Introdução
Muitos já sofreram por se envolverem em pactos, alianças e parcerias com pessoas erradas e com negociações mal analisadas. O resultado é muito sofrimento.
Por isto a recomendação da Bíblia é séria e grave: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (2 Co 6.14-17).
A ideia é de que não é possível compartilhar uma canga com alguém cuja filosofia de vida, convicção e valores seja completamente diferente do evangelho. Apesar disto, muitos insistem em alianças com pessoas que resistem a andarem com Deus.
Uma aliança deve ser considerada com todas as suas implicações.
§ A Bíblia é um livro de alianças.
§ O Deus da Bíblia é o Deus dos pactos
§ Van Groninken afirma que a palavra mais bíblica é “aliança”.
O primeiro pacto, das obras, foi feito de Deus com Adão. Como sabemos, Adão quebrou o pacto.
O segundo pacto é o da graça:
Todo o AT encontra-se debaixo da graça. Os homens do AT são salvos através da da graça. A promessa foi dada a Abraão (Gl 3.16). Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado para justiça (Gn 15.6). A lei foi dada apenas para impedir o avanço do mal, era uma forma restritiva. A Lei não foi uma aliança, conforme Gl 3.19.
Deus leva a sério nossos pactos:
Ec 5.4-5: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras.”
Votos importantes:
1. Voto de batismo: Nossa confissão de fé é algo séria. Declaramos nossa compreensão do que Cristo fez por nossas vidas, de que cremos na autoridade das escrituras sagradas, na
A Confissão de Fé de Westminster diz: “Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.
Rm. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.
II. Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.
Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.”
(CFW cap 27 & 3,4).
2. Os votos do batismo infantil: feitos pelos pais ao apresentarem seus filhos a Deus é um atitude séria. Os pais são representantes espirituais dos filhos diante de Deus. Isto é ao mesmo tempo um grande privilégio, (lembrar que nossos filhos pertencem a Deus, herança bendita do Senhor). E também grande responsabilidade. Fazemos votos pelos nossos filhos. Oramos por eles, e os entregamos a Deus. Grande privilégio e responsabilidade!
3. Votos do casamento. Da mesma forma podemos colocar os votos do casamento. Em Ml 2.14 Deus afirma: “E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.” (Ml 2.14).
Precisamos estar muito atento aos votos que fazemos. Deus é testemunha destes votos. Votos espirituais são sempre muito importantes, são formas de selos, são pactos.
Josué 9
Considerando a seriedade dos votos é que nos aproximamos de Josué 9
O povo de Israel foi enredado pelos gibeonitas. Quando o povo estava entrando na terra prometida, eles ficaram com medo de Israel e criaram um estratagema, para que assim Israel fizesse aliança com eles, e não fizessem guerra. Israel foi iludido, trapaceado, enganado.
Não é assim que tantas vezes acontece conosco? Fazemos alianças levianas, não consideramos as implicações e quando vemos, estamos enredados por contratos, assinaturas ou compromissos verbais que fazemos. Somos presos pela nossa ingenuidade.
Quais erros o povo de Deus cometeu?
A. Israel não consultou o Senhor – Js 9.14
Alianças precisam ser feitas com temor, prudência, entendimento. Pense bem antes de se comprometer. É isto mesmo que devemos fazer?
Pense na aliança do batismo dos filhos. Realmente estamos preparados para fazer tais votos diante de Deus?
Certa vez um casal me procurou para batizar seus filhos. Eles eram membros da igreja, mas estavam bem afastados. Quando conversei com eles, disse que ao apresentarem seus filhos deveriam fazer votos sérios diante de Deus, se comprometendo a trazer seus filhos à igreja, orar com eles e por eles, e eu achava que eles não estavam preparados para fazer tais votos. Disse-lhes que se eles começassem a frequentar a igreja, e então eu faria o batismo de seus filhos. Eles se comprometerem a participar da igreja e disseram que poderíamos fazer o batismo que eles queriam retornar à igreja. Eu batizei seus filhos alguns domingos depois, e creio que esta foi a última vez que os vi na igreja. Eles nunca mais apareceram. O voto deles não foi cumprido. Quão sério é esta atitude...
Certa vez um colega de ministério encorajou um casal da igreja a se casar, já que eles queriam se tornar membros da igreja. O casamento foi feito, a igreja se envolveu, se casaram, e depois de uma semana se separaram, apesar de todos os votos que haviam feito. O pastor me compartilhou com sofrimento: “Me senti participando de uma farsa...”
Se você vai fazer uma aliança, ore ao Senhor. Pergunte a si mesmo se você quer realmente fazer tal voto, se quer fazer tal compromisso entenda o que você está fazendo. Não faça votos de tolos.
B. Israel não avaliou as informações
O texto bíblico diz: “Os Gibeonitas usaram de estratagema” (Js 9.4).
Um estratagema é artimanha, com informações mentirosas. “Eles vieram a Josué em Gilgal e disseram aos homens de Israel: viemos de um país muito distante e queremos que vocês fazem um acordo conosco” (The Messenger). “ (Js 9.6).
