Introdução:
Uma
das grandes preocupações da vida está relacionado à provisão:
- Não vai faltar o necessário?
- Terei o suficiente?
- E quando chegar à velhice?
Um
filho percebeu que sua mãe de 85 anos de idade, estava muito preocupada com as
finanças. Com cuidado aproximou-se dela e perguntou:
- “Mãe,
por que a senhora está tão preocupada?” E a ouvir sua resposta ele fez uma
planilha e coloquei todos os recursos que ela possuía e suas despesas mensais e
afirmou:
-“Se
a senhora gastar o que tem gastado mensalmente, o dinheiro da senhora é
suficiente para mais 20 anos”. E ela, ainda ansiosa respondeu:
-“Por
isto mesmo, depois de 20 anos eu não sei como viverei!”
Tememos
não ter o suficiente.
Apesar
de nos referirmos a Deus como o Deus da provisão, vivemos ansiosos quanto ao
futuro. Um dos nomes hebraicos para Deus é “Jeová-Jiré”,
cuja tradução mais apropriada é o
“Deus da provisão”.
Este
texto descreve um povo ansioso quanto ao sustento de Deus, preocupado com sua
sobrevivência. Quando somos dominados pela ansiedade, algumas coisas acontecem:
A.
Murmuração
– “Toda a congregação dos filhos de
Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto” (Ex 16.2). Este é o
primeiro resultado. Logo que surgiu um problema, lá estava o povo murmurando.
B.
Murmuração
contagia! - “Toda a congregação dos
filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto” (Ex 16.2). Não
apenas uma fração da comunidade, mas toda ela.
C.
Murmuração
nos leva a antecipar o pior: “Nos
trouxestes a este deserto para matardes de fome toda esta multidão?” (Ex
16.3).
Eles
havia saído do Egito havia pouco tempo. No 14o. dia do primeiro mês,
e este era o 15o. Dia do segundo mês. Apenas um mês e um dia foram
suficientes para que a ansiedade viesse forte. Eles levaram provisões que
dariam para viver ainda muito tempo, entretanto, perderam toda capacidade de
fazer raciocínio. E já estavam desesperados, antecipando a fome.
D.
Murmuração
tira o impacto da celebração e da gratidão – O clima de luto dominava a
congregação. Nenhuma gratidão, nem alegria, apenas desespero.
Tinham
visto a ação de Deus contra os egípcios, viram a intervenção sobrenatural em
Mara (Ex 15.22-27), tudo isto no espaço de um mês, mas o que os dominava era a
angústia e o medo.
E.
Murmuração
nos faz hostilizar as pessoas – ““Toda
a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto” (Ex 16.2). Ela procura um bode
expiatório.
É
muito fácil encontrar alguém para culpar quando as coisas não vão bem. Basta
observar a sua casa. Não é assim que fazemos? Quando estamos descontentes logo
acusamos alguém. A primeira que pudermos será considerada culpada.
F.
Murmuração
é essencialmente, uma queixa contra Deus – “As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o Senhor”
(Ex 16.8). Murmuração é sempre contra Deus.
O
Salmo 37.4 afirma: “Agrada-te do Senhor e
ele satisfará aos desejos do teu coração”. A murmuração é o oposto.
Perdemos a alegria em Deus, afinal ele é o responsável pela miséria e fracasso
que estamos atravessando. Ele não é Todo-poderoso? Por que ele então não se
move para trazer livramento?
Como a murmuração é resolvida?
Por
todas as razões enumeradas acima, e por ela ser tão danosa para nossas emoções
e a vida espiritual, a murmuração precisa ser tratada. Este texto nos mostra
exatamente como resolveram a questão:
1.
Moisés
levou o povo a se aproximar de Deus: “Chegai-vos
à presença do Senhor” (Ex 16.9). Diante da Deus é que tratamos a situação e
o coração. Diante dele que as coisas se resolvem.
2.
Deus
revela sua provisão – Deus já tinha um plano para aquela situação que
viviam. Ele é o Deus da provisão, ele vai cuidar.
O
grande problema diante da preocupação, não é a situação em si, mas o coração
incrédulo , que perde a capacidade de crer. O nosso problema não é o sustento,
mas a falta de fé.
Alguns
anos atrás estava numa das reuniões de oração da igreja, orando com dois
diáconos da igreja. Um desabafou. Advogado, dependendo de uma justiça morosa
como a nossa, as causas não eram julgadas e por conseguinte os seus proventos
não chegavam. – “O Senhor pode orar por isto, pastor?” Era o anseio daquele
coração de um pai de família.
O
outro diácono também abriu seu coração. Trabalhando com representantes de
roupas, tinha recebido naquela semana a noticia de que uma das empresas, com a qual
estava ligado cerca de 15 anos, e que era responsável por 50% do seu
faturamento, estava fechando as portas. – “Queria que vocês orassem por isto,
estou aflito”.
Naquela
hora, veio ao meu coração um sentimento e eu compartilhei com os dois. –“Deus
afirmou que ele é o Deus da provisão. Que ele irá, em Cristo Jesus, suprir cada
uma de nossas necessidades. Então entendo que precisamos orar não é pela
provisão, que é responsabilidade de Deus. Mas por fé. Precisamos crer que, suas
promessas se cumprirão. Não é assim que deveríamos considerar?
