Deus visitou a Terra
Mt 1.18-25
Introdução:
“Você
realmente acredita que um anjo apareceu a uma adolescente e elas se ficou
grávida sem sexo, e depois disto viajou para uma pequena cidade, chamada Belém,
deu a luz a uma criança num lugar reservado para animais e se tornou o salvador
do mundo?”
Francamente,
o evangelho revela que muitos levantaram questões sobre isto: Maria foi uma
delas; José, amigos (José, você
realmente tem certeza de um anjo lhe apareceu?). Na verdade, Natal é um episódio
de tensão, não uma situação calma e serena.
1. Maria não recebeu a notícia naturalmente, pelo
contrário, ela se mostrou “perturbou-se muito” (Lc 1.29) e e ficou amedrontada.
O anjo percebe isto e lhe diz: “Maria, não temas; porque achaste graça diante de
Deus”.
Maria certamente estava com medo
das críticas e julgamentos que receberia. Anualmente milhões de adolescentes se
tornam grávidas ao redor do mundo, fora do casamento, mas sua situação era
completamente diferente. Ela estava “desposada”, e isto era uma espécie de
compromisso social, um tipo de noivado um pouco mais intenso, e um envolvimento
com outra pessoa seria considerado adultério, ela poderia ser acusada e
apedrejada em praça pública, de acordo com a Lei de Moisés.
2. José ficou perplexo – “resolveu deixá-la
secretamente” (Mt 1.19). Não seria uma atitude fácil. Ele enfrentou toda
a família e a sociedade narrando às pessoas com olhares furtivos, a versão
estranha contada por Maria, que havia ficada grávida do Espírito Santo. “Enquanto ponderava nestas
coisas, lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor” (Mt
1.20).
Ao lermos o texto, percebemos que
José não estava realmente muito convencido da versão narrada por Maria. Como
você se sentiria se estivesse no seu lugar?
3. Maria deixou a cidade por três meses (Lc 1.56).
Esta é uma visita longa, você não acha? Você já recebeu alguma visita por três
meses? Por que? Yancey argumenta que só havia uma explicação possível: Isabel
era sua prima e também estava experimentando um fenômeno sobrenatural com sua
gravidez, e seria a única pessoa que entenderia tudo quanto estava acontecendo
com Ela.
Alguns comentaristas acreditam que
José levou Maria a Belém, porque o ambiente em Nazaré estava muito complicado para
ela dar a luz. Na verdade, foram anos de tentativas de explicação. Deus usou um
método nada convencional. Ele tem sua metodologia própria.
4. Maria agiu em
total submissão: “Aqui está a tua serva, que se cumpra em mim a tua vontade” (Lc
1.38). Maria foi a primeira pessoa a aceitar Jesus sem condições ou reservas,
mesmo sabendo de quanta crítica ou maledicência sofreria.
Jesus nasceu num contexto de
questionamentos e perplexidades. E o pior viria em seguida, Herodes decide
matar todas as crianças nos arredores de Belém. José fugiu para o Egito, onde
ficou alguns anos como imigrante rejeitado, deslocado de sua cultura, língua e
família, numa terra que odiava o povo judeu. Jesus também passou parte de sua
infância numa cultura que o rejeitava, e quando retornaram para Israel, não
puderam residir onde estavam seus primos e parentes, mas foram para Nazaré,
região da Galileia, região mais pobre de Israel, e repleta de samaritanos e
gentios, uma região oprimida onde os pobres e miseráveis costumavam viver. Uma
espécie de baixada fluminense. Lembra-se da pergunta de Natanael? “De Nazaré pode sair alguma
coisa boa?” (Jo 1.46).
Que palavras podem descrever o
Natal?
Yancey sugere quatro palavras:
Humildade – Isto é paradoxal!
Deus decide vestir a roupagem de
uma criança e precisa de alguém que lhe dê comida, troque as suas roupas, o
acolha.
-Nenhuma recepção pomposa lhe foi
feita: “Veio
para os que eram seus, mas os seus não o receberam” (Jo
1.11);
-Nenhuma preparação: “Não havia lugar para eles na
estrebaria” (Lc 2.7).
-Os pastores, uma das classes
sociais mais desprezadas entre os judeus, foram os únicos a recebê-lo.
-Ele foi colocado num coxo dentro
de um curral.
Acessibilidade – Muitas religiões exploram o forte sentimento de medo,
criando uma esfera de sobrenaturalidade.
-O nome mais importante de Deus
entre os judeus, Yahweh, não era pronunciado por eles.
-Deus era chamado de “Senhor dos
Exércitos”.
-Os muçulmanos não chamam Deus de
pai, e tocam a sua face na terra quando se curvam para orar. Medo é o primeiro
sentimento diante de Deus.
-No Natal, Deus se torna acessível,
pode ser tocado – “o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Deus está
presente, Emanuel, um Deus pessoal.
-“O que era desde o princípio, o que temos
ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e
as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1 Jo
1.1).
Opressão – Jesus nasceu e viveu num contexto de pressão.
-Ele teve que fugir de sua própria
terra, indo para o Egito. Provavelmente nunca entenderemos quantas pessoas
vivem em situação de opressão para entender a ideia do tempo de natal. Há
muitas pessoas hoje, tentando escapar de sua própria terra para sua
sobrevivência.
-Laslos Tokles, Romênia (1989).
Pastor de uma pequena igreja batista. A policia queria prendê-lo e na véspera
do natal, os rumores eram de que ele realmente seria levado preso. O único
texto que fazia sentido naquele momento era Mt 2.16-18, que falava de Herodes
matando as crianças. Naquela noite, a cidade se mobilizou e fez um muro ao
redor da igreja. Algumas pessoas foram executadas, mas ninguém arredou o pé.
Algo poderoso aconteceu então, o cruel ditador Ceausescu foi executado dentro
do palácio, e o país, fortemente católico, pode celebrar o natal após 40 anos,
e os sinos que estavam proibidos de badalar, foram ouvidos em todo país.
-Yancey afirma: “Todos os eventos do natal
possuem um sentido especial para nós, porque estão relacionados ao nosso ser
mais profundo”.
Ousadia – Deus teve coragem de deixar seu poder e glória e
tornar-se um homem, sendo recebido como rejeição e forte oposição.
-Outra narrativa do natal, menos
conhecida, se encontra em Apocalipse 12, e nos mostra que natal não é um evento
romântico, mas uma batalha cósmica.
-Nesta narrativa não há anjos
cantando, nem pastores, mas “um enorme dragão com sete cabeças querendo devorar a criança que está
para nascer” (Ap 12.3). Uma mulher está vestida de sol e uma coroa de
doze estrelas na sua cabeça. Ela encontra-se em trabalho de parto e está para
dar a luz. O dragão possui uma cauda que “arrasta a terça parte das estrelas do céu”.
- O alvo do dragão é devorar a criança assim que ela
nascer! Execução primária!
-O que este texto ensina? Há uma
batalha cósmica no natal. Em Apocalipse 12, o natal é descrito por detrás das
cenas. O dragão quer devorar a criança o mais rápido possível. Ele quer
destruir a criança.
-A encarnação é um evento
importantíssimo para o plano da redenção criado por Deus. Todas as Escrituras
apontam nesta direção: Há um grande evento surgindo, prestem atenção nele.
-Is Is 9.6 – “Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos Deus, e seu nome será, Maravilhoso conselheiro, Deus forte, pai
da eternidade, príncipe da paz, e seu governo jamais terá fim”.
-Ef 3.-9: “O mistério, desde os
séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas”.
-Natal aponta para uma radical mudança de direção na
história da humanidade (Gl 4.4).
-O apóstolo Pedro afirma que havia
uma grande expectativa entre os profetas e os anjos acerca dos eventos
relacionados ao natal (1 Pe 1.10-11).
-Ao mesmo tempo, há uma grande
oposição do inferno. Satanás, o grande dragão, se opõe ao evento e quer devorar
a criança que está para nascer.
-Yancey: “A tentativa de satanás
revela a mortal e critica realidade deste conflito. Satanás sabe o sentido da
encarnação. Por que o dragão está tão preocupado e furioso acerca disto?
1. A encarnação
dá início a um novo tempo para a raça humana. Na pequena cidade de
Belém, Deus se tornou homem. Um novo tempo chegou. O mundo nunca mais será o
mesmo. Deus está entre nós. Jesus entendeu sua missão:
-“Hoje, se cumpriu esta escritura que acabais
de ouvir” (Lc 4.21).
-“Se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus,
o reino de Deus chegou até vós” (Mt 12.28).
2. O propósito da
encarnação é claramente demonstrado na Bíblia.
-“Para isto se manifestou o filho de Deus, para
destruir as obras do diabo” (1 Jo 3.8)
3. A encarnação
termina na cruz, onde o dragão foi destruído.
-“e, despojando os principados e as
potestades, publicamente os expos ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Col
2.8), desta forma, reconciliando a humanidade com ele. “e reconciliasse ambos em um
só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Ef
2.16).
-A cruz é o lugar onde Deus, de
forma definitiva expressou seu grande amor pela humanidade.
4. A encarnação é o grande
projeto de Deus - Existem
cerca de 600 profecias sobre a encarnação no At. Deus planejou isto para nossa
redenção, quando fez assim, estava pensando em mim e em você.
Conclusão:
Somos convidados para celebrar o tempo de natal.
-Cântico de Zacarias: “Bendito
seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc
1.68)
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