quinta-feira, 24 de outubro de 2019

1 Sm 10 - Saul: Sombras e Luzes da alma I




Primeiro capítulo - Luzes da Alma
Uma análise da personalidade de Saul

  
Introdução:

Todos os seres humanos possuem uma mescla de bem e de mal. A ficção sempre encontra a realidade quando se coloca o médico ao lado do monstro. Mesmo o calvinismo, que defende a tese da total depravação do homem, não nega a maravilhosa graça comum dada por Deus ao homem, projetando nele sua imago Dei. Por mais degenerada e decadente que seja uma determinada pessoa, ainda assim, encontraremos nela raios da divindade. Por isto Calvino defendeu o fato de que mesmo o homem não regenerado, é capaz de grandes obras artísticas, literárias, poéticas e musicais, por causa desta impressão divina imputada no ser humano desde a criação.

Outro teólogo reformado, R. C. Sproul, afirma que, melhor que o conceito da depravação total da raça humana, seria mais correto falarmos da corrupção radical do ser humano. Porque quando falamos da depravação total, transmitimos a ideia de que não há nada no ser humano que seja bom, enquanto a corrupção total fala de que, o homem natural, sem a presença de Deus, possui na sua raiz, a tendência para a auto glorificação e uma vida distanciada de Deus. O problema está no fato de que tudo o que ele faz, busca a auto promoção, já que sua raiz está contaminada. Auto-glorificação, auto-satisfação, auto-enamoramento, auto-satisfação; auto-promoção. Sua raiz é narcisista, tudo gira em torno do eu. Mesmo as coisas mais sagradas como dar esmolas, jejuar e orar, podem estar contaminadas, porque o eu ocupa o centro da vida do homem.

No campo da psicologia, fala-se da Janela Johary, que afirma que o ser humano possui quatro áreas:

Janela Johary:

Área Escura:
Eu não sei e outros não sabem

Área Escondida:
Eu sei, os outros não sabem

Área obscura:
Eu não sei, os outros não sabem

Área iluminada:
Eu sei, os outros sabem.

Na área escura, existem coisas sobre as quais o ser humano desconhece sobre si mesmo. O Profeta Jeremias afirma: “enganoso é o coração, e demasiadamente corrupto, mais do que todas as coisas, quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Qual homem é capaz de conhecer seus próprios impulsos e instintos? Freud trabalha exaustivamente este aspecto, demonstrando que apenas através de análise, o ser humano seria capaz de lidar com este lado inconsciente, selvagem, voraz e eventualmente auto destrutivo. Como se trata de uma área escura, nem os outros sabem a respeito dela, nem nós mesmos. Ignoramos por completo, nosso potencial de ira, destrutividade e humor, que tornam-se conhecidos quando somos colocados diante de situações de alto risco e defesa, quando dominados por nossa adrenalina, podemos revelar um alto potencial de morte.

Na área escondida, encontra-se aqueles impulsos que sabemos ter, mas que sublimamos, eventualmente até

Saul é um homem com muitas virtudes e defeitos.  Demonstra alguns sinais extraordinários de liderança: Assume o governo de um povo numa época em que as leis não eram claras, que não havia estatutos específicos, e que até a chegada de Samuel, um grande juiz, era uma terra de ninguém, definida nas Escrituras pela frase que percorre o livro de Juizes: “Naqueles dias não havia rei em Israel, cada um fazia o que queria”.  Saul tira Israel do anonimato, consolida uma monarquia, estabelece novos sistemas legislativos e executivos e exerce, durante um bom tempo um governo estável e seguro.

Saul exerce uma liderança inicial com marcas de eficiência, ousadia, destemor e dependência de Deus. Poderia ter feito um governo sólido, estabelecendo uma monarquia que preservaria sua família naquele trono, se no meio para o fim não começasse com tropeços e fragilidade de caráter que tornam sua liderança danificada de forma irreversível. Destacar seus pontos positivos e negativos pode ser um bom exercício devocional e sugere rotas para nortear a liderança do povo de Deus, enfatizando e aprofundando marcas que muitas vezes ficam perdidas entre os líderes, e alertando sobre as ciladas e armadilhas que o exercício da liderança trazem em si mesmos.


I.   Luzes


1.  Unção secreta – (1 Sm 9.27)

A primeira realidade maravilhosa que observamos na vida de Saul foi seu encontro pessoal com Deus que consequentemente lhe daria ricas e profundas experiências de fé. Samuel convida Saul para um encontro particular, sem o companheiro e ajudante que andava ao seu lado. Ninguém deveria participar deste sublime momento. Saul precisava estar, a sós, com Deus. E assim se fez.

