Introdução:
Estamos estudando o sermão escatológico
de Cristo. Um dos textos mais desafiadores para os hermeneutas. É chamado “escatológico”
porque se refere às últimas coisas. Em Mt 23.37-39 Jesus dá uma dura mensagem
sobre o futuro de Jerusalém e o templo (Mt 24.1-2). Dá detalhes da vinda do
Império Romano sobre Israel (Lc 19.41-44).
O primeiro sermão desta série foi a destruição
do Templo e como a profecia de Cristo se cumpriu completamente, 36 anos
depois;
O segundo, o Princípio do fim. Os
discípulos, ouvindo a profecia, indagam sobre quando e que sinais haveriam da
consumação do século (Mt 24.4-14). Jesus fala dos sinais mais genéricos de sua
vinda, advertindo-os que isto era apenas o principio, não o fim.
No terceiro sermão, A Grande tribulação (Mt
24.15-28), mostrando que será um período de grande e intenso sofrimento, embora
abreviado, por causa dos eleitos.
Agora, vamos falar especificamente da
volta de Cristo. O que o Senhor ensinou sobre seu retorno.
Temos aqui a mais extraordinária
promessa que ainda não se cumpriu.
Muitas profecias já tiveram seu
cumprimento, mas essa ainda não. Ele fez esta afirmação há 2000 anos atrás, de
que voltaria a este mundo, em poder e glória, para buscar o seu povo escolhido
e estabelecer o seu reino de justiça e paz. O apóstolo Pedro, que ouviu estas
promessas da boca de Jesus, afirma: “Nós,
porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais
habita justiça” (2 Pe 3.13).
Quando ela ocorrerá?
Interpretações
equivocadas:
Alguns acham que essa profecia já se
cumpriu, na destruição de Jerusalém quando Cristo veio em juízo; Outros, quando
houve o Pentecostes, e Cristo veio pelo Espírito; outro, quando morre o crente,
e Cristo vem busca-lo. Alguns ainda acreditam que Cristo virá por meio da
presença da igreja, atuando diretamente no mundo, e dando sinais do reino de Deus
(Escatologia Realizada); outros, que sua vinda é apenas uma “esperança utópica”
(Moltmann), que nos mantém sonhando com uma nova realidade espiritual, mas
Jesus não virá de forma literal.
O
pensamento cristão
Historicamente, porém, a Igreja sempre pensou
de forma diferente. Ela aguarda uma volta literal de seu Cristo, e é exatamente
isto que Cristo nos ensina neste texto.
Jesus usa a figura da figueira, uma árvore
bem conhecida na Palestina para falar de sua vinda.
“Aprendei, pois, a parábola da figueira:
quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam,
sabeis
que está próximo o verão” (Mt 24.32).
O que ele está afirmando é que, os
sinais referidos por ele são o meio seguro para entendermos que ele está
voltando. Muitos sinais sobejamente já se deram, alguns sinais estão por
acontecer, ou estão em processo.
Existem três questões sobre tais sinais
que ainda não se cumpriram.
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O
Anti Cristo já está entre nós? Jesus fala deste abominável da desolação, que
vai gerar grande tribulação no meio do seu povo. Esta profecia já se cumpriu
parcialmente na Invasão de Roma a Jerusalém nos Anos 70 d.C., mas será que este
personagem final já existe?
Não nos parece.
Embora os sistemas do mundo conspirem
violentamente contra o evangelho em todos os lugares, ainda não vemos todo
carisma e sinais que esta pessoa carismática, espiritualmente forte e
agregadora. Este personagem receberá aprovação popular e apoio político de
grandes lideres mundiais. Paulo o chama de “homem
da iniquidade e filho da perdição” (2 ts 2.3).
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O
Evangelho já foi pregado a todas as nações (etnias)? A Grande comissão de Mt
28.18-20 já se cumpriu? O Evangelho já foi pregado a todo mundo? No Brasil
existem 200 etnias, e em Nova Guiné, existem 800 dialetos. A missão já se
cumpriu? A Vinda do Filho do homem não virá enquanto isto não se der (Mt
24.14). Talvez seja por isto que Pedro fala que devemos viver “esperando e apressando a vinda do dia do
Senhor” (2 Pe 3.12). Talvez seja o apelo para que sejamos mais enfáticos na
Evangelização e missão.será que a missão já se cumpriu?
Com os meios de comunicação modernos, o
Evangelho tem sido ouvido em todos os rincões do mundo. Mas ainda há muito povo
sem ouvir falar de Jesus. Missionários ligados à Missões Novas Tribos, A SIL,
trabalham arduamente para traduzir pelo menos uma porção das escrituras a estas
culturas.
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A
Grande tribulação já aconteceu? Muitos veem no martírio do povo de Israel
(Holocausto) e na perseguição à igreja no Século XX, uma evidência disto, e
talvez estejam certos. Cristãos em diferentes culturas tem sido
sistematicamente perseguidos.
