Introdução:
Todos
os seres humanos possuem uma mescla de bem e de mal. A ficção sempre encontra a
realidade quando se coloca o médico ao lado do monstro. Mesmo o calvinismo, que
defende a tese da total depravação do homem, não nega a maravilhosa graça comum
dada por Deus ao homem, projetando nele sua imago
Dei. Por mais degenerada e decadente que seja uma determinada pessoa, ainda
assim, encontraremos nela raios da divindade. Por isto Calvino defendeu o fato
de que mesmo o homem não regenerado, é capaz de grandes obras artísticas,
literárias, poéticas e musicais, por causa desta impressão divina imputada no
ser humano desde a criação.
Outro
teólogo reformado, R. C. Sproul, afirma que, melhor que o conceito da
depravação total da raça humana, seria mais correto falarmos da corrupção
radical do ser humano. Porque quando falamos da depravação total, transmitimos
a ideia de que não há nada no ser humano que seja bom, enquanto a corrupção
total fala de que, o homem natural, sem a presença de Deus, possui na sua raiz,
a tendência para a auto glorificação e uma vida distanciada de Deus. O problema
está no fato de que tudo o que ele faz, busca a auto promoção, já que sua raiz
está contaminada. Auto-glorificação, auto-satisfação, auto-enamoramento,
auto-satisfação; auto-promoção. Sua raiz é narcisista, tudo gira em torno do
eu. Mesmo as coisas mais sagradas como dar esmolas, jejuar e orar, podem estar
contaminadas, porque o eu ocupa o centro da vida do homem.
No
campo da psicologia, fala-se da Janela Johary, que afirma que o ser humano
possui quatro áreas:
Janela
Johary:
Área
Escura:
Eu não
sei e outros não sabem
Área
Escondida:
Eu sei,
os outros não sabem
Área
obscura:
Eu não
sei, os outros não sabem
Área
iluminada:
Eu sei,
os outros sabem.
Na
área escura, existem coisas sobre as quais o ser humano desconhece sobre si
mesmo. O Profeta Jeremias afirma: “enganoso
é o coração, e demasiadamente corrupto, mais do que todas as coisas, quem o
conhecerá?” (Jr 17.9). Qual homem é capaz de conhecer seus próprios
impulsos e instintos? Freud trabalha exaustivamente este aspecto, demonstrando
que apenas através de análise, o ser humano seria capaz de lidar com este lado
inconsciente, selvagem, voraz e eventualmente auto destrutivo. Como se trata de
uma área escura, nem os outros sabem a respeito dela, nem nós mesmos. Ignoramos
por completo, nosso potencial de ira, destrutividade e humor, que tornam-se
conhecidos quando somos colocados diante de situações de alto risco e defesa,
quando dominados por nossa adrenalina, podemos revelar um alto potencial de
morte.
Na
área escondida, encontra-se aqueles impulsos que sabemos ter, mas que
sublimamos, eventualmente até
Saul
é um homem com muitas virtudes e defeitos.
Demonstra alguns sinais extraordinários de liderança: Assume o governo
de um povo numa época em que as leis não eram claras, que não havia estatutos
específicos, e que até a chegada de Samuel, um grande juiz, era uma terra de
ninguém, definida nas Escrituras pela frase que percorre o livro de Juizes: “Naqueles dias não havia rei em Israel,
cada um fazia o que queria”. Saul
tira Israel do anonimato, consolida uma monarquia, estabelece novos sistemas
legislativos e executivos e exerce, durante um bom tempo um governo estável e
seguro.
Saul
exerce uma liderança inicial com marcas de eficiência, ousadia, destemor e
dependência de Deus. Poderia ter feito um governo sólido, estabelecendo uma
monarquia que preservaria sua família naquele trono, se no meio para o fim não
começasse com tropeços e fragilidade de caráter que tornam sua liderança
danificada de forma irreversível. Destacar seus pontos positivos e negativos
pode ser um bom exercício devocional e sugere rotas para nortear a liderança do
povo de Deus, enfatizando e aprofundando marcas que muitas vezes ficam perdidas
entre os líderes, e alertando sobre as ciladas e armadilhas que o exercício da
liderança trazem em si mesmos.
I. Luzes
1. Unção secreta – (1 Sm 9.27)
A
primeira realidade maravilhosa que observamos na vida de Saul foi seu encontro pessoal
com Deus que consequentemente lhe daria ricas e profundas experiências de fé.
Samuel convida Saul para um encontro particular, sem o companheiro e ajudante
que andava ao seu lado. Ninguém deveria participar deste sublime momento. Saul
precisava estar, a sós, com Deus. E assim se fez.
“Desciam eles para a extremidade da cidade,
quando Samule disse a Saul: dize a moço que passe adiante de nós, e tu, tendo ele
passado, espera, que te farei saber a palavra de Deus”(1 1 Sm 9.27).