Desciam eles para a extremidade da cidade, quando Samule disse a Saul: dize a moço que passe adiante de nós, e tu, tendo ele passado, espera, que te farei saber a palavra de Deus”(1 1 Sm 9.27).

Saul inicia seu reinado, recebendo a unção de óleo sobre a cabeça: “TmouSamuel um vaso de azeite, e lho derramu sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Não te ungiu, porventura, o Senhor, por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1 Sm 10.1).

Este deve ser o momento mais especial da vida de um homem. O encontro de sua alma com Deus.

Saul assume o governo porque Deus o chama e o confirma para isto. Não se lançou num projeto por si mesmo. Seu chamado foi confirmado por profecia, e num momento de profunda unção espiritual, com derramamento de óleo sobre a cabeça. Ali se inicia o seu reinado, numa manifestação silenciosa e secreta da qual participam apenas ele e Samuel. Seu reinado é selado com esta unção.

Esta unção secreta diferencia da espiritualidade do barulho, do marketing, da propaganda, da face pública. Ela se dá no silêncio, na experiência secreta com Deus, o encontro da criatura com seu criador. É a experiência do quarto com as portas fechadas que Jesus recomenda: “Tu, quando orares, entra em teu quarto e orarás em secreto, e teu Pai, que te vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.6). É a prática devocional que nos leva para longe dos refletores e do público mas nos aproxima de Deus. Nos impulsiona à ler a Bíblia devocionalmente, orar com perseverança e instância a fim de encontrar o Pai.

Certa vez perguntaram ao famoso avivalista presbiteriano, Rev. antonio Elias, o que era unção. Depois de refletir um pouco ele respondeu:“Uns são, outros não são”.

Em Jo.4 vemos a mulher samartina perguntando onde é que as pessoas deveriam adorar, se monte que os samaritanos consideravam sagrado, ou no lugar onde os judeus criam que a presença de Deus se manifestava. Naqueles dias, havia uma grande controvérsia teológica entre os judeus e os samaritanos a este respeito, e Jesus responde:

“Mulher, vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores do pai o adorarão em espírito e em verdade, porque são estes o que o Pai procura para seus adoradores”. (Jo 4.34).

A unção secreta é imprescidível para aqueles que querem crescer em direção a Deus.

2.  Mudança de prioridades

A segunda coisa que percebemos de grande clareza e luminosidade na vida de Saul, é que seu encontro com Deus muda suas prioridades.

Saul tinha saído de sua casa para resolver um problema relacionado às posses de seu pai. Algumas jumentas tinham desaparecido e eles precisavam descobrir onde elas estavam. (1 Sm 9.3). Mal sabiam eles que Deus tinha um plano muito maior para suas vidas, porque as pistas o levaram até onde Samuel se encontrava. Ali, Saul é surpreendido por Deus ao ouvir a estranha declaração de que ele se tornaria rei sobre Israel. Aquele jovem, charmoso, atraente, cujas prioridades até então deveriam estar focada nas conversas de jovens, e neste momento estava na missão de encontrar os animais que se haviam extraviado, ouve a declaração de Samuel, o grande juiz e profeta sobre Israel, que Deus tinha um projeto maior para sua vida.

A notícia recebida, transforma sua mente e seus propósitos. Ele se esquece das jumentas e segue agora a direção de Deus. Suas preocupações passam a ser outras, haviam coisas mais sérias com que se preocupar que gastar sua energia na busca de animais perdidos. Seu coração começa a se voltar para outra direção. Novos objetivos são estabelecidos para sua vida. Ele muda suas prioridades.

Nenhuma liderança cristã será bem sucedida, se não voltar o seu coração para propósitos maiores que suas necessidades pessoais. Quando jovens cristãos entendem que sua missão não é apenas ser bem sucedido na sua empresa, nem granharem dinheiro, nem manter a empresa do pai, isto provoca uma verdadeira “convulsão” na sua agenda.

Um rapaz de nossa igreja nos Estados Unidos estava construindo a estrutura para iniciar uma empresa privada no Brasil. Trablhava arduamente, econimizando cada centavo que podia, separando-o, para investir no maquinário e no material que precisava para estabelecer sua própria companhia. Finalmente chegou a hora de começar, e ele estava pronto para voltar ao Brasil e iniciar seu projeto. Entretanto, começou a sentir uma forte impressão de um chamado de Deus para sua vida para deixar tudo e servi-lo no ministério. A crise se estabeleceu profundamente: A quantiade de esforço devotado por anos no seu projeto, preparando-se para realizer seu sonho, sente o chamado de Deus para o pastorado.

