Introdução
Um dos grandes segredos da felicidade é aprender a lidar positivamente com as experiências pessoais. Jesus foi muito enfático e direto quando falou da dura realidade da vida: “No mundo passais por aflição; tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Esta declaração de Cristo é uma forma realista de nos alertar para o fato de que, ou lidamos de forma madura com a vida, ou seremos engolidos pelas decepções e frustrações que vivemos. Paulo afirmou: “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar em situação de abundância como de necessidade”. Ele coloca sua vida em termos de aprendizado. “Aprendi”. Não como algo natural, mas uma forma de ir descobrindo a vida.
O Salmo 137 é um dos salmos mais complicados da Bíblia, porque ele é um dos salmos imprecatórios. Sua linguagem choca! Veja a declaração que ele faz no vs. 8-9. “Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste. Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”. Definitivamente não é uma oração muito piedosa... mas raivosa, amargurada e vingativa. É um desejo dramático de uma alma que sofre de forma violenta toda a agressão sofrida pelos tiranos da Babilônia e torce para que seus filhos sejam impiedosamente massacrados.
Alguns textos da Bíblia usam uma metodologia por contraste, e o Salmo 137 se aplica exatamente neste caso. O que está escrito neste Salmo nos ensina sobre “o que não fazer”, assim como não devemos imitar determinados comportamentos de homens da Bíblia, mas aprender a fazer o contrário. Este é o caso de Abraão, o patriarca da fé judaica, cristã e islâmica mentindo sobre sua mulher para salvar a própria pele. Não devemos mentir contra nossas esposas como ele o faz, pelo contrário, devemos recusar tais atitudes. Ou mesmo Davi, o homem segundo o coração de Deus, que adulterou e ainda mandou matar o marido traído. Isto não é para ser imitado, mas nos serve de exemplo sobre “o que não fazer”.
O Salmo 137 nos ensina, por contraste, como devemos interpretar a vida. A reação do povo de Deus exilado, traz a pedagogia sobre o que não se deve fazer. Precisamos aprender a olhar para a vida com determinadas lentes, opostas ao que vemos no Salmo 137. Vejamos alguns exemplos, por contraste, neste livro.
1. Não transforme sua dor em algo perene.
O que vemos neste texto?
O povo de Israel estava exilado na Babilônia, foram dias terríveis, de luto, de grandes perdas. O povo de Deus fora massacrado impiedosamente na guerra. Toda forma de violência havia sido praticado contra Israel.
Ao chegarem na terra do exilio, os filhos da Babilônia viram que alguns judeus tocavam instrumentos, aliás, alguns deles tinham até conseguido levar suas harpas. E agora, eles querem ouvir as músicas de Sião e pedem aos exilados que cantem. Qual foi a resposta?
“Juntos aos rios da Babilônia, nos assentávamos e chorávamos.
Então os filhos da Babilônia nos pediam. Cante-nos alguns dos cânticos de Sião.
Como cantaremos em terra estranha?”
Os anos iam se passando, e eles não tocavam mais seus instrumentos. A dor deles se tornou incurável, não conseguiam mais celebrar.
-“A importância do luto”
Muitas vezes percebo pessoas que não conseguem superar o luto e as perdas. A Bíblia não é um livro romântico, que ignora a dor e vive uma espécie de negacionista. A dor é uma realidade. É importante aprender a chorar com os que choram. A Bíblia nunca diz para não chorarmos a perda de entes queridos, mas nos pede que, por causa da nossa comunhão com Deus, “não nos entristeçais como os demais que não tem esperança.” (1 Ts 4.13).
O luto tem o seu lugar. “Há tempo de chorar!”, e podemos até ver algo mais profundo ainda: É necessário chorar! O problema não é termos lágrimas e tristeza, elas são importantes no processo de terapia, negar a dor não é algo saudável nem bíblico. O problema é de intensidade: Entrar na tristeza e viver naquilo que “João Bunyan, em o Peregrino, chama de “O pântano da tristeza”, que é uma das armas do diabo.
O grande desafio, portanto, é não permitir que a dor seja algo incurável, quando a vida passa a girar em torno da dor. Desta forma deixamos de viver. Lembro-me de uma experiência que tive com uma irmã querida, cujo irmão morreu subitamente. Ele era seu amigo e confidente. Todos os dias ele passava na sua casa para tomar café da manhã e conversar com ela, e agora morrera abruptamente. Os dias foram passando, meses após meses, e um dia seu filho, preocupado com o estado emocional de sua mãe, me pediu se eu poderia conversar com ela. Ela era uma mulher muito inteligente, me contou toda a história e disse que não estava sabendo como faria para superar a dor. Sem saber muito o que dizer, orando em espírito, uma frase veio à minha mente, e eu a disse quase irrefletidamente: “Deixe o seu irmão morrer em paz!”.
