sábado, 5 de dezembro de 2015

Lc 17.11-19 Os Pilares da Gratidão

Este é um dos textos mais conhecidos sobre gratidão em toda a Bíblia. Ele narra a cura de dez leprosos. Um deles, ao se perceber curado, volta glorificando a Deus em alta voz, e Jesus se impressiona que apenas um retornasse para demonstrar sua alegria e reconhecimento. Os demais, talvez tomados pela euforia e desejo de rever seus familiares, estão felizes pela cura, mas se esquecem daquele que os curou.

O texto nos mostra que gratidão possui três pilares básicos: 

Perceber

Lembrar

Declarar


Perceber


Só é grato o coração que percebe. Eventualmente menosprezamos, minimizamos ou consideramos de pouco valor o que recebemos. Se é que percebemos alguma coisa. É muito fácil murmurar, lamuriar, maldizer, porque não percebemos a intervenção de Deus na vida. Quando estamos atentos aos movimentos de Deus, surge uma natural expressão de louvor em nós.

A característica fundamental da gratidão é a capacidade de perceber. A Ingratidão faz movimento contrário – ela ignora. Os outros nove leprosos aparentemente só se preocuparam com a benção, ignorando quem lhes curou.


Lembrar


O outro pilar da gratidão é a lembrança. Aliás, os franceses definem gratidão como “a memória do coração”. Podemos perceber, mas ainda assim, esquecer. É fácil colocar no arquivo morto da memória eventos de amor e cuidado dos outros por nós. Infelizmente não temos a mesma capacidade com mágoas e ressentimentos. Eventualmente sofremos toda uma vida por causa de um ato desamoroso de alguém.

A gratidão tem este enorme poder de trazer à memória a lembrança abençoadora. Você se lembra de alguém que tenha abençoado muito a sua vida?


Declarar


O último pilar é a declaração. Se estamos gratos por algum gesto de amor, naturalmente demonstramos e declaramos. A falta de apreciação decorre da ausência dos dois primeiros pilares. Não percebemos e não lembramos. Em relação a Deus também é assim: quando percebemos e nos lembramos, surge adoração e louvor espontâneos. Por isto o salmista diz: “Todos os dias te bendirei” e “para sempre te bendirei”. Uma pessoa grata, declara isto a Deus. Cultuar a servir a Deus, é algo espontâneo no coração da pessoa redimida. Trazer ofertas e dízimos à casa do Senhor é uma alegria para aquele que sabe que todas as coisas são resultantes da graça amorosa de Deus.

Certa vez viajei para Minas Gerais, onde encontrei um pastor, que não é assim alguém tão próximo de minha vida e meu ministério. Ele foi tão pródigo, sem bajulação, que confesso ter ficado constrangido. Ele, porém, justificou sua atitude dizendo: “somos tão fáceis em criticar, mas temos uma enorme dificuldade de reconhecer e agradecer o que os outros fazem, e eu decidi, ser abundante em minha declaração de admiração e reconhecimento, tanto quanto puder”. 

O leproso volta, proclamando em alta voz. Ele não apenas percebe e lembra, mas declara isto de forma que todos reconhecessem que alguma coisa prodigiosa acontecera entre eles. Ele volta “dando glória a Deus”. Ele testemunha a sua cura em “alta voz”. 

E você? Tem percebido e se lembrado das bençãos de Deus? E como você tem declarado isto ao Pai celestial?

Estes são os pilares da gratidão: 

Perceber – Lembrar – Declarar.

É impossível declarar sem lembrança, mas não há memória sem que haja percepção. 

Infelizmente há pessoas que não reconhecem os benefícios recebidos. Tornam-se murmuradoras, descontentes e insatisfeitas. Qualquer contrariedade torna-se motivo para lamentação e até mesmo blasfêmia.


Reação de Jesus


O texto revela sua decepção. “Onde estão os outros nove?” (vs 17). A verdade é que todos nós corremos o risco de valorizar apenas a experiência, e certamente os outros nove não deixaram de reconhecer a benção recebida, mas esqueceram de se voltar para aquele de quem procedeu a dádiva.


Perigos da ingratidão



A. Não valorizar o doador, apenas a dádiva. Em dias de espiritualidade “fast food”, é fácil buscar a benção, mas não o abençoador. 


Todos os anos, os EUA, celebram o “Thanksgiving Day”. Certamente este é o feriado mais celebrado do ano. é o único dia no qual todas as lojas e supermercados fecham, as famílias se reúnem para jantar juntos e há uma grande mobilização social e comunitária. No entanto, se você estiver atento vai perceber que falam muito em agradecer, mas não se diz Quem deve receber a gratidão. 

É isto que vemos no texto. Aqueles homens receberam a benção, mas isto não mobiliza seus corações a Deus. 


B. Não receber a salvação junto com a cura. Jesus assegura ao home m agradecido uma nova condição. (vs.19). Não só do corpo, mas da alma. Benção completa. “O milagre faz parte do Evangelho, mas o milagre não é o Evangelho. O milagre pode curar, mas não salvar”. 


Quando apenas a benção e não o abençoador, nos basta, surge uma distorção. Aqueles homens foram curados. Deus não lhes tirou a benção de terem novamente um corpo sem manchas, uma vida sem restrições sociais e familiares, uma caminhada fora do duro estigma que cercava os leprosos naqueles dias. Eles foram fisicamente curados. Mas a maior benção, que teria impacto eterno, não veio sobre suas vidas. 

Lamentavelmente o Evangelho não chegara aos seus corações.

6 comentários:

  1. Obrigada pela linda e útil mensagem! Que Deus continue te abençoando ;;

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  2. Uau!!! Simplesmente maravilhosa essa devocional!!! Parabéns!

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  3. Muito boa palavra!!!! Deus continue abençoando neste ministério lindo

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  4. Parabéns pela linda mensagem. Que Deus em sua infinita graça lhe abençoe grandemente.

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  5. Que maravilha ver Jesus curando pena que esqueceram de agradecer somente um dos dez curados foi até Ele e assim ficou completo salvo em Jesus.

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