domingo, 8 de maio de 2016

Ef 1.15-23 A grandeza do poder de Deus



Introdução:

Esta oração começa no vs 15 possui uma unidade textual. Ironicamente a chamei de “uma estranha oração”, não porque seu conteúdo fosse herético ou antibíblico, mas porque, lamentavelmente, nossas orações nunca transitam por este caminho, como comentamos anteriormente.
O apostolo Paulo está orando pela igreja, para que os irmãos recebam espirito de sabedoria e revelação e tenham olhos iluminados, com coração encharcado de esperança da vocação, e para saberem qual é a suprema grandeza do poder de Deus.
O que existe de tão especial neste poder de Deus que precisamos conhecer?

Primeiro,
Este poder de Deus foi disponibilizado ao seu povo – “para com os que cremos” . Não é um poder cósmico, nem uma energia impessoal ao alcance de todos, mas daqueles que creem no nome de Cristo.
Nem sempre somos capazes de discernir este poder de Deus em nossa vida. Temos tendência ao desânimo, depressão e derrota. Não raras vezes nos sentimos órfãos e impotentes, temos a tendência a pensar que a vida faz galhofa e nos sentimos derrotados pelas circunstâncias, humilhados pelo diabo, vitimados e sucumbidos pelas tentações. Parece que as promessas  bíblicas estão longe de serem verdade e se tornam tão distantes de nossa pobre realidade espiritual. Ricos de fato, mas vivendo na realidade, como mendigos.
Talvez por conhecer a realidade daqueles irmãos, vendo a forma como interpretavam a vida, mesmo sendo filhos amados de Deus, é que Paulo ora para que conheçam o poder de Deus.
Este era um desejo latente na alma de Paulo. Ele afirma que quando conheceu a Jesus, nada mais quis saber senão a Cristo, e por isto desprezou toda lista de conquistas morais e espirituais, para se apresentar diante de Deus apenas com a suficiente justiça de Cristo. Ele afirma ainda que queria “conhecer a Cristo e o poder de sua ressurreição”(Fp 3.10). Ele sabia que aquele poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos era algo inigualável, e queria experimentar isto no seu viver diário.
Você já sentiu assim?
Fraco, desanimado, desesperançado? Não parece que o Evangelho tem pouco efeito na sua história cotidiana? Que não é capaz de lhe dar uma vida vitoriosa? Por isto Paulo ora, para que este poder disponível aos que creem seja a referencia na alma dos crentes de Éfeso. Acho que precisamos orar para conhecer também a grandeza deste poder. Este poder está disponível para a igreja de Cristo.

Segundo,
Este poder é eficaz – “segundo a eficácia do seu poder”. Eficácia tem a ver com resultados. Dizemos que um remédio é eficaz contra determinada enfermidade, quando ele é capaz de lutar contra ela e vencê-la. O que aprendemos aqui é que o poder de Jesus não é placebo, nem remédio com matéria prima e ingredientes feitos no fundo de um quintal num remoto estado do Paraguai. O poder de Deus é eficaz. Ele age de forma efetiva na vida do pecador. Ele realmente funciona.
Quando aplicado na vida faz diferença, traz cura, restauração, refrigera a alma, traz graça e salvação.
Um dos grandes problemas da fé é  a dificuldade de confiar sem reservas.
Quando Jesus se aproxima de Dídimo, o discípulo duvidoso, ele ouviu a afirmação: Não temas, crê somente. Um compositor brasileiro, compôs uma musica sobre Tomé dizendo o seguinte: “O que fazer, se o coração não consegue mais crer, o que sabe ser verdade?”
O que pode acontecer conosco, quando temos acesso a este tão grande poder, mas vivemos vida de fracasso espiritual, nem forças para lutar contra o diabo e o mal, contra as tentações e inclinações da carne?

Terceiro,
Este poder se manifestou de forma singular na ressurreição.
O Filme “ressurreição”, fala deste tema central da fé cristã, fazendo uma análise não a partir dos discípulos, e sim de um soldado romano descrente que foi destacado para acompanhar o estranho desaparecimento do corpo de um místico chamado Jesus de Nazaré, e que os discípulos, alegavam ter ressuscitado. Entre o ceticismo e ironia, este soldado, acostumado a matar em nome da lei, se vê agora diante de um grupo estranho e de um caso que foge inteiramente de seu controle.
É deste poder maravilhoso, que levantou Jesus dentre os mortos que Paulo se refere no texto. Este maravilhoso poder que o tirou do túmulo  é que opera agora na vida do povo de Deus.
Ray Stedman, relata a experiência de um membro de sua igreja que fora oficial de alta patente do governo americano, e designado para analisar o impacto de bombas atômicas em remotas áreas. Um dia, ao dar seu testemunho a um grupo de pessoas, ele afirmou que num teste que fizeram, viram uma pequena ilha simplesmente desaparecer do mapa, mas quando ele conheceu a Jesus, e foi alcançado pela sua graça imediatamente entendeu que estava diante de um poder ainda maior do que uma bomba. Este poder o livrara das trevas, e da condenação eterna, perdoando seus pecados e restaurando sua vida e sua família.