Numa conversa comigo, ainda confuso lhe disse: “irmão, se Deus está lhe incomodando a este ponto, certamente ele deve ter outro alvo para sua vida, doutra sorte, isto não faria sentido”. Ele resolveu largar todo seu projeto anterior e seguir sua vocação. Uma prioridade maior brotou em seu curação. A prioridade do reino que estava enchendo e desafiando o seu coração.

É exatamente isto que acontece com Saul. Até aquele dia, sua única preocupação era fazer a fazenda e os negócios de seu pai andar bem, ajudar na fazenda de seu pai, mas agora outra preocupacao muito maior lhe desafia. Existe um chamado maior que tem de ser atendido.

Na vida cristã, precisamos entender claramente a questão da vocação, do chamado. Muitos de nós temos profissões, e eventualmente nos esquecemos qual é a nossa vocação. Não interessa qual seja sua profissão, seu propósito tem que ser, satisfazer aquele que o arregimentou. A obra de Deus deve ser a maior paixão, ocupar os sonhos, ser a base da motivação e escolha. Muitos de nós vivemos nossa vida como pagãos, nossa única paixão é o nosso bem estar, nossos recursos, nosso salário, e Deus quer que levantemos nossos olhos para termos uma perspectiva mais ampla e global do que Deus deseja para nossas vidas.

3.  Mudança de coração – “Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe mudou o coração, e todos esses sinais se deram naquele mesmo dia”(1 Sm 10.9).

O texto revela que algo na sua mente mudou, a leviandade de um moço bonito e charmoso agora é substituído por um sonho que passa a ser uma verdadeira obsessão: Ser o líder e libertar seu povo. Fico imaginando quantas noites aquele rapaz ficou pensando quando começaria a se cumprir a profecia dada por Samuel, o vidente. Seu coração é mudado! 

O problema do cristianismo é o adesismo, o proselitismo. Muitos se tornam membros da igreja sem novo nascimento, renegeração e conversão. Sem que o coração seja mudado a essência não muda. Ainda somos o mesmo. Por isto Jesus foi tão enfático com Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Jesus insistiu com aquele líder cristão: “necessário te é nascer de novo!”. Sem a obra generadora do Espírito Santo em nossa vida, não há mudança de coração, as mesmas atitudes de outrora ainda estão presentes, as mesmas inclinações da carne e do mundo ainda nos dominam.

Por esta razão o evangelho começa com regeneração. Deus está ainteressado em  mudar o nosso coração. Saul tem o privilégio de ser tocado na sua essência pela ação do Espírito. João Batista afirma que ele batizava com água, mas o Messias haveria de batizar com “Espírito Santo e com fogo”. Somente esta bendita chama celestial pode nos aquecer e nos purificar. Sau tem seu coração mudado por Deus.

Muitos queremos levar a obra do Senhor tendo ainda o velho coração, dominado pelas velhas inclinações carnais e paixões mundanas. Deus precisa mudar nossa natureza para que realizemos com poder e autoridade a obra que ele deseja fazer através de nós. Não é possível realizar a obra de Deus sem que antes sejamos tocados por esta chama divina.

Existe na Bíblia uma clara insistência de Deus em relação a coração do homem:

i.               “Dá-me filho meu o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos”. (Pv 23.26) Nosso coração precisa ser dado a Deus para que ele possa mudá-lo.

ii.               “Dar-vos-eis coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o croação de pedra e vos darei coração de carne”. (Ez.36.26). Esta é a promessa de Deus associada à nova aliança.

Nossa mente precisa ser transformada, precisamos de transplante de coração. Nossas emoções e sentimentos precisam ser tocadas por Deus. A palavra conversão, vem da palavra grega metanoia que significa literalmente, “mudança de mente”. Na raiz desta palavra grega, existe o termo nous (mente). Para que possamos fazer alguma significativa para Deus é nacessário que antes ele transforme nossa mente.

Muitos querem agradar a Deus e servi-lo, trazendo sua mente caída para a obra. Se a fonte da motivação é a carne tudo o que fizermos vai buscar a promoção da carne, não a glória de Deus. Mesmo que façamos, aparentemente para Deus, a carne estará em jogo. A fonte está contaminada, porque vem da carne.

A melhor experiência de regeneração que conheço é a de um lobo que resolve se fantasiar de ovelha para viver como ovelha, e se junta a um rebanho fazendo-se passar por lobo. Ele mantém um comportamento cuidadoso, porque sabe que o pastor está perto, mas seus instintos, desejos, apetites, são de lobo. Desta forma, ao invés de se tornar ovelha, acaba aumentando sua crise existencial e suas tensões na alma, até que um dia, percebendo que sua natureza era bem diferente das ovelhas, pede ao seu criador para que ele seja mudado, sua essência, que seu eu interior seja transofrmado por Deus.