Ela ficou balbuciando aquela frase e finalmente me disse: “É isto mesmo que eu preciso fazer...”
Quando nosso sofrimento é incurável, nós morremos juntos. A dor não tratada é ferida aberta. Li uma frase recentemente que dizia: “Ferida fechada e curada é ministério aberto”. Isto é, só seremos capazes de realizar o ministério que Deus nos deu, se nossa ferida for tratada, se a dor for superada, se as lágrimas secarem. Além do mais, a dor pode se transformar em mera dor e eventualmente se tornar idolátrica. A dor perene pode estar associado a culpa, quando achamos que não fizemos o que deveríamos ter feito, ou que não cuidamos o bastante. Deixe-me dizer a você que se sente culpado (a): Tragédias infelizmente acontecem. De forma gratuita, inesperada, chocante. Mas tome cuidado para não se transformar em alguém vitimizado, achando que não pode mais ter direito à alegria e à felicidade, porque alguém, ou algo muito especial desapareceu.
Não transforme sua dor em algo perene como fizeram os judeus na Babilônia. Não deixe as harpas penduradas no salgueiro...
2. Não deixe de louvor o nome do Senhor
O que os babilônios estavam pedindo? Que eles cantassem os cânticos de Sião. O que diziam estes cânticos? Eram louvores a Deus. O centro destas músicas era adoração, falavam de Deus, de seu poder, das maravilhas e dos milagres. Mas os judeus agora se recusavam a cantar a Deus.
A Bíblia nos afirma que quando Deus escolheu e elegeu um povo para com ele fazer um pacto eterno, era para que este povo desse glória a seu nome. “Ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor” (Is 43.7,21). Deus nos salvou para anunciar suas maravilhas. Em 1 Pe 2.9 lemos: “Vós sois nação santa, sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos tirou das trevas para sua maravilhosa luz”.
Deus nos criou para darmos glória ao seu nome!
Entretanto, o povo de Deus exilado se recusa a fazer aquilo que era a razão de seu chamado e de sua existência. Dar louvor a Deus.
Quando olhamos na Bíblia, vemos como o povo de Deus aprendeu a cantar diante da aflição e dor. É assim que vemos Paulo e Silas, cantando louvores a Deus na prisão em Filipos, depois de terem sido açoitados em praça pública. Nós sabemos o efeito daquele louvor na prisão. Todo ambiente foi envolvido numa esfera de graça e manifestação do poder de Deus.
Precisamos louvar porque o louvor liberta e transforma.
Davi era um músico jovem e talentoso, por isto foi levado para o palácio para tocar sua harpa quando o enlouquecido e possesso rei Saul, tinha suas crises psiquiátricas e espirituais. Quando Davi dedilhava sua harpa, o espirito maligno saia de Saul (1 Sm 16.14-23).
Fui pastor de uma jovem casada que contraiu um câncer agressivo e sofria muito nas crises mais agudas. Por mais que fosse medicada, a dor ainda estava presente, e ela então aprendeu a lidar com aquela dor. O que ela fazia? Ela deixava seu marido, levantava-se, ia para a sala da casa, orar e cantar. No meio da dor. O testemunho dela nos marcou para sempre. Ela nos disse que nestas horas ela era visitada por uma graça tão sobrenatural, que vinha sobre o seu corpo e a invadia de uma forma absolutamente transcendental. Era a visitação do Espírito Santo sobre sua vida.
O louvor também serve para testemunhar a graça de Deus
Quantas pessoas já se converteram ouvindo uma música cristã? A música tem o poder de tocar o coração e levar as pessoas em direção a Deus. Tem o poder de revelar a mensagem do evangelho e trazer salvação. Os babilônios pedem para que o povo de Deus cante, mas o povo se recusa a cantar. Que oportunidade perderam de anunciar a glória do Deus de Sião.
Muitas pessoas já se converteram ao ouvir os louvores. Muitas vezes somos profundamente envolvidos na graça de Deus quando nos derramamos diante do Senhor. Pecadores podem ser atraídos a Jesus, quando a igreja canta com unção e adoração genuína.
3. Entenda sua necessidade de arrependimento.
Qual era a causa de estarem naquela situação? Os profetas estavam anunciando o juízo de Deus sobre seu povo, por terem abandonado o Senhor. Jeremias é chamado de “o profeta chorão”, e seu choro tinha a ver com incapacidade do povo de um retorno legitimo a Deus. O povo de Israel não percebia seu próprio pecado.
Agora, vivendo na Babilônia, também não percebemos qualquer capacidade de ver suas próprias falhas. Eles são capazes de julgar a barbárie da Babilônia, de alimentar raiva pelo que sofriam, mas não estavam entendendo que eles estavam sendo julgados pela recusa em voltar ao Senhor de todo o coração, como tantas vezes os profetas pediam que fizessem.