Saul
inicia seu reinado, recebendo a unção de óleo sobre a cabeça: “TmouSamuel um vaso de azeite, e lho derramu
sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Não te ungiu, porventura, o Senhor, por
príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1 Sm 10.1).
Este
deve ser o momento mais especial da vida de um homem. O encontro de sua alma
com Deus.
Saul
assume o governo porque Deus o chama e o confirma para isto. Não se lançou num
projeto por si mesmo. Seu chamado foi confirmado por profecia, e num momento de
profunda unção espiritual, com derramamento de óleo sobre a cabeça. Ali se
inicia o seu reinado, numa manifestação silenciosa e secreta da qual participam
apenas ele e Samuel. Seu reinado é selado com esta unção.
Esta
unção secreta diferencia da espiritualidade do barulho, do marketing, da
propaganda, da face pública. Ela se dá no silêncio, na experiência secreta com
Deus, o encontro da criatura com seu criador. É a experiência do quarto com as
portas fechadas que Jesus recomenda: “Tu,
quando orares, entra em teu quarto e orarás em secreto, e teu Pai, que te vê em
secreto, te recompensará” (Mt 6.6). É
a prática devocional que nos leva para longe dos refletores e do público mas
nos aproxima de Deus. Nos impulsiona à ler a Bíblia devocionalmente, orar com
perseverança e instância a fim de encontrar o Pai.
Certa
vez perguntaram ao famoso avivalista presbiteriano, Rev. antonio Elias, o que
era unção. Depois de refletir um pouco ele respondeu:“Uns são, outros não são”.
Em
Jo.4 vemos a mulher samartina perguntando onde é que as pessoas deveriam
adorar, se monte que os samaritanos consideravam sagrado, ou no lugar onde os
judeus criam que a presença de Deus se manifestava. Naqueles dias, havia uma
grande controvérsia teológica entre os judeus e os samaritanos a este respeito,
e Jesus responde:
“Mulher, vem a hora e já chegou, em
que os verdadeiros adoradores do pai o adorarão em espírito e em verdade,
porque são estes o que o Pai procura para seus adoradores”. (Jo 4.34).
A
unção secreta é imprescidível para aqueles que querem crescer em direção a
Deus.
2. Mudança de prioridades
A
segunda coisa que percebemos de grande clareza e luminosidade na vida de Saul,
é que seu encontro com Deus muda suas prioridades.
Saul
tinha saído de sua casa para resolver um problema relacionado às posses de seu
pai. Algumas jumentas tinham desaparecido e eles precisavam descobrir onde elas
estavam. (1 Sm 9.3). Mal sabiam eles que Deus tinha um plano muito maior para
suas vidas, porque as pistas o levaram até onde Samuel se encontrava. Ali, Saul
é surpreendido por Deus ao ouvir a estranha declaração de que ele se tornaria
rei sobre Israel. Aquele jovem, charmoso, atraente, cujas prioridades até então
deveriam estar focada nas conversas de jovens, e neste momento estava na missão
de encontrar os animais que se haviam extraviado, ouve a declaração de Samuel,
o grande juiz e profeta sobre Israel, que Deus tinha um projeto maior para sua
vida.
A
notícia recebida, transforma sua mente e seus propósitos. Ele se esquece das
jumentas e segue agora a direção de Deus. Suas preocupações passam a ser
outras, haviam coisas mais sérias com que se preocupar que gastar sua energia na
busca de animais perdidos. Seu coração começa a se voltar para outra direção. Novos
objetivos são estabelecidos para sua vida. Ele muda suas prioridades.
Nenhuma
liderança cristã será bem sucedida, se não voltar o seu coração para propósitos
maiores que suas necessidades pessoais. Quando jovens cristãos entendem que sua
missão não é apenas ser bem sucedido na sua empresa, nem granharem dinheiro,
nem manter a empresa do pai, isto provoca uma verdadeira “convulsão” na sua
agenda.
Um rapaz de nossa igreja
nos Estados Unidos estava construindo a estrutura para iniciar uma empresa
privada no Brasil. Trablhava arduamente, econimizando cada centavo que podia, separando-o,
para investir no maquinário e no material que precisava para estabelecer sua
própria companhia. Finalmente chegou a hora de começar, e ele estava pronto
para voltar ao Brasil e iniciar seu projeto. Entretanto, começou a sentir uma
forte impressão de um chamado de Deus para sua vida para deixar tudo e servi-lo
no ministério. A crise se estabeleceu profundamente: A quantiade de esforço
devotado por anos no seu projeto, preparando-se para realizer seu sonho, sente
o chamado de Deus para o pastorado.
Numa conversa comigo,
ainda confuso lhe disse: “irmão, se Deus está lhe incomodando a este ponto,
certamente ele deve ter outro alvo para sua vida, doutra sorte, isto não faria
sentido”. Ele resolveu largar todo seu projeto anterior e seguir sua vocação. Uma
prioridade maior brotou em seu curação. A prioridade do reino que estava
enchendo e desafiando o seu coração.