Apenas a obra do Espírito de Deus pode nos transformar. Somente Deus é capaz de substituir o coração de pedra por um coração de carne.

4.  Experiências sobrenaturais – “Chegando eles a Gibeá, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; o Espírito de Deus se apossou de Saul, e ele profetizou no meio deles” (1 Sm 10.10).

Saul é visitado poderosamente por Deus e ele tem uma experiência que vai muito além do ordinário e do cotidiano. “O Espírito de Deus se apossou de Saul”. Uma força poderosa invade seu corpo. Saul tem uma experiência mística. O que aconteceu foi tão estranho e diferenciava tanto do estilo de vida de vida de Saul que as pessoas criaram um provérbio popular em Israel: “Está também Saul entre os profetas?” (1 Sm 10.12).

Saul encontra-se agora num novo momento de vida e sua alma desfruta da visitação de Deus. Saul não se reserva nem se fecha à manifestação do Sagrado, do Espírito que age poderosamente em sua vida.

Sempre vivi um grande paradoxo na minha alma: Tenho sido cada vez mais pentecostal e cada vez menos pentecostal.

Sou cada vez mais pentecostal no sentido de crer na contemporaneidade de todos os dons, de crer num Deus que opera milagres ainda hoje, que se manifesta de formas sobrenaturais em nosso meio, que desmascara nossas pretensões de termos tudo sobre controle, que se revela no meio de seu povo, com visões, profecias, sinais, que capacita sua igreja com todos os dons, ainda hoje.

Sou cada vez menos pentecostal, no sentido que não suporto mais as manipulações que se fazem em nome de Jesus, de pregadores auto centrados, que se auto intitulam profetas, com sua profecias délficas e vagas, de auto engrandecimento auto promoção. Cada vez sou menos paciente com pessoas que munidas de um senso messiânico carnal, dão profecias em nome de Deus, falam que Deus falou quando Deus estava em silêncio, que afirmam terem visto anjos e terem visões, quando Deus nunca falou, gerando profunda crise de fé nos arraiais evangélicos do Brasil, no meio de pessoas simples que começam a ficar confusas quando à veracidade daquilo que é dito, porque percebem que tudo é falso, manipulativo e não se coaduna com a grandiosidade deo evangelho.

Tais pseudo movimentos pentecostais, tem feito um desserviço a igreja histórica.

Tenho visto pessoas desenvolverem um receio do Sagrado, com medo de buscar a Deus por causa dos usos, abusos e absurdos que já viram em nome de Deus. A tais pessoas gosto de afirmar que o falso não anula o verdadeiro. O fato dos magos, através de suas magias e prestidigitação, reproduzirem os autênticos milagres de Moisés não significa nem invalida o elemento miraculoso efetuado por meio dos genuínos milagres que Deus estava realizando no Egito.

Saul é um homem de profundas experiências com Deus. Que nossa vida seja marcada pelos sinais e maravilhas de um Deus real, que continua sendo o mesmo, agindo poderosamente na história.

5.  Ignora comentários infelizes – “Mas os filhos de Belial disseram: Como poderá este homem salvar-nos? E o desprezaram e não lhe trouxeram presentes. Porém Saul se fez de surdo”(1 Sm10.27).

Se quisermos sobreviver, precisamos aprender a não dar ouvidos a todos os comentários sobre nós. Muitas pessoas vão nos amar graciosamente. Muitos não nos suportarão e farão críticas severas, desamorosas, e sem fundamentos.

Saul teve que lidar com oposição no começo do seu governo. Os “filhos de Belial”, os filhos do maligno, o desprezaram, questionaram sua capacidade de liderança, enfraqueceram outras pessoas que o apoiavam, criaram grupos de oposição. Como Saul reage a tudo isto? A Bíblia diz que “Saul se fez de surdo”.  Ele finge que não ouve, faz “ouvidos de mouco”. Mouco é sinônimo de surdo.

Há um antigo provérbio que diz: “palavras loucas, ouvidos moucos”. Saul não valoriza as picuinhas da oposição, “ele se faz de surdo”. É o tipo de líder que ainda que não se sinta bem com as palavras desfavoráveis a seu respeito, não valoriza todo comentário contrário. Decidi não gastar sua energia em tolices e gente mau resolvida.

Quem dá ouvidos demais à oposição, começa a viver uma relação de obsessão para provar sua inocência e competência. Portanto, uma das regras mais eficazes para um líder bem sucedido é ter ouvido seletivo. Se pararmos demais para dar ouvidos a todas as críticas e adversidades que enfrentamos, ficaremos paralisados. A verdade é que todo líder é criticado. O simples fato de estar em evidência, o coloca como alvo perfeito para o antagonismo.