O povo de Deus assinou o contrato...
São negócios feito às escuras...
Nos EUA, há uma clássica recomendação: “Não faça negócios sem consultar um advogado e um contador”, isto é, precisamos de nos cercar de informações corretas, coletar os dados daquilo que nos dizem. Uma expressão no mundo de negócios diz: “show me the numbers”.
A mesma coisa deve ser feita em relação ao casamento.
Ninguém sabe realmente quem é o outro até passar a morar junto, mas alguns sinais são dados. Alguém afirmou que para se conhecer é necessário comer primeiro um saco de sal, juntos. Entretanto, podemos ver indícios: como esta pessoa lida com sua fé, suas convicções, valores. Como se relaciona com a ética, com dinheiro e trabalho, como trata sua família.
Eis alguns passos que podem orientar:
i. Veja como é o compromisso desta pessoa com Cristo. “Venha devagar e veja quanta coisa boa há em mim, ou venha depressa e eu saberei quantas ruins há em você”. Seu discipulado é serio com Cristo? Esta pessoa ama de fato a Jesus?
ii. Veja como esta pessoa lida em situações provocativas...
a. Ira
b. Agressividade
c. Mau humor
iii. Veja como esta pessoa lida com a família
a. Tratamento pais, irmãos, amigos.
b. Respeito aos pais
iv. Veja quais são seus valores. Quando lida com dinheiro, contratos, sexualidade, negócios.
Israel recebeu de forma ingênua as informações que vieram dos gibeonitas. O povo de Israel já tinha, desde aquela época, um bom serviço de espionagem. Por que, então, não fizeram uma pesquisa para saber qual era a realidade, se as informações eram autenticas e confiáveis?
C. Israel colocou o nome do Senhor no negócio, sem avaliar os perigos – Js 9.9 “Nós lhe juramos pelo Deus de Israel”.
A recomendação de Jesus no sermão da montanha
“Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.”( Mt 5.33-37).
Não coloque o nome de Deus em transações suspeitas e mal planejadas. O Terceiro mandamento nos adverte: “Não tomarás o nome do teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”(Ex 20.7). Muitos estão comprometendo o nome de Deus.
Na sociedade moderna o nome de Deus tem pouco valor. Já viram o juramento solene de posse da presidência dos EUA? As pessoas eleitas colocam a mão sobre a bíblia. Será que este gesto tem algum valor real? Eles consideram seriamente o que fazem? Por que os antigos faziam isto? Porque o nome de Deus era sério, não dava para brincar...
Resultados de alianças mal avaliadas. Os judeus não puderam ocupar plenamente a terra. Ficaram sempre presos aos votos que fizeram. Os gibeonitas sempre estariam no meio do povo de Deus, impedindo o avanço e a plena realização da tarefa que lhes havia sido dada por Deus.
“Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento. Ao cabo de três dias, depois de terem feito a aliança com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles.” (Js 9.15,16).
...“ao cabo de três dias...” Seria tão fácil avaliarem melhor e mais cuidadosamente, mas não o fizeram. (Js 9.16). A Bíblia afirma: “”Os simples passam à frente e sofrem a pena. Os prudentes veem o mal e se esquivam”. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém...Um pacto mal feito sempre traz dor de cabeça.
Casamentos desfeitos: separação, bens acusações, luta pelos filhos
Sociedades rompidas: papelada, cartório, juiz, protestos, ações ajuizadas.
Não faça alianças
- Sem considerar o Senhor
- Sem olhar cuidadosamente
- Comprometendo por juramento o santo nome do Senhor.
Conclusão:
A grande aliança
A grande e indispensável aliança, a perfeita aliança, o pacto do qual não precisamos suspeitar encontra-se por toda parte nas Sagradas Escrituras. Todos os votos, juramentos, alianças VT, são sinais acerca de Cristo, apontam para Jesus.
Quando ele estava na cruz, uma das afirmações foi feita: Tudo está pago! Jesus honrou o contrato feito com o Pai. A dívida foi paga! Os teólogos chamam isto de pacto da redenção, feito na eternidade, não entre Deus e os homens (que falharam), mas no conselho trinitário. Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus morre em lugar dos pecadores. Esta é uma aliança com implicações eternas.
Rejeitar esta aliança feita no conselho trinitário, é rejeitar a oferta de Deus que nos é feita por meio de Cristo. tem implicações espirituais eternas. Deus nos convida para uma aliança de sangue, um pacto de amor, de relacionamento.
“é meu, somente meu, todo trabalho...
e teu trabalho é descansar em mim”.
Nossa parte no acordo? Aceitar a oferta do Pai, feita por meio de Cristo.
Rejeitar esta aliança é fatal
“O julgamento de Deus é este: que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” (Jo 3.19).
“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (Jo 3.36).
Fazemos tantas alianças sem considerar as implicações dos votos assumidos. Da mesma forma, podemos deixar de aceitar o pacto mais radical e eterno que foi feito por Deus a nosso favor. Assuma este pacto, receba-o! Viva nele! Este pacto traz vida, alegria e salvação.
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