segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mt 1.22-23 A singularidade do natal

Introdução:Brennan Manning chama a atenção para o fato de que, mesmo quando o Natal assume uma forma paganizada e mundanizada, a presença de Jesus inevitavelmente será distinguida. Quando afirmamos “Feliz Natal”, estamos fazendo uma declaração de fé, e mesmo os pagãos estão, sem perceber, declarando algo que negam crer, sendo assim uma declaração “às avessas”.
Nestes dois versículos de Mateus, aprendemos algumas verdades importantes:

1. Natal é quebra de paradigmas – “A virgem dará a luz”. Não se trata de algo convencional. Imagine Maria relatando aos seus pés que na noite anterior, ela fora visitada por um anjo e que encontrava-se “grávida do Espírito Santo”? Que reação teríamos se nossa filha adolescente fizesse semelhante declaração? José mostrasse cético e “resolveu deixá-la secretamente”. Em outras palavras, está dizendo que não cria em nada naquela história de Maria. Grávida, ela se dirige para os desertos da Judéia para fazer uma visita a Isabel, sua aparentada, e por lá fica 3 meses. Isto nos mostra que as coisas não ficaram muito claras no pequeno vilarejo onde morava.
Natal quebra paradigmas. A virgem engravida-se.
Esta será uma ênfase constante na revelação de Jesus.
A. Um rei se veste com opulência e fausto & Este rei se encontra num curral, deitado num coxo;
B. O Messias aguardado seria poderoso e glorioso & O Messias surge como servo sofredor (Is 53);
C. O Messias seria uma revelacao para os teólogos de plantao & Jesus se revela a um grupo de religiosos suspeitos e heterodoxos: Os magos...
D. O Messias ocuparia os lugares de honra e se revelaria aos sacerdotes & Quem recebe a revelação são os pastores, profissão de pouco valor entre os judeus.
E. O Messias deveria ocupar a tribuna de honra do templo & Deus se revela a adoradores anônimos como Simeão e Ana.
Natal subverte a ordem. Quebra as convenções. Esta é a característica deste evento.

2. Natal é um evento profético – (Is 7.14).
Existem cerca de 600 profecias do Antigo Testamento que se cumprem no Novo, sendo que cerca de 300 delas se cumprem em Cristo.
É importante pensar no significado das profecias. Elas nos revelam:
A. Deus governa a história
 A história não é uma sucessão de eventos desconexos e casuais, mas possui teleologia (ou objetividade);
 A história não é cega, mas cumpre um cronograma divino;
 Deus apenas não intervém na história, mas Deus é Senhor da história. “intervir” nos dá a idéia de que Deus, “age”, quando os fatos sobre os quais ele não tem nenhum domínio, acontecem. Então, diante das tragédias humanas e catástrofes, Deus “age”. Profecias nos lembrar que a história é apontada por Deus.
 Profecias nos lembram ainda que a história segue um propósito divino – O tema principal do livro de Apocalipse é que todas as coisas estão sob o controle divino. A história segue inexoravelmente para um fim apontado por Deus, e não há força no céu ou na terra capaz de deter o seu avanço;
 A história segue um cronograma divino – Vemos esta idéia em Gl 4.4: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher”. A história segue um tempo de Deus. Na hora de Deus, as coisas vão acontecer como ele determinou.
No núcleo destas profecias, vemos Jesus, como centro do propósito redentivo de Deus para a raça humana, a encarnação e a cruz se constituem neste epicentro da história.
Deus invade a história e se torna humano.
Philipe Yancey: “O Deus que trovejava, que podia movimentar exércitos e impérios como peoes num tabuleiro de xadrez, esse Deus apareceu na Palestina como um nenê que não podia falar, nem controlar a bexiga, que dependia de uma jovem para receber abrigo, alimento e amor” (O Jesus que nunca conheci, pg 38).
Do ponto de vista pessoal, é bom saber que não me encontro nas mãos do acaso, nem da natureza cega, mas debaixo da direção de um Deus pessoal, providente e amoroso, que vê a história desde o princípio. “Não sei o que me aguarda no futuro, mas sei quem está no futuro”.

3. Natal é comunicação de um Deus singular – “Deus conosco (Emanuel)”. Este Deus se apresenta com uma roupagem peculiar:
a. É um Deus humilde – Nas grandes religiões do mundo como o Judaísmo, cristianismo, islamismo, “Deus é grande”. Isto não se constitui nenhuma novidade, já que poder é uma prerrogativa básica da divindade. A novidade que encontramos aqui é a humildade de Deus.
A Rainha Elizabeth II, gasta cerca de 20 milhões de dólares em cada viagem que faz. A logística inclui 2 trajes para cada ocasião, 1 traje de luto (se alguém morrer); 40 assentos de pelica para vasos sanitários, 1 cabeleireira, 2 camareiras e uma infinidade de atendentes.
Jesus se apresenta de forma nada convencional: dentro de um coxo, num curral da periferia de uma cidade pobre.
b. É um Deus acessível – Os judeus tremiam ao pronunciar o nome sagrado de Deus, por isto criaram um lugar separado no templo para Deus, e isolavam os gentios do templo.
Neste local isolado, deveriam ficar pessoas como os pastores, que eram serviçais analfabetos e eram restritos aos pátios externos do templo, e os magos, que eram gentios, distanciados das promessas de Deus. Estes homens, porém, são os convidados para o nascimento do menino.
O que pode ser menos sagrado que um recém nascido enfaixado e chorando? Ali se encontra um bebê, menino-Deus, vulnerável, dependendo do cuidado de uma adolescente. Deus acessível...

Conclusão:Nestes versículos aprendemos pelo menos três lições:
 Natal é quebra de paradigmas – “A virgem dará a luz”.
 Natal é um evento profético – (Is 7.14).
 Natal é comunicação de um Deus singular

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