O Rev. Valder Stephen foi por muitos anos pastor em Uberlândia. Quando já estava idoso, começou a perder a audição e não entendia muito bem o que as pessoas falavam. Certo dia, alguém penalizado pela sua aparente surdez comentou isto com sua esposa, que disse em tom de brincadeira: “Que nada! Na verdade ele só ouve o que lhe interessa!”.

Quem ouve demais as críticas fica paralisado, afinal, “sempre se ouvirão vozes em discordância, expressando oposição sem alternativa, descobrindo o errado e nunca o certo, antevendo a escuridão em toda parte e procurando exercer influência sem aceitar a responsabilidade”.  (John F. Kennedy).

Certa feita, depois de uma belíssima apresentação musical de um grupo de mulheres da igreja, uma das irmãs, fez um comentário picantes e destrutivo. “É, hoje as vozes conseguiram se aparecer”. A irmã, alvo da crítica, respondeu com graça: “Irmãzinha, seu comentário não me edificou em nada”.

Creio que muitos de nossos problemas seriam  solucionados se conseguissemos lidar com as críticas recebidas. Se não administrarmos ficaremos desanimados, desencorajados ou frustrados na obra de Deus. Seria bom lembrar que muitas críticas nascem do inferno e vem direto ao nosso coração, se permitimos.

Saul consegue lidar bem com a crítica e desprezar os comentários infelizes a seu respeito. Como conseguiu isto? “Ele se fez de surdo”.

6.  Sensibilidade real pelo sofrimento do povo:Eis que Saul voltava do campo, atrás dos bois, e perguntou: Quem tem o povo, que chora? Então, todos lhe referiram as palavras dos homens de Jabes” (1 Sm11.5).

O povo de Jabes Gileade, que ficava ao Sul de Israel, estava cercado pelos amonitas, e como Israel não tinha uma monarquia e as lideranças políticas surgiam de tempo em tempo, de forma desordenada, não havia exército em Israel, nem alguém que pudesse socorrê-los. Diante da situação, o povo entra em desespero. Saul imediatamente assume a liderança e se envolve com o povo, toma as dores daquele da pequena cidade e assume a posição de seu chamado. Toma uma junta de bois, corta-as em pedaços e as envia aos territórios de Israel dizendo: “Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir a Saul e a Samuel” (1 Sm 11.7).

Esta sensibilidade fez toda a diferença e marcou o início do reconhecimento e o estabelecimento da monarquia em Israel. Identificação, empatia, engajamento, sensibilidade fazem enorme diferença num contexto de crise. Esta é uma característica luminosa da vida de Saul: sua sensibilidade com a dor do povo de Israel.

Vivemos numa época que nos leva a apatia e indiferença. Acostumamo-nos com, com o mal, com a miséria, e assim, a morte se aninha em nós. Oscar Bulhole, teólogo Latino Americano afirmou que precisamos recuperar a capacidade de indignação diante da exploração do ser humano na América Latina. Estamos acostumados a conviver com milhares de crianças que vivem nas ruas, com a degradação da família, com o empobrecimento da classe trabalhadora, com a favelização das grandes cidades, e nem ao menos isto nos dói. Nos tornamos apáticos, perdemos a sensibilidade.
A Bíblia nos diz que Jesus chorou diante de uma Jerusalém dura de coração, dizendo: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23.37). Paulo também reage violentamente diante da cidade de Atenas. “ …o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade”. (At 17.16) A expressão, “se revoltava”, conforme a tradução da septuaginta, literalmente significa que Paulo teve uma epilepsia espiritual, uma convulsão diante da idolatria dominante da cidade.

Nossa sensibilidade espiritual como líder, fará toda diferença na forma como vamos liderar o povo. Pedro nos adverte a que pastoreemos o rebanho de Deus, “não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho”. (1 Pe 5.2,3).

Saul demonstra sensibilidade com o sofrimento. Isto faz toda diferença. Sua empatia firma seu reinado. Certamente ministérios aprovados possuem esta marca. Pessoas cheias do Espírito Santo aprender a “chorar com os que choram”.

7.  Ousadia – “Tomou uma junta de bois, cortou-os em pedaços e os enviou a todos os territórios de Israel por intermédio de mensageiros que dissessem: Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir a Saul e Samuel. Então, caiu o temor do Senhor sobre o povo, e saíram como um só homem” (1 Sm 11.7).

