domingo, 16 de dezembro de 2018

Mt 1.18-25 Deus visitou a Terra







Deus visitou a Terra
Mt 1.18-25


Introdução:

 “Você realmente acredita que um anjo apareceu a uma adolescente e elas se ficou grávida sem sexo, e depois disto viajou para uma pequena cidade, chamada Belém, deu a luz a uma criança num lugar reservado para animais e se tornou o salvador do mundo?”

Francamente, o evangelho revela que muitos levantaram questões sobre isto: Maria foi uma delas; José, amigos  (José, você realmente tem certeza de um anjo lhe apareceu?). Na verdade, Natal é um episódio de tensão, não uma situação calma e serena.

1.     Maria não recebeu a notícia naturalmente, pelo contrário, ela se mostrou “perturbou-se muito” (Lc 1.29) e e ficou amedrontada. O anjo percebe isto e lhe diz: “Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus”.

Maria certamente estava com medo das críticas e julgamentos que receberia. Anualmente milhões de adolescentes se tornam grávidas ao redor do mundo, fora do casamento, mas sua situação era completamente diferente. Ela estava “desposada”, e isto era uma espécie de compromisso social, um tipo de noivado um pouco mais intenso, e um envolvimento com outra pessoa seria considerado adultério, ela poderia ser acusada e apedrejada em praça pública, de acordo com a Lei de Moisés.

2.     José ficou perplexo – resolveu deixá-la secretamente” (Mt 1.19). Não seria uma atitude fácil. Ele enfrentou toda a família e a sociedade narrando às pessoas com olhares furtivos, a versão estranha contada por Maria, que havia ficada grávida do Espírito Santo. “Enquanto ponderava nestas coisas, lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor” (Mt 1.20).

Ao lermos o texto, percebemos que José não estava realmente muito convencido da versão narrada por Maria. Como você se sentiria se estivesse no seu lugar?

3.     Maria deixou a cidade por três meses (Lc 1.56). Esta é uma visita longa, você não acha? Você já recebeu alguma visita por três meses? Por que? Yancey argumenta que só havia uma explicação possível: Isabel era sua prima e também estava experimentando um fenômeno sobrenatural com sua gravidez, e seria a única pessoa que entenderia tudo quanto estava acontecendo com Ela.

Alguns comentaristas acreditam que José levou Maria a Belém, porque o ambiente em Nazaré estava muito complicado para ela dar a luz. Na verdade, foram anos de tentativas de explicação. Deus usou um método nada convencional. Ele tem sua metodologia própria.

4.     Maria agiu em total submissão: Aqui está a tua serva, que se cumpra em mim a tua vontade” (Lc 1.38). Maria foi a primeira pessoa a aceitar Jesus sem condições ou reservas, mesmo sabendo de quanta crítica ou maledicência sofreria.

Jesus nasceu num contexto de questionamentos e perplexidades. E o pior viria em seguida, Herodes decide matar todas as crianças nos arredores de Belém. José fugiu para o Egito, onde ficou alguns anos como imigrante rejeitado, deslocado de sua cultura, língua e família, numa terra que odiava o povo judeu. Jesus também passou parte de sua infância numa cultura que o rejeitava, e quando retornaram para Israel, não puderam residir onde estavam seus primos e parentes, mas foram para Nazaré, região da Galileia, região mais pobre de Israel, e repleta de samaritanos e gentios, uma região oprimida onde os pobres e miseráveis costumavam viver. Uma espécie de baixada fluminense. Lembra-se da pergunta de Natanael? “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).

Que palavras podem descrever o Natal?
Yancey sugere quatro palavras:

Humildade – Isto é paradoxal!
Deus decide vestir a roupagem de uma criança e precisa de alguém que lhe dê comida, troque as suas roupas, o acolha.
-Nenhuma recepção pomposa lhe foi feita: “Veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam” (Jo 1.11);
-Nenhuma preparação: “Não havia lugar para eles na estrebaria” (Lc 2.7).
-Os pastores, uma das classes sociais mais desprezadas entre os judeus, foram os únicos a recebê-lo.
-Ele foi colocado num coxo dentro de um curral.

Acessibilidade – Muitas religiões exploram o forte sentimento de medo, criando uma esfera de sobrenaturalidade.
-O nome mais importante de Deus entre os judeus, Yahweh, não era pronunciado por eles.
-Deus era chamado de “Senhor dos Exércitos”.
-Os muçulmanos não chamam Deus de pai, e tocam a sua face na terra quando se curvam para orar. Medo é o primeiro sentimento diante de Deus.
-No Natal, Deus se torna acessível, pode ser tocado – “o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Deus está presente, Emanuel, um Deus pessoal.
-“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1 Jo 1.1).