Quarto,
Este poder colocou Jesus acima de todos poderes visíveis e invisíveis – (Ef 1.21). Jesus governa todas as coisas, embora ainda não vejamos todas as coisas a ele sujeitas (Hb 2.8). Todos os poderes espirituais e históricos estão sob seu domínio.  “Todas as coisas estão debaixo de seus pés e nada deixou fora de seu domínio” (Hb 2.8).
“Acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio,
e de todo nome que se possa referir, não só no presente século,
mas também no vindouro” (Ef 1.21).
Este é o poder pelo qual Paulo ora a Deus  para que a igreja o conhecesse.
Infelizmente não conhecemos ou experimentamos deste poder. Pode ser que sequer creiamos nele. As verdades do Evangelho parecem utópicas ou contos da carochinha, nada além de ideias e conceitos românticos.
No entanto, a Bíblia afirma que, pela eficácia deste maravilhoso poder todas as coisas foram colocadas debaixo de seus pes (Ef 1.23). o domínio perceptível de Cristo se dará quando Cristo “entregar o reino ao Deus e pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder” (1 Co 15.24). É só uma questão de tempo... o processo já iniciou-se na ressurreição.

Quinto,
Este poder é mediado pela igreja – “E, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas”  (Ef 1.22).
O que este texto afirma é algo surpreendente e intrigante: para que a obra do domínio de Cristo se complete sobre o universo, Deus escolheu usar a igreja de forma instrumentalizada. A preposição “para”, é fundamental para a compreensão desta verdade. O propósito de Deus é fazer Cristo o cabeça sobre todas as coisas, e, a fim de atingir seus propósitos, decidiu usar o seu povo redimido.
É importante considerar o papel da igreja na história. Ela é essencial para que, a soberania de Cristo se estabeleça de forma conclusiva e final sobre todas as coisas. A igreja é o seu corpo. O cabeça é Cristo, de onde emana toda ordem. O corpo só executa o que o Sistema Nervoso Central ordena. Os membros não se movimentam sem que a ordem venha do cérebro.
A igreja é o corpo de Cristo. Quando Deus precisa de membros, mãos, olhos, ouvidos, pés, coração, o que ele tem para seu plano é a igreja. Deus poderia ter feito isto sem nós, mas optou em nos usar para a promoção do seu reino e o engrandecimento do nome de Cristo. Por isto levamos seu nome, somos seus braços e pernas, servimos em seu nome, e existimos para ele mesmo.

Conclusão
Para ora para que a igreja de Éfeso conheça este maravilhoso e surpreendente poder de Deus.
Aquela igreja estava debaixo de perseguição e oposição politica e satânica. Provavelmente os irmãos sofriam humilhação e vergonha, eram acusados e perseguidos, mas Paulo ora para que esta igreja pudesse conhecer a natureza do poder com que estavam lidando. O mesmo poder que operara em Cristo, trazendo-o da morte e dando-lhe lugar de glória nas esferas celestiais, agia sobre a igreja. Aquele povo precisava conhecer isto e experimentar a eficácia de tal poder.
Conta-se que numa pequena cidade do interior da Índia, um mendigo ia todos os dias, assentava-se numa pedra em frente à Prefeitura local e pedia algum dinheiro para sua sobrevivência. Viveu assim, mendigando, por muitos anos. Um dia, a prefeitura da cidade precisava-se fazer novas construções, e aquele lugar cativo do mendigo foi removido. Para espanto da empreiteira, havia um grande tesouro enterrado debaixo daquela pedra.
Aquele mendigo viveu de migalhas, assentado sobre grande riqueza.
Tinha enormes possibilidades, mas não tinha conhecimento delas.

Era rico, mas vivia como pobre. Podia ter sua auto suficiência e viver nababescamente, mas viveu toda sua vida dependendo dos outros, assentado sobre um grande tesouro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário