quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ap 22.6-21 As últimas Palavras de Deus


Introdução:
Um dos textos que tive em minha companhia durante este tempo em que estive pesquisando o livro de Apocalipse foi o livro  “The God’s final word” (As últimas palavras de Deus), da autoria de Ray Stedman.[1] Embora tenha divergência teológicas em alguns textos com este autor creio que ele foi um dos que mais me inspiraram quando ao modelo e a abordagem que gostaria de dar a este livro, cuja finalidade é devocional e pastoral. O título deste livro citado, é o que resolvi dar a este último sermão expositivo de Apocalipse.

Não é acidental que Apocalipse apareça como o último livro da Bíblia. Ele agrega, sintetiza e faz a conclusão de todos os demais temas da Bíblia. Genesis nos fala do início da história humana e da civilização, o livro de apocalipse de acordo com sua própria etiologia, nos revela o capítulo final da raça humana. (apokalupsis literalmente significa que algo foi descortinado, o véu que obscurece nosso entendimento foi removido e o mistério desfeito).

Só Deus conhece o fim desde o começo. Este texto é uma revelação, uma profecia. Na medida em que caminhamos pelo livro de Apocalipse vimos muitos mistérios sendo revelados e denunciados. Descobrimos porque o mal persiste na terra e desvendamos alguns mistérios relacionados às realidades espirituais. O Livro de Apocalipse nos traz o projeto final de Deus para a humanidade, já que “os dons e vocação de Deus são irrevogáveis”. (Rm. 11:29) E este texto aqui, em especial, é feito de uma série de pequenos lembretes e advertências. Estas são as últimas palavras de Deus, reconhecidas pela Igreja Cristã em todo o mundo, como o fechamento do cânon, isto é, todos os livros que são dignos de confiança e que podem ser regra de fé e prática estão aqui encerrados, e nada mais pode ser acrescentado ao que já foi escrito.

Controvérsias tem surgido sobre este assunto. Tanto de liberais como de pentecostais. Tillich afirma que a na época dos pais apostólicos, o cânon ainda não havia sido estabelecido. “Foram necessários mais de 200 anos para que a igreja tomasse uma decisão final sobre os livros do Novo Testamento que seriam aceitos como canônicos”.[2] E isto foi uma reação clara contra o conceito gnóstico bem como dos montanistas que adotaram a idéia da “sucessão profética”. A igreja negou peremptoriamente a possibilidade de novas revelações e a tradição hierárquica foi confirmada contra o “espírito profético”, que ficou confinado a movimentos sectaristas. [3] Tillich levanta questões dúvidas na questão da autoridade final do cânon. Tinha a igreja na época da patrística autoridade para definir o cânon, ou esta decisão foi tomada para suprimir as religiões estáticas que surgiam freneticamente em torno da igreja naqueles dias? As principais correntes teológicas da Igreja, tanto católicas, ortodoxas ou protestantes reconhecem a autoridade da Igreja para tomar esta decisão conclusiva.

Do lado dos pentecostais, este mesmo sentimento tem sido expresso. Alguns anos atrás assisti um vídeo no qual Peter Vágner, reconhecido professor de teologia do Fuller, Pasadena, CA, cujas raízes teológicas são de tradição Reformada, levantava questões sobre a possibilidade de novas revelações: “As vezes tenho a impressão de que tratamos Deus como um escritor aposentado, que falava, mas não fala mais”.  Contra tais possibilidades a igreja foi veemente. A Igreja determinou que a Bíblia fôsse uma norma absoluta. A Bíblia encerra em si mesma, todo o propósito de Deus, e não há necessidades de novas revelações ou profecias que possam ser acrescentadas ao conteúdo das Escrituras.

Obviamente este assunto é exaustivo, e não temos o objetivo de continuar nele agora.  Queremos sim, entender o sentido das últimas palavras de Deus, expressas neste livro de revelação.