É
exatamente isto que acontece com Saul. Até aquele dia, sua única preocupação
era fazer a fazenda e os negócios de seu pai andar bem, ajudar na fazenda de
seu pai, mas agora outra preocupacao muito maior lhe desafia. Existe um chamado
maior que tem de ser atendido.
Na
vida cristã, precisamos entender claramente a questão da vocação, do chamado.
Muitos de nós temos profissões, e eventualmente nos esquecemos qual é a nossa
vocação. Não interessa qual seja sua profissão, seu propósito tem que ser, satisfazer aquele que o arregimentou. A
obra de Deus deve ser a maior paixão, ocupar os sonhos, ser a base da motivação
e escolha. Muitos de nós vivemos nossa vida como pagãos, nossa única paixão é o
nosso bem estar, nossos recursos, nosso salário, e Deus quer que levantemos
nossos olhos para termos uma perspectiva mais ampla e global do que Deus deseja
para nossas vidas.
3. Mudança de coração – “Sucedeu,
pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe mudou o coração,
e todos esses sinais se deram naquele mesmo dia”(1 Sm 10.9).
O
texto revela que algo na sua mente mudou, a leviandade de um moço bonito e
charmoso agora é substituído por um sonho que passa a ser uma verdadeira
obsessão: Ser o líder e libertar seu povo. Fico imaginando quantas noites
aquele rapaz ficou pensando quando começaria a se cumprir a profecia dada por
Samuel, o vidente. Seu coração é mudado!
O
problema do cristianismo é o adesismo, o proselitismo. Muitos se tornam membros
da igreja sem novo nascimento, renegeração e conversão. Sem que o coração seja
mudado a essência não muda. Ainda somos o mesmo. Por isto Jesus foi tão
enfático com Nicodemos: “Se alguém não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Jesus insistiu com aquele
líder cristão: “necessário te é nascer de
novo!”. Sem a obra generadora do Espírito Santo em nossa vida, não há mudança
de coração, as mesmas atitudes de outrora ainda estão presentes, as mesmas
inclinações da carne e do mundo ainda nos dominam.
Por
esta razão o evangelho começa com regeneração. Deus está ainteressado em mudar o nosso coração. Saul tem o privilégio
de ser tocado na sua essência pela ação do Espírito. João Batista afirma que
ele batizava com água, mas o Messias haveria de batizar com “Espírito Santo e com fogo”. Somente esta
bendita chama celestial pode nos aquecer e nos purificar. Sau tem seu coração
mudado por Deus.
Muitos
queremos levar a obra do Senhor tendo ainda o velho coração, dominado pelas
velhas inclinações carnais e paixões mundanas. Deus precisa mudar nossa natureza
para que realizemos com poder e autoridade a obra que ele deseja fazer através
de nós. Não é possível realizar a obra de Deus sem que antes sejamos tocados
por esta chama divina.
Existe
na Bíblia uma clara insistência de Deus em relação a coração do homem:
i.
“Dá-me filho meu o teu coração, e os teus olhos se
agradem dos meus caminhos”. (Pv 23.26) Nosso coração precisa ser dado a Deus
para que ele possa mudá-lo.
ii.
“Dar-vos-eis
coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o croação de
pedra e vos darei coração de carne”. (Ez.36.26). Esta é a promessa de Deus
associada à nova aliança.
Nossa
mente precisa ser transformada, precisamos de transplante de coração. Nossas
emoções e sentimentos precisam ser tocadas por Deus. A palavra conversão, vem
da palavra grega metanoia que
significa literalmente, “mudança de mente”.
Na raiz desta palavra grega, existe o termo nous (mente). Para que possamos fazer alguma significativa para
Deus é nacessário que antes ele transforme nossa mente.
Muitos
querem agradar a Deus e servi-lo, trazendo sua mente caída para a obra. Se a
fonte da motivação é a carne tudo o que fizermos vai buscar a promoção da
carne, não a glória de Deus. Mesmo que façamos, aparentemente para Deus, a
carne estará em jogo. A fonte está contaminada, porque vem da carne.
A
melhor experiência de regeneração que conheço é a de um lobo que resolve se
fantasiar de ovelha para viver como ovelha, e se junta a um rebanho fazendo-se
passar por lobo. Ele mantém um comportamento cuidadoso, porque sabe que o
pastor está perto, mas seus instintos, desejos, apetites, são de lobo. Desta
forma, ao invés de se tornar ovelha, acaba aumentando sua crise existencial e
suas tensões na alma, até que um dia, percebendo que sua natureza era bem
diferente das ovelhas, pede ao seu criador para que ele seja mudado, sua essência,
que seu eu interior seja transofrmado por Deus.
Apenas
a obra do Espírito de Deus pode nos transformar. Somente Deus é capaz de
substituir o coração de pedra por um coração de carne.