Saul assume uma posição de alto risco.
Ele toma uma junta de bois, a corta em partes e as envia às tribos de Israel com uma ameaça: Quem não seguir Samuel e a Saul, verá o seu rebanho desta forma. Foi uma manobra de alto risco. Ele não tinha ainda o apoio das pessoas. Seu pai, Quis, era da tribo de Benjamin, e certamente foi um dos quatrocentos rapazes que sobreviveram ao massacre que quase dizimou os descendentes desta tribo em Israel, portanto, não era de uma tribo forte, antes uma tribo que não era muito simpática na sua nação. Isto não impediu de assumir posição firme para assim, proteger Israel.

Saul associa seu nome a um líder respeitado, aproveitando o momento de solidariedade e de dor, e o apoio que recebe de Saul, o respeitado profeta de Israel por quarenta anos, e assume, com todos os riscos, a posição que precisava. Assume a liderança. Em futebol afirmamos que ele chama para si a responsabilidade do jogo.

Nenhum líder se firma sem se posicionar, assumir posições de risco, e ser corajoso e ousado.

Esta é outra grande luz que podemos contemplar na vida de Saul. Sua coragem, intrepidez em fazer aquilo que era o correto. Todo homem corre riscos, mas é muito bom ver um líder que corre risco quando crê que tal risco procede do coração de Deus.

Certo pesquisador de uma grande firma americana envolveu-se num projeto, orçado em 10 milhões de dólares. Depois de mais de cinco anos de pesquisa, contratando uma equipe de grande performance e com um laboratório com instrumentos de alta precisão, chegou à conclusão de que o seu projeto, na verdade era um fiasco. Envergonhado, procurou o seu superior, apresentou os resultados da pesquisa, pediu perdão pelo fracasso e ao mesmo tempo, encaminhou seu pedido de demissão, sentindo-se culpado por ter causado um prejuízo, naquelas alturas, de mais de 7 milhões de dólares. Ao pedir demissão, ouviu de seu superior a seguinte afirmação: “demiti-lo? Justamente agora que você é um funcionário que já me custou mais de 7 milhões de dólares?

Todas empresas de ponta trabalham com pesquisas de risco. Grandes laboratórios, empresas de tecnologia precisam continuar a fazer pesquisas, desenvolver e testar novos produtos. Assim  acontece com todo projeto no reino de Deus.

Em 1994, quando cheguei à América, para trabalhar como plantador de igreja, meu coordenador de missão me afirmou: “Plantar igrejas é um projeto de risco!”. E me citou uma frase muito usado naquela  denominação e que mais tarde descobri que seu autor foi Edmund Haggai: “Sonhe coisas tão grandes para Deus, que se Ele não estiver presente, o resultado será um fracasso”.

Muitos de nos não corremos risco por medo de fracasso. O problema é que “o medo de perder não deixa a gente ganhar” (Provérbio japonês). Aqui vemos Saul correndo um grande risco, para estabelecer e fundamentar o seu chamado. Esta é, sem dúvida, uma de suas grandes luzes.

8.  Sabedoria para discernir entre bons e maus conselhos – “Então, disse o povo a Samuel: Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre nós? Trazei-os para aqui, para que o matemos. Porém Saul disse: Hoje ninguém será morto, porque no dia de hoje, o Senhor salvou a Israel” (1 Sm 11.12,13).   

Saul levou um grupo significativo de homens a Jabes Gileade, e sua liderança foi bem sucedida. Depois de muitos anos de opressão, eles obtiveram vitória sobre os amonitas, e assim Saul volta vitorioso e confiante com seu pequeno exército.

Muitos o haviam criticado e desprezado. Agora, tendo o poder na mão, seus aliados sugeriram que ele matasse seus opositores e críticos. O que fez Saul? Rejeitou a proposta. Se naquele momento ele tivesse ouvido os conselhos que lhe deram, já começaria seu reinado com forte oposição. Sua atitude sábia o livra de uma armadilha.

Ao tomar atitudes de risco, Saul despertou a crítica e a oposição. O caminho mais curto parecia ser agir como faziam os reis naqueles dias: Destruir a oposição. Saul porém, tem capacidade de perceber o perigo de seguir por esta via, consegue desfazer-se destes conselhos e assumir sua liderança com sua intuição particular, esquivando-se de uma oposição perigosa. Líderes recebem muitas sugestões, conselhos e ouvem muitos comentários, no entanto, precisam saber selecionar aqueles que realmente são interessantes e desprezar aqueles que poderão destruí-lo.
Infelizmente temos muita facilidade em ouvir quem não deveria ser ouvido, e deixar de ouvir quem precisa ser ouvidos. Erramos assim, duplamente.

Um dos exemplos mais marcantes na Bíblia encotnramos na vida de Roboão, sucessor de Salomão. Ele assumiu um reino à beira da ruína por causa do excesso de luxo e da excentricidade de seu Pai. Uma das primeiras medidas dos conselheiros foi advertir Roboão que o povo estava no limite de saturação com o excesso de impostos, e que ele deveria dar alívio fiscal para seus súditos. Depois de ouvir os anciãos, cercado de amigos jovens e despreparados, criados na corte com ele, e que não conheciam a dor do povo simples, ouviu coisas completamente diferente de seus conselheiros, e resolveu fazer o que os jovens propuseram.

Sua resposta aos anseios do povo foi politicamente incorreta e economicamente inviável: “Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai” (2 Cr 10.10). O  resultado foi uma dolorida divisão, para sempre, do Reino de Israel (reino do Sul, cuja capital era Jerusalém), com o Reino do Norte (Efraim), tendo Samaria como a capital do novo governo. Dez tribos seguiram a Jeroboão.

Outro exemplo importantíssimo que temos na Bíblia sobre conselhos que não deveriam ser ouvidso foi o incesto de Amnon e Tamar. Antes de praticar aquela barbaridade em Israel, Amnom conversa com seu primo, Jonadabe, e a sugestão que ele acata o levou à morte dois anos depois, causando subsequentemente uma grave crise política em Israel. Amnon desgraçou a vida de sua irmã quando a estuprou, e por isto também perdeu o direito de ser o sucessor ao trono de Israel.

Se quisermos ter vida bem sucedida, precisamos tomar muito cuidado com os conselhos que recebemos. Devemos filtrá-los à luz da Palavra de Deus, com atitude de quebrantamento e oração. Bons conselhos podem nos livrar do inferno, mas conselhos sussurrados ao nosso ouvido por uma pessoa usada pelo diabo, pode nos levar à ruína e destruição. Nunca podemos nos esquecer dos conselhos da serpente e do diálogo que ela teve com Eva antes da queda da raça humana. As sugestões e comentários feitos pela serpente foram decisivos para a queda da raça humana.

Gosto muito de um ditado que diz: “Daqui 5 anos, você será o mesmo que você é hoje, a não ser pelos livros que você ler e pelos amigos que você tiver”. A quem você tem dado ouvido nestes dias? Quais as sugestões através de músicas, das mídias sociais, dos programas de TV, você tem recebido. Posso lhe garantir, que se você tem ouvido maus conselhos, e se eles estão te atraindo, certamente você seguirá inexoravelmente o rumo do pecado e do distanciamento de Deus.

9.  Fortalece as áreas mais frágeis- “Escolheu para si três mil homens de Israel, estavam com Saul em Micmás e na região montanhosa de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamin, e despediu o resto do povo, cada um para sua casa” (1 Sm13.2);


Saul percebe as áreas fronteiriças de Israel mais facilmente atingidas pelos inimigos e fortalece estas áreas estabelecendo bases militares em áreas estratégicas. Ao fazer isto, cria uma estratégia de ação que torna mais eficiente seu trabalho. Um líder eficiente procura descobrir as áreas em que é mais frágil, e as fortalece criando bases de ação para que tais brechas sejam blindadas.

Se quisermos obter vitória em nossas vida, precisamos proteger as áreas frágeis da vida. Isto se aplica às nossas vidas. Todos nós possuímos áreas mais expostas aos ataques e condicionamentos malignos. Alguns são mais suscetíveis ao medo, outros ao orgulho, inveja, ira, variações de humor, depressão, ansiedade, luxúria, gula. É fundamental discernir onde se encontram as áreas frágeis. Isto pode ser uma benção para nossas vidas. Ignorá-las, em contrapartida, pode ser fatal.

Quais são nossas brechas? A solução para superarmos estas deficiências é a a confissão, o reconhecimento e a honesta confrontação,. Ninguém é curado sem que sinta necessidade de cura. Talvez seja por isto que Jesus faz algumas perguntas nos Evangelhos que parecem não ter sentido. Ao cego pergunta: “ Que queres que eu te faça?”  Ao paralítico de Betesda pergunta: “Queres ser curado?”  Todas estas duas perguntas parecem óbvias demais. Se fôssemos um destes enfermos, o que responderíamos? Por que Jesus pergunta? A única razão lógica é que jesus queria que as pessoas reconhecessem suas limtiações e as admitisse abertamente, para serem tocadas.

Quem admite falhas, reconhece suas áreas frágeis, torna-se mais consciente de suas brechas e aprende a lidar com elas de forma mais objetiva. Admitir, confessar, reconhecer, são palavras genuinamente cristãs. Quais são as áreas nas quais somos mais constantemente atingidos? Onde se encontra nossa vulnerabildiade? Uso da língua, administração, a forma como lidamos com os recursos financeiros, dificuldade para lidar corretamente com o sexo, descontrole das emoções, avareza, rebeldia, amargura. Bendito é aquele que, é capaz de reconhecer suas fraquezas e com humildade buscar solução para estas áreas sombrias da alma.