Normalmente, as últimas palavras das pessoas são marcantes, citadas e lembradas por outros. São gravadas com ouro, porque elas representam a síntese do pensamento das pessoas, ou são revelações que podem mudar o curso de vida de outras pessoas, ou podem estabelecer um novo momento na vida daquela pessoa, ainda que moribunda. Assim foi com o ladrão na cruz, que vivia vida irresponsável e inconsequente, mas que diante da morte, vendo sua miséria declara a Jesus. “Lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”.  E se surpreende pela absolvição profunda e marcante de Jesus que lhe afirma: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. (Lc.23:39-43)
Um das declarações finais mais freqüentemente citadas nos púlpitos seria a de Bocage, poeta desbocado, agnóstico e irreverente, que demonstrava não ter temor algum de Deus nos seus escritos, mas que diante da morte, grita desesperado. “amigos, rasguem os meus versos, crê na eternidade!”.
Neste texto vemos as últimas palavras de Deus, consideradas assim pela igreja de Cristo. Cremos que só a Bíblia é infalível e única regra de fé e prática, e que a Escritura traduz os decretos de Deus em sua inteireza e que nada, além da Bíblia pode ser definidora de qualquer conceito teológico. Os reformados diziam, sola scriptura, isto é, nada além da Escritura deve ser ouvido. Tudo o que Deus declarou, toda a sua verdade, completa, suficiente para nossa salvação e para fazer-nos sábios para a vida eterna encontra-se de forma plena, nas páginas do Velho e do Novo Testamento.  A Igreja entende que tais verdades são completas, embora não exaustivas, isto é, nem tudo que é verdade está relatada na Bíblia, mas tudo o que está na Bíblia é verdade. Cremos que nem a tradição, nem novas revelações, nem novos profetas ou mesmo suposta ciência que contradiga a Bíblia possa ser considerada de valor. A Palavra de Deus é infalível e inerrante.

Quais são as últimas palavras de Deus?

1.      Deus nos lembra que sua Palavra é absolutamente digna de confiança “Estas palavras são fiéis e verdadeiras”. (22:6) O conteúdo profético e narrativa da Bíblia não  é um amontoado de teorias, hipóteses ou possibilidades filosóficas ou espirituais. O que está narrado aqui é fiel. O anjo que comunica tal verdade a João faz questão de lhe assegurar isto, afirmando que o que ele ouviu isto do próprio senhor, o “O Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.(22:6)
Ao ler este texto, fiquei me perguntando porque o anjo faz questão de assegurar isto ao profeta? Provavelmente isto se deu como uma contraprova ao coração de João. Talvez ele mesmo pudesse se pegar indagando se aquilo tudo que ele ouvia era de fato proveniente de Deus, apesar de tudo lhe estar sendo claro. Deus sabia que o diabo poderia causar crise no coração deste fiel homem de Deus, assim como causou crise no coração de João Batista quando estava preso. (Mt. 11:2-6).  O anjo dá a João uma contraprova, uma palavra de encorajamento, reafirmando que tudo o que ele ouviu não era fruto de uma mente imaginosa dele, nem resultado de alucinações, mas era a revelação de Deus ao seu povo, verdadeira e confiável. (3:14;19:11)  Isto era uma profecia, vinda em forma de cenas, de visões e imagens. “Passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não passarão”.
Talvez esta afirmação tenha sido feita por causa de nós, os leitores. Pela sua natureza simbólica, o conteúdo deste livro seria questionado, como foi e ainda tem sido por muitos. Nós precisávamos estar seguro do que Deus revelara a João, por isto o anjo reafirma: “O Senhor, o Deus do espírito dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos”. (22:6) Em outras palavras, reafirma o fato de que esta profecia tem o mesmo peso e valor de outros tantos profetas da História de Israel, a quem João certamente admirava. Esta é a garantia do próprio Deus de que estas palavras são fiéis são fiéis e verdadeiras. Por isto devemos nos aproximar dela com reverência e sincero desejo de apreender sua mensagem. “Bem aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”. (22:7).