4. Experiências sobrenaturais – “Chegando eles a
Gibeá, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; o Espírito de Deus
se apossou de Saul, e ele profetizou no meio deles” (1 Sm 10.10).
Saul
é visitado poderosamente por Deus e ele tem uma experiência que vai muito além
do ordinário e do cotidiano. “O Espírito
de Deus se apossou de Saul”. Uma força poderosa invade seu corpo. Saul tem
uma experiência mística. O que aconteceu foi tão estranho e diferenciava tanto
do estilo de vida de vida de Saul que as pessoas criaram um provérbio popular
em Israel: “Está também Saul entre os
profetas?” (1 Sm 10.12).
Saul
encontra-se agora num novo momento de vida e sua alma desfruta da visitação de
Deus. Saul não se reserva nem se fecha à manifestação do Sagrado, do Espírito que
age poderosamente em sua vida.
Sempre
vivi um grande paradoxo na minha alma: Tenho sido cada vez mais pentecostal e cada
vez menos pentecostal.
Sou
cada vez mais pentecostal no sentido de crer na contemporaneidade de todos os
dons, de crer num Deus que opera milagres ainda hoje, que se manifesta de
formas sobrenaturais em nosso meio, que desmascara nossas pretensões de termos
tudo sobre controle, que se revela no meio de seu povo, com visões, profecias,
sinais, que capacita sua igreja com todos
os dons, ainda hoje.
Sou
cada vez menos pentecostal, no sentido que não suporto mais as manipulações que
se fazem em nome de Jesus, de pregadores auto centrados, que se auto intitulam
profetas, com sua profecias délficas e vagas, de auto engrandecimento auto
promoção. Cada vez sou menos paciente com pessoas que munidas de um senso
messiânico carnal, dão profecias em nome de Deus, falam que Deus falou quando
Deus estava em silêncio, que afirmam terem visto anjos e terem visões, quando
Deus nunca falou, gerando profunda crise de fé nos arraiais evangélicos do
Brasil, no meio de pessoas simples que começam a ficar confusas quando à veracidade
daquilo que é dito, porque percebem que tudo é falso, manipulativo e não se
coaduna com a grandiosidade deo evangelho.
Tais
pseudo movimentos pentecostais, tem feito um desserviço a igreja histórica.
Tenho
visto pessoas desenvolverem um receio do Sagrado, com medo de buscar a Deus por
causa dos usos, abusos e absurdos que já viram em nome de Deus. A tais pessoas gosto
de afirmar que o falso não anula o verdadeiro. O fato dos magos, através de
suas magias e prestidigitação, reproduzirem os autênticos milagres de Moisés não
significa nem invalida o elemento miraculoso efetuado por meio dos genuínos
milagres que Deus estava realizando no Egito.
Saul
é um homem de profundas experiências com Deus. Que nossa vida seja marcada
pelos sinais e maravilhas de um Deus real, que continua sendo o mesmo, agindo
poderosamente na história.
5. Ignora comentários infelizes – “Mas os
filhos de Belial disseram: Como poderá este homem salvar-nos? E o desprezaram e
não lhe trouxeram presentes. Porém Saul se fez de surdo”(1 Sm10.27).
Se
quisermos sobreviver, precisamos aprender a não dar ouvidos a todos os
comentários sobre nós. Muitas pessoas vão nos amar graciosamente. Muitos não
nos suportarão e farão críticas severas, desamorosas, e sem fundamentos.
Saul
teve que lidar com oposição no começo do seu governo. Os “filhos de Belial”, os
filhos do maligno, o desprezaram, questionaram sua capacidade de liderança,
enfraqueceram outras pessoas que o apoiavam, criaram grupos de oposição. Como
Saul reage a tudo isto? A Bíblia diz que “Saul
se fez de surdo”. Ele finge que não
ouve, faz “ouvidos de mouco”. Mouco é sinônimo de surdo.
Há
um antigo provérbio que diz: “palavras loucas, ouvidos moucos”. Saul não
valoriza as picuinhas da oposição, “ele se
faz de surdo”. É o tipo de líder que ainda que não se sinta bem com as
palavras desfavoráveis a seu respeito, não valoriza todo comentário contrário. Decidi
não gastar sua energia em tolices e gente mau resolvida.
Quem
dá ouvidos demais à oposição, começa a viver uma relação de obsessão para
provar sua inocência e competência. Portanto, uma das regras mais eficazes para
um líder bem sucedido é ter ouvido seletivo. Se pararmos demais para dar
ouvidos a todas as críticas e adversidades que enfrentamos, ficaremos
paralisados. A verdade é que todo líder é criticado. O simples fato de estar em
evidência, o coloca como alvo perfeito para o antagonismo.