3.
Sua
provisão é suficiente – “Colhei cada
um segundo o que pode comer” (Ex 16.16).
O
Maná é um bom exemplo da provisão divina. O que você puder comer, vai poder
colher. Deus não permite extravagância, mas
assegura o básico. Nem excesso, nem carência.
“Não sobejava o que colhera muito, nem
faltava o que colhera pouco, pois colheram cada um quanto podia comer” (Ex
16.18). Nem mais, nem menos. O suficiente. O bastante.
4.
A
ambição revela-se tola. “Disse-lhes
Moisés: Ninguém deixe dele para a manhã seguinte” (Ex 16.19). A ordem foi
dada, mas alguns “inseguros”, “prevenidos”, estas seriam as palavras que
escolheriam para nos justificar, resolveram ignorar a recomendação divina.
O
resultado? “Deixaram do maná para a manhã
seguinte; porém deu bichos e cheirava mal. E Moisés se indignou contra eles”
(Ex 16.20).
Perceberam?
A
palavra certa para tal situação é “desobediência”. “Não deram ouvidos a Moisés”.
5.
Quando
houver necessidade de dose dupla, ele vai cuidar! “Ao sexto dia, colheram em dobro, dois gômeres para cada um; e os
principais da congregação vieram e contaram-no a Moisés” (Ex 16.22).
Haverá
momentos em que Deus vai providenciar dose extra. Deus manda o dobro para o
sábado, porque naquele dia todos deveriam descansar. A ordem é clara: Pode
descansar! Não precisa exagerar! Nem ficar ansioso. Deus manda para dias comuns
e para dias especiais. Infelizmente o tolo não quer descansar.
O
problema é que muitos não querem descansar. Muitos estão querendo colher no
sábado, mas no sábado, Deus não dá, porque ele já deu na sexta. Regra simples:
Pode colher no sábado, mas no sábado não se pode colher. A colheita que
tentamos fazer no sábado, é sempre desastrosa e infrutífera.
6.
Deus
dará permanentemente – “E comeram os
filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada;
comeram maná até que chegaram aos limites da terra de Canaã” (Ex 16.35).
Sua provisão não é temporária.
Durante
quarenta anos Deus deu. Sempre. Nunca faltou. Que impressionante!!!
Quando
não caiu mais o maná, era porque ele já havia disposto outros recursos. Quando
falta de um jeito, Deus dará de outro.
7.
Deus
deseja que sua provisão se torne motivo de louvor ao seu nome “Disse Moisés: "O Senhor ordenou-lhes que recolham um jarro de
maná e guardem-no para as futuras gerações, para que vejam o pão que lhes dei
no deserto, quando os tirei do Egito". Então Moisés disse a Arão:
"Ponha numa vasilha a medida de um jarro de maná, e coloque-a diante do
Senhor, para que seja conservado para as futuras gerações" (Ex 16.32,33).
Por que
Deus pediu para que recolhessem um jarro de maná para as futuras gerações? Para
servir de testemunho e louvor. Nossos filhos precisam saber de como Deus nos
tem dado. A murmuração e ingratidão roubam de nós a capacidade de ensinar
adoração aos nossos filhos. Eles aprendem a suspeitar de Deus ao invés de
glorificar a Deus. Eles crescem inseguros, ansiosos, sem capacidade de
desfrutar, sem descanso (trabalhando aos sábados), descontentes e murmuradores.
Deus
deseja que seu povo o glorifique através da provisão que ele dá.
Você tem
sido grato a Deus?
Conclusão: O maná de Deus
Há uma coisa sobre o maná, que
pode passar desapercebido por nós ao lermos a bíblia. A provisão de Deus é
sempre exaltada na Bíblia, mas Jesus a toma para dar um sentido muito mais
amplo e maior ao maná.
Veja o que ele diz em Jo.31-33:
“Os nossos antepassados comeram o maná no
deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’". Declarou-lhes Jesus:
"Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu
Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois
o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo". Disseram eles: "Senhor, dá-nos sempre desse pão!
" Então Jesus declarou: "Eu sou
o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim
nunca terá sede”.
Jesus afirma que o maná no
deserto, na verdade, era uma referência a algo muito maior. Falava de sua
vinda. Ele era o maná verdadeiro, que desceu do céu e dá vida ao mundo.
Com isto Jesus demonstra que, por
detrás da ansiedade do homem, da sua insegurança, há uma anseio por um alimento
muito mais profundo. O nosso descontentamento só pode ser saciado com o pão da
vida. "Eu sou o pão da vida.
Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede”. Nada, além
de Jesus, poderá saciar nossa fome. Nada satisfaz, nem sacia, senão este pão da
vida que desceu dos céus.
Você reclama
da vida, da provisão?
Sua murmuração
tem um motivo muito mais profundo. Ela não tem causa no seu estômago, mas no
seu coração.
O maná
aponta para Cristo.
O pão da
vida, que desceu dos céus, Cristo, ele dá vida ao mundo, ele sacia nossa fome e
desejo por coisas muito mais profundas, que desconhecemos. Tratamos de nossas
crises perifericamente, mas precisamos aprofundar esta inquietação da qual
temos sido vitimados.
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