2.      Deus reafirma que o futuro está próximo, “Eis que venho sem demora” (22:7) Muitos negligenciam esta palavra de Deus, achando-a demorada e perguntando: “Onde está a promessa de sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação”. (II Pd. 3:4)  Desde a época apostólica até hoje, muito escárnio e dúvida tem sido lançado sobre a volta de Jesus, mas se existe uma doutrina clara, sistematicamente repetida no Novo Testamento, tanto nos lábios de Jesus como de seus apóstolos é que ele virá outra vez.  Por isto, Deus, ao concluir suas últimas recomendações, ao trazer suas últimas palavras faz questão de enfatizar. “Eis que venho sem demora. Bem aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro!”. (22:7)
Mais uma vez este texto nos lembra. “Eis que venho sem demora!”  Muitos podem dizer que estas palavras foram escritas muito tempo atrás, e os apóstolos criam que Jesus voltaria logo, mas até hoje não voltou. Por que devemos esperar esta promessa? Não estariam os discípulos errados na interpretação das palavras de Jesus. Aqui é importante saber que este livro faz uma conexão entre tempo e eternidade que transcende a compreensão humana. Nós vemos o tempo de forma linear e cronológica. Olhamos para a experiência de João a 2000 anos atrás e achamos que isto é um longo tempo. Por isto Pedro tenta explicar esta tensão entre o nosso tempo e o tempo de Deus afirmando: “ Há todavia, uma cousa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada”. (II Pd.3:8-9)  Existe uma coisa que não devemos esquecer. O que não podemos esquecer? Deus lê o tempo e a história numa perspectiva transcendental, dentro da ótica da meta-história, com as lentes da eternidade, enquanto nós, lemos a vida de forma cronológica, dentro da categoria aristotélica de tempo/espaço. Contudo, devemos estar certos. Jesus está voltando, sem demora!
Thomas A. Édson, foi o inventor da lâmpada incandescente e de milhares de outros pequenos objetos que revolucionaram a história da humanidade. Ele foi um dos maiores gênios criativos de todos os tempos. Mas algo ainda mais espetacular sobre a vida deste homem é que ele era um homem profundamente temente a Deus, e que esperava ansiosamente a vinda do Senhor. Um dia ele surpreendeu dois de seus auxiliares, um cristão e outro não cristão, discutindo sobre a vinda do Senhor. O não cristão não conseguia entender como isto seria cientificamente possível. Como é que Jesus viria nas nuvens, e a igreja seria arrebatada? Isto lhe pareceu uma história ridícula. Como isto poderia acontecer, se temos pessoas de todas as partes do mundo, como todos poderiam vê-lo?
Thomas Édson interferiu colocando alguns pedaços de borracha e algumas tachinhas e pequenos pregos sobre uma mesa daquela oficina. Logo em seguida, tomou um imã e passou sobre aqueles objetos. Os pregos se ligaram imediatamente ao imã, enquanto a borracha sequer se moveu. Então ele perguntou? “Porque as borrachas ficaram no mesmo lugar enquanto os pregos se moveram?” A resposta era óbvia. Os elementos químicos presentes nos pregos exerciam sobre eles uma força de atração em direção ao imã. E Édson então concluiu: “Assim será com a vinda do Senhor. Aqueles que estiverem identificados na sua natureza inerente, sentir-se-ão irresistivelmente atraídos a Jesus, e subirão para encontrá-lo””.

Eis que venho sem demora!”. Os cristãos são chamados a guardar as palavras desta profecia. “Deus não ordena os crentes apenas a lerem o livro de Apocalipse para satisfazer sua curiosidade acerca do futuro. Ele não providencia um material com detalhes especulativos e cartazes cronológicos sobre os eventos do fim dos tempos…Deus inspirou esta revelação com um propósito: revelar a glória do seu Filho e chamar os crentes a viver de forma santa, vida obediente à luz do seu iminente retorno. O propósito deste livro não é providenciar entretenimento, mas providenciar motivação para uma vida de santidade”.[4]

O tempo está próximo! (22:10)

3.      Nas suas últimas palavras, Deus afirma que Estas profecias não devem ser seladas, mas devem ser anunciadas –Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o fim está próximo”. (22:10) Esta mensagem precisa ser anunciada. A mensagem deste livro não é para ser escondida. Uma razão é dada. “O tempo está próximo”.  (22:10)  Pelo fato de que os homens são mortais e passam, eles precisam ouvir a mensagem da salvação. Porque estamos às portas da vinda do Senhor, esta mensagem deve ser proclamada. (10:11) Esta mensagem deve ser pregada para produzir obediência, reverência e adoração.
Isto ainda nos aponta para o fato de que o livro de Apocalipse não tem uma mensagem que não possa ser absorvida pela igreja, pelo contrário, é uma mensagem clara. Ele não possui um código indecifrável, um significado secreto que foge da norma de interpretação que o próprio texto revela. “Se a verdade não é clara nestas palavras, então esta ordem não faz sentido”. [5]  Não devemos selar as palavras de Apocalipse para um pequeno grupo de eruditos, ou acreditar que seu conteúdo não é acessível para os leigos da igreja. Um velho pregador costumava dizer sobre a Palavra de Deus: “Se Deus não disse o que teria dito, porque ele não disse o que teria de dizer?” Não expor o livro de Apocalipse retira daqueles que amam a Deus o privilégio de perceber a Soberania de Deus na história e seu plano glorioso para o futuro da humanidade.