O
Rev. Valder Stephen foi por muitos anos pastor em Uberlândia. Quando já estava
idoso, começou a perder a audição e não entendia muito bem o que as pessoas
falavam. Certo dia, alguém penalizado pela sua aparente surdez comentou isto
com sua esposa, que disse em tom de brincadeira: “Que nada! Na verdade ele só
ouve o que lhe interessa!”.
Quem ouve demais as críticas fica paralisado, afinal,
“sempre se ouvirão vozes em discordância, expressando oposição sem alternativa,
descobrindo o errado e nunca o certo, antevendo a escuridão em toda parte e
procurando exercer influência sem aceitar a responsabilidade”. (John F. Kennedy).
Certa feita, depois de uma belíssima apresentação
musical de um grupo de mulheres da igreja, uma das irmãs, fez um comentário
picantes e destrutivo. “É, hoje as vozes conseguiram se aparecer”. A
irmã, alvo da crítica, respondeu com graça: “Irmãzinha,
seu comentário não me edificou em nada”.
Creio que muitos de nossos problemas seriam solucionados se conseguissemos lidar com as
críticas recebidas. Se não administrarmos ficaremos desanimados, desencorajados
ou frustrados na obra de Deus. Seria bom lembrar que muitas críticas nascem do
inferno e vem direto ao nosso coração, se permitimos.
Saul consegue lidar bem com a crítica e desprezar os
comentários infelizes a seu respeito. Como conseguiu isto? “Ele se fez de surdo”.
6. Sensibilidade real pelo sofrimento do povo: “Eis que Saul
voltava do campo, atrás dos bois, e perguntou: Quem tem o povo, que chora?
Então, todos lhe referiram as palavras dos homens de Jabes” (1 Sm11.5).
O
povo de Jabes Gileade, que ficava ao Sul de Israel, estava cercado pelos amonitas,
e como Israel não tinha uma monarquia e as lideranças políticas surgiam de
tempo em tempo, de forma desordenada, não havia exército em Israel, nem alguém
que pudesse socorrê-los. Diante da situação, o povo entra em desespero. Saul
imediatamente assume a liderança e se envolve com o povo, toma as dores daquele
da pequena cidade e assume a posição de seu chamado. Toma uma junta de bois,
corta-as em pedaços e as envia aos territórios de Israel dizendo: “Assim se fará aos bois de todo aquele que
não seguir a Saul e a Samuel” (1 Sm 11.7).
Esta sensibilidade fez
toda a diferença e marcou o início do reconhecimento e o estabelecimento da
monarquia em Israel. Identificação, empatia, engajamento, sensibilidade fazem
enorme diferença num contexto de crise. Esta é uma característica luminosa da
vida de Saul: sua sensibilidade com a dor do povo de Israel.
Vivemos numa época que
nos leva a apatia e indiferença. Acostumamo-nos com, com o mal, com a miséria,
e assim, a morte se aninha em nós. Oscar Bulhole, teólogo Latino Americano afirmou
que precisamos recuperar a capacidade de indignação diante da exploração do ser
humano na América Latina. Estamos acostumados a conviver com milhares de
crianças que vivem nas ruas, com a degradação da família, com o empobrecimento
da classe trabalhadora, com a favelização das grandes cidades, e nem ao menos
isto nos dói. Nos tornamos apáticos, perdemos a sensibilidade.
A Bíblia nos diz que
Jesus chorou diante de uma Jerusalém dura de coração, dizendo: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas
e apedrejas os que foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos,
como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o
quisestes!” (Mt 23.37). Paulo também reage violentamente diante da cidade
de Atenas. “ …o seu espírito se revoltava
em face da idolatria dominante na cidade”. (At 17.16) A expressão, “se revoltava”, conforme a tradução da
septuaginta, literalmente significa que Paulo teve uma epilepsia espiritual,
uma convulsão diante da idolatria dominante da cidade.
Nossa
sensibilidade espiritual como líder, fará toda diferença na forma como vamos
liderar o povo. Pedro nos adverte a que pastoreemos o rebanho de Deus, “não por constrangimento, mas
espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade;
nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos
do rebanho”. (1 Pe 5.2,3).
Saul
demonstra sensibilidade com o sofrimento. Isto faz toda diferença. Sua empatia
firma seu reinado. Certamente ministérios aprovados possuem esta marca. Pessoas
cheias do Espírito Santo aprender a “chorar com os que choram”.
7. Ousadia – “Tomou uma junta de bois, cortou-os
em pedaços e os enviou a todos os territórios de Israel por intermédio de
mensageiros que dissessem: Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir
a Saul e Samuel. Então, caiu o temor do Senhor sobre o povo, e saíram como um
só homem” (1 Sm 11.7).
Saul
assume uma posição de alto risco.