Saul descobre as áreas frágeis de seu reinado e começa a protegê-las, a criar estratégia para que os inimigos não mais penetrassem com tanta facidalidade quanto fazia anteriormente. Satanás sempre anda nas brechas e se nutre da força que lhe damos. Uma das palavras chaves na Bíblia é “brecha”, ela é citada cinco vezes no Antigo Testamento.

Uma delas é muito interessante:
“Era o undécimo ano de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, quando se fez a brecha na cidade”. (Jr 39.2). Logo em seguida o texto declara: “Então, entraram todos os principes do rei da Babilônia e se assentaram na porta do Meio…” (Jr 39.3).

Quando as brechas se abrem os inimigos entram.
Enquanto não fortalecermos as áreas fragilizadas, tornamo-nos alvo fácil do inimigo. O homem que vive melhor é o que identifica suas vulnerabilidades e assim, toma as precauções para que a restauração seja feita.
Um princípio que pode nos ajudar muito aqui é o da auto-análise.
Uma constante reavaliação de metas e alvos, uma compreensão clara das fraquezas e limitações. Kierkegaard, filósofo e teólogo dinarmaquês disse certa vez: “Uma vida não analisada, não é uma vida digna de ser vivida”. Quando analisamos correta e honestamente nossas vidas, somos capazes de fortalecer as áreas frágeis e trabalharmos melhor as deficiências. Somente um líder honesto admite fraquezas e acha soluções. Saul revela uma quantidade imensa de luz ao detectar estes pontos frágeis e ir em busca de uma solução para eles.

10. Forma um time competente – “Por todos os dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus; pelo que Saul, a todos os homens fortes e valentes que via, os agregava a si” (1 Sm14.52).

Saul tinha um faro para descobrir gente talentosa e de valor e trazê-las para perto de si. Toda vez que encontrava alguém com bom potencial, ele o “agregava a si”. Fazia questão de inclui-lo no seu time. Não o deixava distante, mas o trazia para seu staff.  Bons líderes são caça-talentos. Sempre procurando descobrir pessoas com bom potencial para trazê-las perto de si.

Desta forma Saul formou um time de homens fortes e valentes para trabalhar consigo. Ele não estava só, mas agregou pessoas que poderiam, de alguma forma, contribuir para o seu trabalho.


Um grande líder não caminha só, nem caminha com gente medíocre. “Delegar é a chave de governar”. Um sábio pastor, ainda no início de meu pastorado me disse: se algum dia tiver que escolher um pastor auxiliar para trabalhar contigo, escolha alguém competente”. Infelizmente muitos líderes sentem-se ameaçados de trazer para perto de si pessoas competentes, sentem-se ameaçadas por terem pessoas boas ao seu lado, e preferem caminhar sozinhos ou apenas com pessoas que jamais o questionem ou o critiquem. Tornam-se assim, líderes autoritários, solitários, que perdem o respeito de seus liderados.

Cada vez mais discute-se a necessidade de se criar um time qualificado para se alcançar os alvos desejados. Nenhum conceito contemporâneo de liderança admite a ideia de um líder solitário. O que garante a vitória de grandes empresas não são pessoas individuais, mas o conceito de time. Ministérios bem sucedidos precisam de pessoas chaves na equipe.

Jesus que conhecia princípios de administração mais do que ninguém, revelou esta  estratégia ao se concentrar em apenas 12 homens, passar-lhe toda sua visão, capacitar-lhes com sua autoridade e desafiá-los para o ministério. Seu time era de homens simples, mas profundamente engajados naquilo que faziam, a ponto de todos eles morrerem por sua fé e por seu mestre.

Conclusão

Certamente Saul exibe grandes qualidades de liderança, e adotou sábias decisões que o fizeram governar Israel por quarenta anos. Estas características marcantes de sua personalidade estamos aqui chamando de luzes.
Infelizmente Saul não se tornou conhecido pelas suas habilidades e competências tão amplamente percebidas. Ele foi engolido pelas suas sombras. Ele perdeu a referencia de Deus em sua vida, posteriormente tomaria posições profundamente questionáveis e isto o destruiu. Saul se perdeu na sua história, e é isto que trataremos no próximo sermão, quando falaremos das “sombras” da personalidade de Saul.

Jesus afirmou:
São os olhos a lâmpada do corpo. Se seus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se porém, os teus olhos forem mais, odo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6.22-23).

Que o Pai das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudanças, ilumine nossas trevas, trazendo clareza ao nosso coração, para andarmos na luz, como filhos da luz, e não nos perdermos nas trevas da nossa obscura área da alma.

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