4.      Deus nos revela, nas suas últimas palavras, que apesar de todas estas verdades profundas, reveladoras e radicais, sua mensagem produz sempre resultados contraditórios e paradoxais: Ela provoca santidade em alguns, mas estimula rebeldia em outros. “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se”. (22:11)
A forma como este texto é traduzido é um tanto estranho, dando-nos a idéia de que Deus está recomendando e referendando a prática da injustiça e da imundícia. Contudo, o que este texto está mostrando, e isto é mais uma das revelações deste livro, é que muitos, apesar de ouvirem todo o desígnio de Deus, não sentirão necessidade alguma de refletirem sobre o estado calamitoso de sua alma, e que, não mudarão seu estilo de vida em relação as coisas espirituais, apesar de tudo o que Deus já anunciou pelos santos profetas, e tem nos  lembrado no estudo de sua palavra, ao passo que, por outro lado, muitos vendo a gravidade e a seriedade do chamado divino, resolvem responder de forma profunda e santa à voz de Deus.
Estes que respondem ao convite de Deus, por causa de suas convicções e por amarem a Deus continuarão a praticar a justiça, apesar de toda a injustiça ao seu redor. Muitas vezes perdendo privilégios humanos, “preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado”. (Hb.11:25) Muitas vezes sendo zombados pelas suas escolhas, porque os valores sociais e humanos privilegiam quem pratica a injustiça. Mas, por amor a Deus, tais pessoas continuam a praticar justiça. Não se vendem, não se deixam subornar, não negociam valores. Vão continuar na prática da santidade e da busca a Deus, apesar do mundo facilitar tanto aqueles que resolvem viver na imundícia. Mesmo diante da desprestígio dos valores morais eternos, que tem sido tão desvalorizados, pagarão ainda o preço do amor a Deus porque “consideram o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplam o galardão”. (Hb.11:26)  Muitas vezes sendo ridicularizados, muitas vezes zombados, mas sempre amando a Deus e aguardando a manifestação plena do Filho do Homem na História. Vivem em santidade, em plena expectiva de fé no Deus que faz e age na história. Esperando o galardão que Jesus tem “para retribuir a cada um segundo as suas obras”. (22:12).
Sr. Augusto Abrantes era um velho, pobre e negro presbítero da minha congregação na cidade de Gurupí-TO., com uma família imensa para criar, recursos muito limitados, mantia sua casa com trabalho duro e com muito respeito, sempre presente nos trabalhos da igreja e trazendo seus filhos à casa do Senhor. Por sua respeitabilidade, elegeu-se vereador da cidade. Certo dia foi procurado por um grupo de vereadores de um partido de oposição, que queria aprovação de um determinado projeto que os favorecia politicamente e que, percebendo que apenas mais um voto era necessário para a devida aprovação, acreditaram que seria fácil convencer aquele pobre homem. Foram sutilmente procurar o velho presbítero, sugerindo-lhe que, caso ele os apoiasse, o grupo lhe construiria uma casa porque ele, apesar da numerosa família que possuía, ainda não possuía casa própria.
Aquele homem, pediu para que parassem o carro no qual ele estava, desceu do carro lentamente, olhou para dentro do carro daqueles homens e lhes disse de forma pausada e sem expressar agressão no tom de voz: “Já foi o tempo em que preto se vendia. Passar bem senhores!”.

5.      Deus nos lembra, nas suas últimas palavras declaradas nas Escrituras, que ainda é tempo de salvação. “Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas”. (22:14) Que o sangue de seu Filho continua a operar, e que não existe outro caminho para os céus a não ser que nossa vida seja purificada pelo sangue do Cordeiro. Esta é a essência do Evangelho. Haverá uma hora que será tarde para arrependimento. Por isto eta passagem final contém um comovente apelo para que todos aceitem o Evangelho. Mais uma vez, com grande ênfase, repete-se a necessidade de uma vida pura e santa. Há promessa de vida, de benção para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro, e uma advertência contra os ímpios: “Fora ficam os cães, os que praticam artes mágicas, aqueles que são imorais sexualmente, os assassinos, idólatras, e todos os que praticam e amam a mentira”. (22:15) Para os judeus, cães não eram animais de estimação e domesticados como são atualmente, na realidade eram símbolo de tudo o que era selvagem e impuro. “Cães” era um termo usado para pessoas perversas e inescrupulosas. (Sl.22:16,20; Fp.3:2)
O Evangelho é novamente anunciado aqui com um convite para aqueles que tem sede, para aqueles que desejam, para aqueles que entendem a necessidade que tem de serem lavados pelo sangue do Cordeiro, de terem suas vestiduras alvejadas pelo sangue. “Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida”. 22:17  As portas estão abertas, o convite está feito. Deus mais uma vez dá oportunidade a nós, pecadores, para que nos arrependamos de nosso estilo inconsequente de viver e mudemos nossa atitude, nos aproximemos de sua graciosa oferta. Quando o Senhor vier será tarde demais. Hoje é tempo de salvação, esta é a hora de arrependimento! Aqui, neste comovente apelo, vemos que todo o mover de Deus se volta para que o homem seja salvo. Deus não quer que nenhum homem se perca, mas que todos sejam salvos.
Por isto, este texto nos mostra de que forma Deus opera para convidar as pessoas do mundo inteiro à salvação:
5.1.   O Espírito convida você a vir – O Espírito Santo é o principal agente motivador de Deus para que nos voltemos a Deus. Na verdade, conversão é obra exclusiva do Espírito. Ele convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8), e é por esta razão que Deus motiva ao profeta Zacarias a dizer: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito”. Zac.4:6 É este Espírito quem o convida a vir, quem diz de forma veemente: Vem! O Espírito de Deus tem chamado as pessoas a se aproximarem de Deus.
5.2.   A noiva convida você a vir – A noiva aqui é uma referência clara à Igreja de Cristo, como já vimos isto em estudos anteriores. A Igreja de Cristo é a boca de Deus, é o agente de Deus para tornar esta mensagem conhecida, para estender o convite a todos os homens, em todo lugar. A Igreja de forma incansável tem convidado as pessoas a virem. Sou pregador do Evangelho a mais de 20 anos, neste tempo não faço a mínima idéia de quantas pessoas já convidei para aceitar o convite de Jesus para salvação. Espero continuar, como parte desta noiva de Cristo, a dizer isto pelo resto de minha vida. Aceite o convite de Jesus. Venha! Se você tem sede de Deus, venha a Jesus, se você quer receber de graça a água da vida, venha! Porque Jesus Cristo está voltando, venha!

6.      Deus nos adverte, nas suas últimas declarações relatadas na Palavra, que não tenhamos a tentação de ampliar, nem subtrair o conteúdo de sua mensagem – Se alguém fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer cousa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das cousas que se acham escritas neste livro!”. (22:18-20)
A advertência é clara: Não mude uma palavra desta profecia! Não acrescente nada à Palavra de Deus, não subtraia nada. Esta advertência também se aplica àqueles que, intencionalmente deturpam o ensino deste livro. “O cânon das Escrituras foi fechado no final do primeiro século quando o livro de Apocalipse foi  concluído. Qualquer falso profeta ou charlatão que acrescenta supostas novas revelações (tais como os Montanistas fizeram na Igreja primitiva, Joseph Smith e Mary Baker Eddy e outros profetas tem feito em tempos recentes) sofrerão as consequências de tais distorções. Deus trará a tais pessoas os flagelos deste livro. O julgamento de Deus é igualmente severo àqueles que retiram parte das Escrituras (como o herético Márcion fez na Igreja Primitiva e os liberais da Alta Crítica fizeram nos tempos modernos), Deus vai retirar-lhes a sua parte da árvore da vida”. [6]
A palavra de Deus não é uma descoberta humana, não pode ser manipulada em laboratórios ao bel prazer de curiosos. Seu objetivo é trazer obediência e temor e ensinar aos homens o caminho de Deus.

Conclusão
Como responder a estas solenes palavras?  Deus ainda tem falado por meio delas. Estas são as últimas palavras de Deus. Mas tanto nas suas primeiras palavras quanto nas últimas, Deus tem afirmado sempre que nem uma delas cairá por terra, mas fará tudo aquilo para o qual foi designada. A palavra não volta vazia, e ao pensarmos sobre o significado disto que ora foi exposto, é mister que nosso coração responda de forma convicta: Eu tenho sede Senhor. Eu desejo muito a sua companhia.
E porque ele vem, e sua volta inexoravelmente se dará conforme tudo o que ele antes predeterminou, e por sabermos que nada vai surpreender a Deus, nenhum evento da história está fora de seu domínio, antes, todas as coisas estão debaixo da sua grandiosa e tremenda majestade é que podemos dizer: Tudo está sob controle!

Maranatha vem, Senhor Jesus!





[1] . Stedman, Ray C., Grand Rapids, MI – Discovery House, 1991
[2] . Tillich, Paul – A history of Christian Thoughts – pg. 18
[3] . Tillich, op. Cit., 41
[4] . MacArthur, pg. 295
[5] MacArthur, pg. 297
[6] . John MacArthur, pg.310

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