Ele
toma uma junta de bois, a corta em partes e as envia às tribos de Israel com
uma ameaça: Quem não seguir Samuel e a Saul, verá o seu rebanho desta forma. Foi
uma manobra de alto risco. Ele não tinha ainda o apoio das pessoas. Seu pai,
Quis, era da tribo de Benjamin, e certamente foi um dos quatrocentos rapazes
que sobreviveram ao massacre que quase dizimou os descendentes desta tribo em
Israel, portanto, não era de uma tribo forte, antes uma tribo que não era muito
simpática na sua nação. Isto não impediu de assumir posição firme para assim,
proteger Israel.
Saul
associa seu nome a um líder respeitado, aproveitando o momento de solidariedade
e de dor, e o apoio que recebe de Saul, o respeitado profeta de Israel por
quarenta anos, e assume, com todos os riscos, a posição que precisava. Assume a
liderança. Em futebol afirmamos que ele chama para si a responsabilidade do
jogo.
Nenhum
líder se firma sem se posicionar, assumir posições de risco, e ser corajoso e
ousado.
Esta é outra grande luz
que podemos contemplar na vida de Saul. Sua coragem, intrepidez em fazer aquilo
que era o correto. Todo homem corre riscos, mas é muito bom ver um líder que
corre risco quando crê que tal risco procede do coração de Deus.
Certo
pesquisador de uma grande firma americana envolveu-se num projeto, orçado em 10
milhões de dólares. Depois de mais de cinco anos de pesquisa, contratando uma
equipe de grande performance e com um laboratório com instrumentos de alta
precisão, chegou à conclusão de que o seu projeto, na verdade era um fiasco.
Envergonhado, procurou o seu superior, apresentou os resultados da pesquisa,
pediu perdão pelo fracasso e ao mesmo tempo, encaminhou seu pedido de demissão,
sentindo-se culpado por ter causado um prejuízo, naquelas alturas, de mais de 7
milhões de dólares. Ao pedir demissão, ouviu de seu superior a seguinte
afirmação: “demiti-lo? Justamente agora que você é um funcionário que já me
custou mais de 7 milhões de dólares?
Todas
empresas de ponta trabalham com pesquisas de risco. Grandes laboratórios,
empresas de tecnologia precisam continuar a fazer pesquisas, desenvolver e
testar novos produtos. Assim acontece
com todo projeto no reino de Deus.
Em
1994, quando cheguei à América, para trabalhar como plantador de igreja, meu
coordenador de missão me afirmou: “Plantar igrejas é um projeto de risco!”. E
me citou uma frase muito usado naquela denominação e que mais tarde descobri que seu
autor foi Edmund Haggai: “Sonhe coisas tão grandes para Deus, que se Ele não
estiver presente, o resultado será um fracasso”.
Muitos
de nos não corremos risco por medo de fracasso. O problema é que “o medo de
perder não deixa a gente ganhar” (Provérbio japonês). Aqui vemos Saul correndo
um grande risco, para estabelecer e fundamentar o seu chamado. Esta é, sem
dúvida, uma de suas grandes luzes.
8. Sabedoria para discernir entre bons e maus conselhos – “Então, disse
o povo a Samuel: Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre nós? Trazei-os
para aqui, para que o matemos. Porém Saul disse: Hoje ninguém será morto,
porque no dia de hoje, o Senhor salvou a Israel” (1 Sm 11.12,13).
Saul
levou um grupo significativo de homens a Jabes Gileade, e sua liderança foi bem
sucedida. Depois de muitos anos de opressão, eles obtiveram vitória sobre os
amonitas, e assim Saul volta vitorioso e confiante com seu pequeno exército.
Muitos
o haviam criticado e desprezado. Agora, tendo o poder na mão, seus aliados
sugeriram que ele matasse seus opositores e críticos. O que fez Saul? Rejeitou
a proposta. Se naquele momento ele tivesse ouvido os conselhos que lhe deram,
já começaria seu reinado com forte oposição. Sua atitude sábia o livra de uma
armadilha.
Ao
tomar atitudes de risco, Saul despertou a crítica e a oposição. O caminho mais
curto parecia ser agir como faziam os reis naqueles dias: Destruir a oposição.
Saul porém, tem capacidade de perceber o perigo de seguir por esta via,
consegue desfazer-se destes conselhos e assumir sua liderança com sua intuição
particular, esquivando-se de uma oposição perigosa. Líderes recebem muitas
sugestões, conselhos e ouvem muitos comentários, no entanto, precisam saber
selecionar aqueles que realmente são interessantes e desprezar aqueles que
poderão destruí-lo.
Infelizmente
temos muita facilidade em ouvir quem não deveria ser ouvido, e deixar de ouvir quem
precisa ser ouvidos. Erramos assim, duplamente.
Um
dos exemplos mais marcantes na Bíblia encotnramos na vida de Roboão, sucessor
de Salomão. Ele assumiu um reino à beira da ruína por causa do excesso de luxo
e da excentricidade de seu Pai. Uma das primeiras medidas dos conselheiros foi
advertir Roboão que o povo estava no limite de saturação com o excesso de impostos,
e que ele deveria dar alívio fiscal para seus súditos. Depois de ouvir os
anciãos, cercado de amigos jovens e despreparados, criados na corte com ele, e
que não conheciam a dor do povo simples, ouviu coisas completamente diferente
de seus conselheiros, e resolveu fazer o que os jovens propuseram.
Sua
resposta aos anseios do povo foi politicamente incorreta e economicamente
inviável: “Meu dedo mínimo é mais grosso
do que os lombos de meu pai” (2 Cr 10.10). O resultado foi uma dolorida divisão, para
sempre, do Reino de Israel (reino do Sul, cuja capital era Jerusalém), com o Reino
do Norte (Efraim), tendo Samaria como a capital do novo governo. Dez tribos
seguiram a Jeroboão.
Outro
exemplo importantíssimo que temos na Bíblia sobre conselhos que não deveriam
ser ouvidso foi o incesto de Amnon e Tamar. Antes de praticar aquela
barbaridade em Israel, Amnom conversa com seu primo, Jonadabe, e a sugestão que
ele acata o levou à morte dois anos depois, causando subsequentemente uma grave
crise política em Israel. Amnon desgraçou a vida de sua irmã quando a estuprou,
e por isto também perdeu o direito de ser o sucessor ao trono de Israel.
Se
quisermos ter vida bem sucedida, precisamos tomar muito cuidado com os conselhos
que recebemos. Devemos filtrá-los à luz da Palavra de Deus, com atitude de
quebrantamento e oração. Bons conselhos podem nos livrar do inferno, mas
conselhos sussurrados ao nosso ouvido por uma pessoa usada pelo diabo, pode nos
levar à ruína e destruição. Nunca podemos nos esquecer dos conselhos da
serpente e do diálogo que ela teve com Eva antes da queda da raça humana. As
sugestões e comentários feitos pela serpente foram decisivos para a queda da
raça humana.
Gosto
muito de um ditado que diz: “Daqui 5 anos, você será o mesmo que você é hoje, a
não ser pelos livros que você ler e pelos amigos que você tiver”. A quem você
tem dado ouvido nestes dias? Quais as sugestões através de músicas, das mídias
sociais, dos programas de TV, você tem recebido. Posso lhe garantir, que se
você tem ouvido maus conselhos, e se eles estão te atraindo, certamente você
seguirá inexoravelmente o rumo do pecado e do distanciamento de Deus.
9. Fortalece as áreas mais frágeis- “Escolheu para
si três mil homens de Israel, estavam com Saul em Micmás e na região montanhosa
de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamin, e despediu o resto do
povo, cada um para sua casa” (1 Sm13.2);
Saul
percebe as áreas fronteiriças de Israel mais facilmente atingidas pelos
inimigos e fortalece estas áreas estabelecendo bases militares em áreas
estratégicas. Ao fazer isto, cria uma estratégia de ação que torna mais
eficiente seu trabalho. Um líder eficiente procura descobrir as áreas em que é
mais frágil, e as fortalece criando bases de ação para que tais brechas sejam blindadas.
Se
quisermos obter vitória em nossas vida, precisamos proteger as áreas frágeis da
vida. Isto se aplica às nossas vidas. Todos nós possuímos áreas mais expostas
aos ataques e condicionamentos malignos. Alguns são mais suscetíveis ao medo,
outros ao orgulho, inveja, ira, variações de humor, depressão, ansiedade,
luxúria, gula. É fundamental discernir onde se encontram as áreas frágeis. Isto
pode ser uma benção para nossas vidas. Ignorá-las, em contrapartida, pode ser
fatal.
Quais são nossas
brechas? A solução para superarmos estas deficiências é a a confissão, o
reconhecimento e a honesta confrontação,. Ninguém é curado sem que sinta
necessidade de cura. Talvez seja por isto que Jesus faz algumas perguntas nos
Evangelhos que parecem não ter sentido. Ao cego pergunta: “ Que queres que eu te faça?” Ao paralítico de Betesda pergunta: “Queres ser curado?” Todas estas duas perguntas parecem óbvias
demais. Se fôssemos um destes enfermos, o que responderíamos? Por que Jesus
pergunta? A única razão lógica é que jesus queria que as pessoas reconhecessem
suas limtiações e as admitisse abertamente, para serem tocadas.
Quem
admite falhas, reconhece suas áreas frágeis, torna-se mais consciente de suas
brechas e aprende a lidar com elas de forma mais objetiva. Admitir, confessar,
reconhecer, são palavras genuinamente cristãs. Quais são as áreas nas quais
somos mais constantemente atingidos? Onde se encontra nossa vulnerabildiade?
Uso da língua, administração, a forma como lidamos com os recursos financeiros,
dificuldade para lidar corretamente com o sexo, descontrole das emoções,
avareza, rebeldia, amargura. Bendito é aquele que, é capaz de reconhecer suas fraquezas
e com humildade buscar solução para estas áreas sombrias da alma.
Saul descobre as áreas
frágeis de seu reinado e começa a protegê-las, a criar estratégia para que os
inimigos não mais penetrassem com tanta facidalidade quanto fazia
anteriormente. Satanás sempre anda nas brechas e se nutre da força que lhe
damos. Uma das palavras chaves na Bíblia é “brecha”, ela é citada cinco vezes
no Antigo Testamento.
Uma delas é muito
interessante:
“Era o undécimo ano de Zedequias, no
quarto mês, aos nove do mês, quando se fez a brecha na cidade”. (Jr 39.2). Logo em seguida o texto declara: “Então, entraram todos os principes do rei
da Babilônia e se assentaram na porta do Meio…” (Jr 39.3).
Quando
as brechas se abrem os inimigos entram.
Enquanto
não fortalecermos as áreas fragilizadas, tornamo-nos alvo fácil do inimigo. O
homem que vive melhor é o que identifica suas vulnerabilidades e assim, toma as
precauções para que a restauração seja feita.
Um
princípio que pode nos ajudar muito aqui é o da auto-análise.
Uma
constante reavaliação de metas e alvos, uma compreensão clara das fraquezas e
limitações. Kierkegaard, filósofo e teólogo dinarmaquês disse certa vez: “Uma
vida não analisada, não é uma vida digna de ser vivida”. Quando analisamos
correta e honestamente nossas vidas, somos capazes de fortalecer as áreas frágeis
e trabalharmos melhor as deficiências. Somente um líder honesto admite
fraquezas e acha soluções. Saul revela uma quantidade imensa de luz ao detectar
estes pontos frágeis e ir em busca de uma solução para eles.
10. Forma um time competente – “Por todos os
dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus; pelo que Saul, a todos os
homens fortes e valentes que via, os agregava a si” (1 Sm14.52).
Saul
tinha um faro para descobrir gente talentosa e de valor e trazê-las para perto
de si. Toda vez que encontrava alguém com bom potencial, ele o “agregava a si”.
Fazia questão de inclui-lo no seu time. Não o deixava distante, mas o trazia
para seu staff. Bons líderes são
caça-talentos. Sempre procurando descobrir pessoas com bom potencial para
trazê-las perto de si.
Desta forma Saul formou um time de
homens fortes e valentes para trabalhar consigo. Ele não estava só, mas agregou
pessoas que poderiam, de alguma forma, contribuir para o seu trabalho.
Um grande líder não
caminha só, nem caminha com gente medíocre. “Delegar é a chave de governar”. Um
sábio pastor, ainda no início de meu pastorado me disse: se algum dia tiver que
escolher um pastor auxiliar para trabalhar contigo, escolha alguém competente”.
Infelizmente muitos líderes sentem-se ameaçados de trazer para perto de si
pessoas competentes, sentem-se ameaçadas por terem pessoas boas ao seu lado, e
preferem caminhar sozinhos ou apenas com pessoas que jamais o questionem ou o
critiquem. Tornam-se assim, líderes autoritários, solitários, que perdem o
respeito de seus liderados.
Cada vez mais
discute-se a necessidade de se criar um time qualificado para se alcançar os alvos
desejados. Nenhum conceito contemporâneo de liderança admite a ideia de um
líder solitário. O que garante a vitória de grandes empresas não são pessoas
individuais, mas o conceito de time. Ministérios bem sucedidos precisam de
pessoas chaves na equipe.
Jesus que conhecia
princípios de administração mais do que ninguém, revelou esta estratégia ao se concentrar em apenas 12
homens, passar-lhe toda sua visão, capacitar-lhes com sua autoridade e
desafiá-los para o ministério. Seu time era de homens simples, mas
profundamente engajados naquilo que faziam, a ponto de todos eles morrerem por
sua fé e por seu mestre.
Conclusão
Certamente
Saul exibe grandes qualidades de liderança, e adotou sábias decisões que o
fizeram governar Israel por quarenta anos. Estas características marcantes de
sua personalidade estamos aqui chamando de luzes.
Infelizmente
Saul não se tornou conhecido pelas suas habilidades e competências tão
amplamente percebidas. Ele foi engolido pelas suas sombras. Ele perdeu a
referencia de Deus em sua vida, posteriormente tomaria posições profundamente
questionáveis e isto o destruiu. Saul se perdeu na sua história, e é isto que
trataremos no próximo sermão, quando falaremos das “sombras” da personalidade
de Saul.
Jesus
afirmou:
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se seus
olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se porém, os teus olhos forem
mais, odo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam
trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6.22-23).
Que
o Pai das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudanças, ilumine nossas
trevas, trazendo clareza ao nosso coração, para andarmos na luz, como filhos da
luz, e não nos perdermos nas trevas da nossa obscura área da alma.
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