O povo de Deus no exilio, julgava os babilônios, mas não julgavam seus próprios pecados. Se você deseja interpretar bem sua história, olhe sempre para sua vida com confissão, arrependimento, retorno a Deus. Pare de acusar os outros sem considerar sua própria situação. Apenas a confissão é capaz de realinhar nosso coração ao coração de Deus, e nos fazer voltar para o Senhor para sermos curados.
4. Não institucionalize o Sagrado
Esta é uma forma muito comum e trágica de limitar Deus. Os exilados entenderam equivocadamente que o culto a Deus só poderia acontecer em lugar: Em Jerusalém. “Como haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?” (Sl 137.4)
Para eles, louvar a Deus na Babilônia seria sacrilégio.
A sua fé estava condicionada a um lugar: Jerusalém: “Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém”... (Sl 137.5). Eles podiam ter saudade de Jerusalém, mas não precisavam deixar de cantar a Deus porque estavam distante de sua terra. Deus pode ser adorado em qualquer lugar. Por causa da visão de um lugar sagrado, eles desenvolveram uma fé institucional, não pessoal. Não conseguiam entender que Deus estava acima de um lugar, por isto não falam de Deus, mas da terra. Esqueceram que Deus estava em todo lugar. Se apegaram à institucionalização de sua religiosidade e viveram em torno disto.
É fácil sacralizar lugares, objetos e reduzir Deus a estas coisas. Organizações e instituições são meios e não fins. Não sem razão, muitas pessoas transformam templos em lugares sagrados, mas não transformam suas vidas em verdadeiros templos do Espírito Santo. Muitos fazem da igreja, que é um movimento de Deus, um museu, um mero monumento. Outros dão tanta ênfase à denominação, que parece que o milagre só pode ser encontrado no templo sagrado, e não em Deus. Quando agimos assim, transformamos estruturas em algo mais importante que pessoas.
Esta tentação de confinar Deus a um local, foi o que levou o próprio Deus a questionar a atitude de Davi em construir um templo. Quando Davi comunicou sua intenção ao profeta Natã, a resposta de Deus foi esta:
“Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ás tu casa para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas tenho andado em tenda, em tabernáculo. Em todo lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei, acaso, alguma palavra com qualquer das suas tribos, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro?” (2 Sm 7.5-7).
Deus não estava interessado em ter um “local sagrado”. Ao contrário do templo, Deus deu uma arca ao seu povo. Ela tinha argolas do lado, onde se colocavam dois longos varais, e podia ser transportada de um local para outro sempre que necessário. Deus não estava confinado a um lugar. A arca trazia a ideia de movimento. Podia estar em qualquer lugar. O templo traz ideia de monumento, por isto facilmente se transforma em museu.
“Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso?” (At 7.48,49).
Deus não está limitado nem preso a um local, a uma estrutura. Historicamente os suntuosos templos se tornaram centros de idolatria e de romaria. Deus nunca esteve interessado nisto. Nem no Templo de Salomão, nem no Templo de Roma, nem na Catedral da fé, muito menos na réplica do templo de Salomão em São Paulo. Deus habita em pessoas. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.”(1 Co 3.16,17). O local da habitação de Deus somos nós, e onde estiver o povo de Deus, ali estará a presença de Deus.
O que aconteceu com os israelitas deportados e distanciados da sua terra e do local de seu culto? Exilados, seus algozes lhes pediram que cantassem, e eles afirmaram: “como haveríamos de cantar o canto do Senhor em terras estranhas?” (Sl 137.4). Como poderemos cultuar a Deus se não podemos ir à casa do Senhor?
5. Não transforme Deus em parceiro da vingança. “Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste. Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”(Sl 137.8,9).
O povo exilado, erroneamente começou a acreditar que Deus seria glorificado se destruíssem os babilônios, e preferencialmente, de forma cruel, tomando seus pequenos filhos e esmagando-os contra a pedra. Este é o fundamento da Jihad islâmica. Nesta visão distorcida, quem destrói o ímpio ou pratica atos terroristas destruindo vidas em nome de Alah, recebe galardão no céu. Será que estamos longe disto?
Quantas vezes não amamos os ímpios, mas os hostilizamos? Basta pensarem diferente de nós, teologicamente, ou que tenham religiões diferentes ou até mesmo ideologias politicas, e já estamos achando que são do diabo porque sua visão não está alinhada à nossa. Temos dificuldade de amar os diferentes. Encontramos grande problema em ser amigo de pecadores. E achamos ainda que nosso ódio ou distanciamento, glorifica a Deus e que ele é nosso parceiro na indiferença e hostilidade.
