Isto também vai passar”.

Não é isto que percebemos nestes confusos discípulos. Eles ficam girando no meio da sua dor, a gravitação emocional não permite que eles vejam além da dor e sofrimento.

Que diferença entre o sofrimento de Jesus e o destes discípulos.

Quando Jesus toma o pão e o vinho, que representavam seu sacrifício na cruz, ele ora a Deus e agradece. Como agradecer no meio do sofrimento? Jesus não via a dor como mera dor. A dor estava permeada de sentido, ainda que não possamos entende-lo quando estamos no olho do furacão. A perspectiva de Deus nos ajuda no meio da dor, mas temos que caminhar para além da dor, e ver a soberania de Deus no meio de toda confusão. Os discípulos não conseguiam colocar o sofrimento de Cristo na perspectiva certa, e equivocadamente ficam repetindo a visão da injustiça, e a dor termina na dor em si mesma. Este é um grande desafio. A dor como mera dor retroalimenta o sofrimento.

D. Martin Loydd Jones afirma que “auto análise é boa, mas a introspecção é mórbida”. Isto é, temos que parar, avaliar os fatos da vida, colocando-os na visão correta, mas quando ficamos remoendo indefinidamente os dramas, corremos o risco de não irmos adiante.

  1. Gente desesperançada tem dificuldade de lembrar as promessas de Deus – “Ó néscios e tardos em crer” (Lc 24.25).   

Os discípulos se apegaram às trágicas circunstâncias, e não se recordavam das promessas de Deus concernentes àquelas circunstâncias. Pessoas com incapacidade de enxergar as coisas com fé, não são capazes de olhar as promessas de Deus.

Se no meio de nossas ansiedades olhássemos as promessas de Deus com relação ao futuro...

Se no meio de nossa depressão, olhássemos o perdão de Deus por nós, e fôssemos capazes de recordar o incondicional amor de Deus por nós.

Se no meio de nossa culpa, olhássemos para o sangue de Jesus e o perdão que encontramos na cruz...

Se no meio de nossos temores lembrássemos do cuidado de Deus...

Se nos meios de nossas tragédias nos lembrássemos da soberania de Deus: “nada acontece por acaso, Deus tem um propósito nesta experiência dolorida que estou experimentando”.  Não estou vendo agora, mas sei que tem...

O profeta Jeremias, olhando para os trágicos eventos acontecidos no meio do seu povo afirma: “Quero trazer à memória, o que me pode dar esperança: As misericórdias do Senhor não tem fim, renovam-se cada manhã” (Lm 3.23,24).

Onde Jesus procura colocar os olhos destes desolados discípulos? Nas promessas de Deus contidas nas Sagradas Escrituras. É na Palavra de Deus que encontraremos respostas e venceremos a dor pela qual estamos atravessando.

  1. Gente dolorida tem dificuldade em enxergar os novos fatos que estão surgindo. A pergunta do texto anterior nos fala destes novos fatos. “Por que buscais entre os mortos ao que vive?” (Lc 24.5).

As mulheres anunciaram ter visto os anjos... Os discípulos não acreditaram...

Os discípulos verificaram a autenticidade da informação, mas continuaram duvidando... A informação era correta, mas eles se apegaram ao pior lado dos fatos...

Esta é a dura tarefa de um conselheiro cristão, que procura mostrar as verdades de Deus, para pessoas que tem dificuldade em ver que o novo de Deus está surgindo.

Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido” (Is 43.18,19). Como dar perspectivas corretas torna-se tantas vezes uma tarefa árdua. É necessário entender que nem tudo está perdido, quando há um Deus que ressuscita os mortos. Existe muita coisa ainda para acontecer, a vida continua. Deus está lá na frente de todo processo.

O piedoso rei Josafá conseguiu, num momento muito ameaçador de sua vida, estabelecer a perspectiva certa. Ao ver as ameaças dos inimigos, e sua própria impotência, declarou a Deus: “Não sabemos o que fazer, porém, nossos olhos estão postos em ti, Senhor” (2 Cr 20.12). Esta é a correta afirmação. Tudo está pesado, mas temos um Deus que cuida de nós. Podemos confiar e ainda descansar nele.