Opressão – Jesus nasceu e viveu num contexto de pressão.

-Ele teve que fugir de sua própria terra, indo para o Egito. Provavelmente nunca entenderemos quantas pessoas vivem em situação de opressão para entender a ideia do tempo de natal. Há muitas pessoas hoje, tentando escapar de sua própria terra para sua sobrevivência.

-Laslos Tokles, Romênia (1989). Pastor de uma pequena igreja batista. A policia queria prendê-lo e na véspera do natal, os rumores eram de que ele realmente seria levado preso. O único texto que fazia sentido naquele momento era Mt 2.16-18, que falava de Herodes matando as crianças. Naquela noite, a cidade se mobilizou e fez um muro ao redor da igreja. Algumas pessoas foram executadas, mas ninguém arredou o pé. Algo poderoso aconteceu então, o cruel ditador Ceausescu foi executado dentro do palácio, e o país, fortemente católico, pode celebrar o natal após 40 anos, e os sinos que estavam proibidos de badalar, foram ouvidos em todo país.

-Yancey afirma: “Todos os eventos do natal possuem um sentido especial para nós, porque estão relacionados ao nosso ser mais profundo”.

Ousadia – Deus teve coragem de deixar seu poder e glória e tornar-se um homem, sendo recebido como rejeição e forte oposição.

-Outra narrativa do natal, menos conhecida, se encontra em Apocalipse 12, e nos mostra que natal não é um evento romântico, mas uma batalha cósmica.
-Nesta narrativa não há anjos cantando, nem pastores, mas “um enorme dragão com sete cabeças querendo devorar a criança que está para nascer” (Ap 12.3). Uma mulher está vestida de sol e uma coroa de doze estrelas na sua cabeça. Ela encontra-se em trabalho de parto e está para dar a luz. O dragão possui uma cauda que “arrasta a terça parte das estrelas do céu”.

- O alvo do dragão é devorar a criança assim que ela nascer! Execução primária!
-O que este texto ensina? Há uma batalha cósmica no natal. Em Apocalipse 12, o natal é descrito por detrás das cenas. O dragão quer devorar a criança o mais rápido possível. Ele quer destruir a criança.
-A encarnação é um evento importantíssimo para o plano da redenção criado por Deus. Todas as Escrituras apontam nesta direção: Há um grande evento surgindo, prestem atenção nele.
-Is Is 9.6 – “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos Deus, e seu nome será, Maravilhoso conselheiro, Deus forte, pai da eternidade, príncipe da paz, e seu governo jamais terá fim”.
-Ef 3.-9: “O mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas”.
-Natal aponta para uma radical mudança de direção na história da humanidade (Gl 4.4).
-O apóstolo Pedro afirma que havia uma grande expectativa entre os profetas e os anjos acerca dos eventos relacionados ao natal (1 Pe 1.10-11).
-Ao mesmo tempo, há uma grande oposição do inferno. Satanás, o grande dragão, se opõe ao evento e quer devorar a criança que está para nascer.

-Yancey: “A tentativa de satanás revela a mortal e critica realidade deste conflito. Satanás sabe o sentido da encarnação. Por que o dragão está tão preocupado e furioso acerca disto?

1. A encarnação dá início a um novo tempo para a raça humana. Na pequena cidade de Belém, Deus se tornou homem. Um novo tempo chegou. O mundo nunca mais será o mesmo. Deus está entre nós. Jesus entendeu sua missão:

-Hoje, se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.21).
-“Se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, o reino de Deus chegou até vós” (Mt 12.28).

2. O propósito da encarnação é claramente demonstrado na Bíblia.
-“Para isto se manifestou o filho de Deus, para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3.8)

3. A encarnação termina na cruz, onde o dragão foi destruído.

-e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expos ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Col 2.8), desta forma, reconciliando a humanidade com ele. “e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Ef 2.16).
-A cruz é o lugar onde Deus, de forma definitiva expressou seu grande amor pela humanidade.

4. A encarnação é o grande projeto de Deus - Existem cerca de 600 profecias sobre a encarnação no At. Deus planejou isto para nossa redenção, quando fez assim, estava pensando em mim e em você.

Conclusão:
Somos convidados para celebrar o tempo de natal.
-Cântico de Zacarias: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc 1.68)

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