Minha esposa, dá cursos no Instituto
Haggai Internacional já recebeu relatório de duas colegas dela, que foram
violentamente perseguidas por causa de sua fé em Cristo em nossos dias. Pracetti,
uma tailandesa frágil, viu sua casa ser invadido enquanto oravam, e os
moradores da vila jogarem literalmente todos seus pertences e de sua família
(panelas, roupas, adereços, móveis) na rua, pelo simples fato de serem cristãos
e estarem orando. Recentemente a Dra. Clara, juíza de Direito e colega também
da Sara, teve um incêndio criminoso na sua casa na Nigéria, por causa da fé em
Cristo.
Seria esta referência à profecia de
Jesus? Acredito que não.
Precisamos ficar atentos aos sinais da
figueira.
“Quando
os seus ramos se renovam, está próximo o verão”. Não passará esta
geração quando tudo isto se dará.
Mas Jesus faz algumas advertências:
- Cuidado com
o descrédito nas profecias. “Passará
o céu e a terra, porém, as minhas palavras não passarão” (Mt 24.35).
Já nos dias apostólicos, alguns irmãos começaram a dizer: “Onde está a promessa de sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem desde o
princípio da criação” (2 Pe 3.4).
- Tome
cuidado com a preocupação cronológica: dia e data. Não caia na tentação de
querer marcar data. Várias seitas (Testemunhas de Jeová, Mórmons,
Adventismo) e pregadores empolgados (Wim Malgo, Hall Lindsey) já cometeram
tais equívocos e ficaram envergonhados. “A respeito daquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos dos
céus, nem o Filho, senão o Pai”.
- A vinda do
Senhor será num dia “extraordinariamente ordinário” (Mt 24.37-39). Nos
dias de Noé a vida acontecia normalmente: As pessoas continuavam pagando seus
impostos, fazendo compras, trabalhando, casando, assim como nos dias de
Noé. As coisas aconteciam sem transtornos, não houve um aviso prévio. Por
isto, sua vinda vai surpreender os desatentos e descuidados. “Portanto, vigiai, porque não sabeis em
que hora vem o vosso Senhor” (Mt 25.42).
- A vinda do
Senhor atrairá (magneticamente) a si o seu povo – “Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;
duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra”
(Mt 25.40,41). Este é o arrebatamento, que virá, em primeiro plano,
invisivelmente, e a seguir, de forma visível (1 Ts 4.16-18).
Sua vinda terá algumas características:
1. Encerrará a presente ordem, tal como a conhecemos. “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas” (Mt 25.29); "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão" (2 Pe 3.10-13).
2. Será visível. “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30). O Novo Testamento não fala de uma vinda secreta ou invisível de Cristo.
3. Será Universal “...e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem” (Mt 24.30).
4. Será gloriosa, em grande poder – “...e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 25.31).
O texto que melhor descreve a volta gloriosa de Cristo encontra-se em Apocalipse.
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de veste tingida em sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (Ap 19.11-16).
Em contraste com a sua primeira humilde e simples vinda quando nasceu numa humilde estrebaria, dentro de um coxo. Sua volta será em poder, e destruirá Satanás com apenas um sopro. “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8). Diante Dele todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é Senhor. “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11).
5. Será para estabelecimento do juízo -
i. Juízo da besta, falso profeta e o anti Cristo. “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19.20).
ii. Juízo da humanidade. “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.12.13). Causará terror nos ímpios. “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas” (Lc 21.25-26) e exultação aos santos “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28).
Aplicações:
A. O
retorno de Cristo ocorrerá com certeza (Mt 24.35)
B. Não
sabemos o dia nem a hora (Mt 25.36)
Geração
após geração os cristãos consideram os eventos, estudam a Bíblia, analisam as
circunstâncias e perguntam: “Será que nós seremos a geração em que essa
promessa irá se cumprir?”
Da mesma forma a Igreja tem debatido
como esse retorno haverá de acontecer. Será depois do milênio? Será antes do
milênio? Não haverá milênio algum? Será em duas ou três etapas? Apesar as
diferentes interpretações esta esperança é compartilhada por todos. O Senhor
Jesus voltará pessoalmente a este mundo em poder e glória, para estar com os
Seus e para julgar a humanidade.
A vinda do Senhor traz promessas de
alivio aos que sofrem sob poderes e oposição em face de sua fé; fala da vitória
sobre os inimigos da Igreja, da consumação dos tempos, e do cumprimento das
profecias.
Seu retorno marcará a vitória da Igreja.
Devemos exultar, porque chegou aquele o grande dia do encontro com o Salvador.
A igreja está espalhada pelo mundo, em alguns
lugares sofrendo, perseguida e martirizada.
Conclusão:
a) Será que temos expectativa da vinda de Jesus? Aguardamos de fato
sua vinda? Ela tem lugar em nosso coração? A vinda do Senhor representa motivo
de alegria
b) Aos que não são cristãos. Todas as profecias de Jesus, todas
literalmente, se cumpriram. O que faz você pensar que a profecia da vinda Dele
também não vai se cumprir exatamente como Ele disse? Ele conhece o seu coração
e enquanto você tem oportunidade, não espere mais para se curvar diante Daquele
que agora, nos céus, aguarda o momento do Seu retorno, no tempo marcado por Deus.
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