O que fazer para restaurar  os projetos?

  1. Caminhar com Jesus – Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles” (Lc 24.15).

As coisas mudam quando Jesus anda conosco.
Esta é a melhor definição de discipulado.

Jesus chega e caminha com estes desolados discípulos.
Esta doce presença reacende a esperança, coloca fogo no peito destes discípulos. “Porventura, não nos ardia o coração?” (Lc 24.32).

Sem Jesus somos consumidos pelo desalento e pela dor, mas com ele, uma nova realidade de vida brota como fogo em nossa alma.

É preciso caminhar com Jesus.
Isto não é institucional, mas algo pessoal e intimo. Não estamos falando de outro coisa senão, andar com Cristo, comer com ele, ouvi-lo, deixar que sua companhia nos invada todo o ser.

  1. Releitura  da Palavra  - “E começando por Moisés , discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.25).

O que Jesus faz?
Simplesmente começa a ensinar-lhes a Bíblia.

Muita crise espiritual do povo de Deus é resultado da ignorância ou de uma leitura equivocada das Escrituras.

Qual era o problema básico deles? 
Dificuldade em crer. Incapacidade de lembrar o que a Palavra diz. Tardios de coração para crer. Jesus percebe isto...Qual a solução que Jesus lhes apresenta?  Começa a relatar o que Deus prometeu...

No meio da crise, desesperança, falta de sentido, comece a ler a Bíblia dizendo a Deus: “O Senhor promete vida abundante para mim, então porque estou vivendo em tanto medo e ansiedade? O que está acontecendo?” Tome as promessas de Deus para sua vida, reflita sobre elas, ore através da Bíblia.  No meio da desesperança, abra a Bíblia com fé e diga: “Senhor, ajude-me a lembrar das tuas promessas, mantenha minha mente encharcada delas, para que eu possa nutrir minha alma de suas verdades”.

No meio da dor diga: “Senhor, fale comigo por meio da tua palavra, preciso de tua consolação”.  A Palavra de Deus é viva e eficaz...Aprenda a desfrutar da eficácia desta palavra que é viva, e do Deus desta palavra que tem interesse em falar contigo no meio de todos os seus descaminhos e sofrimentos.

Volte para a Bíblia! Devocionalmente... Leia e releia os Salmos, ore com os homens crentes do passado que também tiveram dúvidas, conflitos e medos.

Jesus expôs a palavra. Literalmente Jesus “expunha-lhes a palavra”(no grego, dihermeneuo) (Lc 24.27). O original grego usa a mesma palavra para hermenêutica. Jesus fez a “hermenêutica” de Moisés, dos profetas e dos salmos. Ele interpretou a Bíblia para seus discípulos, ele estudou a palavra de Deus com eles.

Quando se estuda a Palavra de Deus esperando encontrar resposta, esta palavra gera o mesmo efeito que provocou no coração dos discípulos. Fogo no peito!


  1.   Retomada da comunhão - Reparta o pãoE aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando eles o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles” (Lc 24.30,31).

Muitas das nossas descrenças são geradas por causa do nosso isolamento, da solidão que a sociedade moderna coloca em nós, à recusa da entrega, do partilhar. Não é possível perceber Jesus na solidão.

A experiência relatada no texto nos mostra o poder da comunhão. A Igreja, ao repartir o pão, ato este tão simples pela sua própria natureza, gera despertamento e graça, compreensão dos fatos divinos. Partir o pão tem a ver com amizade, solidariedade, onde se vivencia o próprio coração. Partir o pão tem a ver com deixar que pessoas penetrem seu universo, e andam contigo na sua história.
Esta figura nos lembra a ceia: Os discípulos assentados com o Senhor, participando da vida que ele decidiu entregar, fala de cura, restauração, graça...

Comunhão implica em hospitalidade, em trazer pessoas para sua casa, reparta com elas o seu lar. Tem a  ver com doação, rompimento da solidão, do distanciamento, da recusa em existirmos para nós mesmos. Eventualmente nosso coração encontra graça no gesto simples de encontrar com o irmão, tomar sopa, comer pão de queijo com café com leite, fazer pamonha e feijoada juntos...

Curiosamente, o Senhor só sé reconhecido quando se parte o pão.

  1. Retorno da vida comunitária- “E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e os outros com eles” (Lc 24.33)

Eu imagino que esta viagem de volta, deve ter sido a viagem mais rápida que aqueles discípulos jamais fizeram entre Emaús, que ficava a 12 kms, até Jerusalém. Certamente passaram muitas vezes pelo mesmo caminho, mas agora estavam possuídos por um desejo de compartilhar o que vivenciaram, queria estar com os irmãos. Eu imagino que, mesmo cansados, agora estavam renovados para voltar, de forma rápida, para compartilhar o que presenciaram.

Naquela mesma hora da noite, voltaram...

Esta viagem tinha seus riscos, estavam cansados, já tinham andado 12 kms, e agora fariam o trajeto de volta, 12 Kms até Jerusalém, mas não dava para ficar só...

Antigamente as pessoas encontravam sentido na comunidade, hoje evitamos ao máximo a companhia das pessoas. Participamos pouco dos programas comunitários, das atividades, protelamos ao máximo o encontro com o povo de Deus, estamos sempre arranjando desculpas para não estarmos juntos...

Lembro-me com saudade do início de nosso pastorado, nas poeirentas estradas de Minaçú-GO, visitando pessoas em lugares onde o carro não podia andar, andando por trilhas no meio do cerrado, subindo montanhas, sem estradas, mas todos estávamos alegres, e seguíamos cantando cânticos de adoração: “canta meu povo, alegra meu povo, que a festa não vai acabar, quando findar na terra no céu vai continuar”, ou alegremente cantando “caminhando vou à Canaã...”

Os discípulos voltavam para estar com aqueles que professavam a mesma fé.
Seu projeto de vida podia ser agora restaurado.

Quantas vezes encontro pessoas me dizendo: “Não sei se conseguiria passar aquela fase sem a comunhão da Igreja, sem a presença dos irmãos”.

Certa velhinha doente ouviu do seu médico que não poderia sair de casa por dois meses, e ela replicou: “Mas doutor, e a igreja?” E o médico respondeu: “Eles nem vão sentir falta de você”. Mas a velhinha respondeu: “A questão não é se eles vão sentir minha falta, eu é que vou sentir a falta deles”.

Conclusão:

O grande ponto a ser ressaltado aqui, é que os discípulos redescobrem o projeto que estava em questão. Na verdade, o ponto não era a restauração do projeto individual que tinham em mente, mas da missão que agora tinham diante de si, do mestre que até então estavam seguindo.

Quando aqueles discípulos chegam a Jerusalém, encontram os irmãos reunidos, Jesus se coloca no meio deles, olha para os discípulos e diz: “Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração?” (Lc 24.38).

Em seguida, Tomé descobre isto em meio a grande incredulidade.
Durante muito tempo andaram com Jesus, mas só agora estão descobrindo sua verdadeira identidade. Quem é Jesus?

Tomé cai de joelhos e afirma: “Senhor meu, e Deus meu”.

Não se tratava apenas de um profeta, nem de um mestre, nem de um amigo.
Estavam diante do Deus encarnado.

O projeto da vida deles seria testemunhar, para sempre, quem era este Jesus ressurreto, que venceu a morte, que triunfou sobre a tragédia.

O grande projeto deles, já não era encontrar alegria ou satisfação em qualquer promessa, mas vivenciar a glória do Deus a quem estavam servindo.

O Deus que venceu a morte!
O Deus ressurreto.
Isto restauraria, por completo, o seu projeto de vida!

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Samuel Vieira
Medford, USA, 10 de Janeiro/98

Refeito Anápolis, 2017