O Salmo 137 é um dos mais difíceis de serem analisados, porque ele faz parte dos textos sagrados que são chamados de imprecatórios. Ao invés das pessoas orarem a Deus pedindo graça às outras pessoas, elas pediam maldição e juízo. Nas suas experiências ou orações, debaixo de enorme pressão psicológica, exprimem sua dor, reivindicando de Deus uma resposta de vingança.
O resultado disto tudo é que criamos a falsa ilusão de que o ódio traz felicidade: “Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”… Enquanto o ódio dominar, não haverá verdadeiro canto, nem louvor a Deus. Enquanto o ódio dominar não seremos capaz de cantar os cânticos de Sião, pois tais cantos falam de um Deus perdoador, amoroso, misericordioso e gracioso. Deus não é parceiro do nosso ódio.
Portanto, não transformem Deus em parceiro da sua vingança, tristeza ou ódio. Podemos fazer isto de três formas:
De forma religiosa. Achamos que podemos odiar aqueles que pensam de forma teologicamente diferente. Isto nos dá direito a odiar os islâmicos, a desprezar os católicos e execrar espiritas e macumbeiros. É claro que temos divergências, mas o amor deve ser aquilo que norteia nossa fé. Este é o Espírito de Cristo.
De forma política. Temos vivido de forma muito polarizada na política. Não tenho visto cristãos defendendo ardorosamente sua fé e o evangelho, mas tenho visto cristãos se devorando por causa de suas posições políticas na mídia social. A direita querendo destruir a esquerda, a esquerda hostilizando a direita. E colocamos Deus nestas coisas achando que ele é nosso parceiro no nosso ódio e hostilizado.
De forma ideológica.
Muitas disputas acerca de temas controvertidos tem sido suscitadas e todos elas provocam discussões acaloradas: feminismo, ideologia do gênero, dependentes químicos. Ë fácil criar raiva de pessoas que defendem tais ideias acreditando que com isto estamos dando glória a Deus. Nossas posições precisam ser claras, mas ao mesmo tempo profundamente amorosas.
6. Interprete a história com a perspectiva da sobrenaturalidade
Sua história não é um evento separada de um propósito maior. Esta é a diferença fundamental entre os que creem em um Deus e os que não creem.
Quando passarmos pela dor, precisamos descobrir o propósito de Deus em tudo isto que nos sobrevém. “Todas as coisas, juntamente cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Precisamos então, perceber esta dimensão que dá transcendência à nossa história.
Na pandemia, ficamos perplexos e embasbacados com tudo que aconteceu. Tudo surreal. Mas a pergunta neste tempo deve ser: O que Deus está querendo nos ensinar? Qual o propósito de Deus para sua igreja? O que tem a pandemia com o reino de Deus?
O povo de Israel não conseguia perceber o evento sagrado no meio do caos. Quando lemos a Bíblia vemos Jeremias trazendo o recado de Deus ao seu povo que está exilado, e o que Deus pede do povo é exatamente o oposto do que o salmista expressa aqui no Salmo 137.
“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” (Jr 29.4-7).
O que Deus diz ao seu povo: “a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia”. Deus está mostrando que havia um plano maior, que aquilo que estavam vivendo, ainda que fosse tão pesado, estava dentro de seus decretos. Acho que na maioria das vezes vemos as coisas de forma meramente humana, sem caráter sacral, sem perceber que Deus está se movendo no caos e na dor. Precisamos de transcendência na nossa história.
Interprete sua vida na dimensão da eternidade, e não meramente da temporalidade. Que o Espírito Santo nos ajude a olhar as coisas de Deus, pelo prisma correto das verdades claramente reveladas por ele a nós nas Escrituras Sagradas.
Conclusão
Caminhemos em direção a cruz. Vamos observar este evento pavoroso que foi a crucificação. Aquilo tudo parece tão irreal, tão estranho. Como Jesus, o Deus Emanuel, vai parar num lugar tão enigmático? Sendo desprezado, cuspido, humilhado?
Mas quando estudamos a Bíblia observamos que a cruz fazia parte de um projeto maior de Deus, um pacto maravilhoso, o pacto da redenção, feito entre o Deus Pai, Filho e Espírito Santo, para resgatar seu povo da condenação eterna. Podemos olhar para a cruz e ver maldição, condenação, mas podemos olhar para a cruz e ver o perdão e o resgate de Deus.
A palavra redenção significa “comprado por um preço”. Foi isto que Cristo fez. Ele assumiu nosso lugar na cruz, e nos comprou.
A cruz é disforme, excruciante e bizarra. Mas a cruz é o lugar da manifestação do perdão de Deus e do preço do resgate.
Quando entendemos a cruz, entendemos que é possível interpretar a vida com outros olhos. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo”.
Aleluia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário